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OBS: migranea e HSA podem ter os mesmos achados clínicos, pois os mecanismos de
veiculação da dor são de forma geral os mesmos.
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
O primeiro grande passo é diferenciar o caso de um processo benigno de outro potencialmente
grave e que necessita de tto especifico. A cefaleia pode ocorrer por tração, tensão, distensão,
dilatação ou inflamação de estruturas sensíveis a dor. Existem estruturas externas ao crânio
(pele, couro cabeludo, musculatura, ossos, dentes e ouvidos), porções externas a dura mater e
vasos intra-cranianos. O cérebro não possui fibras dolorosas, sendo insensível a dor.
ACHADOS CLINICOS
As cefaleias são divididas em PRIMARIAS, quando não há uma causa anatômica e
SECUNDARIA quando se encontra um fator causal.
Talvez a característica mais marcante da cefaleia primaria seja sua recorrência e estereotipia
na apresentação clinica (tabela 2). O proposito de seguir um protocolo é de que caso um
paciente relate uma dor que preencha critérios para cefaleia primaria, não haja necessidade de
investigação complementar. Do contrario, quase sempre exames subsidiários serão necessários.
Se o paciente não preenche critérios de cefaleia primaria deve ser investigado, se apresenta deve
ver se tem sinais de alerta. Se sim deve-se investigar, se não fazer o tto proposto. Se o paciente
for refratário a esse tto deve-se investigar a causa da cefaleia, mas se o tto funcionar não há
necessidade de investigação.
Cefaleia aguda emergente: dor nova ou francamente diferente das anteriores. Deve-se
sempre pensar em um diagnostico secundário
Cefaleia aguda recorrente: recorrência e estereotipia são características de cefaleia
primaria. Em geral os pacientes não procuram o DE por uma cefaleia igual as
anteriores, há sempre algo que a distingue, como a não resposta a um medicamento de
uso habitual, presença de vômitos e crise mais intensa e duradoura
Cefaleia crônica progressiva: padrão mais raramente encontrado, seu reconhecimento
é fundamental pois em geral se associa a cefaleias secundarias, devendo-se sempre
investigar
Cefaleia crônica não progressiva: são aquelas cefaleias crônicas diárias. Dores mais
de 15 dias no mês por pelo menos 3 meses ou 180 dias no ano. Mais comumente
encontrado em pacientes com historia pregressa de migranea ou cefaleia do tipo
tensional episódica, que passam a apresentar aumento da frequência de suas crises e
redução da resposta a analgésicos. As dores então passam a ser diárias ou quase diárias.
Em pacientes com migranea transformada, a dor pode ser parecida com a da cefaleia
tipo tensional. As crises de exacerbações podem perder o caráter pulsátil e fenômenos
associados.
Hematoma sudural
Meningite, HAS, , Migranea em salvas,
crônico, tumor SNC, Cefaleia tensional
glaucoma agudo, sinusite cefaleia tensional
abcesso cerebral, cefaleia crônica, migranea
aguda, dissecção episódica, neuralgias
pos truma crônica, transformada, abuso de
carótidas, trauma, primarias, neuralgia por
hipertensão intracraniana analgésicos, transtornos
infecções sistêmicas, herpética, cefaleia pos
idiopática, arterite psiquiatricos
síndrome de abstinencia coito
temporal
EXAMES COMPLEMENTARES
Pacientes que preenchem critérios para cefaleia primaria e que tenham exame clinico e
neurológico normais não necessitam de investigação complementar. EXCECAO: pacientes que
apresentem dor de cabeça com características de cefaleia primaria, mas que tenham algum sinal
de alerta (rigidez na nuca, confusão, convulsões) ou algum aspecto atipico na apresentação
clinica, como aurea de migranea prolongada (>1 hora) e aura atípica (súbita, estritamente
unilateral ou associada a déficits motores, de linguagem ou de nervos cranianos)
Cefaleia no DE
Achados que sugerem cefaleia secundaria
Cefaleia aguda ‘’pior da vida’’ TC CRANIO
Cefaleia aguda, febre, irritação meníngea PUNCAO LIQUOUR
Cefaleia progressiva e vômitos matinais TC CRANIO
Cefaleia e sinais localizatorios TC CRANIO
Cefaleia e confusão mental TC CRANIO
Cefaleia e coagulopatia e plaquetopenia TC CRANIO
Cefaleia e infecção por HIV TC CRANIO
Cefaleia de inico recente no idoso TC CRANIO, VHS, BIOPSIA TEMPORAL
Cefaleia e papiledema TC CRANIO
Se TC normal deve-se fazer a punção liquorica
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
Doença relacionada ao crânio, olhos, ouvidos, nariz e garganta
É fundamental a compreensão de que a migranea gera crises de cefaleia auto-limitadas, diante
de uma crise que prolongue mais que 72 horas:
A aura é um fenômeno progressivo (não súbito) que se relaciona a uma disfunção do córtex
cerebral ou do tronco encefálico. Dura de 5-60 min
Escotoma cintilante
Expansão gradual do déficit visual ou parestesia
Progressão sequencial de um fenômeno para o outro e não instalação súbita
>=2 episodios idênticos
Associação com cefaleia
15-25 min
OBS: ficar MUITO atento a alguns diagnósticos diferencias, como: meningite, encefalite,
HSA, dissecção de carótidas, encefalopatia hipertensiva, arterite de células gigantes,
glaucoma agudo, tumor, abcesso, hematoma, trombose de seios venosos, apoplexia
hipofisaria, hipertensão craniana idiopática
A investigação desses casos pode ser por TC crânio sem contraste. Nos casos em que a TC for
normal ou inclusiva, deve-se realizar a punção liqourica, procurando sinais de sangramento. Nos
casos em que haja confirmação é indicado a realização de angiografia não traumática.
Pacientes com TC normal e liquor normais tem a chamada cefaleia em trovoada, é um tipo de
cefaleia que pode ser secundaria a um aneurisma em expansão.
Cefeleia neurálgica
Grupo de alto risco, portanto investigar com exames de imagem e eventualmente punção
liquourica em cefaleias novas.
Mesmo que leve DEVEM ser investigados quanto à presença de hematomas intracranianos
(hematoma subdural crônico) ou presença de fratura de base de crânio que tenha evoluído com
fistula liqourica e consequente hipotensão intracraniana.
Cefeleia de esforço
Esta associada a um risco de 15% de achado de doença secundaria. Lembrar das malformações
da transição accipitocervical e de aneurismas intracranianos, cuja ruptura pode ocorrer durante o
esforço físico ou ato sexual. Indica-se TC de crânio sem contraste e punção liqourica.
TRATAMENTO
No DE deve-se optar por medicamentos paraenterais, pela rápida ação e presença frequente de
náuseas e vômitos. Tambem pode haver exigência de hospitalização para hidratação
endovenosa, se o paciente estiver prostado.
TRIPTANOS
Específicos para tto da dor da migranea, pois agonistas seletivos dos receptores serotoninérgicos
5-HT do sistema trigeminovascular envolvido na fisiopatogenese da doença. Eles ligam
indiscriminadamente a todos os tipos e subtipos de receptores de serotonina e também
receptores dopaminérgicos, adrenérgicos e noradrenergicos de todo o organismo, o que favorece
o aparecimento de alguns efeitos adversos.
Os efeitos adversos são leves e transitórios (vertigem, tontura, sensação de calor, fraqueza,
náuseas, vômitos, dispneia e aperto no peito).
Preferencia para Dipirona IV 1-2 g. pode usar VO se necessário. Fora do brasil não é muito
utilizada pelo risco de agranulocitose.
METOCLOPRAMIDA
Quando a migranea se manifesta com vômitos, a metoclipramida pode aliviar os sintomas, mas
também pode ser dada mesmo na ausência de êmese (devido a gastroparesia). DOSE: 10 mg
IM/IV ou VO 4mg/kg. A adm IV deve ser lenta para não desencadear reações extrapiramidais
agudas. Deve ser usada com a dipirona (com ou sem dexametasona)
AINES
São efetivos na migranea, pois reduz a inflamação neurogênica perivascualar. Pode ser usado
por VO, IM ou IV.
COETICOESTEROIDES
DEXAMETASONA 4-10 MG IV também é útil na crise intensa de migranea. Seu uso é quase
obrigatório no estado de mal migranoso.
Quando usada, dever estar associada a outros analgésicos, especialmente a dipirona e/ou
metoclopramida
ERGOTAMINICOS
Seu uso indiscriminado aumenta o risco de reações adversas, indução de cefaleia de rebote, do
abuso de analgésicos e piora dos vômitos. A dose NÃO deve exceder 10-12 mg por semana.
OPIOIDES
Potentes e uteis, não é recomendado seu uso de rotina. Devem ser utilizados quando outras
medidas falharam ou por intolerância ou contraindicação aos medicamentos.
Classicamente reverte em 5-60 min. Sintomas que persistem por mais desse tempo são
denominados aura prolongada. É recomendável não utilizar drogas com efeito vasoconstritor,
como ergotaminicos e triptanos. Alguns autores recomendam o Verapamil.
Ao mesmo tempo deve ser iniciada rapidamente medicação profilática que pode requerer
combinações de drogas e suporte psicológico e psiquiátrico pois é alta a incidência de
morbidade.
Uma das dores mais atrozes. Muitas vezes é confundida com neuralgia do trigemio, sinusite,
problema dentários, oculares e migranea. O quadro típico é uma dor intensa e unilateral, curta
duração de ataques (frequentemente noturnos) e presença de alterações autonômicas na crise,
como lacrimejamento, congestão ocular e nasal, rinorreia e eventualmente síndrome de horner
parcial, todos ipsilaterais a dor.
O2- A 100% FLUXO DE 5-7 l/MIN de preferencia com mascara. Os efeitos devem-se a acao
vasoconstritora do O2 (vasodilatação craniana é um dos mecanismos fundamentais para a dor da
cefaleia em salvas)
Podem ser tratadas com analgésicos comuns (aspirina, paracetamol, dipirona). A associação de
dexametasona com outro corticoide pode ser necessária na presença de meningites e obrigatória
na HSA, arterite temporal, hipertensão intracraniana benigna e vigência de lesões expansivas.