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FIBROMIALGIA Tônus adrenérgico aumentado → ansiedade, sintomas secos, fenômeno de

Raynaud e SCI.
Síndrome dolorosa musculoesquelética crônica.
• Idiopática; • A hiperatividade simpática noturna induziria a fragmentação do
• Não-inflamatória; sono;
• Dores difusas pelo corpo. • A fadiga → resposta alterada ao estresse;
• Estudo → alterações nos estágios III e IV do sono – intrusões de
Epidemiologia: ondas alfas no ritmo normal delta;
• Prevalência: 2-5% na população geral; • Estudos com SPECT observaram diminuição do fluxo
• Seis vezes mais comum em mulheres que em homens; sanguíneo (tálamo, núcleo caudado e regiões pré-frontais – tem
• Brasil – 2,5% em Montes Claros-MG; conexões com hipocampo e sistema límbico que controlam as
• Clínicas reumatológicas – 10-20%; sensações e a afetividade);
• Clínica médica – 2,1-5,7%; • Níveis elevados de cortisol à noite (padrão de ↓ diurna de
• Hospitalizados – 5-15%. cortisol) – eixo hipotálamo-hipófise-adrenal;
• Eixo hipotálamo-hipófise-gonadal: alta prevalência em
mulheres, ↑ de incidência na peri e pós-menopausa, ↓ T e
Quadro clínico DHEAS, ↑ FSH e ↓ de LH ao LHRH.
Rigidez articular, fenômeno de Raynaud, sintomas secos, síndrome uretral,
tonturas, zumbidos, palpitações, fadiga, parestesia, inchaço subjetivo,
cefaleia, depressão, ansiedade, distúrbio do humor.
Exame físico
• Bastante rico;
• Pacientes são poliqueixosos; Poucos achados; bom estado geral; sem evidência de doenças sistêmicas;
• Consulta demorada → anamnese cuidadosa e exame físico ausência de sinais inflamatórios/atrofia muscular; sem sinais neurológicos;
detalhado; achados clínicos: tender points.
• Consultam vários especialistas.

Três pilares:
• Dores generalizadas;
• Distúrbios do sono;
• Distúrbios cognitivos.

Dor difusa → sintoma predominante; forte intensidade; dificuldade de


localizar a dor; dor nos “nervos”, “ossos”, “não sei onde dói mais”; caráter
variado; início localizado – difuso; agravamento pelo frio, tensão
emocional e esforço físico.

Sono não reparador/fadiga → diversos distúrbios (dificuldade de iniciar o


sono, sono fragmentado, sono insuficiente, etc).

Fadiga significativa – exaustão fácil → dificuldade nas atividades diárias.

Parestesias → frequentemente presentes; dormência e formigamento


(MMSS/MMII, região facial, não respeitam uma distribuição
dermatômica). São pesquisados a partir da pressão com o polegar sobre o ponto (~4kgf).
Outros → inchaço subjetivo (mãos, antebraços, trapézios, etc), rigidez Critério antigo: pelo menos 11 pontos dolorosos.
muscular e articular, cefaleia, depressão (30-85%), ansiedade, distúrbio do
humor/psicológico/irritabilidade (30%).
Diagnóstico

Etiopatogenia É eminentemente clínico; ausência de alterações laboratoriais específicas;


• Desconhecida; provas inflamatórias normais; exames de imagem normais.
• Multifatorial;
Exames normais não são provas de saúde.
• O mecanismo mais aceito é o de sensibilização central (resposta
anormal e inadequada do SNC aos estímulos periféricos em
decorrência de uma hiperexcitabilidade neuronal);
• Desequilíbrio entre neurotransmissores e neuropeptídeos. Critérios estabelecidos – ACR (1990):

Os pacientes com fibromialgia possuem uma atividade reduzida de I. História de dor difusa, persistente por mais de 03 meses. A Dor
neurotransmissores que estão envolvidos na inibição da dor (↓ serotonina, também deve estar presente em pelo menos um segmento do
↓ noradrenalina e ↓ dopamina). esqueleto axial;
II. Presença de pelo menos 11 tender points à digito-pressão com
Diminuição dos neurotransmissores que modulam a dor → aumento dos uma pressão aproximada de 4kgf, em áreas anatômicas
neurotransmissores/neuropeptídeos que levam à dor (↑ substância P, ↑ específicas.
glutamato, ↑ dinorfina A, ↑ fator de crescimento neural).
Esses critérios apresentam uma sensibilidade de 88,4% e uma
O mecanismo de sensibilização central não explicaria → fadiga, alterações especificidade de 81,1%.
do sono, alterações psicológicas, sintomas secos, fenômeno de Raynaud,
síndrome do cólon irritável.

Os pacientes com FM apresentam tônus simpático elevado e Critérios preliminares de fibromialgia elaborados pelo ACR em
parassimpático diminuído. 2010/2011: consultar final do resumo.
2016 - Revisão dos critérios de 2010/2011 → duas correções: presença de • Metanálise: relataram 3x melhora global, melhora moderada dos
dores difusas volta a ser critério obrigatório; elimina-se a necessidade de sintomas, principalmente sono.
exclusão de outras enfermidades no diagnóstico da fibromialgia.
Nortriptilina:

• Derivado tricíclico – metabólito ativo da Amitriptilina.

Bloqueadores seletivos de serotonina - Cloridrato de Fluoxetina:

• Indicação: depressão;
• Isoladamente não melhora: sono, dor e o bem-estar;
• Associado: potencializam efeito dos tricíclicos;
• Citalopram, Paroxetina e Sertralina não foram estudados
Diagnósticos diferenciais → síndrome de dor miofascial, reumatismo adequadamente.
extra-articular comprometendo várias áreas, Polimialgia reumática,
polimiosite, dermatomiosites, miopatias endócrinas, neoplasias, doença de Inibidores de recaptação de 5-HT e noradrenalina → possuem efeito
Parkinson, efeito colateral de drogas. analgésico moderado em pacientes com fibromialgia:

• Venlafaxina 37,5-150mg;
• Nefazodona 100-150mg;
Tratamento • Trazodona 25-50mg;
• Duloxetina 60mg/dia (muitos efeitos colaterais);
Objetivos: alívio da dor, melhora da qualidade do sono, manutenção ou
• Milnaciprano 100-200 mg/dia.
restabelecimento do equilíbrio emocional e melhora do condicionamento
físico.

Tratamento não medicamentoso

Atividade física (exercício aeróbico 3x/semana):


Benzodiazepínicos (Valium/Diazepam/Lorax):
• Exercício aeróbico de baixa ou alta intensidade? Não houve
diferença entre 2 grupos e foi observado piora do quadro nos • A maioria altera a estrutura do sono, diminuindo o sono
pacientes que realizaram exercício de alta intensidade; profundo – não devem ser utilizados;
• Exercício no solo ou piscina? Mostraram superioridade do • Alprazolam (triazolobenzodiazepínico): eficaz sobre o sono e a
condicionamento na água em relação ao solo para melhora do fadiga e menor sobre a dor → indicação: quadro ansioso
FIQ total e aspectos psicoafetivos. associado.

Acupuntura e eletroacupuntura → resultados controversos. Sedativos hipnóticos:

Terapia cognitivo-comportamental → é eficaz associada com • Zoplicone 7,5mg;


farmacoterapia. • Zolpidem 5-10mg;
• Melhoram quantidade de horas dormidas e diminuem tempo
Suporte psicológico.
para iniciar o sono;
• Tolerância e dependência: usar por curtos períodos de tempo;
• Indicação: dificuldade de iniciar o sono.
Tratamento medicamentoso
Anticonvulsivantes:
Antidepressivos tricíclicos:
• Clonazepam → indicação: síndrome das pernas inquietas e
• Alteração do metabolismo da serotonina, dopamina e mioclonias – quadros ansiosos;
noradrenalina; • Pregabalina: melhora dor, fadiga e sono → dose: até 450mg/dia.
• Analgesia periférica e central;
• Potencializando os efeitos analgésicos dos opioides; Analgésicos:
• ↑ a fase do sono não-REM;
• Horário e não SN – Paracetamol e Dipirona;
• ↓ alterações do humor;
• Tramadol.
• Melhora do sono, da fadiga e do quadro doloroso;
• Metanálise: melhora importante no sono e menor na rigidez e Anti-inflamatórios → tratamento isolado para fibromialgia (não
dor. recomendado – resultados frustrantes).
Ciclobenzaprina: Opioides → altos índices de efeitos colaterais e dependência.

• Apresenta eficácia significativa na maioria dos sintomas da


fibromialgia;

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