FIBROMIALGIA FISIOPATOLOGIA
Multifatorial com predisposição poligênica
DEFINIÇÃO
Distúrbio do processamento central de estímulos álgicos
Caracterizada pela queixa de dor musculoesquelética
crônica (mais de 3 meses) e generalizada, que acompanha
alterações neuropsicológicas típicas como fadiga, distúrbio
do sono, cefaleia...
EPIDEMIOLOGIA
 2-3% da população mundial
 Mais prevalente no sexo feminino (9:1)
 Idade entre 35-55 anos
Comum um fator precipitante  infecção viral, trauma
físico ou estresse emocional
Hipofluxo sanguíneo no tálamo e outras estruturas
implicadas na modulação centra da dor
Defeito no eixo hipotálamo-adrenal, causando níveis
reduzidos de cortisol livre urinário e fraca resposta do
cortisol à estimulação com ACTH
Distúrbio de neurotransmissores: redução dos níveis de
serotonina e aumento da concentração de substância P,
que leva a um estado de hipersensibilidade à dor
CLASSIFICAÇÃO/DIAGNÓSTICO
OBS1: Fibromialgia NÃO é um diagnóstico de exclusão!
OBS2: É possível dar um diagnóstico de fibromialgia sem
demonstrar a presença de TENDER POINTS!
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Cefaleia tipo enxaqueca (50%), tensional ou mista
 Alterações do ritmo intestinal e dor abdominal em
cólica  Sd. do cólon irritável (50-80%)
 Parestesias nas extremidades
 Sintomas Raynaud-símiles
 Distúrbio do sono  insônia ou má qualidade
 Depressão (25-60%)
EXAME FÍSICO
Afastar outras doenças reumáticas:
 NÃO há sinais de sinovite, tenossinovite ou
tendinite
 Força muscular está normal
 Sensibilidade e reflexos tendinosos sem alterações
sugestivas de neuropatia periférica ou
radiculopatia
Pesquisar pelos TENDER POINTS:
 Pontos bastante sensíveis à digitopressão,
desencadeando uma dor intensa de origem
muscular e/ou aponeurótica
 São descritos 18 tender points
Outros achados: “nódulos musculares”, hipersensibilidade
cutânea, dermografismo e hiperemia reativa ao estímulo
cutâneo
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Solicitar VHS e TSH
Síndrome da Fadiga Crônica (neurastenia)
 Fadiga por mais de 6 meses que não melhora com
o repouso, causando limitação das atividades
diárias e tendo descartado outras causas possíveis
 Associada com (mín. 4): dor de garganta, mialgias,
adenopatia dolorosa cervical ou axilar, poliartralgia
sem artrite, dor muscular, sono não reparador,
perda de memória/concentração e fadiga pós-
exercício por mais de 24 horas
Dor miofascial
 “Fibromialgia localizada”
 Dor muscular localizada associada a dor referida
em áreas adjacentes desencadeadas por
digitopressão de um trigger point
 O trigger point corresponde a uma banda muscular
tensa, geralmente na porção superior do corpo
Doença reumática
 Realizar exame minucioso das articulações e
exames laboratoriais
 Está presente sinais flogísticos articulares, anemia
de doença crônica e aumento do VHS
 AR, LES, polimialgia reumática
Hipotireoidismo
 Dosagem de rotina de hormônios tireoidianos
 O hipotireoidismo pode manifestar mialgia difusa
TRATAMENTO
Atividade física diária aeróbica de baixo impacto
Uso de moduladores centrais da dor
 Primeira escolha: Amitriptilina (antidepressivo
inibidor da recaptação de serotonina/
noradrenalina). Doses baixas (25-50 mg/dia VO),
tomadas antes de dormir
 Ciclobenzaprina (relaxante muscular)
 Analgésicos simples
 Duloxetina ou milnacipram (antidepressivos
inibidores da recaptação dupla de
serotonina/noradrenalina)
 Gabapentina ou pregabalina (anticonvulsivantes)
ESQUEMAS: De acordo com o padrão de queixas
 Dor + insônia = usar drogas com efeito analgésico
e facilitador do sono, como amitriptilina ou
gabapentina/pregabalina
 Dor + depressão/ansiedade = usar drogas com
efeito analgésico e antidepressivo/ansiolítico,
como duloxetina ou milnacipram