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Prof. Me.

Carlos Renato Nogueira


Farmacêutico-Bioquímico
Mestre em Psicofarmacologia (UFC)
Transtorno caracterizado por dois ou mais episódios
nos quais o humor e o nível de atividade do sujeito
estão profundamente perturbados, sendo que este
distúrbio consiste em algumas ocasiões de uma
elevação do humor e aumento da energia e da
atividade (mania) e em outras, de um rebaixamento
do humor e de redução da energia e da atividade
(depressão).
 Os sentimentos de tristeza, alegria, raiva, até
mau-humor eventual são considerados normais
ao ser humano;

 O TAB manifesta-se de diferentes formas e a


intensidade das emoções e do comportamento
dos portadores também é variável. Portanto,
além de identificar o aparecimento dos
sintomas, deve ser observado o tempo de
duração.
Se caracterizam por um período de mais de duas semanas de
humor irritado ou triste que acarretam prejuízos ao
indivíduo. Relacionado à uma queda na liberação de
monoaminas nas sinapses.

 Tristeza profunda
 Baixa auto-estima
 Sensação de vazio
 Falta de esperança
 Irritabilidade
 Diminuição do interesse
 Ganho ou perda de peso
 Cansaço exagerado
 Dificuldade em se concentrar
 Pensamentos de morte
Se caracterizam por um período de mais de uma semana
de humor elevado que acarretam em prejuízo os
indivíduo. Relacionado à uma elevação na liberação de
monoaminas nas sinapses.

 Grandiosidade
 Auto-estima elevada
 Gasta excessivamente
 Contrai dívidas desnecessárias
 Diminiu o sono
 Fala além do habitual
 Dificuldade em concentrar-se
 Alucinações e delírios em casos mais graves.
Estados depressivos e maníacos oscilando em curto
período de tempo, levando à um diagnóstico e
prognóstico mais complexo.
Períodos de mania, que duram, no mínimo, sete dias, e
fases de humor deprimido, que se estendem de duas
semanas a vários meses. Tanto na mania quanto na
depressão, os sintomas são intensos e provocam
profundas mudanças comportamentais e de conduta,
que podem comprometer não só os relacionamentos
familiares, afetivos e sociais, como também o
desempenho profissional, a posição econômica e a
segurança do paciente e das pessoas que com ele
convivem. O quadro pode ser grave a ponto de exigir
internação hospitalar por causa do risco aumentado de
suicídios e da incidência de complicações psiquiátricas
Há uma alternância entre os episódios de depressão e os
de hipomania (estado mais leve de euforia, excitação,
otimismo e, às vezes, de agressividade), sem prejuízo
maior para o comportamento e as atividades do
portador.
Os sintomas sugerem o diagnóstico de transtorno
bipolar, mas não são suficientes nem em número nem
no tempo de duração para classificar a doença em um
dos dois tipos anteriores.
As alterações neurobiológicas na bipolaridade
são particularmente, mais complexas e
imprecisas, porém envolvem disfunções na
liberação e sistemas Serotonérgicos.
Evidências genéticas sugerem o envolvimento
da hereditariedade para a condição. Um dos
pais sendo bipolar, a chance do filho herdar a
doença é de 25 á 50% (Tsuang e Faraone,
1990).
 O distúrbio psiquiátrico com maior incidência de
suicídio é o Transtorno Afetivo Bipolar.
 19% da mortalidade de bipolares é decorrente de
suicídio e 25 a 50% dos pacientes fazem, pelo menos
uma tentativa de suicídio ao longo da vida (Goodwin
and Jamison).
 Fatores pró suicídio: maior grau de impulsividade,
maior frequencia de episódios mistos e depressivos,
sintomas psicóticos (Mann-1999).
 Íntima relação entre suicídio e disfunção
serotoninérgica (Asberg e col.-1976)
Algumas vezes, uma pessoa com episódios graves de mania
ou depressão apresenta sintomas psicóticos também, como
alucinações e delírios. Os sintomas psicóticos tendem a
refletir o estado extremo de humor da pessoa. Por
exemplo, sintomas psicóticos em uma pessoa durante o
episódio maníaco podem incluir a crença de que ele ou ela
é uma pessoa famosa, tem muito dinheiro ou poderes
especiais. Da mesma maneira, alguém durante um
episódio depressivo grave pode acreditar que está falida ou
que cometeu um crime muito grave. Como resultado,
portadores de transtorno bipolar com sintomas psicóticos
podem ser erroneamente diagnosticados como tendo
esquizofrenia, outro transtorno mental grave ligado a
delírios e alucinações.
https://www.lilly.com.br/Areas_Terapeuticas/Transtorno_Bipolar
 Fármacos estabilizadores de humor .
(Carbonato de Lítio)

 Alguns Antidepressivos.
(Sertralina, Bupropiona, Venlafaxina)

 Alguns anticonvulsivantes.
(Carbamazepina, Àcido Valpróico, Lamotrigina)

 Alguns Antipsicóticos.
(Quetiapina e Olanzapina)
O Lítio é um metal alcalino da tabela periódica, possui
severa nefro e hepatotoxicidade. Seus mecanismos de
ação na estabilização de humor ainda estão em estudo.

Sinais da Intoxicação com Lítio:

 Náuseas
 Vômitos
 Distúrbios gástricos
 Letargia
 Sinais vitais irregulares
 Irritação gástricas
 Alterações no ECG
Apresentam efeito estabilizante de humor bem
representativo ao melhorar a atividade do lítio.
Apresentam também algum efeito antidepressivo. O
mecanismo permanece não esclarecido. Muito eficazes
em episódios mistos ou bipolaridade mista.
O uso de antidepressivos no quadro de bipolaridade está
associado ao risco de virada para a fase maníaca, devido à
elevação dos neurotransmissores produzida pelos mesmos.

 O uso concomitante de fármaco estabilizador de humor


reduz em 50% esse risco.
 Caso o Antidepressivo seja necessário, escolher os mais
seguros e pelo mínimo tempo necessário.
 Tricíclicos estão mais associados ao risco de virada (40-
70%). Bupropiona, Sertralina e Venlafaxina o risco é
consideravelmente menor (Goodwin & Jamison, 2007)
(Post et al., 2006)
Se a fase maníaca manifestar-se no limíte da lucidez e
da distorção da realidade (psicose) o uso de
Antipsicóticos atípicos poderá ser iniciado. Tais fármacos
controlam tanto a fase maníaca como também possuem
efeitos antidepressivos já bem elucidados e úteis.
Ajustando, portanto as duas fases da condição.
(Calabrese et al., 2005; Thase et al., 2006).
 Transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado.
O uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo
de vida, tais como o fim do consumo de substâncias
psicoativas, (cafeína, anfetaminas, álcool e cocaína, por
exemplo), o desenvolvimento de hábitos saudáveis de
alimentação e sono e redução dos níveis de estresse.

 De acordo com o tipo, gravidade e evolução da doença, a


prescrição de medicamentos antipsicóticos,
anticonvulsivantes, ansiolíticos e estabilizadores de humor,
especialmente o carbonato de lítio, tem-se mostrado útil
para reverter os quadros agudos de euforia e evitar a
recorrência das crises.
 A associação de lítio com antidepressivos e
anticonvulsivantes tem demonstrado maior eficácia
para prevenir recaídas. No entanto, os antidepressivos
devem ser utilizados com cuidado, porque podem
provocar uma guinada rápida da depressão para a
euforia, ou acelerar a incidência das crises (virada
maníaca).

 A psicoterapia é outro recurso importante no


tratamento da bipolaridade, uma vez que oferece
suporte para o paciente superar as
dificuldades impostas pelas características da doença,
ajuda a prevenir a recorrência das crises e,
especialmente, promove a adesão ao tratamento
medicamentoso que, como ocorre na maioria das
doenças crônicas, deve ser mantido por toda a vida.
Portadores de transtorno bipolar e seus familiares
precisam estar cientes de que:

 Seguir o tratamento à risca é a melhor forma de


prevenir a instabilidade emocional e a recorrência das
crises, o que assegura a possibilidade de levar vida
praticamente normal.

 Os remédios podem não fazer o efeito desejado logo


nas primeiras doses que, muitas vezes, precisam ser
ajustadas ao longo do tratamento;
 o paciente pode procurar alívio para os sintomas no
álcool e em outras drogas, solução que só ajuda a
agravar o quadro.

 alternar a fase de depressão com a de mania pode dar a


falsa sensação de que a pessoa está curada e não
precisa mais de tratamento.

 a família pode precisar também de acompanhamento


psicoterápico, por duas diferentes razões: primeira,
porque o distúrbio pode afetar todos que convivem
diretamente com o paciente; segunda, porque precisa
ser orientada sobre como lidar no dia a dia com os
portadores do transtorno

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