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Ana Julia Gatti

articulações desempenham a mesma

função (apenas há uma especificidade
maior).

Também denominadas junturas, são o

modo de união de uma parte com outra,
sendo, uma união funcional entre as
diferentes partes do corpo (pode ocorrer
entre osso-osso, osso-cartilagem, e ainda
cartilagem-cartilagem). O esqueleto, por
exemplo, é um conjunto de ossos
articulados, ligados, unidos.
As funções das articulações incluem a
união entre duas superfícies (como entre
o fêmur e tíbia, entre o osso nasal e as
cartilagens nasais, entre as próprias
cartilagens nasais), a permissão dos
movimentos, da locomoção (haverá
fixações musculares passando de uma
articulação para outra, fixando-se
justamente nos ossos; quando esses
músculos se contraem, o movimento é
realizado), a resistência (o que inclui a
proteção das regiões esqueléticas, como o
caso dos discos articulares na coluna
vertebral, que protegem a medula), são
responsáveis também pelo crescimento de
regiões esqueléticas, principalmente nos
ossos longos.
→A cartilagem é um tecido conjuntivo
resistente que recobre as extremidades
ósseas dentro das articulações. Ela
conecta os ossos do esqueleto humano aos
outros ossos e cartilagens e permite que
essas mesmas articulações tenham
mobilidade livre, o que resulta nos
movimentos do nosso corpo.
O tecido interposto entre as superfícies
articulares que estão sendo unidas é um
tecido conjuntivo fibroso. Normalmente,
de acordo com o grau de movimento, podem
ser classificadas como imóveis ou
sinartroses.
Divisão- pautada na quantidade de tecido
interposto e na sua localização:
• Suturas: pouco tecido interposto
entre as superfícies ósseas. Só são
encontradas no esqueleto cefálico
(crânio, neurocrânio e
víscerocrânio).
Mantém os ossos unidos (a combinação
forma o esqueleto cefálico), auxilia o
crescimento do encéfalo e da face, promove
elasticidade e resistência.
→Tipos de sutura (análise do
comportamento da superfície óssea com
outra):
-Suturas planas: superfície retilínea- como
entre os ossos nasais (esquerdo e direito),
os ossos da maxila.
-Suturas serradas ou denteadas: cheia de
ranhuras, as superfícies são irregulares,
como entre o frontal e o parental.

-Suturas escamosas: como entre o osso

parental e o temporal, entre o occipital e o
Classificação das temporal.
articulações Sinostose: calcificação das suturas →
calcificação da articulação (não se vê mais
Nos primórdios do estudo, os autores
limites entre os ossos).
classificavam as articulações de acordo com
o grau de movimento, de mobilidade, dessas
(grandes-diartrose-móveis, pequenos-
anfiartrose-semimóveis e sem movimentos-
sinartrose-imóveis).

Hoje a classificação está baseada no

material, no tecido que se interpõem na
superfície da articulação (mas dependendo
do tecido, o grau de movimento é alterado).
Independente da classificação, as
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• Sindesmoses- existem fortes
ligamentos entre as superfícies
ósseas. Um exemplo característico
são os ligamentos entre os ossos do
rádio e os ossos da ulna. Os
ligamentos estabilizam as
articulações (as superfícies podem
estar distantes). Não existe
superfície cartilaginosa na área de
união no osso.
As sindesmoses estão presentes como
articulações da coluna vertebral. Na região
anterior dos corpos vertebrais há o
ligamento longitudinal anterior, e também
existe o posterior (estabilidade do disco
intervertebral). O ligamento supra-espinal
(sobre os processos espinhosos),
interespinhal (entre os processos),
ligamento intratransversário (entre um
processo transverso e outro), ligamento
amarelo (na região do arco vertebral).
• Gonfose- articulação sindesmose
dento-alveolar (há ligamentos entre
o dente e o osso alveolar) - esses
ligamentos são pequenos.
Prego enfiado em uma tábua. Só
encontramos essa articulação onde existe
osso e dente (osso maxilar e mandibular).
O aparelho ortodôntico movimenta os
dentes pela existência desses ligamentos.
Pode ocorrer uma calcificação dos
ligamentos → anquilose → sem movimento.
O tecido interposto entre as superfícies
articuladas é uma cartilagem. Há dois tipos
de cartilagem, uma de crescimento (hialina)
e a outra de proteção (fibrocartilagem).
Muitas dessas articulações tendem a
desaparecer, a se calcificar; mas tem
algumas permanentes. Se não existe mais
tecido cartilaginoso, estamos diante de uma
sinostose. Geralmente são associadas às
articulações semimóveis.
Divisão:
• Sincondroses- cartilagem de
crescimento.
Podem ser de dois tipos:
-Localizada intraóssea (como a
formação do osso occipital)
-Localizada interóssea (como entre o
occipital e o esfenoide, esfenooccipital-
se calcifica com o tempo → crescimento
do crânio anteroposterior)
Permanentes → como a cartilagem
entre as costelas e o osso esterno,
articulação esternocostal (necessidade
da caixa toráxica de se expandir e de se
contrair pela movimentação dos órgãos
internos localizados nessa região).
• Sínfises- cartilagem de proteção
(diminui os impactos entre os ossos,
promover resistência).
É um disco interposto das superfícies
articulares, como entre os ossos do quadril,
a sínfise púbica, ou entre os corpos
vertebrais (o anel fibroso + núcleo).
São do tipo móveis, realizam grandes
movimentos, com grande amplitude. Estão
presentes, por exemplo, no ombro, punho,
joelho, entre outros.
Elementos comuns das sinoviais:
• Cápsula articular- formada por
tecido fibroso, resistente, e serve
para unir as extremidades ósseas
que formam a articulação.
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Cápsula articular do ombro- une o
úmero com a escápula
• Membrana sinovial- tecido
especializado encontrado apenas
nas articulações sinoviais- essa
membrana reveste a cápsula
articular internamente, além de ser
responsável por produzir e absorver
o líquido sinovial.
Em vermelho. A gordura presente serve
para proteção dos impactos. Em azul/cinza,
é a cartilagem articular, revestindo os
côndilos do fêmur.
• Líquido sinovial- ocupa a cavidade
articular, nutre e lubrifica a
cartilagem articular (esse líquido é
um filtrado do plasma sanguíneo).
• Cavidade articular- espaço virtual,
preenchido pelo líquido sinovial.
A cavidade articular está em preto. O líquido
ocupa esse espaço. Na parte superior da
imagem, acima da cápsula articular, nota-se
um tendão (continuação do músculo). O azul
mais claro do lado da cavidade articular, é a
cartilagem articular.
• Cartilagem articular- reveste as
superfícies ósseas dentro da
articulação. É avascular, por isso
precisa receber suprimento
nutricional do líquido sinovial (os
vasos sanguíneos chegam na
cápsula e não penetram até a
cartilagem, a membrana filtra e
põem pra dentro o plasma → não
pode ter circulação pois é uma área
de constante atrito) e aneural (não
tem enervação).
A artrite é um processo inflamatório crônico
que acomete as estruturas articulares. A
artrose é a degeneração da cartilagem
articular (como não tem irrigação
sanguínea, não pode regenerar, e por isso,
não tem cura, não é reversível). Mesmo que
dolorida a movimentação, pessoas com
artrose precisam se movimentar por que é
nesse momento em que o líquido sinovial é
produzido → estímulo mecânico da
membrana articular.
→Os tendões atravessam as articulações,
se inserem próximos, para que quando o
músculo gerar uma contração o osso seja
puxado e o movimento realizado se estenda
pelas articulações também.
Condromalácia é o amolecimento da
cartilagem articular (mais fácil de causar
erosões, até pelo contato constante, o que
pode evoluir para uma artrose).
Elementos acessórios das
sinoviais:
• Lábios articulares- estruturas de
fibrocartilagem (cartilagem- tecido
conjuntivo composto de células
denominadas condrócitos) que
servem para aumentar ligeiramente
a área de contato articular
(exemplo, o lábio do acetábulo,
aderido à face semilunar, aumenta
cerca de 10% o contato com o
fêmur, o que provoca maior
estabilidade, o que também ajuda
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na maior mobilidade; também existe

o lábio glenoidal na cavidade
glenoidal da escápula). Ele entra em
contato com a cavidade articular
para aumentar essa área de
contato.
Entre duas estruturas ósseas, promovem
estabilidade das articulações e servem de
guia para o movimento articular. São peças
de tecido conjuntivo denso compostas por
fibras colágenas que fornecem alta
resistência à tração.

• Extrarticulares- estão ao redor da

articulação, fora da cápsula.

• Discos articulares- encontrados na

articulação esterno-clavicular e na
articulação temporomandibular
(ATM- entre o processo condilar da
mandíbula e a fossa mandibular do
osso temporal). Ele separa a Entre o acrômio e o processo coracoide:
cavidade articular em dois ligamento coracoacromial. Entre o processo
compartimentos: superior e inferior coracoide e a clavícula: ligamento
→ mobilidade, guiar o movimento coracoclavicular (separado em dois feixes).
independente (quando abrimos a
boca, por exemplo, a cabeça da • Capsulares- estão na própria
mandíbula, o processo condilar cápsula → regiões mais espessas,
desce, e o disco acompanha, mas formando faixas (não tem como
as vezes há uma disfunção e ele separar a cápsula dos ligamentos).
não volta → estralo). Os ossos Exemplo: ligamento íliofemoral.
então se articulam com essas
superfícies do disco.
• Meniscos- também são
fibrocartilagens, e são encontrados
apenas nas articulações do joelho.
Tem formato de meia lua, ficam
entre os côndilos da tíbia →
menisco lateral e medial. (no meio
dos meniscos é cartilagem
Ou ainda o ligamento pubofemoral, e atrás o
articular).
ísquiofemoral. Assim, a cápsula articular do
quadril tem três ligamentos capsulares.

• Intra-articulares- os mais
conhecidos são os cruzados, no
joelho (anterior e posterior).

Existe um no acetábulo da bacia, o

ligamento da cabeça do fêmur, na fóvea,
que conduz uma pequena artéria para
ajudar na irrigação da cabeça do fêmur.
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O eixo é sempre perpendicular ao plano

Ex: para mexer o braço apenas para frente

e para trás, o “prego”, deve ser colocado
sobre o eixo transverso (na lateral, de um
lado para o outro). O movimento desliza no
plano imaginário, no caso o sagital → flexão,
levantar, e extensão, abaixar.

Já se esse prego é posto sobre o eixo

sagital, que liga os planos anterior e o
posterior, de frente para trás, o movimento é
lateral ao corpo, sobre o plano
frontal/coronal → abdução e adução.

Já se o eixo é longitudinal, de cima para

baixo, passando pelo úmero, só é possível
realizar a rotação lateral e a medial, sobre o
plano transverso.

Classificação anátomo-
funcional
Classificação das articulações sinoviais de
Eixos conectam os planos limites: planos acordo com o número de eixos.
laterais- eixo transverso, planos anterior e
posterior- eixo sagital, planos superior e • Não axiais/aaxiais- sem nenhum
inferior- eixo longitudinal. eixo- planas
• Uniaxiais- gínglimo ou trocoide
Para cada plano e eixo, temos um
• Biaxiais
determinado movimento.
• Triaxiais

Há ainda uma subclassificação que é de

acordo com o formato da superfície articular:

O eixo é imaginário e atravessa nossa

articulação, como se fosse um parafuso. Os
movimentos se dão entorno, ao redor, desse
eixo imaginário. O plano também é
imaginário.
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1- Face articular totalmente plana, nos

dois ossos, não há eixo de
movimento → não axial. (não
produz movimentos angulares, só
ocorrem movimentos de
deslizamentos). Como exemplo,
temos as articulações entre os
ossos do carpo, entre os ossos do
tarso e entre os processos
articulares das vértebras.

2- Uma superfície é convexa enquanto

a outra é côncava, como uma
dobradiça, é chamada de gínglimo
→ uniaxial (um eixo de movimento).
Um exemplo é a articulação entre a tróclea
do úmero e a incisura troclear da ulna →
articulação úmeroulnar, ou articulação do
3- Ou uma extremidade óssea pode
cotovelo. Nessa articulação, temos a
girar sobre a outra, tipo trocoide
cápsula articular com espessamento nas
(forma de roda) → uniaxial.
laterais, são os ligamentos capsulares,
chamados de ‘ligamento colateral ulnar” – a Há uma articulação entre o rádio (na
partir do epicôndilo medial- ‘ligamento cabeça, circunferência articular) e a ulna (na
colateral radial” - epicôndilo lateral. incisura radial da ulna)→ articulação
radioulnar proximal.

Obs: ao redor da cabeça do rádio há um

ligamento capsular → ligamento anular do
rádio.

A articulação do tornozelo também é do tipo

gínglimo- praticamente entre a tíbia e o
talos- articulação talotibial. Os ligamentos Assim, a cabeça do rádio gira “no lugar”, na
colaterais também são capsulares → articulação.
ligamento colateral medial/deltoide (4 feixes:
talotibial anterior, talotibial posterior,
calcâneotibial- sai do sustentáculo- e
tíbianavicular) e colateral lateral (3 feixes:
talofibular anterior- mais lesionado-,
talofibular posterior e calcâneofibular).

Supinação- virar a palma da mão para cima.

Pronação- palma da mão para baixo.
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Outra articulação trocoide ou pivô
encontrada no corpo é entre a áxis e a atlas.
O dente do áxis fica em contato com o arco
anterior da atlas (o ligamento transverso do
atlas segura o dente junto ao arco)→
pequenos movimentos rotacionais →
articulação atlantoaxial mediana.
Biaxiais
4- Ambas as superfícies são do tipo
“selar”, como selas de cavalo, são
tanto concavas quanto convexas →
biaxial.
Encontradas em dois pontos: entre o
trapézio e base do primeiro metacarpo →
articulação carpometacarpal do polegar.
O eixo do polegar é alterado, mas há
movimentos: abdução, adução, flexão e
extensão.
A articulação esternocalvicular também é do
tipo selar, a clavícula se movimenta
conforme os movimentos dos braços.
Quando realizamos o movimento de
abdução e de adução no braço, a clavícula
faz elevação ou depressão. Já nos
movimentos do ombro para frente,
pronação, a clavícula também vai para
frente, assim quando posicionamos o ombro
para trás, retração, a clavícula também vai
para trás.
5- Superfície articular de elipse, do tipo
elipsóide → biaxial.
Como exemplo, há a articulação do punho,
entre a face articular carpal do rádio e o
escafóide e o semilunar → articulação
radiocarpal.
Tem cápsula articular com espessamentos
(ligamentos) → ligamentos colateral medial
do punho e colateral lateral do punho.
Desvio ulnar: movimento em direção à ulna
→ medial → adução.
Desvio radial: lateral → abdução.
6- Ainda como articulações biaxiais,
há a condilar. Encontrada apenas
no joelho, entre os côndilos da tíbia
e do fêmur.
O joelho tem algumas particularidades,
como os ligamentos cruzados, anteriores e
posteriores, a cartilagem (erosão: artrose),
os meniscos, os espessamentos das
cápsulas formando os ligamentos colaterais
medial, tibial, e lateral, fibular, e há o
ligamento meniscofemoral posterior.
Os meniscos direcionam os movimentos,
servem como amortecedor de impacto. O
menisco lateral é mais ‘fechadinho’, menor.
Os meniscos são presos/fixos apenas nas
extremidades, nos cornos. O menisco
medial também tem uma fixação no
ligamento colateral medial → o menisco
lateral é mais móvel, permite maior
mobilidade. O menisco medial é o mais
lesionado (não acompanha os movimentos
do fêmur com a tíbia).
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Triaxiais

7- Uma esfera que se encaixa em um

receptáculo, é do tipo esferóide →
triaxial.

A articulação do ombro e do quadril (ou

coxofemoral, entre a cabeça do fêmur e o
acetábulo).

A articulação do quadril, com o seu

espessamento, apresenta o ligamento
íliofemoral, pubofemoral e ísquiofemoral.

Há uma bolsa sinovial (almofadinha com

líquido sinovial).

A do ombro tem os ligamentos glenoumerais

(saem da cavidade glenoidal e vão para o
úmero.