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Depressão

•Consiste em um transtorno de humor comum, curso crônico e recorrente;

•Ocupa a 1ª posição de causas de incapacitação do mundo;

•Esta associada a incapacitação funcional e comprometimento da saúde física;

•Pacientes deprimidos apresentam a limitação da sua atividade e bem estar;

•Maior utilização dos serviços de saúde;

•A principal característica que é o rebaixamento de humor leva a prejuízo (complicação);

•Importante saber que a tristeza não é a principal característica;

•A depressão tem sua etiologia desconhecida, provavelmente multifatorial, com


envolvimentos de fatores: Biológicos, Genéticos, e Psicossociais;

•Os pacientes costumam ter a presença do Neuroticismo: que é a tendência de


experimentar facilmente emoções negativas;

•Quadro/patologia onde se tem a maior incidência de pacientes que procuram o suicídio;


que, porem é importante saber que não é o único, existe os outros quadros que levam ao
suicídio: ex: esquizofrenia, ansiedade, uso de substancias;

1)Principais sintomas de depressão:

-Estado deprimido (sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias)

-Rebaixamento do estado de humor;

- Anedonia (interesse e prazer diminuídos para realizar a maioria das atividades) Baixa
autoestima, volição=ação de escolher ou decidir.);

-Distúrbio de sono: insônia ou sonolência excessiva, praticamente todos os dias;

-Fadiga ou perda de energia;

-Alteração de peso (perda ou ganho de peso não intencional);

-Ideias suicidas (pensamentos recorrentes de suicídio ou morte);

-Culpa excessiva (sentimento permanente de culpa e inutilidade);

-Problemas psicomotores (agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias);

-Alteração da libido.
-Dificuldade de concentração (habilidade diminuída para pensar ou concentrar-se);

-Pensamento de desvalia (não tem valor);

Fica ligado:
• Nunca houve episodio de mania ou hipomania;

•Os sintomas causam estresse significativo: funcionamento social, ocupacional ou outra


área importante da vida;

•Sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substancia: droga, medicação,
condição clinica (ex: hipotireoidismo);

2)Tipos de depressão:

•Depressão maior: A depressão maior é o tipo de depressão mais popular e também


conhecida como depressão clássica ou depressão unipolar.

O humor deprimido deve estar presente na maior parte do dia, quase todos os dias, por
um período mínimo de 2 semanas;

Mesmo que você não tenha uma razão óbvia para a sua depressão, isso não significa que
você esteja imune a ela.

É bastante comum - cerca de 12 milhões de brasileiros sofreram pelo menos um episódio


depressivo maior.

Sintomas podem durar semanas ou até meses. Algumas pessoas podem ter um único
episódio de depressão maior, enquanto outras experimentam isso ao longo da vida.

Independentemente de quanto tempo duram os sintomas, a depressão maior pode causar


problemas em seus relacionamentos e atividades diárias.

A depressão maior possuem sintomas que podem ir de leves ao grave:

Depressão leve: Presente de 2 a 3 sintomas, mas provavelmente será capaz de


desempenhar a maior parte de suas atividades em geral;

Depressão moderada: Presente de 4 a mais sintomas, aparentemente tem muita


dificuldade para continuara desempenhar suas funções, rotinas, atividades;

Depressão grave: Conjunto de sintomas marcantes e angustiantes, tipicamente a perda


de auto estima, ideias de desvalia ou culpa, ideias e atos suicidas. Não consegue
desempenhar suas atividades/rotinas;
•Depressão persistente ou distemia: Deve estar presente na maior parte dos dias por um
período mínimo de 2 anos. É também chamado de distimia ou depressão crônica. Não é
intenso quanto a depressão clássica/depressão maior, permite que o sujeito consiga ter
uma vida funcional.

Pode ser visto como sombrio, pessimista ou queixoso, quando na realidade estão lidando
com uma doença mental crônica. A questão é que muitas vezes é vista como uma
depressão funcional.

Algumas pessoas também apresentam episódios de depressão maior antes ou enquanto


apresentam transtorno depressivo persistente (distimia). Isso é chamado de depressão
dupla.

As pessoas com esse tipo de depressão podem começar a sentir que seus sintomas são
apenas parte de sua visão normal da vida. O que é perigoso, pois a distimia também tem
tratamento.

•Depressão psicótica: Igual a depressão grave acompanhado de alucinações, ideias


delirantes, lentidão psicomotora, estupor (estado de inconsciência) de gravidade, em geral
todas as atividades sociais se tornam impossível, aumenta a chance de morrer por suicídio,
desidratação ou desnutrição;

Passam por períodos de perda de contato com a realidade. Isso é conhecido como psicose,
que pode envolver alucinações e delírios.

Alucinações são quando você vê, ouve, cheira, degusta ou sente coisas que realmente não
estão lá. Um exemplo disso seria ouvir vozes ou ver pessoas que não estão presentes.

Delírio é uma crença íntima que é claramente falsa ou não faz sentido. Mas para alguém
que sofre de psicose, todas essas coisas são muito reais e verdadeiras.

Incluem desconfiar excessivamente de outros, isolamento social, emoções intensas e


inapropriadas, problemas para pensar com clareza, redução da higiene pessoal e queda no
desempenho no trabalho ou na escola.

Uma pergunta muito frequente é se a depressão psicótica pode virar uma esquizofrenia? A
resposta é não.

Depressão é um distúrbio de humor e a Esquizofrenia é uma doença psicótica.

Por outro lado, indivíduos com esquizofrenia podem ficar deprimidos.

•Depressão sazonal: sentir depressão, sonolência e ganho de peso durante os meses de


inverno, mas se sentir perfeitamente bem na primavera, poderá ter uma condição
conhecida como transtorno afetivo sazonal (SAD).
Na prática percebemos que é uma depressão leve, mas nem por isso não merece
tratamento, pois o quadro pode se agravar.

A luz que entra pelos olhos influencia esse ritmo, e qualquer variação sazonal no padrão
noite e dia pode causar uma perturbação que leva à depressão.

Hoje em dia existe até terapia baseada na luz para melhorar os sintomas de depressão
sazonal.

Os planos de tratamento para transtorno afetivo sazonal (SAD) podem incluir


medicação, psicoterapia, terapia com luz ou uma combinação dessas opções para
gerenciar os sintomas da depressão.

•Depressão devida a outra condição médica: Algumas doenças clínicas


como hipotireoidismo, tumores e algumas demências do envelhecimento podem causar
depressão.
A característica essencial é uma perturbação proeminente e persistente do humor,
considerada como sendo decorrente dos efeitos fisiológicos diretos de uma condição
médica geral.

Os hormônios tem um papel importantíssimo em no nosso humor e nos níveis de


depressão que uma pessoa pode enfrentar, por isso o equilíbrio dessas substâncias é
extremamente necessário.

Nessas situações quando tratamos essa condição médica é provável que os sintomas de
depressão se reduzam ou até desapareçam.

•Transtorno disfórico pré menstrual: a tensão pré-menstrual é uma parte desagradável, mas
suportável do ciclo de cada mês.

Porém, 5% das mulheres em idade fértil têm sintomas severos.

Entre os sintomas mais comuns da síndrome pré-menstrual (TPM) estão irritabilidade,


fadiga, ansiedade, mau humor, inchaço, aumento do apetite, desejos de comer muito,
dores pelo corpo e sensibilidade mamária.

O transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) produz sintomas semelhantes, mas os


relacionados ao humor são mais pronunciados.

 Fadiga extrema
 Sentindo-se triste, sem esperança ou autocrítico
 Sentimentos graves de estresse ou ansiedade
 Mudanças de humor, geralmente com crises de choro
 Irritabilidade
 Incapacidade de concentração
 Desejos de comida de forma muito intensa
 expressão de labilidade do humor, irritabilidade, disforia(mudança repentina e
transitória do estado de ânimo/angustia)
 e sintomas de ansiedade que atingem seu auge perto do início da menstruação.

Alguns pacientes descrevem a TDPM como uma "fúria sem motivo" que surge nos
períodos pré menstruais e de forma cíclica mensal.

Os sintomas geralmente começam de 7 a 10 dias antes da menstruação e diminuem de


intensidade ate desaparecem completamente até o inicio do sangramento.

Para os sintomas do TDPM relacionados ao humor e à ansiedade, pode ser prescrito um


grupo de antidepressivos ISRS.

•Depressão atípica: é diferente da tristeza persistente ou desesperança que caracteriza a


depressão maior.

Normalmente na depressão maior alguns pacientes dormem muito pouco, já na depressão


atípica o paciente dorme demais.

Outro padrão atípico é a alimentação que na depressão clássica configura-se com a


redução do apetite, já na depressão atípica o paciente pode comer compulsivamente.

A depressão atípica não é fácil de diagnosticar.

•Depressão gestacional: A psicose gestacional e puerperal correspondem a um quadro


gravíssimo que envolve tanto a gestante quanto a puérpera nesse momento tão delicado e
que requer tantos cuidados no período da vida da mulher. É transtorno grave e, de uma
forma geral, não persistente, mas que acaba gerando problemas gravíssimos com relação
ao relacionamento da mulher, quadros conjugais graves.

É uma situação bem delicada, pois o risco de infanticídio, muitas vezes, anda atrelado a
esse problema.

►A psicose puerperal: é uma forma de Transtorno Psicótico Breve, Trata-se de doença


com início geralmente abrupto, em que 2/3 das pacientes apresentam seus sintomas nas
primeiras duas semanas após o parto.

Pacientes que desenvolvem psicose puerperal apresentam delírios ou comportamento


desorganizado que geralmente envolve o concepto. São comuns as vozes de comando ou
as condições delirantes que envolvem o contexto do quadro, induzirem a puérpera a
matar a criança, abandonar a criança. É uma condição que acaba gerando muitos
prejuízos.

É uma situação que requer muito cuidado por conta dos grandes problemas que são
desencadeados por causa de ações como essa.
A puerperal blues "baby blues”: Sentimentos tristes e crises de choro que se seguem ao
parto são conhecidos como os “baby blues”. Frequentemente atribuído às dramáticas
mudanças hormonais que se seguem ao parto.

É comum e costuma acometer as mulheres nos primeiros dias após o nascimento do bebê,
atingindo um pico no quarto ou quinto dia após o parto e remitindo de maneira
espontânea, dentro de uma semana ou duas após o parto no máximo.

Inclui choro fácil, labilidade do humor, irritabilidade e comportamento hostil para com
familiares e acompanhantes.

Esses quadros normalmente não necessitam de intervenção farmacológica, e a abordagem


é feita no sentido de manter suporte emocional, compreensão e auxílio nos cuidados com
o bebê.

Cerca de uma em cada sete mulheres experimentará algo mais extremo do que o típico
"”baby blues". No entanto, as mulheres que dão à luz e lutam com tristeza, ansiedade ou
preocupação por várias semanas ou mais podem ter depressão pós-parto (DPP).

►Depressão pós-parto (DPP): Pode haver um componente ansioso mais proeminente,


além de pensamentos recorrentes de causar danos ao bebê.
As mulheres com depressão pós-parto têm mais pensamentos de agressividade contra
seus filhos do que mulheres deprimidas fora do período pós-parto, independentemente da
gravidade do quadro.

3)Causas da depressão: EPS

Quanto à causa, a depressão pode ser dividida em: endógena, psicogênica ou


somatogênica.

►Depressão endógena origem interna, indefinida. Embora o primeiro episódio possa se


dar após alguma perda ou crise, os outros geralmente não apresentam causas
observáveis. Geralmente é uma forma grave de depressão, apresentando grande risco
de suicídio (10 a 15% dos casos). Antigamente era chamada de depressão psicótica.
Responde melhor a tratamento medicamentoso.

►Depressão psicogênica causas mais facilmente localizadas na história de vida do


indivíduo, que apresenta fatos que o levaram aos sintomas. Tanto que já foi chamada
de depressão reativa ou situacional. Os sintomas são menos graves que na depressão
endógena, e o risco de suicídio, embora existente, é menor. Responde melhor à
psicoterapia do que ao tratamento medicamentoso.

►Depressão somatogênica causada por algum fator de alteração principalmente


orgânico, como o uso de algumas medicações (por exemplo, alguns tipos de anti-
hipertensivos, anti-inflamatórios e contraceptivos orais) ou ainda a interrupção do uso de
psicoestimulantes.

4)Como é o tratamento para a depressão:

O tratamento para a depressão é um dos tratamentos para transtornos psicológicos que


mais tem efeitos positivos quando bem conduzido.

O tratamento para quadros depressivos de nível leve, muitas vezes são tratados apenas
com terapias, sem necessidade de medicações, e tem muitos resultados positivos.

Porém, se for necessário o uso de alguma medicação, apenas o médico psiquiatra será
responsável por prescrever essas medicações.

Os quadros depressivos mais graves, normalmente são tratados com a combinação de


terapias e com as medicações.

Além disso, em muitos casos, terapias podem ser feitas em família, para que a família
saiba lidar com uma pessoa que está passando pela depressão.

O principal ponto é que nunca uma pessoa em quadro depressivo é culpada por ter esse
transtorno.

Depressão é uma doença, e não uma tristeza, e nunca será uma fraqueza.

5)Cuidados de Enfermagem na Depressão:

•Não use voz firme e frases curtas; Dialogo sempre;

•Fique atento a alimentação, hidratação e eliminação;

•Não demonstrar pena, é diferente da validação;

•Manter observação constante: grande risco de suicídio;

•Estimular o auto cuidado: higiene oral e corporal, aparência, alimentação, hidratação,


eliminações, sono, repouso e lazer;

•Ressaltar sempre a importância do tratamento e sua continuidade;

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