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AULA – CEFALEIAS – 14.07.22 – Dr.

Arlan Marques

Uma vez que se consegue diferenciar uma cefaleia 1ª de 2ª –


Cefaleia 1ª – tem um quadro gigantesco

Ver se há necessidade de tto contínuo: com neurologista

Patologias:
Muitas estruturas do SNC não são dolorosa – meninges, seios da face 0 estruturas que podem
estar comprometidas ou não  gerar cefaleia
Estruturas nervosas / não nervosas (processo expansivo craniano) – parênquima cerebral não
tem sensibilidade – córtex – porém, as meninges, periósteo são inervasos – tem captação dos
estímulos dolorosos  convertem em manifestação clíncia a cefaleia
Meningite – pode manifestar dor de cabeça 2ª a meningite
SInusopatias – infecções do seio da face
Quadro infeccioso, gripe, LES, etc  cefaleia
Quadros disfuncionais – não necessariamente é meninge, periósteo - neurotransmissores, vasos
intracranianos – etiologia da cefaleia

Origem da cefaleia – determinar se é 1ª ou 2ª


1º passo:
Determinar a história clínica da cefaleia
- Bem detalhada
- Duração - Tempo: quanto tempo ela se instalou, quanto tempo ela se manifesta, qual a
localização, tem ou não sintomas associados
Determinar se é 1ª ou 2ª
 Longa duração – há muito tempo: cefaleia 1ª
 Cefaleia se instalou naquela semana: cefaleia 2ª – pensar em comorbidades, fatores de
risco, fx etária
Cefaleia intensa – súbita – “pior da vida”– pacientes com hemorragia subaracnóidea – ruptura
de aneurisma  sangramento causa irritação nas meninges – cefaleia 2ª a hemorragia
subaracnóidea
Febre e rigidez de nuca + cefaleia  cefaleia 2ª
Apresentação é importante: quantas horas começou, quanto tempo lhe acompanha?

Cefaleia de instalação de horas, semanas  aguda


Mais de 10 dias, meses de instalação  cefaleia subaguda até 21 dias e crônica >21 dias
Longa data de evolução  cefaleia 2ª
Perda de pesa – neoplasias – metástase  cefaleia 2ª com tempo de evolução subagudo

Crônica – meses a anos de evolução – a nível de ambulatório


Características primárias – porque tem anos de evolução
Em cima disso coleto informações para caracterizá-la como 1ª
Aguda, subaguda e crônica – em relação ao tempo
Cefaleia 1ª é geralmente crônica – porque sofre há meses
Cefaleia 2ª é geralmente aguda ou subaguda – dias a semanas

CARACTERÍSTICAS DA DOR
Como é a dor de cabeça?
 Aguda e lascinante – pontada  neurítica (neuralgia do trigêmio) / nevralgia
 Vaga e constante  gradativa - massa intracraniana
 Aperto e apreensão  cefaleia tensional
 Pulsante e latejante  enxaqueca, cefaleia tensioal

LOCALIZAÇÃO DA DOR

Perda de consciência – convulsão / síncope

Cefaleia 1ª geralmente tem associação de fatores que pioram / melhoram


Cefaleia 2ª geralmente não tem associação de fatores que pioram / melhoram

EXAME FÍSICO
Alterações de pares cranianos, motricidade e sensibilidade – geralmente cefaleias 2ª e não 1ª

RED FLAGS – HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS:


Cefaleia 1ª é a própria doença
Cefaleia 2ª – faz parte de alguma doença
Exame neurológico alterado – cefaleia 2ª geralmente

Enxaqueca e cefaleia tensional – CEFALEIA 1ª


Infecção sistêmica e traumatismo craniano – CEFALEIA 2ª
Cefaleia 1ª é a própria doença
Exame físico: sem alterações, porque não tem alteração estrutural, apenas funcional (vasos e
citocinas inflamatórias).
Cefaleia tensional e enxaqueca – migrânea – com e sem aura (escotomas cintilantes)
Cefaleia em salvas
Hemicrania paroxística

MIGRÂNEA
Dor de cabeça – as vezes tem alguns sintomas gastrointestinais + sintomas autonômicos
História familiar – geralmente mãe e pai
Fx etária – 25-55 anos (20% da população já apresentou ou tem enxaqueca

ENXAQUECA
Patogênese – teoria
Cascata – inflamação da parede dos vasos  sinal da dor

PRÓDROMO

ENXAQUECA - MIGRÂNEA

Sintomas por hipofluxo


Cefaleia típica: IMPORTANTE
Unilateral e hemicrania
Pulsátil
Piora com esforço e melhora com repouso
Dor intensidade moderada a severa
Náuseas e vômitos
Acompanhada de fotofobia e fonofobia (ambas!!!)

Saber que aura é quadro prévio de enxaqueca

TTO AGUDO
 Medicações a base de antiinflamatórios – fisiopatologia – artérias meníngeas – padrão
 Ergotamínicos
 Agonistas – tto secundário aos sintomas associados
 Antinauseosos bloqueadores dopaminérgicos

TTO PREVENTIVO
 A nível de ambulatório
 Não farmacológico – modificação do comportamento de vida, estabelecimento de
padrões regulares de alimentação e sono e terapias de minimização de estresse.

Opções de terapêutica farmacológica de prevenção


Inicia-se com medicações mais simples e antidepressivos e anticonvulsivantes como 2ª
terapêutica
Não pode suspender de forma súbita; desmame deve ser gradativo
Status migranoso – medicações habituais + neuropiléticos + corticoides associados com AINES
e antieméticos

CEFALEIA TENSIONAL
Cefaleia em pressão, em aperto
 REGIÃO FRONTAL E OCCIPITAL
 Intensidade moderada e pode flutuar durante o dia
 Como se fosse faixa apertando na cabeça
 Pode as vezes essa dor occipital irradiar para região cervical e ombros

TTO – antiinflamatórios (1ª opção) + relaxantes musculares + acupuntura


TTO profilático: amitriptilina

DIFERENCIAR AS DUAS – ENXAQUECA x TENSIONAL


CEFALEIA EM SALVAS
 Dor intensa, que dura pouco
Principais: Cefaleia migrânea, tensional e em salvas

CEFALEIAS SECUNDÁRIAS

Cefaleia associada a processo expansivo intracraniano

CEFALEIA PÓS-PUNÇÃO LIQUÓRICA

HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA
 Secundária à ruptura de aneurismas ou MAV
 Início súbito e dramático: “pior dor de cabeça da vida”
 Pode ocorrer perda de consciência, com ou sem crise convulsiva.
 Às vezes, sinais de irritação meníngea ou sinais focais (anisocoria, hemiparesia) ou
hemorragia retiniana
 TC crânio!!!
 Suspeição  pedir TC de crânio
 Se TC normal – não está descartado DX de hemorragia subaracnóidea  punção
liquórica (protocolo) – se líquido vir claro, aí realmente descarta DX de hemorragia;
mas se vier vermelho, dou DX de hemorragia subaracnóidea
 Diagnóstico HSA  arteriografia

NEURALGIA DO TRIGÊMIO E DO GLOSSOFARÍNGEO


Estímulo  dor
• Não há nenhuma doença subjacente
• Neuralgia sintomática: há causa evidente
• Idade: > 60 anos
• 2 x mais prevalente em mulheres (2/10.000 casos)
• Em mulheres < 50 anos: investigar EM.
• Alterações na mielina das fibras do gânglio e da raiz do trigeminal
• 80 a 90% casos: compressão vascular da raiz do nervo
Dor lancinante – como se estivesse o furando com uma faca

 Aspectos clínicos:
 Crises de dor de curta duração (< 2min)
 Dores paroxísticas, lancinantes, em choque, pontada ou agulhada, no território V nervo
 Início e término abruptos
 Unilateral e predomina no 2º e 3º ramos
 Não há alteração de sensibilidade
 Glossofaríngeo: dores paroxísticas unilaterais em choque ou pontada atingem o ouvido,
a base posterior da língua, a fossa tonsilar e a região abaixo do ângulo da mandíbula.
Estímulo da atividade vagal (10% casos), com bradicardia e hipotensão ou até mesmo
assistolia com síncope.
 Zonas gatilhos: estimuladas por deglutição, mastigação, fala, tosse, bocejo, assoar o
nariz e esfregar a orelha ou o meato auditivo.

 Tratamento:
 Clínico: carbamazepina, fenitoína, clonazepam ou associações
 Cirúrgico: descompressão neurovascular (muito eficaz)
Mais utilizada: gabapentina
Quando não melhora – tto cirúrgico – desde cirurgia aberta – para descompressão do nervo ou
procedimentos cutâneos com eletrodo ou descompressão com balão.

Importante:
Definir 1ª e 2ª – pensar nas mais frequentes
2ª – pensar nas mais comuns – hipóteses DX

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