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INTRODUÇÃO 4.

Quadro de dor progressiva >>> processo expansivo, como


tumor, abscesso ou hidrocefalia
 Dor localizada acima de linha que passa pelas órbitas,
meato acústico externo e a transição occipito-cervical.  A intensidade da dor nem sempre se relaciona com o fato
Abaixo >>> dores faciais/cervicalgia. de ser uma cefaleia secundária.

 DOR: comprometimento de estruturas intra ou  Cefaleia súbita (trovoada ou “thunderclap headache”) -


extracranianas com inervação dolorosa, como artérias da inédita ou a pior da vida >>> cogitar o diagnóstico de
base, vasos meníngeos, seios venosos, tenda do cerebelo, hemorragia subaracnóidea.
diafragma da sela, nervos cranianos (V, VII, IX e X), partes
moles da cabeça e o próprio crânio. FATORES DESENCADEANTE

 Privação de sono ou sono prolongado podem ser


 Afeta mais de 90% da população quando observada desencadeantes de crises de enxaqueca.
durante um ano >>> + mulheres.  Doenças do sono, como apneia obstrutiva do sono, estão
associadas à cefaleia em salvas >>> acorda durante a noite
CLASSIFICAÇÃO com dor de cabeça.
 Cefaleia hípnica >>> afeta indivíduos por volta dos 50 anos
de idade, despertando-os no meio da madrugada pela dor.
Sem dor de cabeça durante o dia.
 Outros: alimentos, como chocolate, café, queijos e
embutidos, bem como determinadas bebidas alcoólicas

 Cefaleia primária é uma condição em que a dor de cabeça é FENÔMENOS ACOMPANHANTES


a própria doença: dor obrigatória >>> terapêutica
sintomática.  Náuseas, vômitos, foto, osmo e fonofobia (aversão à luz, a
alguns aromas e ao barulho, respectivamente).
 Cefaleia secundária, por sua vez, é um sintoma de outra
doença que poderia muito bem existir sem a presença de
dor de cabeça >>> investigar melhor.  A aura pode ser visual, sensitiva, de linguagem e até com
deficit motor (hemiparesia) >>> sintomas neurológicos não
dolorosos.

 Glaucoma >>> dor de cabeça pode vir acompanhada de


alterações visuais ou presença de halos ao redor da luz.

 Em pacientes com perda de visão súbita, unilateral e grave,


devemos considerar o diagnóstico de neurite óptica.

FATORES DE RISCO

 Início da dor após os 50 anos de idade. ATENÇÃO PARA


CAUSAS: arterite de células gigantes (arterite temporal), n
do trigêmeo, HSC, herpeszóster ou neuralgia pós-herpética,
ANAMNESE tumores cerebrais, quadros benignos >> cefaleias hípnica e
primária da tosse.
DOR
 Associação de anticoncepcional com tabagismo >>> TVP
1. Pacientes com dor sempre do mesmo lado da cabeça
deverão ser investigados para malformação arteriovenosa  Uso de anticoagulantes >> plaquetopenia, uso de
(MAV), aneurisma ou tumor cerebral. anticoagulantes ou portadores de hemofilia.
 Imunossupressão (HIV, LES) e câncer
2. A dor da migrânea (enxaqueca) dura entre 4 e 72h. Na
cefaleia tipo tensão, a duração pode chegar a 7 dias. Na  Uso diário de analgésicos >>> cefaleia crônica quando
cefaleia em salvas, cada crise de dor pode prolongar-se por no ocorre em pelo menos 15 dias ao mês, durante pelo menos
máximo 180 minutos. 3 meses seguidos, ou em mais de 180 dias no último ano.

3. Muitas vezes, nos deparamos com pacientes com história de FATORES DE MELHORA E DE PIORA DA DOR
cefaleia de vários dias seguidos, diagnosticados por outros
colegas equivocadamente como enxaqueca.
 A enxaqueca costuma piorar a intensidade da dor quando o  Idosos com história de trauma recente (nas últimas 3-4
paciente se movimenta ou faz qualquer esforço físico. semanas) podem apresentar cefaleia associada a deficit
neurológico focal progressivo >>> HSC.
 Cefaleia por hipertensão intracraniana >> dor de cabeça no
final da madrugada, que chega a despertar o paciente + SINAIS DE ALARME NAS CEFALEIAS
borramento visual ao abaixar a cabeça, diplopia,
 Indicação formal de realização de investigação por
incoordenação e desequilíbrio.
neuroimagem (TC com ou sem contraste ou RM).

 Terço final do período de sono >>> retenção de gás


carbônico, cujo efeito é vasodilatador.
 Com a retenção de CO2 , ocorre vasodilatação
cerebral e mais sangue irá para o encéfalo,
consequentemente, ocorrerá aumento da PIC

 Cefaleia por hipotensão intracraniana >> após punção


lombar para coleta de líquor ou raquianestesia. Piora com a
posição sentada e em pé e alivia com decúbito dorsal.

EXAME FÍSICO

 PONTOS IMPORTANTES: PA e FC/ Pesquisa de sopros:


olhos, pescoço, cabeça (sugestivos de malformações
arteriovenosas-MAV)/ Palpação da cabeça, pescoço e
ombros/ Palpação das artérias temporais e cervicais/ Exame
da coluna e musculatura cervical/ Exame neurológico.

 + CEFALEIA PRIMÁRIA: dor à palpação muscular na


tensional/ Alodinia (dor ao estímulo tátil) e hiperalgesia
(dor muito intensa desencadeada ao estímulo doloroso
fraco) na enxaqueca/ Alterações autonômicas unilaterais
>>> rinorreia, miose, lacrimejamento e rubor facial nas  HSA: causa mais grave de uma cefaleia de início recente,
cefaleias trigêmino-autonômicas, como as em salvas. inédita, muitas vezes súbita ou a pior da vida. Se TC sem
contraste normal, fazer punção lombar para avaliar líquor
 Procurar por sinais de comprometimento de nervos corretamente, pois a punção pode ocasionar hemorragia.
cranianos envolvidos com a motricidade ocular, VI e o IV
NC. FUNDOSCOPIA: ENXAQUECA (MIGRÂNEA)

 Segunda causa mais comum de cefaleia primária, afetando


12% da população (17% das mulheres e 6% dos homens):
clássica (com aura – 25%) e comum (sem aura).

 4 FASES: Pródromo/Aura/Cefaleia (única


obrigatória)/Pósdromo (recuperação).

FISIOPATOLOGIA

 AURA - depressão alastrante de Leão >>> ocorreria uma


 Feocromocitoma: crises de cefaleia associadas à sudorese, onda de despolarização cortical, que se propagaria pelo
taquicardia e hipertensão arterial. córtex cerebral, levando a manifestações neurológicas
transitórias não dolorosas.
 Dissecção de carótida interna ou de artéria vertebral:
cefaleia, síndrome de Horner, miose, semiptose e anidrose  DOR - devido processo inflamatório estéril (não infeccioso)
ipsilaterais, em decorrência de uma lesão da via simpática, gerando liberação de neuropeptídeos, como o relacionado
que passa pelo tronco encefálico e por dentro da adventícia ao gene da calcitonina (CGRP), e estimulando o sistema
da carótida. trigêmino-vascular. O nervo trigêmeo é o responsável pela
transmissão de impulsos dolorosos da cabeça (interna e
externamente).
 Na região do mesencéfalo tem substância cinzenta
 CRONICAMENTE >>> neurônios do sistema trigêmino- periaquedutal. Seus neurônios liberam GABA, um
vascular cada vez mais responsivos a estímulos >>> neurotransmissor inibitório. Seu efeito sobre o neurônio
processo de sensibilização >>> justifica a alodinia (dor ao pós-sináptico trigêmino-vascular aumenta o influxo de
estímulo tátil) e hiperalgesia (dor intensa ao estímulo cálcio intracelular, deixando-o refratário. Assim, o potencial
doloroso mínimo) + cronificação da dor. de ação não ocorre.

 ALTERAÇÕES GENÉTICAS: enxaqueca hemiplégica familiar,  Como o sistema trigêmino-vascular fica inibido, a
um tipo raro de migrânea com aura cuja manifestação não neurotransmissão dolorosa é naturalmente suprimida. A
dolorosa mais importante é a hemiparesia. mutação do gene que codifica o canal de cálcio pós-
sináptico ocorre na enxaqueca hemiplégica familiar e retira
MECANISMO a ação endógena que inibiria a dor.

 Transmissão da dor >>> ação do glutamato. Na PRÓDROMO E AURA DE ENXAQUECA


neurotransmissão glutamatérgica, o excesso na fenda
sináptica é capturado pelos astrócitos por meio de uma  PRÓDOMOS (24h-48h): Bocejo; Euforia; Depressão;
bomba que troca glutamato e Na+ com K+ (Na/K ATPase Irritabilidade; Fissura alimentar; Constipação; Rigidez
astrocitária). cervical.
 AURA: 25%. Antes, durante ou após a crise de dor.
 Disfunções na bomba favorecem o acúmulo de glutamato,
que age por mais tempo no neurônio pós-sináptico,
excitando-o e aumentando a neurotransmissão dolorosa.

 Quando o glutamato despolariza o neurônio pós-sináptico


via receptores NMDA, abrem-se canais de troca de H+ com
Ca2+, que internalizam H+ para o neurônio e produzem
uma alcalose do meio extracelular.

 A alcalose amplifica a neurotransmissão glutamatérgica e


aumentaria a transmissão do impulso doloroso. Para
diminuir os efeitos da alcalose extracelular, o próprio
glutamato também despolariza o astrócito, com abertura  Os sintomas de aura duram entre 5-60 minutos, iniciando
de canais iônicos NBCe1, que trocam Na+ e HCO3- por H +. de forma gradual e atingindo o pico de intensidade em pelo
menos cinco minutos. Evento cerebrov (súbito) e epiléptica
 O canal astrocitário libera H+ no meio extracelular, não convulsiva (não motora), dura menos de 5 minutos.
acidificando-o, o que torna menos expressiva a
neurotransmissão glutamatérgica por vias dolorosas. AURA VISUAL
 Tipo mais comum de aura com origem no lobo occipital.
 A mutação dos canais NBCe1 astrocitários causa aumento
do pH (alcalose) na fenda sináptica por falha na capacidade
de acidificação do meio extracelular, levando a uma  Positivas >>> pontos ou manchas brilhantes no campo
hiperexcitabilidade da via dolorosa. visual (fosfenas e escotomas cintilantes) e linhas em zigue-
zague ou figuras geométricas (espectros de fortificação).
 Negativas >>> escotomas que podem envolver um único
TRANSMISSÃO
quadrante ou todo um hemicampo.
 Pelo trato espinotalâmico, o primeiro neurônio da via está
no gânglio da raiz dorsal. Por meio dela, ocorre influxo de  As imagens vão progredindo e assumem um formato de
sódio em canais de Na+ dependentes de voltagem e gera letra C na periferia do campo visual.
uma despolarização neuronal.
 Aura retiniana >>> imensamente mais rara, unilateral e que,
 Enxaqueca hemiplégica >>> hiperfosforilação do canal de em 40% dos casos, pode se associar a uma perda visual
Na+ dependente de voltagem, levando a uma diminuição irreversível.
de sua latência para despolarizar-se no gânglio da raiz
dorsal (primeiro neurônio sensitivo - pré-sináptico). Isso
acaba aumentando a capacidade de neurotransmissão AURA SENSITIVA – PODE SER ISOLADA
dolorosa.
 É comum e ocorre minutos após o surgimento da aura
visual. Ela geralmente começa por um formigamento em
um membro e de um lado da face. A sensação migra para
outro lado. Após isso fica uma dormência que pode
acometer a mucosa oral e a língua.

AURA DE LINGUAGEM
 Mais rara e pode aparecer com afasia transitória

AURA MOTORA - RARA


 Fraqueza dos membros e da face em um hemicorpo, com os
sintomas aparecendo em apenas uma parte ou
ENXAQUECA MENSTRUAL
sequencialmente, mas não simultaneamente.
 Ela ocorre na enxaqueca hemiplégica. Durando até 72h.  Relação temporal com o ciclo menstrual: 2-3 após início.
 Ocorre em 70% das mulheres com enxaqueca. Migrânea
ENXAQUECA COM AURA DE TRONCO ENCEFÁLICO menstrual pura em 7-21% e migrânea relacionada à
menstruação em 35-56%.
 Enxaqueca basilar >>> duração entre 2 minutos e 72h,
 A paciente precisa apresentar crises de enxaqueca em pelo
episódios de até 30 minutos de perda da consciência.
menos 2/3 dos ciclos afetados.
 As crises costumam ser mais intensas, mais prolongadas e
 Vertigem (61%); Diartria (53%); Zumbido (45%); Diplopia
menos responsivas ao tratamento.
(45%); Sintomas visuais bilaterais (40%); Parestesias
 Existe menor associação com a aura de enxaqueca.
bilaterais (24%); Rebaixamento do nível de consciência
(24%); Hipoacusia (21%).
COMPLICAÇÕES

DIAGNÓSTICO  Estado de mal enxaquecoso (status migranoso) >>> dura


mais de 72h (raro).
 Pelo menos dois episódios de aura com sintomas de
 Infarto enxaquecoso >>> paciente apresenta uma crise de
natureza visual, sensitiva, de fala ou linguagem, motora, de
migrânea com aura com duração superior a 1 hora e há
tronco ou retininana.
evidência de infarto nos exames de neuroimagem.

 Pelo menos 3: Pelo menos um sintoma de aura aumentada FATORES AGRAVANTES E DESENCADEANTES
gradualmente em ≥ 5 min; Dois ou mais sintomas
ocorrendo sucessivamente; Cada sintoma individual dura
entre 5-60 min; Pelo menos um sintoma é unilateral; Pelo
menos um sintoma positivo; Cefaleia começa dentro de 60
min após o início da aura.

CARACTERÍSTICAS DA DOR NA MIGRÂNEA

 Arura sem a ocorrência de dor >>> equivalente migranoso


ou migrânea acefalálgica.
 Diagnóstico de enxaqueca em Pediatria >>> duração da
crise pode ser a partir de 2 horas.
 Crises recorrentes >>> 4 e 72h. Localização mais comum é
unilateral, mas pode ser holocraniana. Dor como pulsátil, TRATAMENTO SINTOMÁTICO
latejante ou em pontadas, que causa incapacitação e piora
com a movimentação.  A cefaleia crônica diária por uso excessivo de analgésicos é
uma situação extremamente desagradável >>> conversar.
 OUTROS SINTOMAS: náuseas e vômitos >>> processo de
gastroparesia que acompanha a dor, inclusive diminuindo a  Casos leves >>> analgésicos e anti-inflamatórios não
capacidade absorção de medicamentos sintomáticos. esteroidais (AINEs).
 FOTO E FONOFOBIA: ambiente escuro e silencioso.
 OSMOFOBIA: aversão a determinadas fragrâncias  Dor intensa >>>> triptanos, medicações desenvolvidas
 ALONDINIA E HIPERALGESIA: couro cabeludo especificamente para o tratamento da migrânea, com
 PÓSDROMO: dor que aparece após movimento súbito da efeitos colaterais importantes. Ou ergotamínicos em
cabeça, sensação de exaustão e, em alguns casos, euforia. associação.

 Em pacientes com quadro de náuseas e vômitos, o


esvaziamento gástrico encontrar-se-á comprometido e, por
esse motivo, a via oral não deverá ser escolhida >>> via  Sumatriptano (6 a 12 mg/dia por via subcutânea (SC) ou SO
nasal, subcutânea e sublingual. a 200 mg/dia VO ou spray nasal 20 a 40 mgldia),
zolmitriptana (2,5 a 5 mg/ dia VO, supralingual e spray
 Sumatriptano - antagonista de serotonina, para o nasal), naratriptana (2,5 a 5 mg/dia VO), rizatriptana (5 a 10
tratamento SINTOMÁTICO da migrânea. Seus efeitos mg/dia VO e supralingual), eletriptana (40 a 80 mg/dia VO),
colaterais incluem rubor, opressão torácica e parestesias. almotriptana e frovatriptana.

TRATAMENTO SINTOMÁTICO (DOR < 72H)  Os triptanos apresentam eficácia superior à ergotamina,
talvez por conta da maior lipossolubilidade.
1. Manter o paciente em repouso sob penumbra em
ambiente tranquilo e silencioso (leitos de observação).
 EFEITOS: Vertigens, tontura.s, sensação de calor, fraqueza e
2. Administrar antiemético parenteral se vômitos ou uso
aperto no peito, náuseas, vômitos e dispneia.
prévio de medicações: dimenidrato 30mg EV+ SF 0,9%
100ml ou dimenidrato 50 mg IM.
 CONTRAINDICAÇÕES: doenças coronarianas, insuficiência
3. Manter jejum, com SF 0,9% EV se houver indícios de
vascular periférica e hipertensão arterial grave, AVC
desidratação.
isquêmico. Devem ser evitados em anormalidades
4. Administrar dipirona 1 g EV associada a cetoprofeno
cardiocirculatórias ou cerebrovasculares, vasculopatias
100mg EV ou IM.
periféricas, IR ou hepática, hipertensão arterial grave,
5. Reavaliar paciente em 1 hora.
hipertireoidismo ou porfiria e durante a gestação.
6. Se não houver melhora, prescrever sumatriptano 6mg
subcutâneo, repetindo a dose, se necessário, em 2 horas.
LASMIDITAN - NOVO

TRATAMENTO SINTOMÁTICO (DOR > 72H) - ESTADO  Agonista seletivo do receptor 1F de serotonina sem efeito
DE MAL ENXAQUECOSO vasoconstritor significativo, podendo ser indicado para
pacientes com contraindicação aos triptanos.
1. Prescreve-se o tratamento inicial, conforme protocolo para
dor < 72h.
2. Soro fisiológico 0,9% 500 ml aberto + dexametasona 10 mg UBROGEPANT/RIMEGEPANT - FDA
EV.  São antagonista de CGRP. Processo inflamatório estéril
3. Em casos refratários: clorpromazina 0,1- 0,25 mg/kg em com liberação de peptídeos que estimulariam o sistema de
infusão venosa lenta (diluída em 250 a 500ml de soro transmissão de dor trigêmino-autonômico >>> peptídeo
fisiológico). relacionado ao gene da calcitonina (CGRP).
4. A dose pode ser repetida por até 3 vezes.  Injetáveis com eficácia no alívio dos sintomas dolorosos e
5. É preciso tomar cuidado com hipotensão e efeitos dos sintomas associados, como náuseas, foto e fonofobia.
extrapiramidais induzidos pela clorpromazina.
6. Não prescrever opioide.
DEXAMETASONA
 Crises com duração inferior a 72h, ela não apresenta efeito
ERGOTAMÍNICOS – DERIVADOS DO ERGOT
isoladamente, mas é capaz de reduzir a recorrência de
 Egotamínicos com uso isolado (tartarato de ergotamina 1 a crises de cefaleia durante 24- 72h.
2 mg por via sublingual [SL), VO, lM, VR) ou roesilato de di-
hidroergotamina (0,5 a l rog EV, IM, intranasal [IN]) >>>  Via parenteral ( dexametasona 4 a 8 mg EV /IM) >>> úteis
persistência de dor discreta ou moderada, apesar do na desintoxicação do abuso de analgésicos na enxaqueca
tratamento com os analgésicos e AINH. crônica diária (dexametasona ou prednisona VO).

 Bloqueio alfa-adrenérgico que promove vasoconstrição  Dor > 72h: caso o tratamento não surta efeito, a próxima
fraca e venoconstrição forte. opção são os antipsicóticos (preferência pela
clorpromazina).
 Não deve exceder 10 a 12 mg/ semana pelo risco de abuso
e cefaleia-rebote.
ANTIPSICÓTICOS
 Haloperidol (5 mg EV em soro fisiológico) e clorpromazina
TRIPTANOS - MELHOR
(25 mg EV cm 250 a 500 mL de soro fisiológico), podem ser
 Agonistas serotoninérgicos especificas que atuam nos usados em casos refratários e quando vômito intenso,
receptores 5HT18 e 5HTm >>> crises fortes e refratárias aos devendo-se tomar cuidado com efeitos extrapiramidais e
AlNH, exceto na hemiplégica e a com aura de tronco hipotensão ortostática.
cerebral/Alto custo. Máximo 10 dias por mês.
OPIOIDES
 Deve ser evitada, se possível, e reservada a situações muito anticoncepcionais quando em doses a partir de 100
especiais, quando outras medidas não forem eficazes ou mg/dia).
houver contraindicação para os medicamentos
convencionais; meperidina ( 100 mg TM ou IV),  BB: não devem ser usados, ou devem ser usados com
tramadol( (50 a 100 mg EV, IM, VO), cloridrato de morfina cautela, em pacientes com história de asma ou DPOC,
(10 mg EV ou VO), oxicodona (10-20 mg VO), codeína (30 a bradiarritmias, hipotensão arterial e depressão. OUTROS:
60 mg VO) e o dextropropoxeno + AAS. IECA - lisinopril, e BRA – candesartana/ BCC - verapamil e a
flunarizina (ganho de peso, sonolência e, em pacientes
TRATAMENTO PROFILÁTICO maiores de 65 anos, parkinsonismo medicamentoso).

 Diminuir a frequência, a intensidade e a duração das crises


 ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (AMITRIPTILINA E A
de dor + melhorar a resposta ao tratamento sintomático.
NORTRIPTILINA): podem causar sedação, boca seca,
obstipação, taquicardia, palpitação, hipotensão ortostática,
 Melhora funcional e redução da incapacidade, evitar a
ganho de peso, visão turva e retenção urinária. Venlafaxina
progressão ou transformação de quadros episódicos em
>>> causa hipertensão, insônia e ganho de peso.
crônicos e reduzir o risco de lesões neurológicas ou
sequelas.
 TOPIRAMATO: parestesias, fadiga, anorexia, diarreia, perda
de peso (em 9-12% dos casos), amnésia, afasia, dificuldade
1. Crises com impacto significativo na qualidade de vida
de concentração, náuseas, litíase renal e disgeusia.
apesar do uso adequado de medicamentos analgésicos e
mudanças no estilo de vida.
 VALPROATO: eficácia inferior em relação ao topiramato.
2. Número mensal de crises exigindo uso frequente de
Causa náuseas, sonolência, tremor, tonturas, ganho de
analgésicos.
peso, perda de cabelo, epigastralgia. Não deve ser usado
3. Frequência de crises maior do que três vezes ao mês,
por gestantes e nem em mulheres em idade fértil pelo risco
sem melhora adequada com sintomáticos.
elevado de teratogenicidade (10%).
4. Mais de 8 dias por mês com cefaleia, mesmo que os
sintomáticos tenham eficácia (risco de uso excessivo).
5. Crises infrequentes, porém limitantes (> 12h, enxaqueca ANTAGONISTAS DO CGRP
hemiplégica).  Não são os mesmos medicamentos utilizados no
6. Dor esporádica, mas com contraindicação/intolerância ao tratamento sintomático agudo.
uso de sintomáticos específicos  Erenumab, o fremanezumab e galcanezumab >>> via
subcutânea em doses mensais e evitar em gestantes.
• Beta-bloqueadores: metoprolol, propranolol ou timolol
• Antidepressivos: amitriptilina ou venlafaxina;
• Anticonvulsivantes: valproato ou topiramato; TOXINA BOTULÍNICA A
• Antagonistas do CGRP: erenumab, fremanezumab e
galcanezumab.  Enxaqueca crônica, apenas >>> pacientes com menos de 15
crises por mês, classificados como portadores de enxaqueca
episódica, a toxina botulínica A não é recomendada.

MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS


 Estimulação transcutânea do nervo supraorbital,
apresentaram algum grau de eficácia, ao contrário de
acupuntura e fechamento do forame oval patente.
 O tratamento cirúrgico com remoção de músculos em áreas
de gatilho da dor ainda carece de evidências para ser
recomendado.
 Efeito inicial do tratamento profilático é observado após 4
semanas, melhorando ao longo de 3-6 meses. A dose no MIGRÂNEA CRÔNICA
valor mais baixo possível, aumentando gradualmente até  Propranolol
que o efeito terapêutico seja atingido, a dose máxima seja
 Amitriptilina
alcançada ou apresente efeitos colaterais indesejáveis.
 Topiramato
 Valproato (apenas para homens ou para mulheres fora em
 Evitar valproato em mulheres em idade fértil, pelo risco de
idade fértil).
10% de malformações fetais maiores, bem como o de
 A toxina botulínica A e os antagonistas do CGRP são, por
topiramato na gravidez (pode impedir o efeito dos
enquanto, considerados drogas de segunda linha.
 Verapamil, outros beta-bloqueadores, riboflavina,
candesartana e nortriptilina são classificados como de
eficácia incerta.

MIGRÂNEA MENSTRUAL

 Miniprofilaxia >>> utiliza um medicamento sintomático por


um período mensal determinado, próximo ao ciclo
menstrual e por um número determinado de ciclos >>>
naproxeno, o magnésio e o naratriptano.
 + eficaz: anticoncepcional oral combinado em ciclo
estendido ou com suplementação de estrógeno menstrual
por meio de patch ou gel, desde que não haja
contraindicações.
 Evitar estrogênio em pct com aura.

CEFALEIA TIPO TENSÃO CEFALEIA CERVICOGÊNICA

 Segunda doença mais prevalente na população mundial,  Originada de estruturas ósseas e partes moles do pescoço.
perdendo apenas para o transtorno de ansiedade >>> 86%  O núcleo trigeminocervical na medula cervical alta, em que
entre 12-41 anos de idade, sendo mais comum em fibras sensitivas descendentes do trigêmeo (V NC)
mulheres (88%) do que em homens (69%). interagem com fibras das primeiras raízes cervicais, está
 Episódica: perda de 9 dias de trabalho e redução de 5 dias envolvido na transmissão central dessa dor.
de efetividade
 Crônica: perda de 27 dias de trabalho e redução de 20 dias  Origem da dor: articulação zigoapofisária C2-C3 (70%),
de efetividade. Pequena relação com fatores emocionais; o principalmente em vítimas de trauma. Segundo: articulação
doente geralmente acorda com dor ou esta surge após o atlanto-axial.
despertar
 Clinicamente: dor occipital unilateral de intensidade
EP IS ÓDICA IN FREQUENT E: < 1 DIA/MÊS (63,5 % DOS C ASO S);
variável, que piora com o movimento da cabeça e pode se
EP IS ÓDICA FREQUENT E: 1-14 DIAS /MÊS (21 ,6% DO S CAS OS ); espalhar para a região frontal ipsilateral.
CRÔNICA: ≥ 15 DIAS/ MÊS (0,9 % DO S CASOS ).
 Diagnóstico: bloqueio anestésico da região occipital,
demonstrando melhora do quadro doloroso.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
TRATAMENTO SINTOMÁTICO
 Caráter opressivo, não pulsátil, associa-se a um quadro de
 Analgésicos simples ou AINEs. Os relaxantes musculares
sensibilidade dolorosa pericraniana da cabeça, pescoço e
não apresentam evidência de eficácia.
ombros. A localização da dor é mais frequentemente
 Paracetamol 750-1.000 mg até 6/6 h
posterior, sendo menos comum na região frontal ou
 Dipirona 500-1.000 mg até 6/6 h
temporal.
 Ibuprofeno 400-800 mg até 6/6 h
 Diclofenaco 50 mg até 8/8 h
 Cetoprofeno 50 mg até 6/6 h
 Naproxeno sódico 500 mg dose inicial (250 mg até 6/6h)

TRATAMENTO PROFILÁTICO

 Amitriptilina >>> dose baixa, aumentada lentamente,


obtendo-se efeito máximo em cerca de 6 semanas. Usa por
três meses após a melhora.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL  OUTROS: nortriptilina, mirtazapina e venlafaxina
 A dor da cefaleia tipo tensão é não pulsátil em mais de 80% apresentam menos evidências para uso. Inibidores seletivos
dos casos. de recaptação de serotonina: ineficazes.
 Anticonvulsivantes: gabapentina e o topiramato.
 Ciclobenzaprina: muito prescrito para pacientes com
cefaleia do tipo tensão, não possui evidência de eficácia.
CEFALEIA EM SALVAS - CLUSTER HEADACHE 0,1% FARMACO/Ñ FARMACO

 4 vezes mais comum em homens: 20-50 anos de idade. Dor  Sumatriptano subcutâneo - 6 mg - eficácia de 75% no
intensa, que se repetem várias vezes durante um curto tratamento da crise de cefaleia em salvas. Ou octreotide
espaço de tempo (6-12 semanas) >>> periodicidade é em endovenoso (52% de eficácia).
80-90% dos casos, com pausas de até um ano.  NÃO >>> analgésicos e opioides.
 Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
 Pode ser episódica e tornar-se crônica ou ser crônica desde
TRATAMENTO PROFILÁTICO
o início. Bebidas alcoólicas e substâncias voláteis são
consideradas desencadeantes das crises.  1º linha: Verapamil (BCC) >>> 3 doses diárias, com
aumentos de 1/3 da dose a cada 10-14 dias, sempre após a
 OU CEFALEIA HISTAMÍNICA (HORTON): sintomas realização de um ECG para avaliar bradicardia ou (BAV).
autonômicos induzidos por hiperatividade parassimpática e Efeito pós 2 semanas com 85% de resolução.
comprometimento simpático durante as crises de dor >>>
rinorreia ou hiperemia conjuntival.  Corticoides >>> prednisona e a dexametasona. 60-100
mg/dia 5 dias e o desmame é realizado com redução de 10
 SÍNDROME DE HORNER (lesões do sistema nervoso mg ao dia.
simpático) >>> miose, semiptose palpebral e anidrose
ipsilaterais à dor.  Galcanezumab >>> anticorpo monoclonal anti-CGRP: salvas
que duram mais do que um mês e que apresentaram falha
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS com as medicações de primeira linha.

 Carbonato de lítio >>> salvas crônica.

 Topiramato >>> eficaz na profilaxia da cefaleia em salvas,


em associação ao verapamil. Anticonvulsivante, mas a dose
terapêutica no caso da cefaleia é menor do que a
antiepiléptica.

 O bloqueio anestésico do nervo occipital maior pode levar


a uma melhora temporária. Estudos com toxina botulínica
e câmara hiperbárica falharam ao demonstrar eficácia
terapêutica. O CPAP estará indicado em pacientes com
confirmação de apneia, por meio da polissonografia.

 Essa localização corresponde à divisão oftálmica (V1) da DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL


parte sensitiva do nervo trigêmeo (V NC) >>> cefaleias
trigêmino-autonômicas. Se a localização for hemicraniana,
bilateral ou difusa, esse diagnóstico não poderá ser
estabelecido.

 IMPORTANTE DESCRTAR OUTRAS CAUSAS: quadros de


tumores de hipófise e da fossa posterior que se apresentam
clinicamente como cefaleia em salvas >>> faz
RNM/polissonografia (85% tem síndrome da apneia
obstrutiva do sono).

TRATAMENTO SINTOMÁTICO

OXIGENIOTERAPIA
 Mais usado para o alívio das crises de cefaleia em salvas >>>
concentração de 100% >>> máscara sem recirculação, com
reservatório (aquele saquinho que fica pendurado na
máscara) e oxigênio a 10-12 litros/minuto durante 20
minutos. Eficácia de 78%.  Cefaleias trigêmino-autonômicas (manifestações
parassimpáticas) >>> hemicrania paroxística (mulheres), a
hemicrania contínua e a SUNCT (Short lasting, Unilateral, 30%), neurocirurgia (9-12%) e evento estressante (9-12%).
Neuralgiform headache, associated to Conjuntival injection Descrita após a infecção por SARS-CoV-2 (COVID-19).
and Tearing) ou cefaleia unilateral curta.
 1,5h a 24h, intensidade moderada e, em alguns casos,
grave, bilateral em 64-86%, de caráter pulsátil ou em
pressão. Náuseas, foto e fonofobia são comuns.
Possibilidade: curso autolimitado ou refratário.

CEFALEIA HÍPNICA - DO DESPERTADOR

 Meia-idade, causando despertar noturno por causa da dor,


geralmente sempre no mesmo horário. A dor costuma ser
bilateral e em peso. Esses pacientes respondem ao
tratamento com indometacina e lítio.

CEFALEIA SECUNDÁRIA - ARTERITE DE CÉLULAS


GIGANTES

 Arterite temporal ou de Horton >>> a partir dos 50 anos de


idade. Ocorre processo inflamatório vascular em artérias de
grande calibre.

CEFALEIA ORGÁSTICA – AUMENTA AVC

 Cefaleia sexual, cefaleia sexual vascular benigna, cefalalgia


coital, cefaleia de intercurso, cefalalgia orgástica e cefaleia
pré-orgástica - 1% - homens (2,9:1), portadores de
enxaqueca (25%), cefaleia benigna do esforço (29%) e  Dor pode ser temporal ou em outra região. Sintomas:
cefaleia do tipo tensão (45%). amaurose fugaz (perda visual unilateral transitória),
claudicação mandibular (dor e dificuldade para mastigação)
 IDADE MÉDIA DE 35 ANOS: localização bilateral em 2/3, e dor nas cinturas escapular e pélvica (polimialgia
localização occipital ou difusa, súbita ou gradual, reumática). Espessamento doloroso da artéria temporal:
intensidade leve a grave, pulsátil ou em aperto e minutos a
horas. Sem manifestações autonômicas e suas crises são
imprevisíveis. No coito quanto na masturbação.

PRÉ-ORGÁSTICA: • 1-180 minutos; • bi-occipital; • pressão; •


com contratura cervical e da mandíbula; • 1/3 dos casos.

ORGÁSTICA: • explosiva; • súbita; • latejante; • pode


rapidamente envolver a cabeça toda.  EXAMES: velocidade de hemossedimentação (VHS > 50
mm/h), proteína C reativa (PCR), ultrassom da aa temporal
e biópsia de aa temporal (diagnóstico definitivo).
 PESQUISAR OUTRAS CAUSAS >>> em trovoada
(thunderclap headache) >>> HSA, dissecção arterial,
 Anemia (Hb médio de 11,7 mg/dL)
síndrome de vasoconstricção cerebral reversível, trombose
 Plaquetose (geralmente acima de 375 mil/mm³)
venosa cerebral e alterações da fossa posterior.
 Ultrassom de aa temporal >>> dark halo sign -
especificidade superior a 80%.
 PROFILAXIA: indometacina 25-150 mg por via oral, 30 a 60
minutos antes da atividade sexual ou propranolol, de 40 a  Biopsia de artéria temporal >>> infiltrado
200 mg ao dia. mononuclear ou granulomatoso com células gigantes
multinucleadas.
CEFALEIA NOVA DIÁRIA PERSISTENTE
 TRATAMENTO: doses elevadas de corticosteroides
 DEVEM LEMBRAR-SE DO DIA EM QUE A DOR INICIOU/ (prednisona 40-100 mg/dia ou em pulsoterapia com
DIÁRIA DESDE O INÍCIO. Após um quadro infeccioso (22- metilprednisolona) durante pelo menos dois anos sem
sintomas. Imunossupressores com o intuito de usar a
menor dose possível de corticoides >>> ciclosporina, a
azatioprina e o metotrexato.

 30% com complicações neurológicas >>> AVC em 7% dos


casos, mononeuropatia (principalmente isquemia do nervo
óptico) ou polineuropatia, em 14%.

CEFALEIA SECUNDÁRIA - TROMBOSE VENOSA


CEREBRAL E PSEUDOTUMOR CEREBRAL - PIC
 SINTOMAS: Cefaleia (89%); • Papiledema; • Crises
 Aumento da pressão intracraniana (PIC) >>> estimula epilépticas (39%); • Sinais focais (37%): neuropatia
receptores de dor em estruturas cranianas, como vasos e vestibular, zumbido pulsátil, hemianopsia, diplopia,
meninges. Inicialmente, a PIC está discretamente elevada, hemiparesia, hemi-hipoestesia e paralisia facial; • Turvação
mas o paciente pode não se queixar de dor. visual.

 A dor surgirá no momento em que a pressão intracraniana  Local mais comum de trombose venosa: seio cavernoso >>
se elevar fisiologicamente, como durante uma manobra de dor orbital, quemose (edema de órbita e conjuntiva),
Valsalva ou durante as últimas horas de sono, em que a proptose (insinuação do globo ocular para fora da órbita) e
hipoventilação causa acúmulo de gás carbônico e paralisia oculomotora.
consequente vasodilatação cerebral.

 O maior fluxo de sangue para o encéfalo traz,


consequentemente, aumento de volume intracraniano, o
que aumenta a PIC.

 SINTOMAS: cefaleia progressiva e despertar pela dor,


papiledema ao exame neurológico >>> faz TC de crânio,
mas pode vir normal.

 Realização de uma tomografia de crânio com e sem


contraste;
 Caso a tomografia de crânio venha normal: punção
lombar com manometria do líquor
 Confirmada a hipertensão intracraniana pela
manometria, pesquisa trombose venosa por meio de
 TC: SINAL DO DELTA VAZIO >>> falha de enchimento pelo
angiografia venosa por TC, RM ou cateterismo
contraste (confluência dos seios ou torcula). A tórcula fica
 Se a angiografia venosa vier normal, o diagnóstico é de
na região occipital e recebe sangue venoso do seio sagital
pseudotumor cerebral.
superior e do seio reto. A partir dela, formam-se os seios
transversos.
TROMBOSE VENOSA CEREBRAL – M>H

 No plano axial, após a infusão de contraste, poderá revelar


uma falha de enchimento em formato triangular (letra
delta, do grego).

 37 anos (34 anos para mulheres e 42 anos para homens).


Mortalidade: 5%, podendo chegar a 15% em 6 anos.
 O sangue venoso do encéfalo corre por veias cerebrais,
mas, principalmente, pelos seios venosos da dura-máter.
São eles: o seio sagital superior, o seio sagital inferior, o
seio reto, o seio transverso, o seio sigmoide e o seio
cavernoso.  TC: INFARTO VENOSO >>> congestão venosa, elevando a
pressão hidrostática no parênquima e impedindo a chegada
do sangue arterial até os neurônios. Localização atípica, por
vezes bilateral (em espelho) - trombose de um vaso na linha  Cefaleia (84-92%); • Alterações visuais transitórias (68-
média e não ocorre em par, como no seio sagital superior. 72%); • Zumbido pulsátil (52-60%); • Fotopsia (48-54%); •
Dorsalgia (53%); • Dor retrobulbar (44%); • Diplopia (18-
 Transformação hemorrágica >>> extravasamento do sangue 38%); • Perda visual sustentada (26-32%). COMUM:
que flui pelo tecido necrótico. Terá área de isquemia papiledema.
(hipodensa) + hemorragia (hiperdensa) no mesmo local.
 A complicação neurológica mais comum é a perda visual.
Inicialmente, os pacientes apresentam redução da
acuidade visual e, com o progredir da doença, passam a
apresentar perda de campo visual periférico, com
comprometimento central nos casos mais avançados.

 AFETA: nervo óptico + abducente, que faz a inervação do


músculo reto lateral >>> gera diplopia, pior para o lado do
VI NC acometido, ou pior para longe, quando ocorre lesão
 DIAGNÓSTICO: exame angiográfico venoso >>> bilateral. Os nervos I, III, IV, V, VII e VIII podem ser afetados.
angiotomografia, angiorressonância ou angiografia venosa Tardiamente: alterações cognitivas, incluindo alterações na
por cateterismo. velocidade do processamento e tempo de reação.

 RNM: perda da curvatura da esclera posterior


(43-80%)/distensão do espaço subaracnoide pré-óptico (45-
67%)/realce com gadolíneo (contraste) no nervo óptico pré-
laminar (7-50%)/sela túrcica vazia (25-80%)/protrusão
intraocular do nervo óptico pré-lamelar
(3-30%)/tortuosidade vertical do nervo óptico orbital (40%).

 IMAGEM: Corte sagital de TC de crânio (esquerda),  O EXAME DE LÍQUOR REVELARÁ AUMENTO DA PRESSÃO
revelando transformação hemorrágica, e de angioTC DE ABERTURA, QUE REFLETE A PRESSÃO INTRACRANIANA.
( direita) - falha de enchimento pelo contraste do seio O RESTANTE DOS PARÂMETROS AVALIADOS ESTARÁ
sagital superior. NORMAL.

 TRATAMENTO: anticoagulação. Na urgência, usa-se HNF ou  TRATAMENTO: perda de peso associada a medicamentos
HBP. A presença de infarto venoso com transformação que diminuam a produção de líquor, como a acetazolamida,
hemorrágica, hemorragia subaracnoidea ou hemorragia o topiramato e a furosemida.
intraparenquimatosa decorrentes de trombose venosa não
contraindicam a anticoagulação.  A acetazolamida é um diurético inibidor da anidrase
carbônica, considerada a droga de escolha para o
 MANUTENÇÃO: warfarina ou dabigatran por 3 a 6 meses se tratamento do pseudotumor cerebral.
o fator de risco for transitório (por exemplo, puerpério).
ator de risco desconhecido >>> 6-12 meses. Trombose  CIRURGIAS: fenestração da bainha do nervo óptico e a DVP.
recorrente ou trombofilia: tempo tratamento indefinido. No primeiro caso alivia apenas a pressão sobre o II NC,
poupando o paciente de uma eventual perda visual. O alívio
PSEUDOTUMOR CEREBRAL da pressão intracraniana será atingido com a DVP
 Ou hipertensão intracraniana idiopática: mulheres em idade
fértil (dos 15-44 anos) e acima do peso (94% dos casos são
de obesas).

 OUTROS FATORES DE RISCO: hipervitaminose A, ácido


retinoico (leucemias), hormônios esteroides,
anticoncepcionais, levotiroxina, lítio e vacinas. Doenças:
Addison, tireoidianas, hipocalcemia por deficiência de
vitamina D, hipoparatireoidismo, hipopituitarismo, anemia
grave, apneia obstrutiva do sono, LES, Behçet, ovários
policísticos, uremia e alterações da coagulação.

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