QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO tibial posterior, no túnel do tarso e do fibular,
Na hanseníase, há o acometimento de fibras no joelho, abaixo da cabeça da fíbula até a
autonômicas, sensitivas e motoras. Entre as fossa poplítea16(B). Avalia-se a forma, a manifestações consistência, autonômicas, destaca-se a perda da e o volume do espessamento do sudorese, resultando em pele ressecada. O nervo17(D), e a mobilidade do nervo durante acometimento o movimento articular; das fibras cutâneas resulta na perda da 1. NO DIAGNÓSTICO: sensibilidade à dor, ao frio, ao calor e, mais • A presença de dor no trajeto do nervo e/ou tardiamente, história de alteração da sensibilidade e/ou também ao tato8(C). Quando há lesão do da força muscular, num período menor ou tronco dos nervos periféricos, há acometimento igual a 12 meses, comprovados no momento sensitivo, autonômico e motor no território do(s) da avaliação, deverão ser tratados como nervo(s) afetado(s), resultando em perda de caso de neurite; todas • Quando na avaliação o paciente não sentir as formas de sensibilidade (dor, frio, calor, tato, o toque do monofilamento igual ou maior parestesia e posição segmentar) e de paresia, que dois gramas, em dois territórios específicos paralisia de um mesmo nervo. e atrofia muscular9(C)10 (B). 2. EM TRATAMENTO E APÓS ALTA: A neuropatia inflamatória (neurite) pode ser • A presença de dor aguda no trajeto do nervo aguda ou crônica11(D)12(B). As neurites e/ou diminuição ou perda da sensibilidadee/ou agudas força muscular em comparação à se apresentam de forma abrupta, com quadro última avaliação; objetivo de hipersensibilidade à palpação, dor • É considerada alteração da sensibilidade, a intensa, espontânea ou desencadeada pela alteração em dois pontos do trajeto de um palpação13(B). Com freqüência, as estruturas mesmo nervo em comparação à avaliação neurais desenvolvem edema, resultando em anterior. espessamento dos nervos, com alterações da As formas das neuropatias da hanseníase função sensitiva ou sensitivo-motora, que devem ser caracterizadas segundo o tempo de podem evolução, o tipo de reação e a sintomatologia ser reversíveis se houver controle do álgica: 1. TEMPO DE EVOLUÇÃO: edema6(D). Já as neurites crônicas se • Agudas e subagudas, com menos de três caracterizam meses de evolução (neurites); por um início insidioso e lentamente • Crônicas, com mais de três meses de evolução. progressivo, 2. TIPO DE REAÇÃO: apresentando, inicialmente, apenas • Tipo 1 ou reação reversa (RR); leves alterações sensitivas, progredindo com • Tipo 2 ou de eritema nodoso hansênico alterações (ENH). sensitivo-motoras e com sintomatologia 3. SINTOMATOLOGIA ÁLGICA: dolorosa variável. A neuropatia não-dolorosa, • Dor aguda ou crônica, incluindo aquela da conhecida como “neurite silenciosa”, se seqüela da neurite (dor neuropática); caracteriza • Neuropatia silenciosa (“neurite silenciosa”). por alteração da função sensitiva ou sensitivo- Diagnosticada a hanseníase, a neuropatia motora na ausência de fenômenos álgicos. está sempre presente. Independentemente da O acometimento nervoso aumenta com a presença de queixas, todos os pacientes devem evolução da doença, com a idade do paciente e é obrigatoriamente ser submetidos a avaliação e maior nas formas multibacilares14(C). monitoramento da função neural, durante o A presença ou ausência de dor é outro aspecto tratamento e mesmo após o término da notável da neuropatia da hanseníase. A poliquimioterapia4(C dor da neuropatia (neuralgia) pode ocorrer TRATAMENTO DAS NEURITES durante (NEUROPATIAS o processo inflamatório, associado ou não AGUDAS E SUBAGUDAS) à compressão neural, ou então decorrer de TRATAMENTO CLÍNICO seqüela O tratamento procura controlar as alterações da neurite (dor neuropática)15(D). A distinção imuno-inflamatórias dos episódiosreacionais e entre as duas situações é importante, pois evitar as deficiências físicas implica em tratamentos particularizados. A dor decorrentes do dano neural. Os episódios pode ainda ser espontânea ou ser desencadeada reacionais podem apresentar suas manifestações pela palpação ou percussão do nervo (sinal de cutâneas e sistêmicas acompanhadas de Tinel). Sensações desagradáveis podem estar neurite. O quadro reacional também pode presentes na ausência do estímulo (parestesias) manifestar-se somente com alterações neurais, e, ocasionalmente, distúrbios na percepção das configurando um quadro de neurite(s) sensações (disestesias) são também encontrados. isolada(s)25,26(C)27(D). O exame físico destes pacientes deve incluir: A neurite silenciosa é um quadro sem a. a palpação dos troncos nervosos, sintomatologia dolorosa. Freqüentemente, o particularmente seu diagnóstico, pela própria característica de do nervo ulnar, no túnel epitrócleoolecraniano; quadro sem dor, é subavaliado. Recomenda-se, do mediano, na face anterior portanto, o acompanhamento seqüencial e do punho, na entrada do túnel do carpo; do repetitivo da sensibilidade e função motora em todos os pacientes com hanseníase, a fim de se mais baixas de prednisona, durante 9 a 12 dias detectar e tratar precocemente a neurite (30 mg por via oral, silenciosa, durante três dias;Ê após, 15 mg por mais três na tentativa de evitar as deficiências dias; após, 5 mg por mais três dias; 2,5 mg físicas27(D). por mais três dias e interrupção). Entre o No tratamento das neurites, as drogas 120 e o 300 dia pós-pulsoterapia, considera- preconizadas são os corticosteróides e a se que essa continua sendo efetiva33(C). prednisona é a mais usada, na dose de 1 a 2 Paciente com dor não controlada e/ou mg/kg/dia, de acordo com a avaliação clínica crônica da sintomatologia e da gravidade do O tratamento da neuropatia deve contemplar quadro19,28(D)29(C). Esta dose deve ser o tratamento da dor neuropática34,35(D), mantida até a regressão dos sinais e sintomas, requerendo a identificação do seu mecanismo quando então pode ser reduzida em 5 gerador para definí-lo15(D). As prescrições mg a cada duas ou três semanas, até chegar a devem ser adaptadas às necessidades de cada 20 mg. Essa dosagem pode ser mantida por caso e a administração realizada regularmente alguns meses, enquanto ocorre a melhora e não sob demanda. A preferência gradual, com recuperação da função neural. deve ser dada aos medicamentos de fácil Um número importante de deficiências aquisição e prescritos em escala crescente de pode se instalar nos pacientes com quadro de potência36(C)37(D). ENH. Os profissionais de saúde devem avaliar Nas dores persistentes, em pacientes o acometimento neural nestes casos. com quadro sensitivo e motor normal ou Todos os pacientes com reação tipo 2 devem sem piora, o tratamento da dor é feito ter seus nervos periféricos examinados e, exclusivamente se for o caso, prontamente tratados com com antidepressivos tricíclicos (amitriptilina38( corticosteróides. A talidomida é indicada no B), nortriptilina, imipramina, controle do ENH com lesões de pele e clomipramina), neurolépticos (clorpromazina, articulares levomepromazina), e ou anticonvulsivantes e pode ser usada no comprometimento (carbamazepina39(C), gabapentina40,41(A), neurológico quando da diminuição das topiramato, oxicarbamazepina) - (Quadros 1,2 doses de corticosteróides19(D). e 3)15(D). Tais medicamentos são O diagnóstico e tratamento dos quadros exclusivamente de neurites devem ser precoces, pois estes analgésicos de ação central, ou seja, não constituem os principais fatores para a promovem prevenção a recuperação da função neural (sensibilidade das deficiências e deformidades e motricidade). Em qualquer dos casos em hanseníase. Existe estudo mostrando mencionados é necessário monitorar a função que neurites com menos de seis meses de neural, pois pode haver piora da sensibilidade e/ evolução respondem melhor à corticoterapia10( ou da força muscular42(D). Em tal situação ou B).Tem-se sugerido regimes de na ausência de melhora, o paciente deve ser corticoterapia com doses mais altas em períodos encaminhado aos centros de referência para mais curtos30(D). avaliação de indicação cirúrgica. Habitualmente, o uso do corticosteróides Associado ao tratamento da neurite, devese é feito por via oral. Pode-se, todavia, optar orientar repouso da articulação próxima ao pelo uso intravenoso da metilprednisolona, nervo comprometido e iniciar a prevenção de na dose de 1 g por dia, conhecida como complicações secundárias, por meio de pulsoterapia, usada em outras neuropatias intervenções inflamatórias, como as vasculíticas11(D). fisioterápicas. Aconselha-se que este procedimento seja TRATAMENTO CIRÚRGICO realizado O tratamento cirúrgico de neurites é um em centros especializados, com o paciente componente coadjuvante na abordagem deste hospitalizado ou em sistema de hospital- problema. Sabe-se que um dos fatores dia e monitorado. Está indicado para pacientes importantes com quadro neurológico de difícil controle na produção da neuropatia é a compressão e/ou com sintomas muito intensos31(D). intra e extraneural. Desta forma, a finalidade Em casos nos quais os pacientes estão em da cirurgia deve ser reduzir ou eliminar a uso crônico de corticosteróides orais, sem compressão42(D). O edema e a compressão melhora, adota-se aumento significativo intraneural respondem bem ao tratamento com da dose oral ou a pulsoterapia com corticóides, mas a presença de estruturas metilprednisolona. anatômicas constritivas próximas ao nervo Esta estaria associada à resposta sugere a necessidade de sua liberação para uma mais rápida32(B). Pode-se usar a dose de melhor solução do problema de neurite que o 1g/dia de metilprednisolona, durante três dias paciente apresenta. Esta é uma das principais consecutivos, com reforços mensais de 1g/dia, razões para que a atenção cirúrgica seja levada em dia único. Em tais casos, visando a prevenção dos efeitos colaterais, relativos à parada abrupta do uso de altas doses de corticosteróides, pode-se utilizar doses progressivamente Introdução pleural com agulha atraumática. Análise de elementos não protéicos: A tuberculose pleural é causa freqüente de derrame pleural, do tipo exsudato (que contêm Coloração muita proteína), e deve sempre entrar no pH diagnóstico diferencial de exsudatos pleurais. Glicose Na grande maioria das vezes, a tuberculose pleural implica uma reação de Análise de elementos protéicos: hipersensibilidade da pleura ao bacilo da tuberculose, o que explica a baixíssima positividade da pesquisa de BAAR, e uma DHL cultura do líquido pleural positiva em menos de Proteínas 30 % dos pacientes. Às vezes, bem mais Amilase raramente, pode haver ruptura de cavitação Citograma subpleural, o que se chama de empiema Adenosina deaminase (ADA) tuberculoso, com pesquisa de BAAR e cultura Cultura para BAAR= positiva em habitualmente positivos. menos de 30 % dos pacientes e pode demorar 2 meses ou mais. [editar] Sintomas Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para Mycobacterium O sintomas são de tosse seca, febre com tuberculosis = a sensibilidade pode sudorese noturna, dispnéia, dor torácica. chegar à 78 %, com uma especificidade O paciente pode referir uma queixa mais próximo de 100 %. arrastada (semanas a meses), que incluem a Interferon gama = semelhante à ADA, anorexia com emagrecimento, sudorese noturna quando aumentado sugere tuberculose e febre vespertina. pleural. Entretanto, em muito locais, este exame não existe de rotina. [editar] Diagnóstico diferencial [editar] Biópsia cirúrgica da pleura A tuberculose pleural aguda marcada por tosse e dor torácica ocorre em 75 % dos pacientes, e A biópsia cirúrgica da pleura pode ser realizada freqüentemente mimetiza uma pneumonia com com: derrame pleural parapneumônico, principalmente se houver predomínio anestesia local = biópsia pleural linfocitário no derrame pleural. fechada com agulha Mesmo com quadro clínico sugestivo de anestesia geral = biópsia pleural com pneumonia comunitária, deve-se suspeitar de toracoscopia ou videotoracoscopia tuberculose pleural. Hansenologia Exame dermato neurológico e coleta de [editar] Exames exames como raspado dérmico com exame baciloscopico, biopsia de pele Exame do escarro com pesquisa do e/ou de nervo, sorologia Elisa para bacilo da tuberculose (BAAR = bacilo complementação diagnóstica em casos álcool-ácido resistente). suspeitos de hanseníase acrescentando Teste cutâneo de tuberculina, ou Teste o teste intradérmico de Mitsuda que de Mantoux: negativo em 1/3 dos auxilia na classificação clinica. Para os pacientes. diagnósticos confirmados acrescenta-se os exames finais como Swab Nasal e Bucal, Biópsia de Concha Nasal e [editar] Exames radiográficos outros exames laboratoriais de rotina pré-tratamento. Radiografia de tórax: o parênquima pulmonar Concomitantemente aos exames o pode ser normal (na maioria dos pacientes) ou paciente passa por avaliações e mostrar sinais de tuberculose prévia. O derrame consultas por toda equipe pleural é unilateral, habitualmente de tamanho multiprofissional (assistente social, pequeno a moderado, mas pode ocupar todo um oftalmologista, fisioterapeuta, hemitórax. psicóloga, otorrinoralingologista, odontóloga) concluindo com inicio do [editar] Análise do líquido pleural tratamento.
A amostra do líquido pleural para análise pode
ser obtida por punção com agulha da cavidade pleural (Toracocentese). Sempre que possível, deve-se evacuar lentamente todo o líquido