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Alongamento Terapêutico
MÓDULO II
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO II
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um limiar muito baixo de disparo após uma contração muscular ativa e tem um alto
limiar de disparo para o alongamento passivo.
Em conseqüência de sua disposição anatômica, o OTG não é capaz de
informar a respeito da variação de comprimento muscular (se o músculo encurta, ele
sofre tração; se o músculo alonga, ele também sofre tração). Por isso, são
designados como sensores de força, ou seja, estruturas responsáveis por informar
ao SNC a magnitude do estado contrátil do músculo em cujo tendão está inserido.
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do OTG deve perdurar por cerca de 6 segundos. A contração do antagonista,
simultaneamente ao relaxamento do agonista, tem por função evitar o processo de
estiramento.
O reflexo miotático inverso está relacionado à proteção das estruturas
relacionadas ao sistema músculo-esquelético e à produção de força e movimento.
Assim, se a tensão gerada atingir um nível crítico, potencialmente lesivo aos tecidos
relacionados, incluindo a possibilidade de rompimento tecidual, o reflexo miotático
inverso causa o relaxamento da musculatura que sustenta a carga, interrompendo o
processo de contração muscular e produção de força.
Se um indivíduo tenta aparar ou segurar um objeto demasiadamente
pesado, o primeiro reflexo ativado é o miotático, já que o primeiro estímulo é o
estiramento, informando ao SNC o número de unidades motoras necessárias à
realização do movimento e a magnitude de contração; a seguir, diante da
constatação do dano iminente, o reflexo miotático inverso é ativado. Em outras
palavras, a contração proporcional à carga elevada gera um grande aumento na
tensão sobre o Órgão Tendinoso de Golgi.
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1.2 Fuso muscular (FNM)
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O fuso está ligado às fibras extrafusais; assim, quando o músculo é
alongado, ocorre também o alongamento do fuso. O processo de excitação do fuso
muscular ocorre quando um estímulo de alongamento é aplicado. O fuso muscular
monitora a velocidade e duração do alongamento e detecta as alterações no
comprimento do músculo. As fibras do fuso muscular são sensíveis à rapidez com a
qual um músculo é alongado.
O fuso pode ser excitado de duas maneiras diferentes: pelo estiramento de
todo o músculo (terminações primárias) e pela contração das porções terminais das
fibras intrafusais (terminações secundárias). As terminações primárias respondem
tanto ao grau de alongamento muscular como ao ritmo desse alongamento (resposta
dinâmica). As terminações secundárias respondem somente ao grau de
alongamento (resposta estática). A resposta dos fusos promove a ativação do
reflexo de alongamento e inibição da elaboração de tensão no grupo dos músculos
antagonistas (inibição recíproca).
O reflexo de estiramento é decorrente da ativação dos fusos em um músculo
distendido, promovendo uma resposta rápida através de uma transmissão neural,
com estimulação dos nervos aferentes que conduzem estímulos dos fusos até a
medula espinhal; os nervos eferentes trazem de volta a resposta, resultando em
elaboração de tensão no músculo. O procedimento para realização de um
alongamento muscular consiste, portanto, em minimizar os efeitos dos fusos
musculares.
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Figura 05 – Reflexo de estiramento
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Os mecanorreceptores do tipo I são grupos de corpúsculos globulares
encapsulados, denominados de corpúsculos de Golgi-Mazzoni. Estão localizados na
camada externa da cápsula articular fibrosa, são receptores de limiar baixo e
adaptação lenta, possuem várias funções como: promoção da sensação cinestésica
e postural, facilitação dos tônus muscular, regulação da pressão articular, entre
outros.
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Figura 07 – Corpúsculo de Pacini
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Sob condições normais, esses receptores são inteiramente inativos. Contudo, eles
se tornam ativos quando os tecidos articulares que contêm esse tipo de extremidade
nervosa são submetidos à acentuada deformação mecânica ou irritação química.
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mitocôndrias, retículo endoplasmático e sistema tubular, ligamentos e disco
intervertebral.
Os componentes inextensíveis são aqueles que não trabalham durante a
ação de uma força longitudinal, ou seja, não provoca deformações. São eles: os
ossos e tendões.
O tecido muscular tem a capacidade de adaptação à determinada
estimulação, resultante da plasticidade, isto é, a capacidade do tecido mole em
assumir um comprimento novo após a força de alongamento ter sido removida. Essa
característica é decorrente da composição da fibra muscular.
O músculo esquelético apresenta as propriedades de irritabilidade,
contratilidade, extensibilidade e elasticidade.
A irritabilidade é a capacidade do músculo em reagir a determinados
estímulos, que podem ser mecânicos e eletroquímicos. Uma vez que o tecido
muscular esquelético possui grande sensibilidade, uma estimulação mínima como a
realizada pelo neurotransmissor químico é suficiente para produção de estímulos
musculares.
A contratilidade refere-se à capacidade do encurtamento ou contração do
músculo quando for estimulado de forma suficiente. Alguns músculos esqueléticos
conseguem reduzir seu comprimento em até 70% do seu comprimento em repouso,
contudo, a média de encurtamento dos músculos esqueléticos é de
aproximadamente 57%, pois o encurtamento recebe restrições pelas estruturas do
corpo humano.
A extensibilidade é a capacidade que o músculo tem de ser estirado,
promovendo um aumento em seu comprimento, a partir de uma força externa
exercida sobre ele. Esta característica é influenciada pelo tecido conectivo existente
no músculo encontrado no perimísio, epimísio e fáscia.
Elasticidade é a capacidade de a fibra muscular voltar ao seu comprimento
inicial, depois que o estímulo é retirado. O músculo pode ter estímulos
eletroquímicos como potencial de ação vindo do nervo correspondente, ou ainda
mecânico, quando o músculo é atingido por algum golpe externo. Esta característica
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também pode ser determinada pelo tecido conectivo. Esta propriedade aliada à
extensibilidade promove os mecanismos de proteção muscular.
Quando se alonga um músculo sem forçar demais sua amplitude de
movimento, geramos um afastamento do local de origem e inserção do músculo, que
chamamos de alongamento. Se este alongamento ocorrer de forma suave, chegar
próxima a sua amplitude articular máxima e for mantida a posição por pouco tempo,
as fibras musculares se alongam e posteriormente retornam ao seu comprimento
normal. Isto é chamado de resposta elástica da musculatura. Quando o alongamento
segue as condições citadas acima, porém o tempo de permanência na postura
aumenta, conseqüentemente tenta-se aumentar a amplitude de movimento, acaba-
se gerando uma deformidade plástica na musculatura. Esta situação é chamada de
resposta plástica da musculatura.
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freqüentemente tratados como estruturas inextensíveis que transmitem as alterações
do comprimento muscular às suas inserções ósseas. Contudo, muitas vezes o
tendão se comporta com maior complacência que o próprio músculo, podendo
contribuir como armazenador de energia elástica e conseqüentemente, como
realinhador, durante as atividades motoras cíclicas.
Além da redução no comprimento da fibra e no número de sarcômeros em
músculo imobilizado na posição encurtada, estudos também demonstram aumento
em sua resistência passiva e isso, provavelmente, é devido à alteração na
remodelação no tecido conjuntivo nos músculos mantidos encurtados.
Foi observado aumento na proporção de colágeno, diminuição no conteúdo
de glicosaminoglicanas e água da matriz extracelular, com conseqüente
aproximação de suas fibras, deposição aleatória do colágeno recém-formado e
formação de ligações cruzadas anormais entre as mesmas. Todas essas mudanças
no tecido conjuntivo parecem ocorrer para proteger o músculo de um alongamento
muscular excessivo.
3.1 Flexibilidade
Geralmente o termo “flexibilidade” é usado para referir-se à habilidade da
unidade musculotendínea em alongar-se, enquanto um segmento corporal ou
articulação move-se através da amplitude de movimento. Pode ser definida como a
qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de
amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro
dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão. Uma boa flexibilidade
permite a realização de movimentos que de outra forma, seriam impossíveis. Além
disso, esta qualidade física aumenta a eficiência mecânica e reduz o risco de lesões
músculo-articulares.
A flexibilidade é influenciada pela idade, pelo sexo e possivelmente pela raça
do indivíduo. A flexibilidade geral das pessoas é comparada, porém ela é específica
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para cada articulação. Isto é, uma quantidade extrema de flexibilidade em uma
articulação não garante o mesmo grau de flexibilidade em todas as articulações.
3.2 Contraturas
Encurtamento de um músculo ou outros tecidos que cruzam uma
articulação, resultando em uma limitação de a mobilidade articular. As contraturas
podem ser classificadas em vários tipos:
A contratura miostática é aquela em que não há patologia específica no
tecido e o músculo está adaptativamente encurtado e com a mobilidade restrita. As
adesões são tipos de contraturas em que existe aderência entre as fibras de
colágeno. Adesões cicatriciais ocorrem quando há presença de tecido cicatricial em
resposta a uma lesão muscular prévia. As contraturas irreversíveis são aquelas em
que há perda definitiva da extensibilidade dos tecidos moles e a recuperação é
apenas cirúrgica. As contraturas pseudomiostáticas ocorrem quando a limitação de
movimentos é decorrente de hipertonicidade gerada por lesões do sistema nervoso
central.
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A massa tecidual pode interferir na flexibilidade a partir do momento em que
pode gerar alterações na amplitude de movimento articular. Músculos extremamente
hipertrofiados, por exemplo, representam um impedimento mecânico para a
aproximação dos segmentos; pessoas obesas apresentam limitação evidente de
flexão de tronco. A elasticidade da pele também pode representar um fator limitante
para a flexibilidade. O treinamento físico continuado aumenta o aporte vascular das
estruturas conjuntivas e epiteliais, gerando uma melhor aparência da pele.
5. Conceito de alongamento
Alongamento muscular são exercícios físicos para manter ou desenvolver a
flexibilidade. O alongamento é uma das mais importantes categorias de exercícios
que podem ser prescritos para manter e restaurar o equilíbrio normal em cada uma
destas estruturas: o músculo, a fáscia, o tendão e o ligamento. Estes podem exibir
um grau de rigidez aumentado – que conduz ao funcionamento não-ótimo em
determinada articulação secundária – e restringir a amplitude de movimento
disponível. O alongamento muscular permite modificar o comprimento do músculo,
visando manter ao mesmo tempo, características mecânicas e funções
neuromusculares.
6. Alongamento terapêutico
O alongamento pode ser utilizado como manobra terapêutica para aumentar
o comprimento de tecidos moles que estejam encurtados, podendo ser definido
também como técnica utilizada para aumentar a extensibilidade músculo-tendinosa e
do tecido conjuntivo periarticular, de tal modo contribuindo para aumentar a
flexibilidade articular.
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à Melhora da aparência física e imagem pessoal;
à Melhora do alinhamento postural estático e dinâmico;
à Facilitação dos processos de aquecimento/desaquecimento em
atividades esportivas;
à Redução de encurtamentos do sistema muscular;
à Diminuição dos riscos de lesões músculo-articulares;
à Aumento do relaxamento muscular e melhora da circulação sangüínea;
à Melhora da coordenação motora.
6.2 Objetivos
à Restaurar a amplitude de movimento normal na articulação envolvida e a
mobilidade das partes moles adjacentes a esta articulação;
à Aumentar a flexibilidade geral antes de exercícios vigorosos de
fortalecimento;
à Minimizar o risco de lesões músculo-tendíneas relacionadas a atividades
físicas;
à Prevenir o encurtamento ou tensionamento irreversíveis de grupos
musculares;
à Facilitar o relaxamento muscular.
6.3 Indicações
à Quando a ADM está limitada como resultado de contraturas, adesões ou
tecido cicatricial, levando ao encurtamento de músculos, tecido conectivo e
pele;
à Quando existe fraqueza muscular e retração nos tecidos opostos. Os
músculos retraídos devem ser alongados antes que os músculos fracos
possam ser efetivamente fortalecidos;
à Quando as limitações da movimentação da articulação causam deformidades
esqueléticas evitáveis que podem influenciar na simetria corporal e postura.
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6.4 Contra-indicações
à Bloqueio ósseo limitando a mobilidade articular;
à Inflamação ou infecção nas estruturas envolvidas;
à Presença de dor aguda;
à Integridade óssea ou vascular comprometida;
à Presença de hematomas ou outras indicações de traumatismos teciduais;
à Comprometimento ou falta de estabilidade ou integridade articular;
à Fratura recente.
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menos 15 a 30 segundos. Como é realizado lentamente em um músculo relaxado, o
alongamento estático dificilmente ativa o reflexo miotático. Pode ser realizado de
forma ativa ou passiva.
Neste caso, a sustentação da posição ativa as fibras intrafusais, que ativam
os motoneurônios α das fibras extrafusais. Assim, a contração mantida é do tipo
isométrica, pois não há retorno imediato à posição inicial; a tensão sobre a
musculatura e sobre o tecido conjuntivo circunjacente aumentam, sensibilizando o
Órgão Tendinoso de Golgi, gerando relaxamento muscular através do reflexo
miotático inverso. À medida que o tempo da sessão transcorre, há predominância da
ação bloqueadora do OTG, levando ao relaxamento lento e progressivo. Na prática,
a permanência na posição tende a fazer com que se ganhe cada vez mais
amplitude, em função do mecanismo neural associado (potencialização do reflexo
miotático inverso).
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em pacientes com fraqueza muscular intensa, espasticidade ou paralisia devido à
disfunção neuromuscular. Podem ser usadas diversas técnicas, entre elas:
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À medida que o músculo oposto ao retraído se encurta, o músculo retraído
se alonga. Essa técnica combina inibição autogênica e inibição recíproca para
alongar músculos retraídos.
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7. Glossário
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Osteoporose: redução de massa óssea sem alteração da composição do osso,
podendo levar a fraturas patológicas.
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