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TRANSTORNO

DEPRESSIVO
MAIOR
Ivigna Nobre - I4
O que vamos abordar:

Critérios
01 Definição 02 Diagnósticos 03 Prevalência

Curso da Classificação
Doença e Abordagem
dos transtornos Terapêutica do
04 Fatores de 05 depressivos + 06 TDM
Risco DDX
Introdução
● Condição clássica dentre o grupo dos transtornos
depressivos.

● Caracterizado por episódios de pelo menos duas semanas


de duração, envolvendo alterações no afeto, na cognição e
em funções neurovegetativas.

● Presença de humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de


alterações somáticas e cognitivas que afetam o
funcionamento.
Critérios Diagnósticos
A. ≥ 5 sintomas por ≥ 2 semanas com mudança no
funcionamento

1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias.

2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou


quase todas as atividades na maior parte do dia

3. Perda ou ganho de peso/ aumento ou redução do apetite


sem estar fazendo dieta
Critérios Diagnósticos
4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias.

5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias

6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.

7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou


inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias.

8. Dificuldade para pensar ou se concentrar, ou indecisão,


quase todos os dias.
Critérios Diagnósticos

9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de


morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico,
uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer
suicídio.
Critérios Diagnósticos
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo
ou prejuízo em diversas áreas da vida do indivíduo.

C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma


substância ou a outra condição médica.

D. A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem


explicada por demais transtornos: esquizoafetivo,
esquizofrenia, transtorno delirante, etc

E. Nunca houve um episódio maníaco ou hipomaníaco.


Prevalência
● A prevalência de 12 meses do transtorno depressivo maior
nos Estados Unidos é de aproximadamente 7%.

● Prevalência de 18 a 29 anos é três vezes maior do que a


prevalência acima dos 60 anos.

● Sexo feminino experimenta índices 1,5 a 3 x maiores do que


as do masculino.
Curso da Doença
● A probabilidade de início aumenta com a puberdade.

● A incidência atinge seu pico na década dos 20 anos; porém,


não é incomum o diagnóstico em idosos;

● Curso variável: há indivíduos que praticamente não


apresentam remissão, enquanto outros apresentam bom
controle da doença;

● Sintomas depressivos crônicos aumentam a probabilidade


de transtornos de personalidade, ansiedade e abuso de
substâncias.
Curso da Doença

● A recuperação em geral começa dentro de três meses após o


início do tratamento.

● Muitos transtornos bipolares podem ter início com quadros


depressivos >> atentar-se aos sintomas.

● Hipersonia e hiperfagia são mais comuns em jovens e


sintomas melancólicos / perturbações psicomotoras são
mais comuns em idosos.
Fatores de Risco
● TEMPERAMENTAIS: Afetividade negativa / neuroticismo

● AMBIENTAIS: Experiências adversas na infância e eventos


estressantes ao longo da vida.

● GENÉTICOS/FISIOLÓGICOS: Parentes de primeiro grau de


indivíduos com transtorno depressivo maior têm risco 2 a 4
vezes mais elevado de desenvolver a doença que a
população em geral
Classificação dos Transtornos
Depressivos
● Transtorno Depressivo Recorrente: Ocorrência repetida de
episódios depressivos correspondentes à descrição de um
episódio depressivo (F32.-)

● Transtorno Depressivo Leve: presentes ao menos dois ou


três dos sintomas citados anteriormente. Porém é capaz de
exercer suas atividades diárias.
Classificação dos Transtornos
Depressivos
● Transtorno Depressivo Moderado: quatro ou mais dos
sintomas citados anteriormente + paciente com dificuldade
para continuar a desempenhar as atividades de rotina.

● Transtorno Depressivo Grave sem Sintomas Psicóticos:


Sintomas são marcantes e angustiantes, com a perda da
autoestima, ideias de desvalia ou culpa. Ideação e atos
suicidas são comuns e observa-se em geral sintomas
“somáticos”.
Classificação dos Transtornos
Depressivos
● Transtorno Depressivo Grave com Sintomas Psicóticos:
Correspondente à descrição de um episódio depressivo
grave (F32.2) mas acompanhado de alucinações, ideias
delirantes, lentidão psicomotora ou estupor,
comprometendo as atividades sociais.
Risco de Suicídio
● A possibilidade de comportamento suicida existe
permanentemente durante os episódios depressivos.

● Maior fator de risco: história prévia de tentativas ou


ameaças de suicídio

● Outros fatores de risco incluem: sexo masculino (tentativas


mais fatais), solteiro, transtorno da personalidade
borderline…
Fonte: BERTOLETE, et al. Detecção do Risco de suicídio nos serviços de emergência
psiquiátrica
FONTE: PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SUICIDA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
DA PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO - 2021
Diagnósticos Diferenciais
● Episódios mistos: Episódios depressivos maiores
juntamente com sintomas maníacos/irritáveis

● Transtorno do humor devido a outra condição médica:


Consequência fisiopatológica de uma condição médica
específica (esclerose múltipla, AVC, hipotireoidismo).

● Transtorno depressivo induzido por substância: Uma


substância (p. ex., uma droga de abuso, um medicamento,
uma toxina) parece estar etiologicamente relacionada à
perturbação do humor.
Diagnósticos Diferenciais
● Transtorno de adaptação: No transtorno de adaptação o
humor pode estar deprimido, mas não são satisfeitos todos
os critérios para um episódio depressivo maior.

● Tristeza: períodos de tristeza são aspectos inerentes à


experiência humana. Esses períodos não devem ser
diagnosticados como um episódio depressivo maior, a
menos que sejam satisfeitos os critérios diagnósticos.
Abordagem
Terapêutica
Farmacológica + Não farmacológica
Farmacológica - Antidepressivos
ISRS DUAIS ATÍPICOS
Inibe a recaptação Inibe a recaptação Alguns atuam tanto na
de serotonina pelo de serotonina e de transmissão de noradrenalina
SNC noradrenalina quanto de serotonina

TRICÍCICLICOS IMAOs
Inibição da recaptação em nível pré-sináptico Aumento da neurotransmissão
norepinefrina, serotonina (5-HT) e dopamina (DA). dopaminérgica, noradrenérgica e
Atentar para efeitos colaterais: boca seca, serotonérgica pelo bloqueio da
constipação, ganho de peso, diminui limiar monoamina oxidase,
convulsivo… maior risco de evoluir para mania!
ISRS

Sertralina Fluoxetina Paroxetina


Dose: 50-200mg/dia Dose: 20-80mg/dia Dose: 20-60mg/dia
Segura em idosos e Segura em gestante, Pode dar sonolência
durante a amamentação aumenta hiporexia EC: constipação, piora da
EC: tonturas EC: piora inicial da libido, ganho de peso
ansiedade, bradicardia…

Citalopram Escitalopram Fluvoxamina


Dose: 100-300mg/dia
Dose: 10-20mg/dia
Dose: 20-40mg/dia Evitar em gestante.
Aumento do intervalo QT,
Aumento do intervalo QT EC:hiporexia, disg. Sexual,
arritmias
sedação…
DUAIS

Venlafaxina Desvenlafaxina Duloxetina


Dose: 75-300mg/dia Dose: 60-120mg/dia
Dose: 50-200mg/dia
Adequado para Adequado para casos de
EC menos intensos que a
depressão+ansiedade e dor associados
Venla
prevenção de (fibromialgia…)
recorrência.
EC: ganho de peso e
aumento da PA
TRICÍCLICOS

Amitriptilina Nortriptilina

Dose: 75-300mg/dia. Dose: 50-150mg/dia.


Auxilia em outras doses no sono Pode aumenta ansiedade e
e com dor; aumenta o apetite agitação em pacientes muito
ansiosos

Clomipramina Imipramina

Dose: 75-250mg/dia. Dose: 75-300mg/dia.


Também utilizado em TOC, Pode ser utilizado em sd
fobias, transtorno do pânico. EC: depressivoas relacionadas ao
sonolência, aumento de peso, Parkinson, AVC, dor crônica.
náuseas
ATÍPICOS

TRAZODONA BUPROPIONA MIRTAZAPINA


Dose: 150-300/600mg/dia Dose: 150-450 mg/dia Dose: 30-45 mg/dia
Utilizada para dor Utilizada na cessação de Pode ser usada com
crônica, dor associada a tabagismo. EC: piora Venla em depressão
neuropatia diabética… EC: ansidedade, diminui refratária. Não altera
dispneia, edema, apetite. Contraindicado libido. EC: ganho de peso,
desorientação, sudorese se DX de epilepsia sonolência
noturna, priapismo…
IMAOs

Menos utilizados na prática clínica, em nossa rotina


Exemplos: Isocarboxazida, Moclobemida, Fenelzina, Selegilina e Tranilcipromina
Abordagem terapêutica…

Não farmacológica

● Acompanhamento multiprofissional

● Rede de apoio

● Conhecimento da doença

● Suporte em outras diversas da vida: social, espiritual, familiar, MEV (atividade física, boa

alimentação, momentos de lazer de qualidade)

● Psicoterapia: acompanhamento com psicólogo, TCC, terapias em grupo, psicanalise…

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