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Cefaléia
Uma das queixas mais freqüentes no ambulatório de neurologia
Toda a dor no segmento cefálico
Dor pode aparecer sem nenhum sinal ou alteração de exame, reforçando a importância da anamnese
Etiologia
Primária
Cefaléia é a própria doença, maioria dos casos
Exames físicos, laboratoriais e clínicos normais, exames complementares normais ou inespecíficos
Sem processos estruturais que explique porque o paciente tem dor
Único sintoma é cefaléia
Ex: enxaqueca
Secundária
Exames físicos, laboratoriais e clínicos alterados, exames complementares alterados
Minoria dos casos
Outros sintomas associados
Maioria dos pacientes acham que possuem essa devido a tumor (pode cursar ou não com cefaléia) ou aneurisma (só
da dor quando rompe e encontra outros sinais e sintomas)
Ex: erro de refração e começa a ter dor no final do dia de tanto usar o computador pois não usa as lente de correção
adequada e força a visão, sinusite, trauma
Diagnóstico
Baseado em uma anamnese muito detalhada
Instalação – horas ou dia (aguda), dias ou semanas (subaguda), meses ou anos (crônica)
Freqüência – diária, semanal, mensal, ocasional
Duração – segundos, minutos, horas, dias, semanas
Qualidade – pulsátil, aperto, pontada, salva (período de dor e para, intermitente e de forte intensidade)
Intensidade – piorando, sempre igual
Obs: pode usar escala analógica de dor, pede pro paciente avaliar a dor de 0-10. Ajuda no acompanhamento do tto
também
Localização – fixa, variável
Irradiação – não, variável
Obs: dor fixa é preocupante pois mostra que tem agente irritante de estruturas sempre no mesmo local. Se a dor
muda de local, fica um pouco mais tranqüila.
Nathalia Falcão Carvalho
Sinais e sintomas neurológicos associados – lacrimejamento, hiperemia conjuntival, irritação de nuca (irritação
meníngea)
História familiar
Agravantes – atividade física, menstruação, determinados alimentos
Atenuantes – repouso, gestação
Situação: dor excruciante – pior dor que teve na vida, desmaiou de dor e quando acorda o globo ocular está
desviado pra fora e a pálpebra está caída. Nervo craniano acometido é o oculomotor, 3º NC
Nervo craniano que provoca oclusão da pálpebra – nervo facial
Pensaria em cefaléia secundária, hemorragia subaracnóidea por ruptura de aneurisma. Tem que internar paciente!
Situação: criança que tem dor de cabeça, fotofobia, irritação meníngea – interna pois hipótese diagnóstica é
meningite, cefaléia secundária
Situação: cefaléia há 40 anos, pega só um lado da cabeça, as vezes é de um lado ou de outro, fica latejando, como se
alguém martelasse, fica enjoada, vomita e depois melhora. Dor está mais intensa hoje e não melhora com remédio –
provavelmente primária pois provavelmente é enxaqueca
Situação: paciente de 50 anos, bateu cabeça na parede e depois ficou com dor moderada, exame neurológico
normal – cefaléia pós trauma, não pensa em hemorragia nem nada mais grave pois exame estava normal, faz anti
inflamatório. Espera que melhore. Se dor não melhora e continua piorando mesmo com exame neurológico normal,
faz neuroimagem. Era glioblastoma multiforme, tumor grave de prognóstico reservado. Foi coincidência relacionar o
trauma com a dor que estava sentindo.
Obs: parênquima cerebral não dói pois não é inervado, dói o couro cabeludo, meninge
Nathalia Falcão Carvalho
Sinais de alerta no exame neurológico
Alteração do nível de consciência – sonolento também. Pode ser hemorragia, tumor
Sinais focais:
Papiledema – edema de papila: perde a nitidez do nervo óptico, perde pulso venoso (veia central da retina pulsando.
Quando não percebe a pulsação, pode ser indicativo de aumento da PIC) borda temporal perde nitidez, escavação
fisiológica é perdida
Desvio do globo ocular pra fora, pálpebra caída - 6º preservado, 3º nervo comprometido
Alteração da motricidade ocular
Rigidez de nuca
Sinal de babisnki – lesão piramidal
Cefaléias primárias
Enxaqueca, cefaléia tipo tensional (mais comum), cefaléia em salva
Enxaqueca
Dor pulsátil, intensa, incapacitante Com aura ou sem – perde o campo visual; brilhante
Hemicraniana – de 30 a 60 min até 3 dias ou não
Náusea, vômitos, fotofobia, osmofobia Crises recorrentes – pelo menos 5 crises
Fotopsias – luzes brilhantes, não perde campo visual
Nathalia Falcão Carvalho
Aura
Pode ser negativa ou positiva - cintilações, escotomas, estrato fortificado
Duração de 5 a 20 min e no máximo de 30 min
Fotopsia
Fisiopatologia
Encéfalo hiperexcitável, migranoso
Vários genes envolvidos, fator hereditário, penetrância incompleta
Hiperexcitabilidade cortical pode ocorrer por
Redução do Mg encefálico – facilita propagação da depressão alastrante
Aumento dos aminoácidos excitatórios – glutamato e aspartato
Tratamento
Obs: faz mapa da dor pro paciente anotar quando teve episódios de dor e intensidade, características pra definir
qual o tto – não fica em dúvida na freqüência, aí decide se precisa fazer profilaxia ou só instituir o tto da crise
Profilático - >2 crises mensais ou crise insuportável - uso diário, de 6 meses a 1 ano
Betabloqueador, bloqueador de canal de cálcio (crises vertiginosas), antidepressivos tricíclicos
Nathalia Falcão Carvalho
DAE: topiramato, ácido valpróico (anti epiléticos)
Ac monoclonal que age contra os receptores do CGRP – inibe a ação do CGRP, peptídeo liberado durante a crise de
enxaqueca, evitando a crise. Só usa em pacientes específicos que não respondem à terapia usual pois ac são novos e
muito caros, também tem efeitos colaterais
Efeitos colaterais:
Ácido valpróico – risco de malformação fetal, não é usado mais em mulheres com idade fértil
Topiramato – redução de peso (outros podem dar ganho de peso), formação de cálculo renal
Flunarizina – induz parkinsonismo secundário
Episódica – menos de 15 dias por mês Crônica – mais de 15 dias por mês
Ocorre em qualquer momento do dia
Presente ao despertar, mas não acorda paciente – paciente que é acordado pela dor é sinal de alerta! Paciente
enxaquecoso ou em paciente com cefaléia secundária
Intensidade da dor pode aumentar no decorrer do dia
Profilaxia – se paciente começa a ter dor diária, abusa de analgésico. Esses pacientes evoluem da enxaqueca ou tipo
tensional pra cefaléia crônica diária, muda de característica e passa a ser diária. Difícil de tratar, envolve
componentes emocionais e psiquiátricos
Fisiopatologia
Menos evidentes e entendida que na migrânea
Mecanismos centrais e periféricos da dor parecem estar envolvidos – contração dos músculos da cervical,
dolorimento
Dolorimento miofacial – primário ou secundário? Ele causa a cefaléia ou é causado pela cefaléia?
Tratamento
Fase aguda – uso apenas na crise
Oxigênio, triptano
Cefaléias secundárias
Menos de 10% dos casos
Importante palpar a resistência do globo ocular. Não
palpa com força pois paciente faz bradicardia, perde a
consciência
Meningoencefalites
Arterite temporal – artéria temporal inflamada, sem consistência elástica, mais endurecida, comum em idoso