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Curso de

Alongamento Terapêutico

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
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mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO III

Avaliação Físico-funcional da Flexibilidade e da Amplitude de Movimento

1. Avaliação da flexibilidade
A avaliação da flexibilidade permite estabelecer parâmetros para prescrição
de exercícios de alongamento, identificar grupos musculares com déficit de
flexibilidade, além de possibilitar o correlacionamento entre dores músculo-
articulares e encurtamento muscular.

1.1 Formas de medidas e avaliação da flexibilidade


Os métodos para avaliação da flexibilidade podem ser classificados em
função das unidades de mensuração dos resultados em adimensionais, lineares e
angulares.

1.1.1 Testes adimensionais


Testes em que não existe uma unidade de medida convencional, tal como
ângulo e centímetros, para expressar o resultado obtido. Não dependem de
equipamentos, utilizando-se unicamente de critérios ou etapas de análise pré-
estabelecidas. Como exemplos deste tipo de teste são citados o teste de Carter e o
flexiteste.
O teste de Carter avalia a mobilidade articular por um escore crescente
variável de 0 a 9 pontos, atribuindo-se um ponto para a habilidade de realizar cada
um dos seguintes movimentos: extensão passiva dos quirodáctilos mínimos além de
90°; posição passiva dos polegares à face “flexora” dos antebraços; hiperextensão
dos cotovelos, além de 10°; hiperextensão dos joelhos, além de 10º e flexão do
tronco, partindo da posição ereta, com os joelhos estendidos, de modo que as
palmas das mãos repousem, facilmente, no solo.
O flexiteste consiste em medir a mobilidade máxima de 20 movimentos
corporais, sem aquecimento prévio. Cada movimento é medido em uma escala de

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zero a quatro, no total de cinco níveis de flexibilidade. O profissional que está
realizando o teste, força o movimento nas articulações do paciente até o ponto
máximo de amplitude, detectado pela resistência mecânica ao prosseguimento da
execução ou pelo relato de desconforto. O grau de flexibilidade é definido quando a
amplitude alcançada é comparada com padrões de flexibilidade, que vão de zero
(flexibilidade quase inexistente) a quatro (muito grande).
Os movimentos avaliados são: flexão e extensão do tornozelo; flexão e
extensão do joelho; flexão, extensão, abdução e adução do quadril; flexão, extensão
e flexão lateral do tronco; flexão e extensão do punho; flexão e extensão do
cotovelo; adução posterior do ombro com 180º de abdução; extensão com adução
posterior do ombro; extensão posterior do ombro; rotação lateral e medial do ombro
com 90º de abdução. Existe uma adaptação do flexiteste em que oito movimentos
são avaliados: flexão, extensão e abdução do quadril, flexão e flexão lateral do
tronco, extensão posterior e extensão com adução posterior do ombro, adução
posterior a partir da abdução de 180° do ombro.

1.1.2 Testes lineares


Caracterizam-se por expressar os resultados em escalas de distância,
tipicamente em centímetros ou polegadas, utilizando-se primariamente de fitas
metálicas, réguas, ou trenas para a mensuração. Os testes lineares apresentam
como pontos fracos a incapacidade de dar uma visão global da flexibilidade do
indivíduo e a provável interferência das dimensões antropométricas sobre os
resultados dos testes.
Como exemplo deste tipo de teste pode-se citar o teste de sentar e alcançar,
proposto por Wells, que fornece um indicativo da flexibilidade da articulação coxo-
femoral. É um dos testes mais utilizados nas baterias de avaliação da aptidão física.
Utiliza-se uma caixa de madeira com medida padronizada, sendo que na parte
superior, onde se localiza a escala, há um prolongamento de 26 cm e o 23º cm da
escala coincide com o ponto onde o avaliado toca a planta dos pés. O avaliado
senta com os joelhos estendidos, tocando os pés descalços na caixa sob a escala,
em seguida posiciona as mãos uma sobre a outra, na escala, com os cotovelos

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estendidos, e executa uma flexão do tronco à frente, registrando-se o ponto máximo,
em centímetros, atingido pelas mãos.

Figura 01 – Teste de sentar e alcançar

Fonte: AVALIAÇÃO FÍSICA ON LINE, 2008.

Existem inúmeros outros testes de características lineares descritos na


literatura específica. Dentre eles, pode-se citar como mais relevantes: teste de
extensão de tronco e pescoço; teste de afastamento lateral dos membros inferiores;
teste de Schoberlike que avalia a coluna cervical; teste de Schober e de Ott, que
avaliam a coluna torácica e lombossacra; teste de tocar os dedos que avalia a
flexibilidade do manguito rotador e testes de amplitude de movimento das costas,
passivo e ativo.

1.1.3 Testes angulares


Testes que possuem resultados em ângulos (formados entre os dois
segmentos corporais que se opõem na articulação). É o método mais utilizado na
literatura sobre mobilidade articular. Os principais instrumentos são o flexímetro e o
goniômetro.

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2. Exame físico funcional da flexibilidade

2.1 Anamnese e história clínica


A avaliação do indivíduo é um componente muito importante, uma vez que
fornece uma idéia de seu estado geral. Deve-se observar a postura corporal
completa, se o paciente está adotando uma posição antálgica, se utiliza alguma
órtese de posicionamento. Os contornos ósseos e de tecidos moles devem ser
inspecionados, para se detectar qualquer tumoração ou derrame articular localizado
ou possíveis alterações vasomotoras, sudomotoras, pilomotoras e tróficas. Observar
a posição normal de função da articulação e se há deformidades.
Algumas questões importantes:
 Sexo, idade e profissão;
 Houve alguma lesão e se houve qual o mecanismo da lesão e quando
ocorreu?
 Existe dor presente? Se existe, quais são os locais e limites da dor?
 Quais atividades ou posições aumentam ou diminuem a dor?
 Há alguma indicação de deformidade, equimose, atrofia ou espasmo
muscular?
 Há movimentos prejudicados?
 O que o indivíduo é capaz de fazer funcionalmente?
 O indivíduo tem qualquer histórico de lesão por excesso de uso ou
trauma?

2.2 Avaliação da mobilidade dos segmentos


Importante para determinar onde e se é necessária uma avaliação
goniométrica específica. Se forem identificadas limitações na amplitude de
movimento articular, deverá ser realizado um teste goniométrico específico para se
obter um quadro das restrições, estabilização e registro das limitações.

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2.2.1 Movimentação ativa

Quantidade de movimento articular realizada por um indivíduo sem qualquer


auxílio. O examinador tem a informação exata sobre a capacidade, coordenação e
força muscular da amplitude de movimento do indivíduo. Deve-se observar:
 Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre dor;
 Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da mesma;
 A quantidade de restrição existente;
 O padrão, o ritmo e a qualidade do movimento;
 O movimento das articulações associadas.

2.2.2 Movimentação passiva


Quantidade de movimento realizada pelo examinador sem o auxílio do
indivíduo. Fornece ao profissional a informação exata sobre a integridade das
superfícies articulares e a extensibilidade da cápsula articular, ligamentos e
músculos. Deve-se observar:
 Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre dor;
 Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da dor;
 O padrão de limitação do movimento;
 A sensação final do movimento;
 O movimento das articulações associadas;
 A amplitude de movimento disponível.

2.2.3 Goniometria
Técnica de avaliação mais usada na prática da fisioterapia. É um
instrumento de diagnóstico funcional, capaz de medir de forma objetiva amplitudes
articulares através da utilização do goniômetro. O goniômetro é um instrumento
durável, lavável e de baixo custo que pode ser aplicado em quase todas as
articulações. Assemelha-se a um transferidor, com dois braços longos, um fixo e
outro móvel. Existe ainda um eixo, que deve estar alinhado com o eixo longitudinal

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dos seguimentos adjacentes à articulação. O centro deve ser posicionado sobre o
eixo da articulação a ser examinada.

Figura 02 – Goniômetro universal

Fonte: PORTAL DA SAÚDE, 2008

A medida e o registro das amplitudes articulares devem obedecer a certos


preceitos de forma a minimizar possíveis erros: é fundamental conhecer os valores
de referência considerados normais para cada movimento articular, considerando
variáveis como: constituição física, idade, sexo, profissão. O comparativo com o lado
contralateral do indivíduo também é um dado importante para comparação.
Outras considerações importantes: realizar a mensuração com goniômetros
válidos; explicar ao indivíduo o que vai ser executado e de que maneira; posicionar o
indivíduo corretamente; os pontos de referências anatômicas devem ser deixados
descobertos; a posição inicial do seguimento a ser avaliado deve ser a posição zero
(posição de partida), que é normalmente a posição de extensão; se existir dor na
posição de partida, esta pode ser alterada e o teste deve ser executado na posição
de maior conforto para o indivíduo; o movimento deve ser executado lentamente
para permitir observar a resposta do indivíduo a sinais de dor ou desconforto; deve
ser realizada a estabilização de segmentos adjacentes, para evitar compensações.

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3. Conceitos importantes para o estudo das amplitudes articulares

3.1 Posição anatômica

Posição de referência, que dá significado aos termos utilizados na descrição


das regiões do corpo. O corpo está em postura ereta ou em pé, com os braços ao
lado do tronco e as palmas voltadas para frente. A cabeça e pés também estão
apontados para frente. Existem expressões utilizadas na descrição da posição do
corpo, quando este não se encontra na posição anatômica. Na posição supina, o
corpo está deitado com a face voltada para cima. Na posição prona, o corpo está
deitado com a face voltada para baixo.

Figura 03 – Posição anatômica

Fonte: WECKER, 2008

3.2 Planos anatômicos


Subdividem-se em seccionais ou tangenciais.

3.2.1 Planos seccionais


□ Sagital: plano vertical que passa longitudinalmente através do corpo,
dividindo-o em metades direita e esquerda;
□ Frontal (coronal): plano vertical que passa através do corpo em ângulos
retos com o plano mediano, dividindo-o em partes anterior e posterior;

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□ Transverso: plano que passa através do corpo em ângulos retos com os
planos coronais e mediano. Divide o corpo em partes superior e inferior.

Figura 04 – Planos seccionais

Fonte: WECKER, 2008

3.2.2 Planos tangenciais


Imagine-se um indivíduo em posição anatômica dentro de um caixão de
vidro. As seis paredes que constituem o caixão representariam os planos
tangenciais: O plano superior é a parede acima da cabeça; o plano inferior é o que
se situa por baixo dos pés; o plano anterior é o que passa pela frente do corpo; o
plano posterior é o que está atrás das costas e os planos laterais são as duas
paredes laterais, que limitam os membros (superiores e inferiores), do lado direito e
esquerdo.

3.2.3 Movimentos articulares


As articulações movem-se em direções diferentes. O movimento ocorre em
tomo de um eixo e de um plano. Os termos a seguir são usados para descrever os
vários movimentos que ocorrem numa articulação sinovial:
à Flexão: é o movimento de dobra de um osso sobre o outro causando
uma diminuição do ângulo da articulação.
à Extensão: movimento inverso à flexão. O movimento, geralmente, traz
uma parte do corpo à sua posição anatômica após esta ser flexionada. A
hiperextensão é a continuação da extensão, além da posição anatômica.

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à Abdução: é o movimento para longe da linha média do corpo e adução
é o movimento de aproximação da linha média do corpo. As exceções a
esta definição de linha média são os dedos e os artelhos, onde o ponto
de referência para os dedos é o dedo médio.
à Adução: movimento que aproxima qualquer segmento corporal da linha
média do corpo.
à Circundação: é a combinação de todos esses movimentos numa
seqüência em que a parte da extremidade faz um grande círculo no ar,
enquanto as partes próximas à extremidade proximal fazem um círculo
pequeno.
à Rotação: movimento de um osso ou parte dele em torno de seu eixo
longitudinal. Se a superfície anterior se move em direção à linha média,
o movimento é chamado de rotação interna (medial). Se a superfície
anterior se movimenta para longe da linha média, é chamado de rotação
externa (lateral).
à Inclinação lateral: inclinação do tronco para a direita ou para a
esquerda.

4. Exame físico-funcional da amplitude de movimento

4.1 Ombro
O ombro é constituído por um conjunto de cinco articulações, que
funcionam em sinergia para posicionar o membro superior no espaço ao nosso
redor, para fixá-lo contra o gradil costal nos momentos em que elevamos um objeto
pesado. Para regular a aceleração e a desaceleração do deslocamento angular do
braço quando atiramos uma pedra, e para uma série infindável de outros gestos.
Dentre as articulações do ombro, três são do tipo sinovial e duas são, "mecanismos
articulares" que, apesar de não contarem com características anatômicas próprias
de uma articulação, funcionam, do ponto de vista biomecânico, como articulações
importantes entre os segmentos da cintura escapular.

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A mobilidade do membro superior advém, em parte, das estruturas
conhecidas como o cíngulo do membro superior e articulação do ombro. Através
dessa unidade funcional, o braço, antebraço, punho e mão são conectados ao
esqueleto axial. Embora estruturalmente separados, o cíngulo do membro superior e
a articulação glenonumeral são funcionalmente inseparáveis.
Os componentes esqueléticos do cíngulo do membro superior incluem duas
clavículas, duas escápulas e o esterno. Estes ossos são responsáveis pela
transmissão de forças dos membros superiores para o corpo. Esta transmissão de
força segue um caminho definido pelas articulações associadas ao cíngulo do
membro superior. O cíngulo é considerado um sistema mecânico aberto, uma vez
que os lados: esquerdo e direito não são conectados diretamente e podem mover-se
de modo independente.
O ombro realiza os movimentos de flexão, extensão, abdução, adução,
rotação interna e externa, além de movimentos de abdução e adução horizontais e
movimentos escapulares (abdução, adução, elevação, depressão, rotação inferior e
superior, inclinação posterior e inferior).

Figura 05 – Articulação do ombro

Fonte: KAYAPRAJNA, 2008

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4.1.1 Articulações do ombro

4.1.1.1 Articulação glenoumeral


Principal articulação do ombro. Funciona como fulcro dos movimentos do
membro superior. Tem amplos graus de liberdade de movimento e é instável, do
ponto de vista mecânico. A sua estabilidade é mantida por um “Sistema Passivo”,
composto pelo complexo cápsulo ligamentar glenoumeral e um “Sistema Ativo”,
representado pelos músculos e tendões do manguito dos rotadores.
Esta articulação consiste numa cabeça do úmero quase hemisférica e numa
cavidade glenóide relativamente rasa na margem lateral da escápula. O lábio
glenoidal é uma estrutura fibrosa que reveste o perímetro da cavidade glenóide e
serve, essencialmente, para aprofundar a articulação e desse modo aumentar sua
estabilidade. A extrema mobilidade da articulação glenoumeral é alcançada em
sacrifício direto da estabilidade. A cápsula articular, que circunda completamente a
articulação, não é uma estrutura rígida e permite uma separação significativa das
faces articulares durante o movimento umeral anterior e inferior.

4.1.1.2 Articulação acromioclavicular e esternoclavicular


Articulações sinoviais planas, que permitem movimentos entre a clavícula e
o eixo axial (esternoclavicular) e entre a clavícula e o acrômio (acromioclavicular).
A articulação esternoclavicular situa-se entre a ponta medial da clavícula e o
manúbio do esterno. É uma articulação sinovial em sela. Há um disco cartilaginoso
entre as duas faces, que ajuda a articulação a mover-se melhor, reduzindo a
incongruência das superfícies e absorvendo o choque transmitido através do
membro superior para o esqueleto axial. A articulação acromioclavicular é uma
pequena articulação sinovial entre a ponta lateral da clavícula e o processo acromial
da escápula.

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4.1.1.3 Articulação subacromial
Não é uma articulação verdadeira, porém, funciona como se fosse. É
formada pelo arco coracoacromial, a bolsa subdeltóidea e os tendões do manguito
rotador. Seu mecanismo de estabilização depende da ação dos sistemas
estabilizadores da articulação glenoumeral e também dos músculos
escapulotorácicos.

4.1.1.4 Articulação escapulotorácica


Também não é uma articulação verdadeira. É representada pela escápula,
que constitui a base móvel sobre a qual a raiz do membro superior se apóia e os
arcos costais, contra os quais, ele é fixado durante o movimento do ombro.

4.1.2 Amplitude articular do ombro

4.1.2.1 Flexão do ombro


O movimento ocorre na articulação glenoumeral no plano sagital, sendo
acompanhado por movimentos nas articulações esternoclavicular, acromioclavicular
e escapulotorácica. Os músculos responsáveis por este movimento são o peitoral
maior (porção clavicular), o deltóide anterior, o coracobraquial, e o bíceps (porção
curta). Neste teste, deve-se evitar a hiperextensão da coluna lombar, a abdução do
ombro e a elevação da escápula; manter o cotovelo em extensão. Amplitude
articular: 0 - 180°.
Figura 06 – Goniometria: flexão do ombro

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

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4.1.2.2 Extensão do ombro
Movimento de retorno da flexão que ocorre no plano sagital. Os músculos
responsáveis por este movimento são o grande dorsal, redondo maior, deltóide
posterior, tríceps (porção longa) e peitoral maior. Neste teste, deve-se evitar a flexão
do tronco; a elevação e a adução da escápula e a abdução do ombro. Amplitude
articular: 0°- 50°.
Figura 07 - Goniometria: extensão do ombro

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.1.2.3 Abdução do ombro


Movimento do segmento afastando-se da linha média, em plano frontal. Os
responsáveis por este movimento são o deltóide anterior e médio, o supra-espinhoso
e o bíceps. Neste teste, deve-se evitar a flexão da coluna vertebral para o lado
contralateral; a elevação da escápula e a flexão e extensão do braço. Amplitude
articular: 0° - 180.
Figura 08 – Goniometria: abdução do ombro

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

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4.1.2.4 Adução do ombro
Movimento do segmento aproximando-se da linha mediana, em plano frontal
e eixo ântero-posterior. Em geral, é uma redução de um estado prévio de abdução.
Os responsáveis por este movimento são o peitoral maior, grande dorsal, redondo
maior, subescapular, coracobraquial. Neste teste, deve-se evitar a flexão ipsilateral
da coluna vertebral, a depressão escapular e a rotação de tronco. Amplitude
articular: 0°- 40°.

Figura 09 – Goniometria: adução do ombro

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.1.2.5 Rotação externa do ombro


Na posição anatômica, o movimento ocorre no plano transverso. O
epicôndilo medial do úmero se move anteriormente. Os músculos responsáveis por
este movimento são o redondo menor, infra-espinhal e o deltóide posterior. Para a
avaliação goniométrica, o ombro é abduzido e a articulação do cotovelo é fletida em
90°, o antebraço move-se em sentido cranial. O movimento teste ocorre no plano
sagital.
Neste teste, manter o ombro abduzido em 90º para que o olécrano fique em
linha com a fossa glenóide; evitar a flexão, extensão, a adução e a abdução do
ombro; evitar a extensão do cotovelo; evitar a adução e abdução da mão e a
inclinação posterior da escápula. Amplitude articular: 0°- 90°.

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Figura 10 – Goniometria: rotação externa do ombro

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.1.2.6 Rotação interna do ombro


Na posição anatômica, o movimento ocorre no plano transverso. O
epicôndilo medial do úmero se move posteriormente. Os músculos responsáveis
pelo movimento são o peitoral maior, grande dorsal, redondo maior, subescapular e
o deltóide anterior. Para a avaliação goniométrica, o ombro é abduzido e a
articulação do cotovelo é fletida em 90°, o antebraço move-se em sentido caudal. O
movimento teste ocorre no plano sagital. Neste teste, deve-se manter o ombro
abduzido em 90º para que o olécrano fique em linha com a fossa glenóide; evitar a
flexão, extensão, adução ou abdução do ombro; evitar a extensão do cotovelo; evitar
a adução e abdução da mão; evitar a elevação e a inclinação anterior da escápula.
Amplitude articular: 0°- 65/90°.

Figura 11 – Goniometria: rotação interna do ombro

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

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4.1.3 Resumo geral dos movimentos do ombro e amplitudes articulares
normais

Músculos envolvidos nos movimentos do ombro e amplitude articular normal

Amplitude
Movimentos Músculos Primários
articular

Peitoral maior, deltóide anterior, coracobraquial, e 0° - 180º


Flexão
bíceps.

Grande dorsal, redondo maior, deltóide posterior, 0º - 50º


Extensão
tríceps e peitoral maior.

Deltóide médio e anterior, supra-espinhoso e 0º - 180º


Abdução
bíceps.

Peitoral maior, grande dorsal, redondo maior, 0º - 40º


Adução
subescapular e coracobraquial.

Redondo menor, Infra-espinhal e deltóide 0º - 90º


Rotação externa
posterior

Peitoral maior, grande dorsal, redondo maior, 0º - 65/90°


Rotação interna
subescapular e o deltóide anterior.

4.2 Cotovelo
O cotovelo é um dos elos da cadeia biocinemática do membro superior.
Realiza a junção mecânica entre o primeiro segmento (braço) e o segundo
(antebraço) do membro superior. Permite em colaboração com o ombro, levar a mão
a posições mais ou menos distantes do corpo, em uma ação de ampla varredura
tridimensional.
Os constituintes ósseos da articulação do cotovelo são: o úmero,
proximalmente e a ulna e o rádio distalmente. Estes ossos formam três articulações:
a umeroulnar e a umeroradial, que possibilitam a flexo-extensão, e a radioulnar
superior, que, em conjunto com a radioumeral, possibilita o movimento de prono-
supinação.

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Estas três articulações são envolvidas por apenas uma cápsula articular
(tróclea), que geralmente é cilíndrica ou em forma de carretel. Os ligamentos
colaterais radial (lateral) e ulnar (medial) suplementam a estabilidade natural da
articulação do cotovelo.
O cotovelo realiza os movimentos de flexão, extensão, pronação e
supinação.

Figura 12 – Articulação do cotovelo

Fonte: FISIONET, 2008

4.2.1 Articulações do cotovelo

4.2.1.1 Articulação úmero-ulnar ou troclear


A articulação úmero-ulnar é sinovial do tipo gínglimo (ou em dobradiça) e
atua de forma preponderante na articulação do cotovelo, permitindo, no entanto,
ligeiros ajustes laterais e mediais durante o movimento do rádio na pronação e
supinação. Sua estabilidade não é afetada com a retirada cirúrgica da cabeça do
rádio.
4.2.1.2 Articulação úmero-radial
A articulação úmero-radial é uma juntura sinovial trocóide que acompanha a
ulna nos movimentos de dobradiça do cotovelo e neste movimento, a face superior

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côncava da cabeça do rádio desliza-se sobre o capítulo do úmero na pronação e
supinação, girando como pivô contra o capitulo.

4.2.1.3 Articulação rádio-ulnar proximal


A articulação rádio-ulnar proximal, é uma articulação sinovial que
compreende movimentos de rotação do rádio sobre a incisura radial da ulna nos
movimentos de supinação e pronação.

4.2.2 Amplitude articular do cotovelo

4.2.2.1 Flexão do cotovelo


Diminuição do ângulo entre o antebraço e o braço, com a aproximação da
superfície anterior dos mesmos, partindo da posição anatômica. Os principais
músculos envolvidos são o bíceps braquial, o braquiorradial e o braquial. O
movimento teste ocorre no plano sagital. Ao realizar este teste, evitar a flexão do
ombro e observar a posição do antebraço, se não estiver na posição anatômica.
Amplitude articular: 0 - 145°.

Figura 13 – Goniometria: flexão do cotovelo

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

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4.2.2.2 Extensão do cotovelo
Movimento que reduz uma flexão prévia. Trata-se, portanto, de uma
extensão relativa, sendo sua amplitude igual à da flexão. O principal músculo
responsável pela extensão do cotovelo é o tríceps. O movimento teste ocorre no
plano sagital. Ao realizar este teste, evitar a flexão do ombro e observar a posição do
antebraço, se não estiver na posição anatômica. Amplitude articular: 145°- 0/-5°.

Figura 14 – Goniometria: extensão do cotovelo

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.2.2.3 Supinação do cotovelo


Movimento de rotação lateral do punho em relação ao cotovelo. O teste
ocorre no plano transverso. Deve-se manter o cotovelo próximo da parte lateral do
tronco; evitar a flexão lateral do tronco para o mesmo lado da mensuração; evitar a
adução e a rotação lateral da articulação do ombro. Amplitude articular: 0°- 90°.

Figura 15 – Goniometria: supinação do cotovelo

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

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4.2.2.4 Pronação do cotovelo
Movimento de rotação medial do punho em relação ao cotovelo. Os
músculos envolvidos são os pronadores, redondo e quadrado. Ao realizar este teste,
manter o cotovelo próximo da parte lateral do tronco; evitar a abdução e a rotação
do ombro e a flexão lateral do tronco para o lado oposto. Amplitude articular: 0° -
90°.

Figura 16 - Goniometria: pronação do cotovelo

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.2.3 Resumo geral dos movimentos do cotovelo e amplitudes


articulares normais

Músculos envolvidos nos movimentos do cotovelo e amplitude articular normal

Amplitude
Movimentos Músculos Primários
articular

Flexão Bíceps braquial, braquiorradial e braquial 0º - 145º

Extensão Tríceps 145° - 0 a -5%

Pronação Pronador redondo e quadrado 0º - 90º

Supinação Supinador e biceps braquial 0º - 90º

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4.3 Punho e mão

O punho e a mão são articulações muito complexas, formadas por


numerosos músculos, ossos e ligamentos. Anatômica e estruturalmente, são
capazes de realizar uma variedade de movimentos, por serem formadas por 29
ossos, mais de 30 músculos e mais de 25 articulações. Todos os elos que compõem
o membro superior podem ser relacionados ao asseguramento da função de
movimentos especializados da mão.
O complexo punho-mão realiza movimentos de flexão, extensão, desvio
radial e ulnar, além dos movimentos específicos dos quirodáctilos, que não serão
abordados.

Figura 17 – Complexo articular do punho e da mão

Fonte: FISIONET, 2008

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4.3.1 Articulações principais do punho.
4.3.1.1 Articulação rádio-ulnar distal
Articulação entre a extremidade distal convexa da ulna e a incisura ulnar
côncava no rádio. Apresenta um disco articular fibrocartilagíneo.

4.3.1.2 Articulação radiocarpal (punho)


Articulação elipsóidea biaxial. Está envolvida por uma cápsula frouxa, porém
forte, reforçada por ligamentos também compartilhados com a articulação
mediocárpica.

4.3.1.3 Articulações intercarpais (articulação do carpo)


Incluem as articulações entre os ossos individuais da fileira proximal de
ossos do carpo e as articulações entre os ossos individuais da fileira distal de ossos
do carpo.

4.3.1.4 Articulação mediocárpica


Formada entre as superfícies proximais do trapézio, trapezóide, capitato e
hamato, articuladas com as superfícies distais do escafóide, semilunar e piramidal.

4.3.1.5 Articulações carpometacarpais


No polegar, a articulação carpometacarpal é selar, e no 2º ao 5º dedos, a
articulação carpometacarpal é plana.

4.3.1.6 Articulações intermetacarpais / metacarpofalângicas /


interfalângicas
As articulações intermetacarpais têm somente uma pequena amplitude de
movimento de deslizamento. As metacarpofalângicas são articulações biaxiais com a
extremidade distal de cada metacárpico convexa e a falange proximal côncava. As
articulações interfalângicas são dobradiças uniaxiais, com um grau de liberdade.

83
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
4.3.2 Amplitude articular do punho e mão
4.3.2.1 Flexão de punho
Os músculos responsáveis pelo movimento são o flexor radial do carpo,
flexor ulnar do carpo e palmar longo. Ocorrem na articulação radiocárpica, no plano
sagital, nas articulações radiocárpicas e intercárpicas. Neste teste, certificar-se de
que os dedos estão relaxados; evitar os desvios: radial e ulnar do punho. Amplitude
articular: 0°- 90°.

Figura 18 – Goniometria: flexão do punho

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.3.2.2 Extensão de punho


Ocorrem no plano sagital nas articulações radiocárpicas e intercápicas. Os
músculos responsáveis pelo movimento são o extensor radial longo e curto do carpo
e o extensor ulnar do carpo. Neste teste, evitar a extensão dos dedos e os desvios
radial e ulnar do punho. Amplitude articular: 0°- 70°.

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Figura 19 - Goniometria: extensão do punho

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.3.2.3 Desvio radial do punho (abdução)


Os principais músculos responsáveis por este movimento são o flexor radial
do carpo, o abdutor e o extensor longo polegar, o extensor radial longo do carpo, o
extensor radial curto do carpo e o extensor curto do polegar. Na posição anatômica,
o movimento de desvio radial no punho ocorre no plano frontal. Neste teste, evitar a
flexão e a extensão do punho e a supinação do antebraço. Amplitude articular: 0°-
20°

Figura 20 – Goniometria: desvio radial

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

85
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4.3.2.4 Desvio ulnar do punho (adução)
Os principais músculos responsáveis por este movimento são o flexor ulnar
do carpo e o extensor ulnar do carpo. Na posição teste, o movimento ocorre no
plano frontal. Evitar a flexão ou extensão do punho. Evitar a pronação ou a
supinação do antebraço. Amplitude articular: 0°- 45°.

Figura 21 – Goniometria: desvio ulnar

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.3.3 Resumo geral dos movimentos do punho e amplitudes articulares


normais

Músculos envolvidos nos movimentos do punho e da mão e amplitude articular normal

Amplitude
Movimentos Músculos Primários
articular

Flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo e palmar 0º - 90º


Flexão de punho
longo

Extensor radial longo do carpo, extensor radial curto 0º - 70º


Extensão de punho
do carpo e extensor ulnar do carpo.

Flexor radial do carpo, o abdutor e o extensor longo 0º - 20º


Desvio radial polegar, o extensor radial longo do carpo, o extensor
radial curto do carpo e o extensor curto do polegar.

Desvio ulnar Flexor ulnar do carpo e o extensor ulnar do carpo 0º - 45º

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4.4 Quadril e Pelve
A articulação do quadril é uma articulação esferóide formada pelo
encaixamento da cabeça do fêmur no acetábulo do osso do quadril. A cabeça do
fêmur forma aproximadamente dois terços de uma esfera. O acetábulo é uma
estrutura côncava que está angulada obliquamente em uma direção anterior, lateral
e inferior.
A cartilagem articular recobre ambas as superfícies articulares, sendo que a
cartilagem no acetábulo é mais espessa na sua periferia, onde ela se une a um lábio
de fibrocartilagem que contribui para a estabilidade da articulação. O acetábulo
também fornece um encaixe mais profundo que a cavidade glenóide. A despeito da
estabilidade inerente proporcionada à articulação por sua arquitetura e sustentação
ligamentosa, a articulação do quadril demonstra um alto grau de mobilidade.
Vários ligamentos espessos contribuem para a estabilidade do quadril. O
ligamento iliofemoral e o pubofemoral fortalecem a cápsula articular anteriormente
com um reforço posterior do ligamento isquiofemoral. Dentro da cápsula articular, o
ligamento redondo fornece uma inserção direta da borda do acetábulo até a cabeça
do fêmur. Várias bolsas estão presentes nos tecidos circunjacentes para auxiliar na
lubrificação.
O quadril realiza os movimentos de flexão, extensão, abdução, adução,
rotação interna e externa, além do movimento de circundação.

Figura 22 – Quadril e pelve

Fonte: KAYAPRAJNA, 2008

87
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4.4.1 Articulação do quadril
Articulação sinovial esferóidea com 3 graus de liberdade.

4.4.2 Amplitude articular do quadril

4.4.2.1 Flexão do quadril


A flexão do quadril é o movimento que leva a face anterior da coxa ao
encontro do tronco, de modo que a coxa e o conjunto do membro inferior são
levados para diante do plano frontal que passa pela articulação. Os principais
músculos responsáveis por este movimento são situados na parte anterior da coxa:
- psoas;
- ilíaco;
- sartório;
- reto femoral;
- tensor da fáscia lata.
O movimento ocorre no plano sagital, entre a cabeça do fêmur e o acetábulo
do ilíaco. Neste teste, manter o membro oposto plano sobre a mesa para controlar a
inclinação pélvica posterior e evitar a movimentação lombossacra. Amplitude
articular com o joelho fletido: 0°- 125°.

Figura 23 – Goniometria: flexão do quadril

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

88
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
4.4.2.2 Extensão do quadril
A extensão leva o membro inferior para trás do plano frontal. A amplitude da
extensão do quadril é mais fraca que a da flexão. Os músculos extensores do quadril
são os músculos da região glútea e posteriores da coxa:
- glúteo máximo;
- fibras posteriores de glúteo médio;
- fibras posteriores de glúteo mínimo;
- porção longa do bíceps femoral;
- semitendinoso;
- semimembranoso;
- porção extensora do adutor magno.

O movimento ocorre no plano sagital. O indivíduo deverá manter as


espinhas ilíacas ântero-superiores planas sobre a mesa para se ter certeza de que o
movimento irá ocorrer nas articulações do quadril e não nas vértebras lombares.
Neste teste, evitar a inclinação pélvica anterior. Amplitude articular: 0°-10°.

Figura 24 – Goniometria: extensão do quadril

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

89
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4.4.2.3 Abdução do quadril
A abdução leva o membro inferior para fora e o afasta do plano de simetria
do corpo. Os principais músculos responsáveis por este movimento são o glúteo
médio, glúteo mínimo, o tensor da fáscia lata e as fibras superiores do glúteo
máximo. Neste teste, evitar a rotação medial ou lateral do quadril. Amplitude
articular: 0°- 45°.
Figura 25 – Goniometria: abdução do quadril

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.4.2.4 Adução do quadril


A adução leva o membro inferior para dentro e o aproxima do plano de
simetria do corpo. Os principais músculos responsáveis por este movimento são o
pectíneo, adutor longo, adutor curto, adutor magno e grácil. Na posição teste, o
movimento de adução ocorre no plano frontal. Evitar a rotação medial do quadril e a
inclinação lateral da coluna. Amplitude articular: 0°- 30°.
Figura 26 – Goniometria: adução do quadril

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

90
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4.4.2.5 Rotação interna do quadril
A rotação do quadril ocorre em torno do eixo mecânico do membro inferior. A
rotação interna é o movimento que leva a perna para fora. Com o joelho
completamente estendido, não existe a seu nível nenhuma rotação, e somente o
quadril é responsável pelo movimento.
Os rotadores internos são o glúteo mínimo, tensor da fáscia lata, fibras
anteriores de glúteo médio. Na posição teste, o movimento ocorre no plano
transversal. Evitar a rotação e a inclinação lateral da pelve para o mesmo lado; evitar
que a pelve se afaste da mesa. Amplitude articular: 0°- 45°.

Figura 27 – Goniometria: rotação interna do quadril

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.4.2.6 Rotação externa do quadril


A rotação externa é o movimento que leva a perna para dentro. Os principais
rotadores externos são:
- o piriforme;
- obturador externo e interno;
- gêmeo superior e inferior;
- quadrado femoral;
- fibras posteriores do glúteo médio;
- sartório;
- porção longa do bíceps femoral;
- pectíneo;

91
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
- grácil;
- adutores longo, curto e magno.
Neste teste, evitar a rotação da pelve para o lado oposto; evitar a adução do
quadril; evitar a inclinação contralateral da pelve e a flexão ou rotação ipsilateral do
tronco. Amplitude articular: 0°- 45°.

Figura 28 – Goniometria: rotação externa do quadril

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.4.3 Resumo geral dos movimentos do quadril e amplitudes articulares


normais

Músculos envolvidos nos movimentos do quadril e amplitude articular normal

Amplitude
Movimentos Músculos Primários
articular

Flexão Psoas, ilíaco, sartório, reto femoral e tensor da fáscia lata. 0º - 125º

Glúteo máximo, médio e mínimo, bíceps femoral, 0º - 10º


Extensão
semitendinoso, semimembranoso, e adutor magno.

Abdução Glúteo médio, mínimo, máximo e tensor da fáscia lata. 0º - 30º

Adução Adutor longo, curto e magno, pectíneo e grácil. 0º - 45º

Rotação interna Glúteo mínimo; tensor da fáscia lata; glúteo médio. 0º - 45º

Piriforme; obturador externo e interno; gêmeo superior e 0º - 45º


Rotação externa inferior; quadrado femoral; glúteo médio; sartório; bíceps
femoral; pectíneo; grácil; adutores longo, curto e magno.

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4.5 Joelho
A articulação do joelho tipicamente classificada como uma sinovial em
dobradiça é a maior e mais complexa articulação do corpo. É vulnerável em atletas e
supostamente também em não-atletas. Trata-se de uma articulação intermediária do
membro inferior. Possui um grau de liberdade (flexão/extensão), que lhe permite
aproximar ou afastar a extremidade do membro da sua raiz. O joelho trabalha
essencialmente em compressão, sob a ação do peso.
Acessoriamente, o joelho comporta um segundo grau de liberdade: a rotação
sobre o eixo longitudinal da perna, que só surge quando o joelho está fletido. A
rotação interna leva a perna para dentro e intervém no movimento de adução do pé.
Os músculos responsáveis por este movimento são: semitendinoso,
semimembranoso, sartório, grácil e poplíteo. A rotação externa leva a perna para
fora e intervém no movimento de abdução do pé. O músculo responsável por este
movimento é o bíceps femoral.
O joelho engloba três articulações: duas femorotibiais e uma femoropatelar.
As duas primeiras são os locais onde os côndilos femorais medial e lateral fazem
contato, através de cartilagem articular interposta, com a face articular superior da
tíbia. A articulação femoropatelar é composta pela face articular da patela e face
patelar do fêmur. A patela é um osso sesamóide, que se caracteriza por seu
desenvolvimento dentro do tendão do músculo quadríceps.
A cápsula articular do joelho, diferentemente do que acontece em outras
articulações, não forma uma estrutura envolvente completa da articulação. Os
poucos ligamentos capsulares verdadeiros que conectam os ossos são auxiliados
por tecidos tendíneos dos músculos associados à articulação. Outras estruturas
ligamentosas importantes que estabilizam o joelho incluem os ligamentos poplíteo
oblíquo, poplíteo arqueado, colaterais medial e lateral e cruzados anterior e
posterior.
Os meniscos medial e lateral desempenham papel importante na função do
joelho. Auxiliam a estabilização da articulação, aprofundando as faces articulares da
tíbia, servindo como fonte de absorção de choque e transmissão de forças ao

93
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
aumentar a área de superfície articular, aumentando a eficiência de a lubrificação
articular.
O joelho realiza os movimentos de flexão, extensão, rotação interna e
externa.

Figura 29 – Articulação do joelho

Fonte: FISIONET, 2008

4.5.1 Articulações do joelho

4.5.1.1 Articulação femorotibial


É uma articulação sinovial. Os côndilos femorais medial e lateral fazem
contato através dos meniscos interpostos à face articular superior da tíbia.

4.5.1.2 Articulação femoropatelar


A articulação femoropatelar é uma articulação sinovial, do tipo plana ou
planartrose. A face articular da patela é adaptado à face patelar do fêmur.

4.5.1.3 Articulação tibiofibular-superior


Articulação sinovial plana entre a tíbia e a cabeça da fíbula.

94
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
4.5.2 Amplitude articular do joelho

4.5.2.1 Flexão do joelho


A flexão é o movimento que aproxima a face posterior da perna da face
posterior da coxa. Durante a flexão, os meniscos são tracionados para trás. Os
músculos responsáveis por este movimento são: bíceps femoral; semitendinoso;
semimembranoso; sartório e grácil. Gastrocnêmios e poplíteo são auxiliares. O
movimento ocorre no plano sagital entre os côndilos do fêmur e da tíbia. Neste teste,
evitar a rotação do quadril, assim como a extensão e qualquer flexão adicional.
Anotar o grau de flexão do quadril, se não for de 90º. Manter a articulação do quadril
fletida para evitar o estiramento do músculo reto femoral. Amplitude articular: 0°-
140°.

Figura 30 – Goniometria: flexão do joelho

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.5.2.2 Extensão do joelho


A extensão é o movimento que afasta a face posterior da perna da face
posterior da coxa. Corresponde ao retorno a partir de sua flexão e ocorre no plano
sagital. Durante a extensão, os meniscos são tracionados para frente. O grupo
muscular responsável por este movimento é o quadríceps femoral (reto femoral,
vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio). Tensor da fáscia lata e glúteo máximo
são auxiliares. Amplitude articular: 140°- 0°.

95
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 31 – Goniometria: extensão do joelho

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.5.3 Resumo geral dos movimentos do joelho e amplitudes articulares


normais

Músculos envolvidos nos movimentos do joelho e amplitude articular normal

Amplitude
Movimentos Músculos Primários
articular

Bíceps femoral, semitendinoso, semimembranoso, 0º - 140º


Flexão
sartório e grácil.

Quadríceps femoral: (reto femoral, vasto lateral, vasto 140º - 0º


Extensão
medial, vasto intermédio).

Semitendinoso, semimembranoso, sartório, grácil e


Rotação interna
poplíteo.

Rotação externa Bíceps femoral.

4.6 Tornozelo e pé
O tornozelo é uma estrutura formada pela união de três ossos: tíbia, fíbula e
tálus. É classificada como uma sinovial em dobradiça em virtude de sua arquitetura
óssea, um sistema de ligamentos colaterais medial e lateral, a cápsula articular e a
parte distal da membrana interóssea. A articulação do tornozelo é crucial na
transmissão de força do corpo e para o corpo durante a sustentação de peso e
outras cargas. Arquiteturalmente, um encaixe ou abertura provida de borda, é

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
formado pelos maléolos da tíbia e da fíbula no qual a face superior do tálus se
ajusta. Essa estrutura é uma importante fonte de estabilidade para a articulação do
tornozelo.
Os principais ligamentos que sustentam a articulação incluem a parte distal
da membrana interóssea, a cápsula articular, ligamento deltóide (medialmente) e
ligamento calcaneo-fibular (lateralmente); os quatro últimos são considerados
ligamentos colaterais.
É composto por três articulações: articulação talocrural (formada pela
extremidade inferior da tíbia e fíbula com o dorso do tálus); articulação subtalar
(entre o tálus e o calcâneo) e articulação tibiofibular (formada pela extremidade
inferior da tíbia e da fíbula).
Os movimentos envolvidos na articulação do tornozelo são: flexão plantar,
flexão dorsal, inversão e eversão do pé.

Figura 32 – Articulação do tornozelo

Fonte: FISIONET, 2008

97
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
4.6.1 Articulações do tornozelo e pé

4.6.1.1 Retropé
4.6.1.1.1 Articulação talocrural (tornozelo)
Articulação do tornozelo. É uma articulação uniaxial, do tipo gínglimo, em
dobradiça. Realiza movimentos de dorsiflexão e flexão plantar. Envolve a
extremidade inferior da tíbia e seu maléolo medial, o maléolo lateral da fíbula e o
corpo do tálus.
4.6.1.1.2 Articulação subtalar (talocalcânea)
Articulação sinovial plana localizada entre a face interior do tálus e a face
superior do calcâneo. O movimento do pé através da articulação subtalar pode ser
modelado representando-se o tornozelo como uma articulação esferóide. O gínglimo
uniaxial do tornozelo, combinado com o eixo da articulação subtalar, permite
efetivamente, ao pé, três eixos de rotação. Permite essencialmente dois
movimentos: inversão do pé (a planta do pé é virada medialmente) e eversão do pé
(a planta do pé é virada lateralmente).
4.6.1.1.3 Articulação tibiofibular
Articulação do tipo fibroso ou sindesmose. Dividida em proximal e distal.
Todas elas possuem um ligamento tibiofibular anterior e tibiofibular posterior.

4.6.1.2 Mediopé
4.6.1.2.1 Articulação transversa do tarso
Junção entre as articulações talonavicular, triaxial e calcaneocubóidea,
biaxial. Os ossos navicular e cubóide articulam-se de tal modo, que permitem
apenas um leve movimento e portanto, podem ser considerados um único segmento.
Vista por cima, a articulação transversa do tarso forma uma linha em forma de S. A
articulação permite movimentos da parte anterior do pé, com referência à parte
posterior. O movimento em torno desse eixo permite que o pé se adapte a uma
variedade de orientações da superfície durante a locomoção.

98
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
4.6.1.3 Antepé
4.6.1.3.1 Articulações tarsometatarsais e intermetatarsais
Articulações sinoviais planas.
4.6.1.3.2 Articulações metatarsofalângicas
Articulações sinoviais condilóides com 2 graus de liberdade.
4.6.1.3.3 Articulações interfalângicas
Articulações em dobradiça sinoviais com um grau de liberdade.

4.6.2 Amplitude articular do tornozelo


4.6.2.1 Dorsiflexão da articulação do tornozelo
Movimento no qual o dorso do pé é voltado para a cabeça. Os músculos
envolvidos neste movimento são: tibial anterior e extensor longo dos dedos. Ocorre
no plano sagital entre as extremidades distais da tíbia e da fíbula e a superfície
articular do tálus. Evitar a movimentação da articulação do quadril e do joelho; evitar
a inversão e a eversão. Manter o joelho semifletido para diminuir a ação do
compartimento posterior da coxa. Amplitude articular: 0°- 20°.
Figura 33 – Goniometria: dorsiflexão do tornozelo

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.6.2.2 Flexão plantar do tornozelo


Movimento pelo qual a planta do pé é voltada para o chão. Os músculos
envolvidos no movimento são: gastrocnêmio e sóleo. Ocorre no plano sagital, entre a
tíbia e fíbula distal e o tálus. Neste teste, evitar a movimentação do quadril e do
joelho; a flexão do antepé, a inversão e eversão do pé. Amplitude articular: 0°- 45°.

99
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 34 – Goniometria: flexão plantar

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.6.2.3 Supinação mediotársica-subtalar (inversão)


Movimento no qual se vira a planta do pé para a perna. Os músculos
envolvidos são: tibial anterior e posterior. Ocorre entre o tálus e o calcâneo, o tálus
e o navicular e o calcâneo e o cubóide. O movimento ocorre nos planos transversal,
sagital e frontal. Neste teste, evitar a rotação medial do quadril e a extensão do
joelho; evitar a rotação lateral e a abdução do quadril. Amplitude articular: 0°- 40°.

Figura 35 – Goniometria: inversão do pé

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.6.2.4 Pronação mediotársica-subtalar (eversão)

Movimento no qual se vira a planta do pé para a parte lateral da perna. Os


músculos envolvidos são: extensor longo dos dedos e fibular longo e curto. Ocorre

100
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
entre o tálus e o calcâneo, o tálus e o navicular e o calcâneo e o cubóide. O
movimento ocorre nos planos transversal, sagital e frontal. Evitar a rotação medial e
a abdução do quadril. Amplitude articular: 0°-20°.

Figura 36 – Goniometria: eversão do pé

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.6.3 Resumo geral dos movimentos do tornozelo e amplitudes


articulares normais

Músculos envolvidos nos movimentos do tornozelo e amplitude articular normal

Amplitude
Movimentos Músculos Primários
articular

Flexão plantar Gastrocnêmio e sóleo. 0º - 45º

Flexão dorsal Tibial anterior e extensor longo dos dedos 0º - 20º

Inversão Tibial anterior e posterior 0º - 40º

Eversão Extensor longo dos dedos e fibular longo e curto. 0º - 20º

101
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
4.7 Coluna vertebral
A coluna vertebral é composta por 33 vértebras, das quais 24 se unem para
formar uma coluna flexível. De cima para baixo, são classificadas como cervicais (C1
-C7), torácicas (T1-T12), lombares (L1-L5), sacrais (S1-S5) e quatro coccígeas. As
vértebras sacrais e coccígeas são denominadas vértebras falsas porque no adulto
são fundidas para formar o sacro e cóccix. As demais vértebras, cervicais, torácicas
e lombares, são denominadas verdadeiras porque permanecem distintas por toda a
vida.
O forame vertebral, através do qual passa a medula espinhal, é limitado na
frente pelo corpo vertebral e atrás pelo arco vertebral. Este arco é formado por dois
pedículos e lâminas. Os pedículos originam-se do corpo vertebral, enquanto as
lâminas se originam dos pedículos. Um processo espinhoso projeta-se para trás a
partir de sua origem na junção das lâminas, e dois processos transversos projetam-
se para trás e lateralmente a partir de sua origem nas junções dos pedículos e
lâminas. Dois pares de processos articulares, superiores e inferiores, unem
vértebras adjacentes. Os nervos espinhais em cada nível segmentar deixam a
coluna vertebral através dos forames intervertebrais, que são limitados pelas
incisuras vertebrais (superior e inferior) de vértebras contíguas.
A coluna vertebral é sustentada e protegida de forças, em parte, pelas
estruturas articulares. Os dois tipos de articulações na coluna vertebral são sínteses
cartilagíneas e sinoviais planas. O primeiro tipo é encontrado ao longo da coluna
vertebral, do áxis ao sacro, composto de discos fibrocartilagíneos entre os corpos de
vértebras adjacentes. Estes discos são contíguos com camadas de cartilagem
hialina nas faces inferiores e superiores dos corpos e são classificados como
sínfises. Na região torácica, os discos têm uma espessura quase uniforme, enquanto
nas áreas cervical e lombar são mais espessos na frente, o que contribui para as
curvas regionais. Os movimentos envolvidos nas articulações da coluna vertebral
são: flexão, extensão, inclinação lateral e rotação.

102
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 37 – A coluna vertebral

Fonte: INEB, 2008

4.7.1 Articulações
4.7.1.1 Articulação atlantoccipital (C0-C1)
A primeira vértebra cervical é denominada atlas. Não possui corpo. É um
anel ósseo circundando o forame vertebral. Em sua face superior existem duas
grandes faces articulares côncavas que acomodam os côndilos occipitais do crânio.
As articulações atlantoccipitais permitem movimentos de flexão e extensão. A
articulação tem uma cápsula frouxa reforçada pelos ligamentos atlantoccipitais
anterior, posterior e lateral.
4.7.1.2 Articulação atlantoaxial mediana (C1-C2)
A segunda vértebra cervical é denominada áxis, tem uma cavilha curta,
chamada de dente, que se estende verticalmente a partir de seu corpo para o
forame vertebral do atlas, onde um ligamento muito grande o separa da medula
espinhal. Este processo ósseo serve como um pivô em torno do qual o atlas gira
livremente, tornando possível girar ou balançar a cabeça de um lado a outro. O
movimento nessas duas articulações é livre, em comparação com as outras
articulações intervertebrais.
4.7.1.3 Demais articulações cervicais
Existem 14 articulações sinoviais dos processos articulares na coluna
cervical. No resto da região cervical, contudo, as articulações zigoapofisárias são

103
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
inclinadas e, em geral, se situam orientadas com o plano frontal. Devido a esse
alinhamento, as articulações zigoapofisárias da região cervical permitem flexão e
extensão no plano sagital, flexão lateral no plano frontal e rotação no plano
transversal.
4.7.1.4 Articulações torácicas
Na região torácica, as vértebras se diferenciam por possuir faces costais
para articulação com as costelas. Há uma ou mais faces em cada lado do corpo.
Nos processos transversos há faces para articulação com os tubérculos costais.
Seus processos espinhosos são longos e delgados. As vértebras de T4 a T8 são
típicas. De T1 a T4 existem algumas características de vértebras cervicais. E as
vértebras de T9 a T12 possuem tubérculos semelhantes às vértebras lombares.
4.7.1.5 Articulações lombares
As pequenas estruturas que compõem uma articulação lombar entre os
processos articulares possuem cápsulas articulares, estruturas intra-articulares e
facetas articulares. As cápsulas articulares apresentam-se à margem dorsal,
superior e inferior de cada articulação apofisária. As fibras colágenas seguem em
direção transversal de um processo articular a outro. A cápsula fibrosa em seu nível
anterior é substituída pelo ligamento amarelo, posteriormente é reforçada pelas
fibras profundas do multifídeo. Na porção superior e inferior, a cápsula é frouxa e
forma bolsas de gordura.

4.7.2 Amplitude articular da coluna vertebral


4.7.2.1 Flexão da coluna cervical
O movimento ocorre no plano sagital. O músculo esternocleidomastoideo é o
flexor cervical primário. Os músculos escalenos anterior, médio e posterior e os
músculos intrínsecos do pescoço são auxiliares. Neste teste, evitar a flexão de
tronco e a rotação e flexão lateral da coluna cervical. Amplitude articular: 0°-
80/90°.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 38 – Goniometria: flexão cervical

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.7.2.2 Extensão da coluna cervical


O movimento ocorre no plano sagital. Os principais músculos responsáveis
pela extensão do pescoço são o trapézio (fibras superiores), esplênio cervical e
semi-espinhal da cabeça. São auxiliados pelo elevador da escápula e pelos
músculos cervicais intrínsecos. Neste teste, evitar a extensão de tronco e a flexão
lateral e rotação da coluna cervical. Amplitude articular: 0°- 70°.

Figura 39 – Goniometria: extensão cervical

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.7.2.3 Inclinação lateral da coluna cervical


Ocorre no plano frontal. Os músculos primários deste movimento são os
escalenos, auxiliados pelos músculos intrínsecos do pescoço. Neste teste, evitar a
flexão, extensão e rotação de tronco; evitar a elevação do ombro no lado testado.
Amplitude articular: 0°- 40°.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 40 – Goniometria: inclinação lateral cervical

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.7.2.4 Rotação da coluna cervical


Ocorre no plano transversal. O músculo esternocleidomastóideo é o rotador
principal da coluna cervical. Neste teste, evitar a flexão, a extensão e a flexão lateral
do tronco. Amplitude articular: 0°- 70/90°.

Figura 41 – Goniometria: rotação cervical

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.7.2.5 Flexão da coluna lombar


O movimento ocorre no plano sagital. O reto abdominal é o flexor primário do
tronco. Ele é auxiliado pelos músculos oblíquos interno e externo do abdômen.
Neste teste, evitar a flexão dos joelhos. Amplitude articular: 0°- 95°.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 42 – Goniometria: flexão lombar

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.7.2.6 Extensão da coluna lombar


O movimento ocorre no plano sagital. Os extensores do tronco são os
músculos eretores da espinha, que incluem o iliocostal torácico, o longuíssimo
dorsal, o espinhal torácico e o iliocostal lombar. Neste teste, evitar a hiperextensão
dos joelhos. Amplitude articular: 0°- 35.

Figura 43 – Goniometria: extensão lombar

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.7.2.7 Inclinação lateral da coluna lombar


O movimento ocorre no plano frontal. Os músculos principais deste
movimento são os oblíquos interno e externo do abdome e o quadrado lombar do
lado do movimento. Neste teste, evitar a flexão, extensão e rotação de tronco e a
inclinação lateral da pelve. Amplitude articular: 0°- 40°.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 44 – Goniometria: inclinação lateral lombar

Fonte: ARQUIVO PRÓPRIO, 2008.

4.7.3 Resumo geral dos movimentos da coluna e amplitudes articulares


normais

Músculos envolvidos nos movimentos da coluna vertebral e amplitude articular normal

Amplitude
Movimentos Músculos Primários
articular

Coluna cervical

Flexão Esternocleidomastoideo 0-80/90°

Trapézio, esplênio cervical e semi-espinhal da 0-70°


Extensão
cabeça.

Inclinação lateral Escalenos 0-40°

Rotação lateral Esternocleidomastóideo 0-70/90°

Coluna lombar

Flexão Reto abdominal 0-95º

Músculos eretores da espinha (iliocostal torácico; 0-35°


Extensão longuíssimo dorsal, espinhal torácico e iliocostal
lombar)

Oblíquos interno e externo do abdome e quadrado 0-40°


Inclinação lateral
lombar

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5. Glossário

Articulação em gínglimo (dobradiça): seu nome refere-se muito mais ao


movimento (flexão e extensão) que elas realizam do que à forma das superfícies
articulares. A articulação do cotovelo é um bom exemplo de gínglimo e a simples
observação mostra como a superfície articular do úmero, que entra em contato com
a ulna, apresenta-se em forma de carretel.

Articulação esferóide: apresenta superfícies articulares que são segmentos de


esferas e se encaixam em receptáculos ocos. Este tipo de articulação permite
movimentos em torno de três eixos, sendo, portanto tri-axial.

Articulação plana: as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas,


permitindo deslizamento de uma superfície sobre a outra em qualquer direção. A
articulação acromioclavicular é um exemplo. Deslizamento existe em todas as
articulações sinoviais, mas nas articulações planas ele é discreto, fazendo com que
a amplitude do movimento seja bastante reduzida. Entretanto, deve-se ressaltar que
pequenos deslizamentos entre vários ossos articulados permitem apreciável
variedade e amplitude de movimento.

Articulação selar: a superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de


sela, apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro, e se encaixa
numa segunda peça onde convexidade e concavidade apresenta-se no sentido
inverso da primeira. A articulação carpo-metacárpica do polegar é exemplo típico.

Articulação sinovial: a mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície


óssea contra outra e isto é impossível quando entre elas interpõe-se um meio de
ligação, seja fibroso ou cartilagíneo. Para que haja o grau desejável de movimento,
em muitas articulações, o elemento que se interpõe às peças que se articulam é um
líquido denominado sinóvia, ou líquido sinovial. Além da presença deste líquido, as

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articulações sinoviais possuem três outras características básicas: cartilagem
articular, cápsula articular e cavidade articular.

Articulação trocóide: as superfícies articulares são segmentos de cilindro e, por


esta razão, cilindróides talvez fosse um termo mais apropriado para designá-las.
Estas articulações permitem rotação e seu eixo de movimento, único, é vertical: são mono-
axiais. Um exemplo típico é a articulação radio-ulnar proximal responsável pelos
movimentos de pronação e supinação do antebraço.

Articulações biaxiais: articulações que realizam movimento em torno de dois eixos.

Articulações condilóides: as superfícies articulares são de forma elíptica e


elipsóide seria talvez um termo mais adequado. Estas articulações permitem flexão,
extensão, abdução e adução, mas não a rotação. Possuem dois eixos de
movimento, sendo, portanto biaxiais. A articulação rádio-cárpica (ou do punho) é um
exemplo.

Articulações triaxiais: articulações que realizam movimento em torno dos 3 eixos


(longitudinal, sagital, transversal); são as que fazem circundação.

Articulações uniaxiais: articulações que realizam movimento em torno de um eixo.

Equimose: extravasamento de sangue para a pele, resultando em uma mancha azul


ou púrpura, redonda, não-elevada ou irregular.

Manguito rotador: metade superior da cápsula da articulação do ombro, reforçada


pelos tendões de inserção dos músculos supra-espinhoso, infra-espinhoso, redondo
menor e subescapular.

Medula espinhal: porção do sistema nervoso central que está contida no canal
vertebral.

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Órtese: equipamento utilizado como auxiliar para funções anatômicas.
Osso sesamóide: denominação dada a um pequeno osso que está incrustado num
tendão ou numa cápsula articular.

Pedículo vertebral: estrutura que une os corpos vertebrais às apófises transversas


correspondentes de vértebras superpostas.

Posição antálgica: alteração da posição funcional de uma articulação em


decorrência de processos dolorosos.

Quirodáctilos: dedos das mãos.

Sindesmose: articulação fibrosa na qual as faces ósseas são unidas por um


ligamento interósseo, por uma fina corda fibrosa ou uma membrana aponeurótica.

-----------FIM DO MÓDULO III -----------

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