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Psiquiatria
Primeiro Módulo
Transtorno depressivo
Prof. Boechat
DEPRESSÃO
Resumindo:
o De cada 100 pacientes deprimidos, 67 respondem ao medicamento, sendo
que, desses, 30 melhorariam mesmo se fosse placebo (só que essa resposta ao
placebo seria rápida e não se manteria após a suspensão).
o Os outros 33 pacientes não respondem ao tratamento medicamentoso e
necessitam de outras formas de tratamento.
o Fatores biológicos
A primeira tentativa de explicação da depressão foi a queda dos
neurotransmissores. Os dois mais envolvidos são a noradrenalina e a
serotonina, que estão diminuídas nas fendas sinápticas de pacientes
deprimidos. A dopamina também parece guardar um papel
importante na depressão.
Não existe uma resposta única quanto à região cerebral acometida e
causadora da depressão. Existem estudos que apontam áreas
hiperativas e hipoativas (e, portanto, alteradas) no paciente
deprimido. Mas é importante guardar dois locais principais: lobo
frontal (especialmente a área pré-frontal) e sistema límbico. Eles
possuem várias conexões entre si.
Diogo Araujo – Med 92
o Fatores psicossociais
o Fatores psicanalíticos
Diogo Araujo – Med 92
Luto Depressão
Classificação Fisiológico Patológica
Afeto Reduzido Em geral, ausente
Autoestima Preservada Muito comprometida
Funcionamento Preservado Muito comprometido
Transtornos neurovegetativos Mínimos Graves
Mascaramento de sintomas Raro Comum
Risco de suicídio Raro Comum
Duração < 4 meses > 3 meses
Com relação ao tratamento da depressão, o primeiro passo é definir qual o tipo será
instituído:
o Hospitalar (internação) ou domiciliar?
o Medicamentoso e/ou psicoterápico? Geralmente, é feita combinação entre
essas modalidades.
Regras gerais:
o (quase) TODOS os antidrepressivos diminuem o sono, a libido e a fome. Mas
existem exceções:
Aumentam o sono: tricíclicos, mirtazapina e trazodona.
Aumentam a libido: trazodona e bupropiona.
Aumentam a fome: tricílicos e mirtazapina.
o Todos os antidepressivos que diminuem o sono devem ser prescritos pela
manhã; os que aumentam, à noite.
o São propriedades especiais de alguns dos antidepressivos:
Bupropiona: usado também no tratamento antitabagismo;
Duloxetina: usada também no tratamento da dor.
O uso do medicamento por 4 a 6 semanas sem nenhum grau de melhora pode ser um
indicador para a troca do medicamento.
Diogo Araujo – Med 92
DISTIMIA
A distimia é uma depressão mais leve, porém com maior duração (é uma depressão
leve crônica). Antigamente, costumava-se colocar a distimia junto aos transtornos de
personalidade. Contudo, com a instituição dos tratamentos antidepressivos, notou-se
que esses pacientes melhoravam com o uso desses medicamentos. Então, passou a ser
considerado como transtorno de humor.
Os sintomas são parecidos com os da depressão, mas não são episódicos.
Segundo o DSM IV, pode ser dado o diagnóstico de distimia quando há humor
deprimido na maior parte do dia por no mínimo 2 anos, além da presença de ao
menos 2 dos seguintes fatores:
1) Alterações do apetite (hiperfagia ou hiporexia);
2) Insônia ou hipersônia;
3) Baixa energia ou fadiga;
4) Baixa autoestima;
5) Fraca concentração ou dificuldade de tomar decisões;
6) Sentimentos de desesperança.
Transtorno bipolar
Prof. Fabiano
No transtorno bipolar, a depressão costuma ser melancólica, mas pode ser atípica
também.
Falret defendia a tese de que a doença seria a “folie circulaire”, ou seja, um quadro em
que haveria alterações regulares de melancolia e mania, geralmente com intervalos
livres da doença.
São raros os quadros em que o paciente tem apenas mania ou hipomania sem
depressão.
O transtorno bipolar é crônico e episódico. Contudo, entre os episódios, o paciente
não se encontra completamente hígido: sabe-se que há um prejuízo significativo nos
relacionamentos, na concentração, na capacidade de voltar ao trabalho.
São altas as taxas de comorbidades (como transtornos de ansiedade e uso de
substâncias ilícitas (para tentar modular o humor)).
o Contudo, o uso de substâncias pode induzir novos episódios ou mesmo servir
como gatilho para a doença.
B. Durante o período de perturbação do humor, três (ou mais) dos seguintes sintomas
persistiram (quatro, se o humor é apenas irritável) e estiveram presentes em um grau
significativo.
(1) autoestima inflada ou grandiosidade.
Sobre a depressão:
o A primeira manifestação da doença, geralmente, é um episódio depressivo. Ao
procurar ajuda psiquiátrica, devido à ausência de fases
maníacas/hipomaníacas prévias, pode-se diagnosticar e tratar esse paciente
como um portador de transtorno depressivo. Em alguns casos, a depressão
não melhora com o tratamento para depressão. Em outros, o tratamento
“errado” pode até mesmo fazer com que seja desencadeada a fase
maníaca/hipomaníaca do paciente;
o Predomínio de depressão ao longo da vida em relação aos períodos
maníacos/hipomaníacos;
o Aumento do risco de suicídio (7 a 15%): a maior parte dos pacientes que se
suicidam e que têm transtorno bipolar morre durante a fase depressiva;
o Depressão unipolar x depressão bipolar: é difícil distinguir se o quadro
depressivo é unipolar ou bipolar. Não há meios clínicos para diferenciar (a não
ser o curso da doença do paciente, que, se for bipolar, vai evoluir com sinais
de mania/hipomania).
Hoje, sabe-se que pacientes com transtornos de humor têm alteração do eixo
hipotálamo-hipófise-adrenal (com mais corticoides), aumento de citocinas, alteração
de circuitos neurais, alteração de porções corticais (córtex cingulado anterior,
cingulado subgenual, córtex pré-frontal dorsolateral, amígdala).
É muito comum a ocorrência de abuso sexual na infância e o desenvolvimento de
transtorno bipolar na fase adulta.
Alguns pacientes bipolares com crises recorrentes podem apresentar demências.
Especula-se que as neurotrofinas (substâncias que estimulam as conexões entre os
neurônios) estejam diminuídas no paciente bipolar. Isso ocorre principalmente no tipo
I e naqueles que têm psicose.
O tratamento inclui:
o Segurança (tratamento ambulatorial, internação? Orientações à família?);
o Avaliação dos sintomas;
o Avaliação médica (para excluir causas orgânicas);
o Educação;
o Aliança terapêutica.
Tratamento farmacológico:
o Estabilizadores de humor
Lítio
Ácido valpróico/divalproato
Carbamazepina
o Outros anticonvulsivantes
Lamotrigina, oxcarbazepina.
o Antidepressivos e benzodiazepínicos
Diogo Araujo – Med 92
A indicação é de manter o tratamento para o resto da vida. Isso porque 90% dos
bipolares têm recaída após o primeiro ano de interrupção do tratamento.
Transtornos ansiosos
Prof. Lilianna
A ansiedade é normal e necessária. Ela é uma sensação difusa, ruim, insidiosa e vaga
de apreensão, por vezes acompanhada de sintomas autonômicos: cefaleia, aumento
da transpiração, palpitações, sensação de aperto no peito, etc. É um sinal de alerta e
indica um perigo iminente.
Quando a ansiedade passa a atrapalhar o início de uma ação necessária (há um
prejuízo funcional), a ansiedade se torna patológica.
Portanto, existem:
o Transtorno de pânico com agorafobia
o Transtorno de pânico sem agorafobia
o Agorafobia sem transtorno de pânico
TOC
TEPT
TAG
O tratamento dos transtornos ansiosos deve ser feito com associação entre
psicoterapias (comportamental, cognitiva e psicodinâmica) e medicamentos:
o 1ª escolha de fármaco: inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS).
o Outros:
Tricíclicos;
Benzodiazepínicos (podem ser colocados no início do quadro, até que
os demais medicamentos façam efeito; pode ser usado em situações
de crise);
Antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos (como propranolol),
para reduzir os sintomas vinculados à hiperativação simpática.
Transtornos somatoformes
Prof. Andrezza
Quadro clínico
Produzido
conscientemente?
Sim Não
Há ganho Transtorno
evidente? somatoforme
Não Sim
Transtorno
Simulação
factício
TRANSTORNO SOMATOFORME
TRANSTORNO CONVERSIVO
o Quadros mistos
HIPOCONDRIA
TRANSTORNO DOLOROSO
Sintoma predominante é a dor grave e prolongada para a qual não há uma explicação
médica.
Não há patologia orgânica que a explique ou a dor excede amplamente qualquer
patologia presente demonstrável.
Conflitos emocionais e problemas psicossociais podem fomentar esse transtorno.
Pode vir depois de um transtorno orgânico que cause dor, a qual se continua como
transtorno doloroso.
Diogo Araujo – Med 92
Tratamento:
o Alguns pacientes são e outros não são responsíveis ao tratamento
farmacológico.
o Geralmente, utilizam-se antidepressivos e tratam-se as comorbidades, além do
tratamento psicoterápico.
FIM.