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FATORES DE RISCO
3. Muitas vezes, nos deparamos com pacientes com história de FATORES DE MELHORA E DE PIORA DA DOR
cefaleia de vários dias seguidos, diagnosticados por outros
colegas equivocadamente como enxaqueca.
A enxaqueca costuma piorar a intensidade da dor quando o Idosos com história de trauma recente (nas últimas 3-4
paciente se movimenta ou faz qualquer esforço físico. semanas) podem apresentar cefaleia associada a deficit
neurológico focal progressivo >>> HSC.
Cefaleia por hipertensão intracraniana >> dor de cabeça no
final da madrugada, que chega a despertar o paciente + SINAIS DE ALARME NAS CEFALEIAS
borramento visual ao abaixar a cabeça, diplopia,
Indicação formal de realização de investigação por
incoordenação e desequilíbrio.
neuroimagem (TC com ou sem contraste ou RM).
EXAME FÍSICO
FISIOPATOLOGIA
ALTERAÇÕES GENÉTICAS: enxaqueca hemiplégica familiar, Como o sistema trigêmino-vascular fica inibido, a
um tipo raro de migrânea com aura cuja manifestação não neurotransmissão dolorosa é naturalmente suprimida. A
dolorosa mais importante é a hemiparesia. mutação do gene que codifica o canal de cálcio pós-
sináptico ocorre na enxaqueca hemiplégica familiar e retira
MECANISMO a ação endógena que inibiria a dor.
AURA DE LINGUAGEM
Mais rara e pode aparecer com afasia transitória
Pelo menos 3: Pelo menos um sintoma de aura aumentada FATORES AGRAVANTES E DESENCADEANTES
gradualmente em ≥ 5 min; Dois ou mais sintomas
ocorrendo sucessivamente; Cada sintoma individual dura
entre 5-60 min; Pelo menos um sintoma é unilateral; Pelo
menos um sintoma positivo; Cefaleia começa dentro de 60
min após o início da aura.
TRATAMENTO SINTOMÁTICO (DOR < 72H) Os triptanos apresentam eficácia superior à ergotamina,
talvez por conta da maior lipossolubilidade.
1. Manter o paciente em repouso sob penumbra em
ambiente tranquilo e silencioso (leitos de observação).
EFEITOS: Vertigens, tontura.s, sensação de calor, fraqueza e
2. Administrar antiemético parenteral se vômitos ou uso
aperto no peito, náuseas, vômitos e dispneia.
prévio de medicações: dimenidrato 30mg EV+ SF 0,9%
100ml ou dimenidrato 50 mg IM.
CONTRAINDICAÇÕES: doenças coronarianas, insuficiência
3. Manter jejum, com SF 0,9% EV se houver indícios de
vascular periférica e hipertensão arterial grave, AVC
desidratação.
isquêmico. Devem ser evitados em anormalidades
4. Administrar dipirona 1 g EV associada a cetoprofeno
cardiocirculatórias ou cerebrovasculares, vasculopatias
100mg EV ou IM.
periféricas, IR ou hepática, hipertensão arterial grave,
5. Reavaliar paciente em 1 hora.
hipertireoidismo ou porfiria e durante a gestação.
6. Se não houver melhora, prescrever sumatriptano 6mg
subcutâneo, repetindo a dose, se necessário, em 2 horas.
LASMIDITAN - NOVO
TRATAMENTO SINTOMÁTICO (DOR > 72H) - ESTADO Agonista seletivo do receptor 1F de serotonina sem efeito
DE MAL ENXAQUECOSO vasoconstritor significativo, podendo ser indicado para
pacientes com contraindicação aos triptanos.
1. Prescreve-se o tratamento inicial, conforme protocolo para
dor < 72h.
2. Soro fisiológico 0,9% 500 ml aberto + dexametasona 10 mg UBROGEPANT/RIMEGEPANT - FDA
EV. São antagonista de CGRP. Processo inflamatório estéril
3. Em casos refratários: clorpromazina 0,1- 0,25 mg/kg em com liberação de peptídeos que estimulariam o sistema de
infusão venosa lenta (diluída em 250 a 500ml de soro transmissão de dor trigêmino-autonômico >>> peptídeo
fisiológico). relacionado ao gene da calcitonina (CGRP).
4. A dose pode ser repetida por até 3 vezes. Injetáveis com eficácia no alívio dos sintomas dolorosos e
5. É preciso tomar cuidado com hipotensão e efeitos dos sintomas associados, como náuseas, foto e fonofobia.
extrapiramidais induzidos pela clorpromazina.
6. Não prescrever opioide.
DEXAMETASONA
Crises com duração inferior a 72h, ela não apresenta efeito
ERGOTAMÍNICOS – DERIVADOS DO ERGOT
isoladamente, mas é capaz de reduzir a recorrência de
Egotamínicos com uso isolado (tartarato de ergotamina 1 a crises de cefaleia durante 24- 72h.
2 mg por via sublingual [SL), VO, lM, VR) ou roesilato de di-
hidroergotamina (0,5 a l rog EV, IM, intranasal [IN]) >>> Via parenteral ( dexametasona 4 a 8 mg EV /IM) >>> úteis
persistência de dor discreta ou moderada, apesar do na desintoxicação do abuso de analgésicos na enxaqueca
tratamento com os analgésicos e AINH. crônica diária (dexametasona ou prednisona VO).
Bloqueio alfa-adrenérgico que promove vasoconstrição Dor > 72h: caso o tratamento não surta efeito, a próxima
fraca e venoconstrição forte. opção são os antipsicóticos (preferência pela
clorpromazina).
Não deve exceder 10 a 12 mg/ semana pelo risco de abuso
e cefaleia-rebote.
ANTIPSICÓTICOS
Haloperidol (5 mg EV em soro fisiológico) e clorpromazina
TRIPTANOS - MELHOR
(25 mg EV cm 250 a 500 mL de soro fisiológico), podem ser
Agonistas serotoninérgicos especificas que atuam nos usados em casos refratários e quando vômito intenso,
receptores 5HT18 e 5HTm >>> crises fortes e refratárias aos devendo-se tomar cuidado com efeitos extrapiramidais e
AlNH, exceto na hemiplégica e a com aura de tronco hipotensão ortostática.
cerebral/Alto custo. Máximo 10 dias por mês.
OPIOIDES
Deve ser evitada, se possível, e reservada a situações muito anticoncepcionais quando em doses a partir de 100
especiais, quando outras medidas não forem eficazes ou mg/dia).
houver contraindicação para os medicamentos
convencionais; meperidina ( 100 mg TM ou IV), BB: não devem ser usados, ou devem ser usados com
tramadol( (50 a 100 mg EV, IM, VO), cloridrato de morfina cautela, em pacientes com história de asma ou DPOC,
(10 mg EV ou VO), oxicodona (10-20 mg VO), codeína (30 a bradiarritmias, hipotensão arterial e depressão. OUTROS:
60 mg VO) e o dextropropoxeno + AAS. IECA - lisinopril, e BRA – candesartana/ BCC - verapamil e a
flunarizina (ganho de peso, sonolência e, em pacientes
TRATAMENTO PROFILÁTICO maiores de 65 anos, parkinsonismo medicamentoso).
MIGRÂNEA MENSTRUAL
Segunda doença mais prevalente na população mundial, Originada de estruturas ósseas e partes moles do pescoço.
perdendo apenas para o transtorno de ansiedade >>> 86% O núcleo trigeminocervical na medula cervical alta, em que
entre 12-41 anos de idade, sendo mais comum em fibras sensitivas descendentes do trigêmeo (V NC)
mulheres (88%) do que em homens (69%). interagem com fibras das primeiras raízes cervicais, está
Episódica: perda de 9 dias de trabalho e redução de 5 dias envolvido na transmissão central dessa dor.
de efetividade
Crônica: perda de 27 dias de trabalho e redução de 20 dias Origem da dor: articulação zigoapofisária C2-C3 (70%),
de efetividade. Pequena relação com fatores emocionais; o principalmente em vítimas de trauma. Segundo: articulação
doente geralmente acorda com dor ou esta surge após o atlanto-axial.
despertar
Clinicamente: dor occipital unilateral de intensidade
EP IS ÓDICA IN FREQUENT E: < 1 DIA/MÊS (63,5 % DOS C ASO S);
variável, que piora com o movimento da cabeça e pode se
EP IS ÓDICA FREQUENT E: 1-14 DIAS /MÊS (21 ,6% DO S CAS OS ); espalhar para a região frontal ipsilateral.
CRÔNICA: ≥ 15 DIAS/ MÊS (0,9 % DO S CASOS ).
Diagnóstico: bloqueio anestésico da região occipital,
demonstrando melhora do quadro doloroso.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
TRATAMENTO SINTOMÁTICO
Caráter opressivo, não pulsátil, associa-se a um quadro de
Analgésicos simples ou AINEs. Os relaxantes musculares
sensibilidade dolorosa pericraniana da cabeça, pescoço e
não apresentam evidência de eficácia.
ombros. A localização da dor é mais frequentemente
Paracetamol 750-1.000 mg até 6/6 h
posterior, sendo menos comum na região frontal ou
Dipirona 500-1.000 mg até 6/6 h
temporal.
Ibuprofeno 400-800 mg até 6/6 h
Diclofenaco 50 mg até 8/8 h
Cetoprofeno 50 mg até 6/6 h
Naproxeno sódico 500 mg dose inicial (250 mg até 6/6h)
TRATAMENTO PROFILÁTICO
4 vezes mais comum em homens: 20-50 anos de idade. Dor Sumatriptano subcutâneo - 6 mg - eficácia de 75% no
intensa, que se repetem várias vezes durante um curto tratamento da crise de cefaleia em salvas. Ou octreotide
espaço de tempo (6-12 semanas) >>> periodicidade é em endovenoso (52% de eficácia).
80-90% dos casos, com pausas de até um ano. NÃO >>> analgésicos e opioides.
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
Pode ser episódica e tornar-se crônica ou ser crônica desde
TRATAMENTO PROFILÁTICO
o início. Bebidas alcoólicas e substâncias voláteis são
consideradas desencadeantes das crises. 1º linha: Verapamil (BCC) >>> 3 doses diárias, com
aumentos de 1/3 da dose a cada 10-14 dias, sempre após a
OU CEFALEIA HISTAMÍNICA (HORTON): sintomas realização de um ECG para avaliar bradicardia ou (BAV).
autonômicos induzidos por hiperatividade parassimpática e Efeito pós 2 semanas com 85% de resolução.
comprometimento simpático durante as crises de dor >>>
rinorreia ou hiperemia conjuntival. Corticoides >>> prednisona e a dexametasona. 60-100
mg/dia 5 dias e o desmame é realizado com redução de 10
SÍNDROME DE HORNER (lesões do sistema nervoso mg ao dia.
simpático) >>> miose, semiptose palpebral e anidrose
ipsilaterais à dor. Galcanezumab >>> anticorpo monoclonal anti-CGRP: salvas
que duram mais do que um mês e que apresentaram falha
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS com as medicações de primeira linha.
TRATAMENTO SINTOMÁTICO
OXIGENIOTERAPIA
Mais usado para o alívio das crises de cefaleia em salvas >>>
concentração de 100% >>> máscara sem recirculação, com
reservatório (aquele saquinho que fica pendurado na
máscara) e oxigênio a 10-12 litros/minuto durante 20
minutos. Eficácia de 78%. Cefaleias trigêmino-autonômicas (manifestações
parassimpáticas) >>> hemicrania paroxística (mulheres), a
hemicrania contínua e a SUNCT (Short lasting, Unilateral, 30%), neurocirurgia (9-12%) e evento estressante (9-12%).
Neuralgiform headache, associated to Conjuntival injection Descrita após a infecção por SARS-CoV-2 (COVID-19).
and Tearing) ou cefaleia unilateral curta.
1,5h a 24h, intensidade moderada e, em alguns casos,
grave, bilateral em 64-86%, de caráter pulsátil ou em
pressão. Náuseas, foto e fonofobia são comuns.
Possibilidade: curso autolimitado ou refratário.
A dor surgirá no momento em que a pressão intracraniana Local mais comum de trombose venosa: seio cavernoso >>
se elevar fisiologicamente, como durante uma manobra de dor orbital, quemose (edema de órbita e conjuntiva),
Valsalva ou durante as últimas horas de sono, em que a proptose (insinuação do globo ocular para fora da órbita) e
hipoventilação causa acúmulo de gás carbônico e paralisia oculomotora.
consequente vasodilatação cerebral.
IMAGEM: Corte sagital de TC de crânio (esquerda), O EXAME DE LÍQUOR REVELARÁ AUMENTO DA PRESSÃO
revelando transformação hemorrágica, e de angioTC DE ABERTURA, QUE REFLETE A PRESSÃO INTRACRANIANA.
( direita) - falha de enchimento pelo contraste do seio O RESTANTE DOS PARÂMETROS AVALIADOS ESTARÁ
sagital superior. NORMAL.
TRATAMENTO: anticoagulação. Na urgência, usa-se HNF ou TRATAMENTO: perda de peso associada a medicamentos
HBP. A presença de infarto venoso com transformação que diminuam a produção de líquor, como a acetazolamida,
hemorrágica, hemorragia subaracnoidea ou hemorragia o topiramato e a furosemida.
intraparenquimatosa decorrentes de trombose venosa não
contraindicam a anticoagulação. A acetazolamida é um diurético inibidor da anidrase
carbônica, considerada a droga de escolha para o
MANUTENÇÃO: warfarina ou dabigatran por 3 a 6 meses se tratamento do pseudotumor cerebral.
o fator de risco for transitório (por exemplo, puerpério).
ator de risco desconhecido >>> 6-12 meses. Trombose CIRURGIAS: fenestração da bainha do nervo óptico e a DVP.
recorrente ou trombofilia: tempo tratamento indefinido. No primeiro caso alivia apenas a pressão sobre o II NC,
poupando o paciente de uma eventual perda visual. O alívio
PSEUDOTUMOR CEREBRAL da pressão intracraniana será atingido com a DVP
Ou hipertensão intracraniana idiopática: mulheres em idade
fértil (dos 15-44 anos) e acima do peso (94% dos casos são
de obesas).