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CEFALEIA E SÍNCOPE sonolenta, ou então muito agitada, perde a fome ou

come demais)
Antes da dor pode vir a fase de aura.
Cefaleia primária Algumas pessoas têm propensão a ter enxaqueca.
Cefaleia como sintoma principal, porém não único, são Comum no período perimenstrual.
episódios recorrentes de dor de cabeça (ex: enxaqueca,
cefaleia do tipo tensional e cefaleia em salvas).

 Enxaqueca
 Tipo tensão
 Em salvas
 Cefaleia associada a tosse
 Cefaleia associada a atividade física
 Etc

Cefaleia secundária
São o sintoma de uma doença subjacente, neurológica
ou sistêmica (ex: dengue, meningite, tumor cerebral,...)

 TCE
 Distúrbios vasculares
 Uso de substâncias ou sua suspensão
 Infecções não cefálicas
 Distúrbios metabólicos
 Dores faciais
 Neuralgias

 Mais comum depois da tensional. ENXAQUECA


 Prevalência de 15 a 25%
2-3 mulheres para 1 homem.
 Mais ou menos 20% dos casos ocorrem antes do 10 anos
de idade
 HF + em 2/3 dos casos
 1/3 a dor é bilateral e em 20%, a dor começa unilateral e
torna-se bilateral.

Quando começa a menopausa nas mulheres a


frequência de enxaqueca começa a diminuir.

Enxaqueca sem aura.

Enxaqueca com aura - Aura – sintomas neurológicos


focais transitórios que geralmente precedem a dor

 Sintomas premonitórios ocorrem horam ou dias


antes da dor – hiperatividade, hipoatividade,
depressão , fadiga, dor nucal, preferências por
determinados alimentos

DIAGNÓSTICO:
 Cefaleia recorrente que se manifesta por crises
 Características típicas
 Exame neurológico normal
 Alguns pacientes apresentam a fase premonitória
(um dia/dois dias antes, começa a bocejar, ou fica
ENXAQUECA SEM AURA > ou = 5 min, e/ou ,aos sintomas ocorrem em
sucessão. Cada sintoma dura entre 5 a 60 min; ao
O tipo mais comum de cefaleia é a enxaqueca sem aura,
menos 1 sintoma de aura é unilateral; a aura é
também conhecida como enxaqueca comum.
acompanhada ou seguida, em 60 min da cefaleia.
Diagnóstico da enxaqueca sem aura: D) Não atribuída a outra doença

A) Pelo menos cinco crises preenchendo os critérios B- D Boa especificidade e baixa sensibilidade.
B) Crise de cefaleia durando 4 a 72h (tto fracassado ou não
realizado FATORES DESENCADEANTES DA ENXAQUECA
C) Cefaleia tendo pelo menos duas: unilateral, pulsátil  Odores fortes (produto de limpeza, perfumes
(como se o coração estivesse batendo na cabeça), dor fortes,...)
de intensidade moderada a intensa, dor agravada ou  Sol excessivo
impedindo atividade física rotineira (caminhada, subir  Insônia ou sono excessivo
escadas, etc)  Frituras
D) Durante a cefaleia, ocorrência de pelo menos um  Bebidas alcoólicas (cerveja, vinho, espumante,...)
destes sintomas: náuseas e vômitos, fotofobia e  Estresse
“fonofobia”  Depressão
E) Nenhum outro diagnóstico que explique cefaleia Em
Até 24h após a resolução da enxaqueca, muitos pacientes
indivíduos < 18 anos, a dor pode ser bilateral. podem sentir mal-estar, fadiga e retorno temporário da dor
de cabeça em um local semelhante por alguns segundos ou
A dor geralmente é frontotemporal. A
minutos pós tosse, movimento cefálico súbito,...
dor pode ser facial.
FISIOPATOLOGIA DA ENXAQUECA
Em crianças, a fono e a fotofobia pode interferir no seu
Estão envolvidos os vasos sanguíneos, inervação trigeminal
comportamento.
dos vasos e conexão sistema trigeminal com o
parassimpático.
 Também possuem vários sintomas digestivos

POR QUE A LUZ PIORA A ENXAQUECA


ENXAQUECA COM AURA
1. Durante uma crise de enxaqueca, ocorre a inflamação
Aura é sintoma neurológico temporário que pode se
dos vasos sanguíneos do crânio. Esses vasos inflamados
referir a uma área focal do cérebro. Mais comuns são:
enviam estímulos de dor ao cérebro
 Sintomas visuais unilaterais, mais comumente formas 2. Ao chegar ao tálamo o estímulo de dor excita neurônios
geométricas que se expandem e se movem supersensíveis, alguns deles capazes de identificar, ao
 Visão embaralhada ou sensação anormal “que vai e mesmo tempo, dor e luz
vem” 3. O estímulo de luz é conduzido, pelo nervo óptico, da
 Dificuldade na fala retina até o cérebro. Quando chega ao tálamo, estimula
 Fraqueza unilateral os mesmos neurônios, reforçando o sinal da dor
4. Amplificado, o sinal doloroso é enviado ao restante do
Bola/bolas escuras no campo de visão em um dos olhos cérebro, em regiões do córtex responsáveis pela
(escotomas) ou na leitura no meio do texto começa a interpretação da dor. A percepção dolorosa é, então
ficar borrado ou começa a ver pontos brilhantes/estrelas aumentada
(fosfenas) ou o campo visual bilateral parece estar
tremendo. EXAMES COMPLEMENTARES

Diagnóstico de enxaqueca com aura: TC e RNM

A) Pelo menos cinco crises preenchendo os critérios B- D  Início súbito (thunderclap)


B) Aura consistente com pelo menos 1 dos seguintes  Enxaqueca com início após os 50 anos
sintomas: visual (90%), sensorial, fala ou linguagem,  Aura atípica
motor, tronco (diplopia, ataxia, hipoacusia, vertigem,  Anormalidade no exame neurológico
disartria, tinido)
Encefalograma
C) Ao menos duas das seguintes características: ao menos
um sintoma de aura ocorre gradualmente em
 Sem indicação levantar bruscamente. Não repetir a dose se ocorrer
hipotensão ou sina/sintoma extrapiramidal.
TTO
 Diário – NOS CASOS EM QUE A DOR TEM DURAÇÃO < 72H
dia/hora/característica/intensidade/desencadeante 1. Administrar antiemético parenteral se vômitos
 Avaliação do estado emocional 2. Jejum, com reposição de fluidos (soro fisiológico 0,9%)
por via intravenosa (IV) se houver indícios de
Específicos: triptanos e derivados do ergot – agem nos
desidratação
receptores 5HT1b/d inibindo a inflamação neurogênica e a 3. Dipirona 1g (2ml) IV diluído em água destilada (8ml);
vasodilatação. 4. Cetoprofeno
5. Reavaliar paciente em 1h; se não houver melhora,
Não específicos: analgésicos e antinflamatórios não
prescrever sumatriptano 6mg subcutâneo (1 seringa com
esteroidais.
0,5 ml), repetindo a dose, se necessário, em 2h
ESPECÍFICOS
Se houver melhora da dor, liberar o paciente e
Triptanos (sumatriptano, naratriptano, zolmitriptano, etc) encaminhar para acompanhamento ambulatorial na
UBS.
 Age contra a cefaleia, náuseas e fono e fotofobia
 Aguardar pelo menos 3 crises para concluir que o
TTO EM MULHERES QUE QUEREM ENGRAVIDAR
triptano é ineficaz, exceto se houver intolerância
 É mais efetivo quando a cefaleia ainda é leve  Enxaqueca não esta associado a riscos durante a
 A associação de triptano + naproxeno é mais eficaz que gravidez
as 2 substâncias isoladamente  A grande maioria apresenta diminuição ou melhora das
crises durante a gravidez
Ergotamina  Não iniciar tto profilático
 De preferencial ao paracetamol. Triptanos somente até
 Ergotismo as 2 primeiras semanas do ciclo e AAS e/ou AINH no
restante
NÃO ESPECÍFICOS  Evitar ergotamina
 AINH (naproxeno, ibuprofeno, diclofenaco,
cetoprofeno) ENXAQUECA MENSTRUAL
 Analgésico (AAS, paracetamol, dipirona)
 Ocorre pelo menos 2/3 dos ciclos, no período
 Metoclopramina pode ser associada para alívio dos
perimenstrual – entre o 2° e o 3° dia após o período
sintomas digestivos
menstrual
 Opioides devem ser evitados (risco de abuso e
 Secundária a queda do estrógeno. Pode ocorrer
dependência)
quando da suspensão de ACO
 Maior severidade e duração
NOS CASOS EM QUE O PACIENTE CHEGA À URGÊNCIA  SE tto usual não é efetivo, considerar reposição de
COM DOR HÁ MAIS DE 72H (ESTADO MIGRANOSO) estrogênios
1) Jejum e acesso venoso para reposição de fluidos se
necessário ENXAQUECA E ANTICONCEPCIONAIS
2) Tto da crise como citado anteriormente associado a
Mulheres > 35 anos com enxaqueca com aura
dexametasona (corticoide)
apresentam o risco de eventos vasculares.
3) Se não melhorar com dexametasona e estiver na
urgência da UBS encaminhar o paciente para uma UPA Esse risco aumenta se há coexistência de tabagismo e uso
onde devera ser prescrito: clorpromazina 0,1- 0,25 de ACO de estrogênio.
mg/kg IM
4) Se em 1h o paciente mantiver a dor, repetir CEFALEIA TENSIONAL
clorpromazina por até 3x, o máximo
Importante associação com traços de personalidade:
Clorpromazina – pode dar hipotensão!
 Instabilidade emocional
Atentar para hipotensão arterial e sinais/sintomas  Ansiedade
extrapiramidais (como rigidez muscular e inquietude)  Depressão
causados pela medicação, orientar o paciente a não se  Estresse
 Perfeccionismo  Cefaleia que melhora ou retorna para o padrão prévio
com maior ou igual a 2 meses da interrupção do uso
Verificar comorbidade psiquiátrica.
Cefaleia crônica diária em quem toma analgésicos mais que
Dor miofascial.
2 vezes por semana por pelo menos 3 meses.
Dolorimento a palpação pericraniana (nucal) e
O tto reduz a frequência e a intensidade das crises.
m.trapézio.
O tto profilático é eficaz quando reduz o número de
Dolorimento em movimentos (cervicais) de rotação.
crise, em pelo menos, 50%.
Holocraniana ou Bitemporal em aperto ou pressão.
O mínimo do tto profilático é de 6 meses a 1 ano.
Melhora com exercício e/ou repouso.
FISIOPATOLOGA
1) Prescrição de analgésicos e ou antinflamatórios não
Sensibilização do sistema trigeminal devido inibição das vias
esteroidais, associações com cafeína aumentam a
antinociceptivas descendentes – pelo uso abusivo de
eficácia analgésica (por exemplo: neosaldina)
medicações.
2) Maioria das crises resolvidas por analgésicos
comuns Adaptações neurais pro-nociceptivas.
3) Se não resposta de 1/2h com uma medicação,
pode-se usar outro (ex: um antinflamatório)
TTO
 Retirada abrupta (desmame rápido) das medicações.
TTO
Mais lento com opioide e barbitúrico
 Inclui modificações no estilo de vida para minimizar a  Corticoide ou AINH
ocorrência das crises;  Triciclícos
 Evitar fatores desencadeantes.  Topiramato
 Melhor manejo do estresse.  Valproato
 Atividade Física (periódica)  Flunarizina
 Terapia, meditação
Acompanhamento psicológico, se necessário.
CEFALEIA CRÔNICA
Tto profilático de 6 meses a 1 ano – ajustando doses, e se
Cefaleia em dor tipo tensão ou enxaqueca em > ou igual 15
tiver crise trata com antinflamatório.
dias por mais de 3 meses.
Sintomas relacionados com a suspensão da medicação (2 a
Cefaleia por abuso de analgésicos.
10 dias):
Migrânea crônica ou cefaleia do tipo tensional crônica  trata
 Cefaleia
crise  evita analgésicos e ou antimigranoso agudo, pode -se
 Náuseas, vômitos
utilizar clorpromazina IM  Ambulatório de Neurologia
 Hipotensão
(secundário)
 Agitação
 Taquicardia
CEFALEIA POS ABUSO DE ANALGÉSICOS  Distúrbio do sono
 > 4% da pop faz uso abusivo de analgésicos  Nervosismo
 1% apresenta cefaleia por abuso de analgésicos
CEFALEIA EM SALVAS
 É mais fácil evitar do que tratar
 O abuso de qualquer tipo de droga: triptanos, Primária.
ergotamina, opioides, AINH ou combinações podem
levar a cefaleia por abuso de analgésicos 1. Idade 30-50 anos
2. Em geral, as crises têm duração limitada, de 15 a 180
Critérios para diagnóstico: dias
3. É a cefaleia trigêmeo-autonômica mais frequente,
 Cefaleia > 15 dias/mês acometendo 1 em cada 1000 indivíduos (85% das
 Uso abusivo de uma ou mais drogas para tratar pessoas afetadas são do sexo masc)
cefaleia (> 10 dias/mês)
 Cefaleia que inicia ou piora durante uso abusivo de
medicações
4. Ocorrem em períodos de 7 dias a 1 ano, separadas 1) Sem causa – TN primária
por períodos livres de dor. Há casos crônicos (10%) 2) Algo comprimindo o nervo – TN sintomática ou
5. Cíclica secundária, ex: esclerose múltipla

Pelo menos 5 episódios que preencham os critérios: Dor paroxística, lancinante (parece um choque), dor
neuropática.
 Dor intensa ou muito intensa unilateral orbital,
supraorbital e/ou temporal, se não tratada duram 15 a Distúrbio unilateral .
180 min
 Cefaleia acompanhada de pelo menos um: conjuntiva Característica: súbita, severa, periódica, lancinante,
injetada (avermelhada) ou lacrimejamento; edema relâmpago e semelhante a choque.
palpebral, sudorese na testa ou na face, congestão nasal
ou rinorreia Zonas de gatilho.
 Miose e/ou ptose
 Sensação de agitação e inquietação TTO
1) 80% de alívio com fármacos (anticonvulsionantes):
As crises têm frequência de dias intercalados até 8 por dia.
carbamazepina, oxcarbamaepina, gabapentina
Não atribuído a nenhuma outra doença.
2) Cirurgia

TTO Dor na articulação Têmporo-Mandibular


1) Administra O2 a 100%, em máscara sem recirculação,
 Dolorimento, comum em quem tem bruxismo (placa
com fluxo de 10-12 l/min durante 20 min, ou
ajuda no desgaste dos dentes)
sumatriptano 6 mg por via subcutânea, se disponível.
 Mandíbula presa
Caso o paciente tenha utilizado algum medicamento
 Cefaleia
vasoconstritor, o sumatriptano deve ser evitado
 Desgaste dentário
2) Analgésicos e opioides são ineficazes.

Após melhora do quadro álgico, o paciente deve ser


orientado a evitar fatores desencadeantes (bebidas
alcoólicas e substâncias voláteis) até o final do período de
crises. O médico da urgência deve encaminhar o paciente
para avaliação pelo neurologista em nível secundário

 IMPORTANTE
CEFALEIAS SECUNDÁRIAS
SÍNCOPE
 Hematoma subdural
 Tumor Definida como uma perda da consciência e do tônus postural
 Sinusite transitória com recuperação rápida e espontânea sem
 Hemorragia meníngea intervenção médica. O seu mecanismo presumível é uma
 Etc diminuição da perfusão cerebral em ambos os córtex
cerebrais ou no sistema reticular.
Decorrente de outro processo.
 Diminui vascularização cerebral – ao cair – distribui o
NEURALGIA DO TRIGÊMEO
sangue e volta para o cérebro – pessoa acorda
 Comumente afeta > 50 anos A pré-síncope é um episódio semelhante à síncope, mas em
 Mulheres mais 1,6 – 1 homens que não ocorre perda de consciência.
 Incidência: 4,3 por 100 mil
 Prevalência: 4,12 por 100 mil
SÍNCOPE REFLEXA (NEUROMEDIADA)
Trigêmeo – V1, V2 e V3 Vasovagal:

ETIOLOGIA
 Vasovagal ortostática: pode ocorrer em pé ou sentado Diagnóstico diferencial: Epilepsia (+ importante e
(levanta rápido sensação que escurece a visão e frequente).
fraqueza)
 Emocional: medo, dor (somática ou visceral),
TTO
instrumentação, fobia
O tto é orientado pelo diagnóstico.
Situacional:
Vasovagal – orientações.
 Micção (idoso homem que acorda a noite (HBP) e pelo
aumento prostático faz muita força para urinar, ativa Se causa cardíaca – o indivíduo não sai do hospital
parassimpático, perfusão cai e o paciente desmaia) enquanto não for resolvido.
 Gastrointestinal
 Tosse
 Espirro
 Pós exercício
 Outros (rir, tocar instrumento de metal)

Síndrome do Seio Carotídeo (por aperto, gravata,


abraço,...)

Formas não clássicas (sem pródomo e/ou sem gatilho


aparente e/ou apresentação atípica).

Síncope Cardíaca:

 Bradicardia
- Doença do nó sinusal: inclui síndrome
taquicardia/bradicardia
- Doença do sistema de condução atrioventricular
 Taquicardia
- Supraventricular
- Ventricular
 Estrutural
- Estenose aórtica
- Troca valvar
- Isquemia miocárdica
- Cardiomiopatia hipertrófica
- Massa cardíaca (mixoma, tumor, etc)
- Tamponamento
- Disfunção de prótese valvar
- Embolia pulmonar
- Dissecção aguda de aorta
- Hipertensão pulmonar

Síndrome Ortostática:

 Induzida por medicações – vasodilatador,


antriprostático, diurético, antidepressivos
 Hipovolemia – hemorragia, diarreia, vômitos, etc
 Disfunção autonômica primária – falha autonômica
pura, atrofia de múltiplos sistemas, doença de
Parkinson, demência de corpúsculos de Lewy
 Disfunção autonômica secundária – DM, amiloidose,
lesão coluna medular, neuropatia autonômica
autoimune, neuropatia, insuficiência renal

CAUSA MAIS FREQUENTE É A VASOVAGAL!

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