Você está na página 1de 3

AMBULATÓRIO DE REUMATOLOGIA

 CONDUTA NA DOR ARTICULAR:


1º PASSO: Sinais + Sintomas  dor articular x dor não articular
- Dor articular: Dor em movimentação ativa e passiva, tumefação, limitação de
movimentos, crepitação, instabilidade e deformidade (raio-x).
2º PASSO: Classificação pelo número de articulações envolvidas:
- Monoarticular (uma) osteoartrose, gota, pseudogota, neoplasias...
- Oligoarticular (até 3)
- Poliarticular (> 3)  gota crônica, osteoartrose, artrite reumatoide, lúpus...
OBS: Dor Poliarticular pode ser classificada em Inflamatória (dor em repouso, eritema,
sintomas sistêmicos) X Não inflamatória.
3º PASSO: Aguda X Crônica (>6 semanas)
POLIARTROPATIAS CRÔNICAS INFLAMATÓRIAS
01. ARTRITE REUMATÓIDE
- Quadro clínico: D. inflamatória crônica progressiva que acomete a membrana
sinovialdas articulações podendo levar à destruição óssea e cartilaginosa. É, na sua
maioria, iniciada em pequenas articulações podendo evoluir para maiores e centrais.
Caracteriza-se por ser bilateral (simétrica) e cumulativa, com presença de rigidez
matinal (limitação de movim. Pela manhã) e após períodos de inatividade.
- Diagnóstico: Evidência clínica de SINOVITE ATIVA (edema) em pelo menos uma
articulação no momento do exame, sendo excluídas outras possíveis causas de
sinovite. PONTUAÇÃO MAIOR OU IGUAL A 6 ( escala 0-10)  diagnóstico AR.
- Conduta: Controle de atividade da doença (índices - CDAI) + Monitoramento da
evolução radiográfica (anual de mãos e pés) + Monitoramento de possíveis efeitos
adversos do tratamento.
- Tratamento: AINES + Modificadores de etapas especiais do proc. Imunoinflam. (FMD)
- AINES: usado no tratamento de artropatias inflamatórias com doses baixas de
glicocorticoide ( máx. 15mg prednisona/dia) até onde durar sintomas inflamatórios.
- FMD: 1ª linha = METOTREXANO 7,5-25mg 1x/semana
OBS: tipos de FMD: Agentes inibidores de TNF alfa
Depletores de Linf. B
Inibidores de coestimuladores do Linf. T
Inibidores de IL-6
- Ác. Fólico: Se faz necessário o uso de 1-2 dias após o Metotrexano para diminuir
efeitos adversos do tratamento  5-10mg 1x/sem.
02. LÚPUS ERITEMATOSO SISTEMICO:
- Definição: Doença autoimune multissistemica crônica, comprometendo
principalmente a pele, articulações, serosas, glomérulos e SNC.
- Diagnóstico: Ter 4 ou mais critérios; pelo menos 1 clínico e 1 imunológico de acordo
com a tabela: OBS: falta nessa tabela Coombs direto + e hipocomplementenemia (C3,
C4 ou CH50 reduzidos).
AMBULATÓRIO DE REUMATOLOGIA
FIBROMIALGIA
- Síndrome clínica que se manifesta, principalmente, com dor no corpo todo. Muitas vezes fica
difícil definir se a dor é nos músculos ou nas articulações. Junto com a dor, surgem sintomas
como fadiga, sono não reparador e outras alterações como problemas de memória e
concentração, ansiedade, formigamentos/dormências, depressão, dores de cabeça, tontura e
alterações intestinais. Uma característica da pessoa com Fibromialgia é a grande sensibilidade
ao toque e à compressão de pontos nos corpos. Os estudos mostram que os pacientes
apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem Fibromialgia.

- O diagnóstico é essencialmente clínico, não existem exames para Fibromialgia.

- Embora não exista cura, a Fibromialgia não é uma doença progressiva. Ela nunca é fatal e não
causa danos às articulações, aos músculos, ou órgãos internos. Em muitas pessoas ela melhora
com o tempo, e há casos nos quais os sintomas retrocedem quase totalmente. A Fibromialgia
não deve ser encarada como uma doença que necessita de tratamento, mas sim como uma
condição clínica que requer controle.

- A atividade física é reconhecidamente um método não medicamentoso de grande impacto na


melhora da dor, do humor e da qualidade de vida dos pacientes com Fibromialgia. Constitui-se,
assim, uma intervenção fundamental, aliada às medidas medicamentosas, para o tratamento
da Fibromialgia.

- Os analgésicos e anti-inflamatórios não são eficazes na Fibromialgia.

- Há alterações dos níveis de neurotransmissores no cérebro. As células nervosas enviam


informações a outras células por meio de neurotransmissores. Existem neurotransmissores
que agem diminuindo a dor e outros que a intensificam. Os antidepressivos e
neuromoduladores atuam aumentando a quantidade de neurotransmissores que diminuem a
dor, sendo por isso eficazes e utilizados no tratamento da Fibromialgia.

- Tratamento do sono/ansiedade: o objetivo é melhorar a qualidade do sono, não a sua


quantidade. Os remédios mais utilizados são os antidepressivos tricíclicos, como a
amitriptilina. Geralmente são usados não em uma dose para a depressão, mas pequenas
doses, próprias para o sono. A vantagem desta medicação é que ela não causa dependência
física. Outra medicação usada é a ciclobenzaprina, que é um relaxante muscular. Ela já foi
estudada na fibromialgia, e apresenta bons efeitos no sono, na dor e na fadiga.

- Tratamento da dor: embora não exista um analgésico que tire toda a dor em um paciente
com FM, este é um item importante no tratamento, pois o paciente deve ter a sua dor
reduzida a um ponto que permita o início da atividade física. Este ponto tem sido mais
valorizado desde que se descobriu que a dor dos pacientes é real. O tratamento deve ser
iniciado com analgésicos leves, como o paracetamol e a dipirona, e outros analgésicos mais
fortes podem ser usados se necessário.

Ex visto em ambulatório: VELIJA (Cloridrato de Duloxetina) - comprimidos 30 e 60mg.

Você também pode gostar