Você está na página 1de 10

Departamento de Neurologia, HC- Unicamp 1

CONCORDÂNCIA INTER-OBSERVADOR E INTER-TESTE DA ESCALA DE FUGL-


MEYER

ESCALA DE DESEMPENHO FÍSICO DE FUGL-MEYER

O método de avaliação do desempenho físico de Fugl Meyer, consiste em um sistema de


escala numérica acumulativa, que visa avaliar o desenvolvimento da função motora, sensibilidade e o
equilíbrio de pacientes que sofreram uma patologia cerebrovascular e apresentam uma hemiparesia
ou uma hemiplegia.
A avaliação da função motora construído por Fugl Meyer é essencialmente baseado nos
métodos descritos por Brunnström. O teste é composto por 50 itens para os quais é aplicada uma
escala numérica ordinal para cada item. São testados a extremidade superior e inferior, a pontuação
máxima é de 100 o que determina função motora normal. A pontuação máxima da extremidade
superior é 66 e da extremidade inferior é 34.
Se o paciente apresentar uma porcentagem de recuperação motora inferior a 50, representa
uma comprometimento motor severo com pouca ou nenhuma movimentação no membro afetado, ou
retorna a movimentação de membro inferior mas não a de membro superior. Pontuação entre 50 e 84
representa uma dano motor marcante. Pontuação entre 85 e 95 indica um dano motor moderado,
onde especificamente a função da mão deve estar altamente comprometida. Finalmente uma
pontuação entre 96 a 99 representa somente um comprometimento leve (pontuação em %).
Esta avaliação é utilizada para demonstrar e comparar o desenvolvimento e a recuperação dos
pacientes pós AVC.

MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA AVALIAÇÃO

Para que a escala se torne mais eficiente e prática, a avaliação foi disposta de forma em que
sejam realizadas as tarefas, primeiramente, em decúbito dorsal, em seguida sentado e por fim em
ortostatismo. E para isto, a escala foi desmembrada e dividida em várias partes.

TAREFAS REALIZADAS DEITADO EM SUPINO

I. MOVIMENTAÇÃO PASSIVA E DOR


A avaliação da mobilidade articular passiva e ocorrência de dor articular, é avaliada durante e
até o final do movimento. A mobilidade articular e comparado com o lado não afetado.
Cuidados: Diferenciar a sensação de dor com a sensação de sentir “puxar” (alongar) o
membro. Então, questionar se a movimentação esta provocando realmente dor, ou somente é um
alongamento. Caso seja o sentir “puxar”, não considerar como dor.
Pontuação Mobilidade:
0 – apenas alguns graus de movimento
1 – grau de mobilidade passiva diminuída
2 – grau de movimentação passiva normal

Pontuação Dor:
0 – dor pronunciada durante todos os graus de movimento e dor marcante no final da amplitude
1 – alguma dor
2 – nenhuma dor

Pontuação total para mobilidade e dor: 44 pontos


Departamento de Neurologia, HC- Unicamp
2
II. SENSIBILIDADE
1. Extereocepção: A sensibilidade e testada com o paciente vendado e com um chumaço de algodão.
O paciente é questionado sobre a sensação sentida em ambos os braços, superfície palmar da mão,
ambas as pernas e planta dos pés. Avaliar bilateralmente para se obter diferenças qualitativas e
quantitativas.O paciente deve estar deitado em decúbito dorsal.
Cuidados: O paciente muitas vezes pode localizar com precisão o local onde foi passado o
chumaço de algodão, porém ele apresenta uma hipoestesia. Então para se comprovar a hipoestesia, se
faz necessário passar o chumaço de algodão no membro não lesado e questionar se a sensação é a
mesma com relação ao membro sadio. Caso ocorra diferença no membro lesado, o paciente apresenta
uma hipoestesia/disestesia.
Pontuação:
0 – anestesia
1 – hipoestesia/disestesia
2 - normal
Pontuação parcial para sensibilidade: 8 pontos

2. Propriocepção: A propriocepção é testada com o paciente vendado e em decúbito dorsal. O


avaliador colocará o membro lesado em 4 posições diferentes para cada articulação, e pedirá que o
paciente coloque o membro não afetado na mesma posição. São realizados movimentos lentos e
alternados, sempre tomando cuidados com os dedos e as mãos do examinador, para assim evitar
transmitir outras sensações além da propriocepcão articular, dificultando assim a resposta do
paciente.
Cuidados: Fica estabelecido que o paciente acertou a posição, caso ele tenha conseguido
atingir o posicionamento da articulação avaliada, independente se ele errou o posicionamento das
demais articulações.
Pontuação:
0 - ausência de sensação (0 quando errou 2 ou mais posicões)
1 – ao menos ¾ das respostas são corretas, mas há diferença considerável com o lado não afetado (
recebe 1 ponto quando errar somente 1 posicão)
2 – pequena ou nenhuma diferença comparado com o membro não afetado
Pontuação parcial da sensibilidade: 16 pontos

Pontuação total da sensibilidade: 24 pontos

III. FUNÇÃO MOTORA DA EXTREMIDADE INFERIOR – Parte I

1. Motricidade Reflexa: É testado o reflexo aquileu e patelar. E pontua-se se há ou não atividade


reflexa. Neste teste, não há pontuação 1.
Pontuação:
0 – sem atividade reflexa
2 – atividade reflexa pode ser avaliada
Pontuacão máxima: 4 pontos

2. Atividade reflexa normal: Neste teste, além de avaliar os reflexos aquileu e patelar, avalia-se
também os adutores.

Cuidados: Fica estipulado que um reflexo vivo é aquele em que está mais acentuado que o membro
sadio. E é considerado um reflexo hiperativo, aquele que ao se percutir áreas vizinhas ao tendão
testado, apresentar resposta muito acentuada com relação ao lado sadio. (o reflexo vivo é mais leve
que o hiperativo, porém é mais acentuado que o normal)
Pontuação:
0 – 2 ou 3 reflexos estão marcadamente hiperativos
1 – 1 reflexo esta hiperativo ou 2 estão vivos
2 – não mais que 1 reflexo esta vivo
Departamento de Neurologia, HC- Unicamp 3
Pontuação máxima: 2 pontos

Motricidade ativa

3. Sinergia flexora:
Neste teste, o paciente deve sair de uma postura de extensão de quadril e joelho (membro
apoiado na maca) e com uma flexão plantar. E a partir deste posicionamento, é solicitado que o
paciente realize uma tríplice flexão. Usualmente, o paciente ira abduzir e rodar externamente o
quadril. Durante este movimento, os tendões dos flexores do joelho podem ser palpados para
certificar de que esta ocorrendo atividade dos flexores.
Cuidados: Deve-se observar com atenção a movimentação do tornozelo, que geralmente esta
diminuída ou ausente.
Pontuação:
0 – a tarefa específica não pode ser realizada
1 – a tarefa pode ser realizada em parte
2 – a tarefa é realizada em todo o grau de movimento nas 3 articulações
Pontuação máxima: 6 pontos

4. Sinergia Extensora:
A partir de uma posição de tríplice flexão, o paciente deverá realizar uma extensão de quadril,
joelho, flexão plantar e uma adução de quadril. O avaliador com a mão na região plantar do pé,
impõe uma resistência ao movimento do paciente, e assim compara a força com o lado não afetado.
Pontua-se 0 quando o paciente não conseguir realizar algum movimento ativamente, principalmente
de flexão plantar.
Pontuação:
0 – a tarefa específica não pode ser realizada
1 – apenas pouca força
2 – força normal ou perto do normal (comparado ao lado não afetado)
Pontuação máxima: 8 pontos.

IV. COORDENAÇÃO/VELOCIDADE EXTREMIDADE INFERIOR


Para avaliar a coordenação/velocidade, o paciente em decúbito dorsal é instruído a fazer o
teste calcanhar-joelho 5 vezes, o mais rápido que conseguir. O avaliador cronometra o tempo que o
paciente realizar as 5 repetições, bilateralmente.
Enquanto é cronometrado o tempo, os avaliadores observam o tremor e a dismetria.
Cuidados: Com relação a dismetria, é considerado marcante quanto o calcanhar escorregar
totalmente da linha a ser percorrida na perna e tocar a superfície do divã ou muito próximo a ele. E
dismetria leve é quando o calcanhar sair de seu alinhamento normal, porém discreto.
Caso o paciente não consiga realizar o teste calcanhar-joelho, considerar 0 para tremor, dismetria e
velocidade.
A) Pontuação tremor:
0 – tremor marcante
1 – tremor leve
2 – sem tremor
B) Pontuação dismetria:
0 – dismetria marcante
1 – dismetria leve
2 – sem dismetria
C) Pontuação velocidade:
0 – 6 seg. mais lento que o lado não afetado
1 – 2 a 5 seg. mais lento que o lado afetado
2 – menos de 2 segundos de diferença
Pontuação máxima: 6 pontos
Departamento de Neurologia, HC- Unicamp 4
TAREFAS REALIZADAS SENTADO

V. EQUILÍBRIO NA POSIÇÃO SENTADA – Parte I Paciente sentado e sem apoio para os pés.

A) Avaliar se paciente senta sem apoio.


Pontuação:
0 – não consegue se manter sentado sem grande apoio
1 – permanece sentado sem apoio por pouco tempo
2 – permanece sentado sem apoio por pelo menos 5 min. e regula a postura do corpo em relação a
gravidade

B) e C) Para testar a reação de para-quedas, o paciente deve ser vendado.


Pontuação:
0 – não ocorre abdução de ombro, extensão de cotovelo para evitar a queda
1 – reação de paraquedas parcial
2 – reação de paraquedas normal
Cuidados: Preferencialmente, testar primeiro a reação de para-quedas do lado lesado. O paciente
deve ser “distraído” e não estar ciente que será avaliado esta reação.

Pontuação máxima: 6 pontos

VI. FUNÇÃO MOTORA EXTREMIDADE SUPERIOR


1. Motricidade reflexa: Testar o reflexo de bíceps e tríceps braquial, bilateralmente.
Pontuação:
0 - sem atividade reflexa
2 – atividade reflexa presente
Pontuação máxima: 4 pontos

2. Sinergia flexora: Com o paciente sentado, solicitar que ele leve o dedo mínimo a orelha, com o
dorso da mão voltado para frente. Assim, deve ser avaliado a elevação, retração de ombro, abdução
de 90º, rotação externa, flexão de cotovelo e supinação do antebraço. Este teste deve ser feito
bilateralmente para assim se comparar o lado sadio com o lesado.
Cuidados: Os itens mais difíceis de serem observados são a elevação e retração de ombro,
rotação externa e a supinação. Os pacientes devem ser meticulosamente instruídos – comando verbal
para minimizar dificuldades. Solicitar que realize movimento sempre no lado sadio primeiro. Pontua-
se com relação ao posicionamento final do paciente, ou seja, a posição que ele conseguiu alcançar no
final. Comparar com lado sadio.
Pontuação:
0 – a tarefa não pode ser realizada completamente
1 – a tarefa pode ser realizada parcialmente
2 – tarefa perfeita
Pontuação máxima: 12 pontos.

3. Sinergia extensora: Solicitar que o paciente rode internamente o ombro e com o cotovelo
estendido, leve o polegar ao joelho oposto. Comparar bilateralmente. O posicionamento inicial pode
ser que se encontre em sinergia flexora. Alguns pacientes, ansiosos em cooperar, podem rodar o
tórax, ou oscilar o braço afetado. Para ver se existe realmente atividade motora, talvez seja
necessário palpar o peitoral maior e/ou o tendão do tríceps braquial.
Cuidados: Neste teste a dificuldade esta em detectar a rotação interna e pronação do
antebraço. Caso o membro já esteja em pronação, porém ao solicitar uma pronação ativa e o paciente
não apresentar, a pontuação para a pronação é 0.
Caso o paciente realize somente uma adução (sem rotação interna) ou somente uma rotação interna
(sem adução), considera-se 1 ponto.
Departamento de Neurologia, HC- Unicamp 5
Pontuação:
0 – tarefa não pode ser realizada completamente
1 – tarefa pode ser realizada parcialmente
2 – a tarefa é realizada perfeitamente
Pontuação máxima: 6 pontos

4. Movimentos Sinérgicos combinados:


A) mão a coluna lombar: Levar a mão à coluna lombar e comparar com o lado não afetado.
Cuidados: Considera-se 2 pontos somente se o paciente alcançou com membro afetado a mesma
posição do membro não afetado. E pontua-se 1 quando a mão alcançar ou passar a espinha ilíaca
ântero superior.
Pontuação:
0 – tarefa não pode ser realizada completamente
1 – a mão passa pela espinha ilíaca ântero-superior
2 – a tarefa é realizada perfeitamente
B) flexão de 90º de ombro: o paciente deve fazer uma flexão de 90º de ombro, com cotovelo a 0º e
antebraço em posição neutra.
Cuidados: observar se ocorre desvio da posicão requerida, e se ocorre, verificar em qual instante do
arco de movimento isto ocorre (inicio ou fim do movimento)
Pontuação:
0 – se no início do mov. o braço é abduzido ou o cotovelo é fletido
1 – se na fase final do mov. o ombro abduz e/ou ocorre flexão de cotovelo
2 – a tarefa é realizada perfeitamente

C) prono-supinacão: Realizar uma prono-supinação com o cotovelo a 90º e ombro a 0º.


Cuidados: Pontua-se 0 se o paciente não conseguir manter o posicionamento exigido, por mais que
realize um pouco de prono-supinação. E 1 ponto se realiza prono-supinação parcial, enquanto
mantêm a posição requerida.
Pontuação:
0 – Não ocorre posiciona/o correto do cotovelo e ombro e/ou pronação e supinação não pode ser
realizada completa/e
1 – prono-supino pode ser realizada com ADM limitada e ao mesmo tempo o ombro e o cotovelo
estejam corretamente posicionados
2 – a tarefa é realizada completamente
Pontuação máxima: 6 pontos

5. Movimento sem sinergia:


A) Realizar uma abdução de ombro a 90º com cotovelo estendido e pronado.
Cuidados: Observar se a movimentação indesejável ocorre no início ou no fim do movimento, para
assim poder pontuar 1 ou 0.
Pontuação:
0 – não é tolerado nenhuma flexão de ombro ou desvio da pronação do antebraço no INÍCIO do
movimento
1 – o movimento pode ser realizado somente em parte ou se durante o mov., o cotovelo é fletido ou o
antebraço não se mantêm pronado
2 – a tarefa pode ser realizada sem desvio

B) Flexão de ombro de 90º a 180º, com o antebraço neutro.


Cuidados: o paciente deve conseguir sair da posição de 90º de flexão de ombro, e a partir desta
posição ir até 180º.
Pontuação:
0 – o braço é abduzido e cotovelo fletido no início do movimento
1 – o ombro abduz e/ou ocorre flexão de cotovelo na fase final do movimento
2 – a tarefa é realizada perfeitamente
Departamento de Neurologia, HC- Unicamp 6
C) Realizar prono-supinação com o cotovelo totalmente estendido, ombro fletido entre 30º a 90º.
Cuidados: Observar se paciente consegue realizar a posição inicial requerida.
Pontuação:
0 – Não ocorre posiciona/o correto do cotovelo e ombro e/ou pronação e supinação não pode ser
realizada completa/e
1 – prono-supino pode ser realizada com ADM limitada e ao mesmo tempo o ombro e o cotovelo
estejam corretamente posicionados
2 – a tarefa é realizada completamente

Pontuação máxima: 6 pontos

Este próximo item, somente será avaliado e pontuado se no item 5 (anterior) o paciente
conseguiu atingir a nota máxima (6 pontos). Caso contrário, não é avaliado e pontua-se 0.

6. Atividade reflexa normal: Avaliar a atividade reflexa de bíceps, flexores dos dedos e tríceps. E
observar se estão normais, vivos ou hiperativos, comparando-se com o lado não afetado. A diferença
entre vivo e hiperativo segue igual ao já citado para membro inferior. (item III).
Pontuação:
0 – 2 ou 3 reflexos estão hiperativos
1 – 1 reflexo esta marcadamente hiperativo ou 2 estão vivos
2 – não mais que 1 reflexo esta vivo e nenhum esta hiperativo

7. Controle de punho:
A) Com o cotovelo a 90º, ombro a 0º e em pronação, o paciente deve realizar uma extensão de punho
de pelo menos 15º. Neste teste o avaliador pode auxiliar a estabilizar o cotovelo e manter o antebraço
em pronação, porém não pode auxiliar no movimento do punho. Caso o paciente tenha atingido a
posição requerida e ainda conseguir realizar o movimento exigido, o avaliador coloca resistência ao
movimento.
Pontuação:
0 – o pcte não pode dorsifletir o punho na posição requerida
1 – a dorsiflexão pode ser realizada mas sem resistência alguma
2 – a posição pode ser mantida contra alguma resistência

B) Cotovelo a 90º de flexão, ombro a 0º, dedos fletidos e em pronação: Realizar um movimento de
máxima flexão para máxima extensão de punho. O avaliador pode auxiliar no posicionamento
correto do membro superior. Neste teste não se avalia a força, apenas se há movimento ativo.
Cuidados: Considerar 0 quando o paciente não realizar a atividade, ou realizar somente uma extensão
ou flexão de punho. (não realiza os dois movimentos).
Pontuação:
0 – não ocorre mov. Voluntário
1 – o pcte não move ativamente o punho em todo grau de movimento
2 – a tarefa pode ser realizada

C) Cotovelo a 0º, ombro levemente fletido e em pronação: Realizar uma extensão de punho a pelo
menos 15º. Caso o paciente tenha atingido a posição requerida e ainda conseguir realizar o
movimento exigido, o avaliador coloca resistência ao movimento. O avaliador pode auxiliar no
posicionamento correto.
Pontuação:
0 – o pcte não pode dorsifletir o punho na posição requerida
1 – a dorsiflexão pode ser realizada mas sem resistência alguma
2 – a posição pode ser mantida contra alguma resistência
Departamento de Neurologia, HC- Unicamp
7
D) Realizar máxima flexão para máxima extensão de punho, com o cotovelo a 0º, e ombro
levemente fletido e abduzido e com pronação: O avaliador pode auxiliar no posicionamento correto
do membro superior. Neste teste não se avalia a força, apenas se há movimento ativo.
Cuidados: Considerar 0 quando o paciente não realizar a atividade, ou realizar somente uma extensão
ou flexão de punho. (não realiza os dois movimentos).
Pontuação:
0 – não ocorre mov. Voluntário
1 – o pcte não move ativamente o punho em todo grau de movimento
2 – a tarefa pode ser realizada

E) Realizar uma circundução do punho. Avaliar a atividade voluntária. O examinador pode auxiliar
no posicionamento correto do membro superior.
Pontuação:
0 – não ocorre mov. Voluntário
1 – o pcte não move ativamente o punho em todo grau de movimento
2 – a tarefa pode ser realizada

Pontuação total: 10 pontos

8. Mão:
A) O paciente deve realizar uma flexão em massa total dos dedos e o avaliador compara com o lado
contralateral.
Pontuação:
0 – não ocorre flexão alguma
1 – ocorre alguma flexão de dedos
2 – flexão completa (comparado com mão não afetada)

B) O paciente deve realizar uma extensão em massa dos dedos. Pontua-se 1 quando o paciente não
consegue estender os dedos ativamente, porém ele consegue relaxar da posição de flexão dos dedos.
Pontuação:
0 - nenhuma atividade ocorre
1 – ocorre relaxamento (liberação) da flexão em massa
2 – extensão completa (comparado com mão não afetada)

C) O paciente deve realizar flexão de interfalangeanas distais e proximais e extensão de


metacarpofalangeana e avaliador impõe resistência contra este posicionamento e paciente deve
manter a posição.
Cuidados: Pontua-se 0 quando o paciente não conseguir ficar na posição requerida, principalmente
em extensão de metacarpofalangeana.
Pontuação:
0 – posição requerida não pode ser realizada
1 – a preensão é fraca
2 – a preensão pode ser mantida contra considerável resistência

D) O paciente é instruído a realizar uma adução de polegar e segurar um papel contra um puxão.
Cuidados: Avaliar se paciente esta realizando uma flexão ou oponência de polegar ao invés de uma
adução. Observar também se ele mantêm o papel ativamente, ou é a espasticidade que esta agindo.
Então pontua-se 0 se ele não consegue aduzir ou se não tem esse movimento ativo e sim
espasticidade.
Pontuação:
0- a função não pode ser realizada
1 – o papel pode ser mantido no lugar mas não contra um leve puxão
2 – um pedaço de papel é segurado firmemente contra um puxão
Departamento de Neurologia, HC- Unicamp
8
E) O paciente deve segurar um lápis interpondo o polegar ao dedo indicador (polpa a polpa).
Cuidados: Observar se o paciente conseguiu segurar com as polpas dos dedos requeridos e se ele
consegue manter o lápis na posição contra um puxão. Neste caso, talvez se faça necessário abduzir os
dois dedos do paciente para que ele consiga pegar o objeto, porem deve pegar o objeto com
movimento em pinça.
Pontuação:
0 – a função não pode ser realizada
1 – o lápis pode ser mantido no lugar mas não contra um leve puxão
2 – o lápis é segurado firmemente

F) O paciente deve segurar um objeto cilíndrico com as superfícies volares do polegar e dedo
indicador contra os demais dedos. Observar a força com que ele segura.
Pontuação:
0 – a função não pode ser realizada
1 – o objeto interposto pode ser mantido no lugar mas não contra um leve puxão
2 – o objeto é segurado firmemente contra um puxão

G) O paciente deve segurar com firmeza uma bola de tênis. Ele e instruído a colocar os dedos em
posição de abdução de polegar e flexão com abdução do II ao V dedos.
Pontuação:
0 – a função não pode ser realizada
1 – o objeto interposto pode ser mantido no lugar mas não contra um leve puxão
2 – o objeto é segurado firmemente contra um puxão

Pontuação máxima: 14 pontos

Pontuação total da extremidade superior: 60 pontos

VII. COORDENAÇÃO/VELOCIDADE DO MEMBRO SUPERIOR:


Muitos pacientes com função motora de membro superior próximo ao normal irão se queixar
de descoordenação e lentidão dos movimentos.
O paciente é instruído a realizar o teste index-nariz cinco vezes o mais rápido que conseguir.
E o avaliador cronometra o tempo bilateralmente. Enquanto o teste esta sendo cronometrado, todos
os avaliadores observam o aspecto tremor e dismetria.
Cuidados: Muitos pacientes não conseguem realizar o teste levando o dedo até o nariz. Neste caso,
desconsiderar o teste e colocar 0 para todos os itens.
A) Pontuação do tremor:
0 – tremor marcante
1 – tremor leve
2 – sem tremor
B) Pontuação da dismetria:
0 – dismetria pronunciada
1 – dismetria leve
2 – sem dismetria
C) Pontuação da velocidade:
0 – 6 seg. mais lento que o lado não afetado
1 – 2 a 5 seg. mais lento que o lado não afetado
2 – menos de 2 segundos de diferença
Pontuação máxima: 6 pontos.
Departamento de Neurologia, HC- Unicamp 9
VIII. FUNÇÃO MOTORA EXTREMIDADE INFERIOR – Parte II

5. Movimento combinando sinergias


A) O paciente sentado, deve realizar uma flexão além de 90º de joelho, a partir de uma leve extensão
de joelho.
Cuidados: Palpar o tendão dos flexores dos joelhos para observar se ocorre uma contração, ou o
joelho é fletido devido a ação da gravidade. E o joelho deve passar de 90º de flexão.
Pontuação:
0 – sem movimento ativo
1 – o joelho pode ativamente ser fletido até 90º (palpar os tendões dos flexores do joelho)
2 – o joelho pode ser fletido além de 90º

B) Pedir para o paciente realizar uma dorsiflexão de tornozelo e comparar ao lado não afetado.
Pontuação:
0 – sem movimento ativo
1 – atividade flexora incompleta
2 – dorsiflexão completa (comparar com lado não afetado)

Pontuação máxima parcial: 4 pontos

TAREFAS REALIZADAS NA POSIÇÃO ORTOSTÁTICA

IX. FUNÇÃO EXTREMIDADE INFERIOR – Parte III

6. Movimento sem sinergia:


A) Em pé, o paciente deve realizar uma flexão de joelho a pelo menos 90º e manter o quadril neutro
(0º).
Cuidados: Observar a movimentação do quadril (flexão), se ele ocorre no início do movimento (0),
no fim do movimento (1 ponto) ou o paciente consegue manter o quadril neutro (2 pontos). Observar
tambem se paciente realiza a flexão de joelho ate os 90º.
Pontuação:
0 – o joelho não pode ser fletido se o quadril não é fletido simultaneamente
1 – inicia flexão de joelho sem flexão do quadril, porém não atinge os 90º de flexão de joelho ou
flete o quadril durante o término do movimento
2- a tarefa é realizada completamente

B) Solicitar uma dorsiflexão do tornozelo e comparar bilateralmente.


Cuidados: A dorsiflexão deve ser realizada sem retirar o calcanhar do chão.
Pontuação:
0 – a tarefa não é realizada
1 – a tarefa é realizada parcialmente (comparado com o lado não afetado)
2 – a tarefa é realizada completamente (comparado com o lado não afetado)
Pontuação máxima parcial: 4 pontos

Pontuação total da extremidade inferior (Parte I, II e III): 28 pontos

X. EQUILÍBRIO EM PÉ – Parte II

A) Observar se paciente consegue se manter em pé com apoio


Pontuação:
0 – não consegue ficar de pé
1 – de pé com apoio máximo de outros
2 – de pé com apoio mínimo por 1 min
Departamento de Neurologia, HC- Unicamp 10
B) Observar se paciente consegue manter-se em pé sem apoio por pelo menos 1 minuto.
Cuidados: Cronometrar o tempo e observar o equilíbrio e se paciente apresenta oscilações.
Pontuação:
0 – não consegue ficar de pé sem apoio
1 – pode permanecer em pé por 1 min ou por mais tempo, porém com alguma oscilação
2 – bom equilíbrio, pode manter o equilíbrio por mais que 1 minuto com segurança

C) Paciente deve ficar em apoio único sobre o lado não afetado (sem apoio): O avaliador deve
cronometrar
Pontuação:
0 – a posição não pode ser mantida por mais que 1-2 seg (oscilação)
1 – consegue permanecer em pé, com equilíbrio, por 4 a 9 segundos
2 – pode manter o equilíbrio nesta posição por mais que 10 segundos

D) Paciente deve ficar em apoio único sobre o lado afetado (sem apoio): O examinador deve
cronometrar o tempo que paciente consegue se manter na posição sem apoio algum.
Pontuação:
0 – a posição não pode ser mantida por mais que 1-2 segundos (oscilação)
1 – consegue permanecer em pé, com equilíbrio, por 4 a 9 segundos
2 – pode manter o equilíbrio nesta posição por mais que 10 segundos
Pontuação máxima parcial: 8 pontos

Pontuação total do equilíbrio (Parte I e II): 14 pontos

PONTUAÇÃO TOTAL DA FUGL-MEYER

Para se obter a pontuação total da escala, soma-se os testes, que para a avaliação foram
desmembrados, e assim obtem-se a pontuação atingida pelo paciente.
Para se calcular a porcentagem de recuperação, multiplica-se o valor total obtido por 100 e
divide-se por 226 (valor máximo).

REGIÃO PONT. MÁXIMA PONT. OBTIDA


Função MS + Coord/Veloc MS (VI +VII) 60 +6 = 66
Função MI + Coord/Veloc. MI (III + VIII + 28 + 6 = 34
IX + VIII)
Movimentação Passiva 44
Dor 44
Sensibilidade 14
Equilíbrio (V + X) 14
PONTUAÇÃO TOTAL 226

PORCENTAGEM DE RECUPERAÇÃO:

PONTUAÇÃO OBTIDA x 100 = % de recuperação


226

Você também pode gostar