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Epidemiologia:

M>H.

Curso e Evolução:

O início pode ser abrupto, mas costuma ser insidioso. 80% apresentam mais de um
episódio na vida.

O curso é episódico, mas muito variável. Costuma melhorar em 3-6 meses e depois de 12
meses a maioria se recuperou. As chances de recuperação diminuem progressiviamente,
principalmente se houver sintomas ansiosos concomitantes.
Depois de 2 anos, 21% das depressões se cronificaram

A cada novo episódio, aumenta a probabilidade de recorrÊncias e o prognóstico é pior com


idade de início avançada.

Associado com declínio cognitivo, atrofia cerebral e doenças relacionadas ao


envelhecimento.

Há evidências que no TDM ocorre ativação de vias inflamatórias, aumento de citocinas e


cortisol. Há então inflamação decorrente de alterações no eixo hipotálamo-hipófise- adrenal.
Isso causa uma desregulação de neuroplasticidade.
Interleucinas inflamatórias induzem maior recaptação de serotonina -> intensifca sintomas
depressivos.

Glutamato -> principal metabólito excitatório cerebral -> antagonistas de glutamato NMDA
(quetamina) -> rápido efeito antidepressivo

A herdabilidade + fatores genéticos modulam a atividade genética (epigenética)

Fatores ambientais -> uso de PSA, privação de sono, efeitos adversos precoces, baixo
suporte social e abuso infantil

Quadro Clínico:

As alterações de humor, volição e psicomotoras se associam as alterações cognitivas e


afetivas.
Pensamentos e sentimentos se encontram distorcidos para o polo negativo.

Há alteração do juízo de realidade, afetando o ambiente social e o processamento de


informações e intelectual. O deprimido avalia a si mesmo e a tudo que o rodeia de forma
negativista. Há insegurança, temor, medo, menos-valia, baixa autoestima, fracasso, ruína,
inferioridade, culpa, pecado, vazio, desesperança, suicídio.

Os pensamentos negativmos costumam se manifestar como ruminações depressivas


melancólicas
Na depressão psicótica -> ideias delirantes -> delírio de pecado, pobreza, culpa, ruína
financeira. Podem ter alterações de sensopercepção (alucinações auditivas > visuais >
olfativas).

Insônia -> alterações circardianas do humor e atividade, com pioras matutinas/vespertinas.


Pode ser inicial, intermediária ou terminal.

Distimia: é um estado depressivo de intensidade leve e crônico (duração > 2 anos),


marcado por mau humor, desânimo, infeleicidade e pessimismo. Mais sensíveis a eventos
estressores e avaliam a realidade de modo pessimista.

Fatores de Risco para Suicídio:

Não Modificáveis: Homens de mais idade, tentativas prévias, automutilação, minoria


sexual, história de problemas legais
Modificáveis: ideação atual; desesperança; ansiedade; impulsividade; estressores
financeiros; comorbidades; uso de substâncias; TEPT; personalidade; doenças dolorosas;
cancer

Critérios diagnósticos:

A. No mínimo 5 sintomas pelo período de 02 semanas, pelo menos um dos


sintomas é (1) ou (2):
1. Humor deprimido (sentir-se vazio, sem esperanças). Crianças pode ser humor
irritável
2. Anedonia - perda do interesse/prazer
3. Perda ou ganho significativo de peso ou aumento/diminuição do apetite
4. Insônia ou hipersonia
5. Agitação ou retardo psicomotor
6. Fadiga ou perda de energia
7. Sentimento de inutilidade, culpa
8. Diminuição da capacidade de cocnentrar
9. Pensaemtnos recorrentes de morte - ideação suicida
B. Sofrimento clínico/funcional significativo
C. Não é atribuível a doença clínica/substâncias
D. O episódio não se explica por outro doença psiquiátrica
E. Nunca houve episódio hipomaniaco/maníaco

DISTIMIA:

Ou transtorno depressivo persistente. “Depressão crônica mais leve que o franco episódio
depressivo”.

Critérios diagnósticos:

A. Humor deprimido na maioria dos dias, pelo período mínimo de 02 anos. Em


crianças pode ser irritável, pelo menos 1 ano
B. Presença de 2 ou +:
- Apetite diminuído/aumentado
- Insônia/hipersonia
- Baixa Autoestima
- Concentração diminuida/difiuldade de tomar decisões
- Sentimento de desesperança

Durante os 2 anos do transtorno, nunca houve um período de 02 semanas durante o qual o


número e duração dos sintomas foram suficientes para preencher o diagnóstico de episódio
depressivo.

Transtorno Misto de Ansiedade e Depressão:

É caracterizado por sintomas de ansiedade e depressão, que não são suficientemente


graves, numerosos ou persistente para justificar o diagnóstico de um episódio depressivo,
distimia ou transtorno de ansiedade.

O humor deprimido ou interesse diminuído nas atividades devem estar presentes,


acompanhados de sintomas depressivos adicionais, bem como múltiplos sintomas de
ansiedade.

Diagnósticos Diferenciais:

Doenças crônicas: cardiovasculares, artrites, hepatites, dor lombar, HAS, enxaqueca.

Características Preditivas de depressão bipolar:


História Clínica: HF de transtorno bipolar; Inicio precoce < 25 anos. > numero de episódios
depressivos; depressão pós-parto; episódio depressivo de inicio abrupto; depressão mais
grave

Resposta a antidepressivos: pior resposta; perda de resposta; indução de mania/sintomas


mistos

Sintomas: psicóticos; atípicos (hipersonia, aumento de apetite/peso), hipomaníacos


subsindromicos, impulsividade, agressividade

Comorbidades: uso de substânias

Exames Complementares:

Principais condições associadas à depressão:

CV: IAM
AUtoimune: LES, AR
Endócrino: hipo/hipertireoidismo, doença de addison, Sd de cushing, hipopituitarismo,
hiperparatireoidismo
Hematológico: anemias, def folato, B12, tiamina, insuf hepática, Wilson, porfiria,
Infecções: HIV, hepatites, SNC
Neurológicas: TCE, meningites, esclerose múltipla, hidrocefalia, epilepsia, demencias,
Parkinson
Neoplasias: Síndromes paraneoplásicas
Medicações: metildopa, corticoide, AINE, topiramato, benzo, barbitúricos, álcool, opiáceos

TRATAMENTO:

Investigar: risco de suicídio, bipolaridade, comorbidades psiquiátricas, uso de


medicamentos
Avaliar tratamentos prévios, incluindo dose, duração e efeitos colaterais
Avaliação laboratorial
Determinação da adesão ao tratamento.

Objetivo é a remissão máxima possível dos sintomas que caracterizam o episódio


depressivo. Melhora da qualidade de vida e na capacidade funcional.

Remissão: ausência de sintomas que preencham o diagnóstico. A persistência de sintomas


residuais subsindrômicos se associa com maior risco de recorrência.

Inicio da melhora com 2 semanas. Muitos só irão responder após 6 semanas.

Todos os pacientes que respodem a uma determinada dose devem manter-se com essa
dose por pelo menos 6-12 meses, o que reduz o risco de recaída.

O paciente assintomático por 6 meses é considerado recuperado do episódio atual.

A manutenção do tratamento está indicada em pacientes deprimidos com grande risco de


recorrência -> depressão crônica (>2 anos), episódios graves (risco de suicídio),
depressões resistentes ao tratamento, presença de sintomas residuais, história de
reorrência. Devendo se estender por 3-5 anos.

Síndrome de descontinuação -> inicio nas primeiras 48h e se caracteriza por sintomas
físico-clínicos, tontura, perturbação sensorial, equilibrio, náuseas, vomitos, fadiga, cefaleia,
irritabilidade, vertigem e insônia.

OBS: Não há relatos de síndrome de descontinuação com o uso de antidepressivos


melatoninérgico (agomelatina) ou multimodal (vortioxetina).

Recomenda-se a retirada gradual. 50% da dose e 25% a cada 3 dias.

Fatores associados ao risco de recorrência:


> 3 episódios; alta taxa de recorrÊncia prévia; episódios prévios nos anos anteriores;
sintomas residuais; transtorno distímico; gravidade; longos episódios anteriores; recaída
prévia; abuso de substâncias; ansiedade associada; inicio < 30 anos

Recomenda-se usar o antidepressivo em dose terapêutica, incrementando de acordo com a


eficácia e tolerabilidade até a dose máxima por 6-8 semanas antes de considerar que não
seja respondedor. OBS: Se não houver resposta depois de 2 semanas, pode-se trocar o
antidepressivo.

Peculiaridades:
1. Depressão Grave: Optar por venla, mirtazapina, escitalopram, sertralina, ECT
2. Depressão com ansiedade: ISRS, ISRSN, bupropiona,
3. Depressão com melancolia: ISRSN, potencialização com lítio
4. Depressão com psicose: AD + antipsicótico
5. Disfunção cognitiva: vortioxetina, buprobipona
6. Distúrbio do sono: agomelatina, mirtazapina, quetiapina, trazodona
7. Sintomas somáticos: duloxetina, bupropiona,
8. Bipolar:

Efeitos Colaterais:

Anticolinérgicos: boca seca, visão turva, aumento pressão ocular, taquicardia, constipação,
insônia, ganho de peso, tontura, disf de memória, retenção urinária

Alfa-1 adrenérgicos: hipotensão postural, taquicardia reflexa, coriza, tontura, disf erétil,
tremores

Histaminérgicos: sonolência, sedação, fadiga, aumento de peso, hipotensão postural

Serotoninérgicos: TGI, ansiedade, inquietação, insonia, sonolência, ciclagem maníaca,


tremores, sintomas sexuais, rash cutaneo, sindrome extrapiramidal (acatisia, discinesia e
distonia)

Antipsicóticos Atípicos:

Quetiapina 150-300mg; aripiprazol 2-15mg, olanzapina 2,5-10mg;

OBS: Olanza + fluoxetina

Cetamina:
Atua como antagonista de NMDA (glutamato).

Efeito antidepressivo dose-dependente

Efeitos colaterais: dissociação, emese, alto custo.

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