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Alongamento Terapêutico
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
SUMÁRIO
MÓDULO I
1. Tecido Muscular
1.1 Tecido muscular estriado esquelético
1.1.1 A fibra muscular
1.1.1.1 Subestruturas das fibras musculares
1.1.1.1.1 Sarcoplasma
1.1.1.1.2 Sarcolema
1.1.1.1.3 Mitocôndrias
1.1.1.1.4 Complexo de golgi
1.1.1.1.5 Retículo sarcoplasmático
1.1.1.1.6 Filamento de actina
1.1.1.1.7 Filamento de miosina
1.1.1.1.8 Filamentos de triponina e tropomiosina
1.1.1.2 Tipos de fibras musculares
1.1.1.2.1 Fibras do tipo I (contração lenta - CL)
1.1.1.2.2 Fibras do tipo II (contração rápida - CR)
2. Tecidos conjuntivos
2.1 Fibras colágenas
2.2 Fibras elásticas
2.3 Fibras reticulares
2.4 Tendões
2.5 Ligamentos
2.6 Comportamento mecânico do tecido não-contrátil
3. Classificação dos músculos
3.1 Origem e inserção muscular
3.2 Quanto à localização
2
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3.3 Quanto à forma
3.4 Quanto à direção
3.5 Quanto à organização das fibras
3.6 Classificação funcional dos músculos
3.6.1 Agonistas
3.6.2 Antagonistas
3.6.3 Sinergistas ou neutralizadores
3.6.4 Estabilizadores ou fixadores
4. Fisiologia da contração muscular
4.1 A unidade neuromuscular
4.2 Mecanismos da contração muscular
4.3 Energia para a contração muscular
4.4 Tipos de contração muscular
4.5 Fadiga Muscular
4.6 Tônus muscular
4.7 Adaptação à função: remodelagem
5. Glossário
MÓDULO II
1. Receptores sensoriais relacionados ao alongamento
1.1 Órgão tendinoso de golgi (OTG)
1.2 Fuso muscular (FNM)
1.3 Mecanorreceptores articulares
2. Adaptação do tecido muscular ao alongamento
2.1 Ajuste do comprimento muscular
3. Definições de termos fundamentais
3.1 Flexibilidade
3.2 Contraturas
4. Fatores limitantes da flexibilidade articular
5. Conceito de alongamento
6. Alongamento terapêutico
6.1 Benefícios dos alongamentos
3
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6.2 Objetivos
6.3 Indicações
6.4 Contra-indicações
6.5 Precauções do alongamento terapêutico
6.6 Métodos de alongamento
6.6.1 Alongamento estático
6.6.6.1 Alongamento passivo
6.6.6.2 Alongamento ativo
6.6.2 Alongamento por inibição ativa
6.6.2.1 Sustentar-relaxar (hold-relax)
6.6.2.2 Contrair-relaxar (hold-relax-contract)
6.6.2.3 Sustentar-relaxar com contração do agonista
6.6.2.4 Contração do agonista
6.6.3 Alongamento balístico
6.6.4 Alongamento dinâmico
7. Glossário
MÓDULO III
1. Avaliação da flexibilidade
1.1 Formas de medidas e avaliação da flexibilidade
1.1.1 Testes adimensionais
1.1.2 Testes lineares
1.1.3 Testes angulares
2. Exame físico funcional da flexibilidade
2.1 Anamnese e história clínica
2.2 Avaliação da mobilidade dos segmentos
2.2.1 Movimentação ativa
2.2.2 Movimentação passiva
2.2.3 Goniometria
3. Conceitos importantes para o estudo das amplitudes articulares
3.1 Posição anatômica
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3.2 Planos anatômicos
3.2.1 Planos seccionais
3.2.2 Planos tangenciais3.2.3 Movimentos articulares
4. Exame físico-funcional da amplitude de movimento
4.1 Ombro
4.1.1 Articulações do ombro
4.1.1.1 Articulação glenoumeral
4.1.1.2 Articulação acrômioclavicular e esternoclavicular
4.1.1.3 Articulação subacromial
4.1.1.4 Articulação escapulotorácica
4.1.2 Amplitude articular do ombro
4.1.2.1 Flexão do ombro
4.1.2.2 Extensão do ombro
4.1.2.3 Abdução do ombro
4.1.2.4 Adução do ombro
4.1.2.5 Rotação externa do ombro
4.1.2.6 Rotação interna do ombro
4.1.3 Movimentos do ombro e amplitudes articulares normais
4.2 Cotovelo
4.2.1 Articulações do cotovelo
4.2.1.1 Articulação úmero-ulnar ou troclear
4.2.1.2 Articulação úmero-radial
4.2.1.3 Articulação rádio-ulnar proximal
4.2.2 Amplitude articular do cotovelo
4.2.2.1 Flexão do cotovelo
4.2.2.2 Extensão do cotovelo
4.2.2.3 Supinação do cotovelo
4.2.2.4 Pronação do cotovelo
4.2.3 Movimentos do cotovelo e amplitudes articulares normais
4.3 Punho e mão
4.3.1 Articulações principais do punho
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4.3.1.1 Articulação rádio-ulnar distal
4.3.1.2 Articulação radiocarpal (punho)
4.3.1.3 Articulações intercarpais (articulação do carpo)
4.3.1.4 Articulação mediocárpica
4.3.1.5 Articulações carpometacarpais
4.3.1.6 Articulações IM/MC/IN
4.3.2 Amplitude articular do punho e mão
4.3.2.1 Flexão de punho
4.3.2.2 Extensão de punho
4.3.2.3 Desvio radial do punho (abdução)
4.3.2.4 Desvio ulnar do punho (adução)
4.3.3 Movimentos do punho e amplitudes articulares normais
4.4 Quadril e Pelve
4.4.1 Articulação do quadril
4.4.2 Amplitude articular do quadril
4.4.2.1 Flexão do quadril
4.4.2.2 Extensão do quadril
4.4.2.3 Abdução do quadril
4.4.2.4 Adução do quadril
4.4.2.5 Rotação interna do quadril
4.4.2.6 Rotação externa do quadril
4.4.3 Movimentos do quadril e amplitudes articulares normais
4.5 Joelho
4.5.1 Articulações do joelho
4.5.1.1 Articulação femorotibial
4.5.1.2 Articulação femoropatelar
4.5.1.3 Articulação tibiofibular-superior
4.5.2 Amplitude articular do joelho
4.5.2.1 Flexão do joelho
4.5.2.2 Extensão do joelho
4.5.3 Movimentos do joelho e amplitudes articulares normais
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4.6 Tornozelo e pé
4.6.1 Articulações do tornozelo e pé
4.6.1.1 Retropé
4.6.1.1.1 Articulação talocrural (tornozelo)
4.6.1.1.2 Articulação subtalar (talocalcânea)
4.6.1.1.3 Articulação tibiofibular
4.6.1.2 Mediopé
4.6.1.2.1 Articulação transversa do tarso
4.6.1.3 Antepé
4.6.1.3.1 Articulações tarsometatarsais e intermetatarsais
4.6.1.3.2 Articulações metatarsofalângicas
4.6.1.3.3 Articulações interfalângicas
4.6.2 Amplitude articular do tornozelo
4.6.2.1 Dorsiflexão da articulação do tornozelo
4.6.2.2 Flexão plantar do tornozelo
4.6.2.3 Supinação mediotársica-subtalar (inversão)
4.6.2.4 Pronação mediotársica-subtalar (eversão)
4.6.3 Movimentos do tornozelo e amplitudes articulares normais
4.7 Coluna vertebral
4.7.1 Articulações
4.7.1.1 Articulação atlantoccipital (C0-C1)
4.7.1.2 Articulação atlantoaxial mediana (C1-C2)
4.7.1.3 Demais articulações cervicais
4.7.1.4 Articulações torácicas
4.7.1.5 Articulações lombares
4.7.2 Amplitude articular da coluna vertebral
4.7.2.1 Flexão da coluna cervical
4.7.2.2 Extensão da coluna cervical
4.7.2.3 Inclinação lateral da coluna cervical
4.7.2.4 Rotação da coluna cervical
4.7.2.5 Flexão da coluna lombar
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4.7.2.6 Extensão da coluna lombar
4.7.2.7 Inclinação lateral da coluna lombar
4.7.3 Movimentos da coluna e amplitudes articulares normais
5. Glossário
MÓDULO IV
1. Componentes de um programa de alongamento terapêutico
1.1 Avaliação do indivíduo
1.2 Progressão de intensidade
1.3 Posicionamento correto
1.4 Periodicidade
1.5 Escolha da técnica adequada
2. Séries de alongamentos ativos
3. Séries de exercícios passivos
4. Alongamentos com bola
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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MÓDULO I
1. Tecido Muscular
O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela
propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a
movimentação dos membros e das vísceras. É composto por células alongadas,
mais ou menos paralelas, com grande quantidade de filamentos citoplasmáticos
responsáveis pela sua contração. Pode ser dividido em três tipos, que se
diferenciam pela sua estrutura macroscópica, distribuição, inervação e variedade da
função realizada: músculo liso, músculo estriado esquelético e músculo cardíaco.
O músculo liso está presente em diversos órgãos internos (tubo digestivo,
bexiga, útero) e na parede dos vasos sanguíneos. As células musculares lisas são
uninucleadas e os filamentos de actina e miosina se dispõem em hélice em seu
interior, sem formar padrão estriado como no tecido esquelético. A contração dos
músculos lisos é normalmente involuntária, ao contrário da contração dos músculos
esqueléticos.
O músculo estriado esquelético é inervado pelo sistema nervoso central e,
como este se encontra em parte sob controle consciente, também se denomina
músculo voluntário. As contrações do músculo esquelético estabilizam e permitem
os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto. O músculo cardíaco é
o tipo de tecido muscular que forma a maior parte do coração dos vertebrados. Ao
microscópio, apresenta estriação transversal. Suas células são uninucleadas e têm
contração involuntária.
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Fonte: VILELA, 2008.
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Figura 03 – Fibras estriadas dos músculos esqueléticos
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Fonte: AFYD, 2008.
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Figura 05 – A fibra muscular
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Faixa A – filamentos de miosina e extremidades dos filamentos de actina.
Faixa H - filamentos de miosina.
Disco Z – filamentos de actina (extremidade inicial).
1.1.1.1.1 Sarcoplasma
O sarcoplasma de uma fibra muscular corresponde ao citoplasma dos
outros tipos de células e pode definir-se como o conteúdo do sarcolema quando se
excluem os núcleos. É, portanto, constituído por uma matriz citoplasmática típica, as
organelas e inclusões comuns, e também pelas miofibrilas tão peculiares do
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músculo. As organelas sarcoplasmáticas mais comuns não se diferenciam
estruturalmente das encontrados em outros tipos celulares.
O sarcoplasma do músculo vivo contém ainda, além destas inclusões, uma
proteína fixadora de oxigênio - a mioglobina. No músculo em repouso mantém-se,
provavelmente, ligada ao oxigênio, mas quando a necessidade aumenta, dissocia-se
e fica disponível para as oxidações.
1.1.1.1.2 Sarcolema
É a membrana celular da fibra muscular. Consiste de uma membrana celular
verdadeira, a membrana plasmática, e de uma fina camada de material
polissacarídico similar ao da membrana basal que circunda os capilares sangüíneos;
finas fibrilas colágenas também estão presentes na camada mais externa do
sarcolema. Nas extremidades das fibras musculares, essas camadas superficiais
do sarcolema se fundem com as fibras tendinosas.
1.1.1.1.3 Mitocôndrias
As mitocôndrias são abundantes junto aos pólos dos núcleos,
imediatamente por baixo do sarcolema, aparecendo em maior número no interior da
fibra onde se distribuem em fileiras longitudinais, entre as miofibrilas. Apresentam
muitas cristas e a sua íntima associação com os elementos contráteis permite a sua
rápida utilização como fonte de energia química (ATP).
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acarretando a liberação de grande quantidade de íons Ca++ ao longo de todas as
miofibrilas (acoplamento excitação-contração). Estendem-se desde a membrana
celular, penetram toda a espessura da fibra de um lado a outro, ramificando-se entre
si.
Os túbulos longitudinais distribuem-se a intervalos regulares ao longo das
miofibrilas, confluindo em canais orientados transversalmente e de calibre maior,
chamados túbulos transversos (cisternas terminais). Pares paralelos de cisternas
terminais correm transversalmente por entre as miofibrilas em relação íntima com
um elemento intermédio de menor diâmetro - o túbulo T. Estas três estruturas
transversais associadas constituem as chamadas tríades do músculo esquelético.
No músculo dos mamíferos existem duas tríades por sarcômero, situadas na
transição das bandas I-A adjacentes. A membrana limitante do túbulo T continua-se
com o sarcolema e a sua luz comunica-se com o espaço extracelular na superfície
da célula, sendo por isso considerado uma invaginação tubular do sarcolema que
penetra profundamente para o interior da fibra. Para destacar a sua natureza
distinta, denominam-se coletivamente por sistema T da fibra muscular. Os túbulos
longitudinais e as cisternas terminais do reticulo sarcoplasmático estão intimamente
relacionados com a libertação dos íons cálcio.
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Figura 07 – Pontes cruzadas
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1.1.1.2 Tipos de fibras musculares
O músculo esquelético é um agregado de fibras, que podem ser controladas
individual e coletivamente. A multiplicidade de padrões de movimentos realizados
pelo ser humano demonstra o complexo controle que o sistema nervoso exerce
sobre os músculos, e indica as diversas características das fibras musculares. Um
mesmo músculo, ou grupo muscular, pode responder e adaptar-se a um movimento
de elevada coordenação, a um esforço curto e intenso, ou ainda a uma atividade
prolongada.
As fibras musculares podem ser classificadas através de suas
características contráteis e metabólicas. São elas: fibras do tipo I (contração lenta)
e fibras do tipo IIA e IIB (contração rápida). A classificação em fibras brancas e
vermelhas está em desuso porque foi idealizado com base em amostras modificadas
por corantes, o que altera a cor original da fibra.
A velocidade de contração está diretamente relacionada à inervação da fibra
muscular. Quanto maior a freqüência de disparo dos potenciais de ação sobre a
sarcolema, maior a velocidade de contração. A freqüência natural de disparo para
recrutamento de fibras lentas situa-se na faixa dos 10 a 30 Hz; para fibras rápidas,
na ordem de 80 a 100 Hz.
A maioria dos músculos contém uma mistura de todos os tipos de fibras,
porém, sempre há o predomínio de um tipo de fibra muscular. A existência dessa
variabilidade entre as fibras ajuda a explicar de que modo as estruturas e as funções
musculares se adaptam ao treinamento. A maioria dos músculos são compostos por
aproximadamente 50% de fibras tipo I, 25% de fibras de tipo IIa e os 25% restantes
são representados por fibras de IIb, sendo que há também a presença das fibras
intermediárias ou mistas de característica rápida, oxidativa e glicolítica.
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exijam maior resistência, como corrida em distância, ciclismo ou natação. São
encontradas em maiores quantidades nos músculos posturais do corpo, como os
músculos das costas. As fibras são avermelhadas devido ao alto conteúdo de
mioglobina no músculo.
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Atividade das enzimas glicolíticas Baixa Alta Alta
Conteúdo de glicogênio Baixo Alto Alto
Conteúdo de mioglobina Alto Alto Baixo
2. Tecidos conjuntivos
Os tecidos conjuntivos caracterizam-se por apresentar tipos diversos de
células separadas por abundante material intercelular, que é sintetizado por elas e
representado pelas fibras do conjuntivo e pela substância fundamental amorfa.
Banhando este material e também as células, há uma pequena quantidade de fluido,
o líquido intersticial. É formado por células conjuntivas (blastos), que têm como
função excretar colágeno e elastina. O conjuntivo forma o arcabouço que sustenta
as partes moles, apoiando e ligando os outros tipos de tecido. É responsável pela
síntese das seguintes fibras:
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escleroproteína muito mais resistente que o colágeno, e a microfibrila elástica,
formada por uma glicoproteína especializada. Essas fibras cedem facilmente a
trações, porém retornam facilmente à sua forma original quando cessam as forças
deformantes. Suportam grandes trações.
2.4 Tendões
O tendão é um feixe inelástico de fibras de colágeno arranjadas
paralelamente na direção da aplicação de força do músculo. Os tendões são
arranjados em série ou são alinhados com os músculos; conseqüentemente, o
tendão suporta a mesma tensão que o músculo. A interação mecânica entre o
músculo e tendão depende da quantidade da força que está sendo aplicada ou
gerada, da velocidade de ação muscular, e da folga no tendão.
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2.5 Ligamentos
Um ligamento é um feixe de tecido fibroso, formado por tecido conjuntivo, e
é mais ou menos comprido, largo e robusto, de forma aplanada ou arredondada, que
une entre si duas cabeças ósseas de uma articulação (ligamento articular) ou
mantém no seu local fisiológico habitual um órgão interno (ligamento suspensor).
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3. Classificação dos músculos
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3.5 Quanto à organização das fibras
Há dois tipos principais de disposições das fibras musculares: fusiformes,
quando as fibras musculares se encontram distribuídas de modo longitudinal,
paralelas, e percorrem o músculo em toda sua extensão, permitindo aos músculos
um grau máximo de movimento, estendendo-se de um tendão ao outro e
peniformes, quando apresentam diversas disposições. Os peniformes podem ser
unipenados, quando o músculo se encontra num lado do tendão; bipenados, quando
o músculo converge nos dois lados do tendão ou multipenados, quando o músculo
apresenta vários tendões.
3.6.1 Agonista
Músculo ou grupo de músculos principais agentes de um movimento.
Também pode ser conhecido como motor primário. O agonista sempre se contrai
ativamente para produzir uma contração concêntrica, excêntrica ou isométrica.
3.6.2 Antagonista
Músculo ou grupo de músculos que executa ação oposta à do agonista.
Serve para coordenar, moderar ou “frear” o movimento.
São os antagonistas que precisam relaxar-se para permitir que ocorra o
movimento ou precisam contrair-se simultaneamente aos agonistas para controlar ou
reduzir a rapidez de um movimento articular.
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3.6.4 Estabilizadores ou fixadores
Age estabilizando um segmento do corpo, para que outro músculo ativo
tenha base firme sobre a qual possa exercer uma função. A estabilização é muito
importante, por exemplo, na cintura escapular que precisa ser suportada de modo
que os movimentos do braço possam ocorrer de forma homogênea e eficiente.
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Todas as fibras musculares inervadas por uma só fibra nervosa motora
formam a chamada “unidade motora” (UM). Cada fibra nervosa após penetrar no
ventre muscular, normalmente ramifica-se e estimula de três a várias centenas de
fibras musculares esqueléticas, sendo que, o fator determinante da quantidade de
fibras inervadas, deve-se exclusivamente ao tipo de músculo em questão. Músculos
grandes que não precisam de controle muito exato, podem ter unidades motoras
com centenas de fibras musculares.
A quantidade de força que pode ser gerada pelo sistema músculo-
esquelético, depende da integridade dos elementos contráteis e não-contráteis
(endomísio, epimísio e perimísio) das unidades motoras. Todas as fibras musculares
inervadas pelo mesmo nervo motor se contraem e relaxam ao mesmo tempo,
funcionando como uma unidade.
A contração ou o relaxamento muscular depende do somatório de muitos
impulsos recebidos pelo UM em um determinado momento. A UM é ativada e as
suas fibras motoras somente se contraem quando os impulsos excitatórios aferentes
ultrapassam os impulsos inibitórios e o limiar é atingido. Se a estimulação for inferior
a esse limiar, não ocorre a ação da fibra muscular. Em outros termos, um estímulo
mínimo produz contração de cada fibra muscular exatamente como o faria um
estímulo mais forte. Esse fenômeno é conhecido como lei do tudo ou nada
Embora essa lei da fisiologia seja verdadeira para cada fibra muscular e UM,
ela não se aplica ao músculo como um todo. Portanto, é possível que o músculo
exerça forças de intensidades gradativas, indo desde uma contração quase
imperceptível até o tipo mais vigoroso de contração.
Em geral, cada fibra muscular esquelética possui apenas uma placa motora.
A fibra nervosa se ramifica próximo ao seu término para formar uma rede de
terminais axônicos. Cada um desses terminais mergulha em uma invaginação,
formado pela membrana da célula muscular. A invaginação da membrana é
chamada de sulco sináptico, e o espaço entre o terminal axônico e a membrana da
fibra muscular, é a fenda sináptica. No fundo dessa goteira existem numerosas
pregas, que formam as fendas subneurais, que aumentam a área da superfície
sobre a qual pode atuar o transmissor sináptico. No terminal axônico existem muitas
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mitocôndrias que fornecem energia, principalmente para a síntese, do transmissor
excitatório acetilcolina que excita as fibras musculares. A acetilcolina é sintetizada no
citoplasma do terminal axônico, mas é rapidamente absorvida por pequenas
vesículas sinápticas, normalmente presentes, em todos os terminais de uma única
placa motora. Na superfície das fendas subneurais existem agregados de
colinesterase, capazes de destruir a acetilcolina.
Figura 11 – Junção neuromuscular
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4.2 Mecanismos da contração muscular
A contração muscular inicia-se com o potencial de ação disparado a partir da
fibra nervosa. O espaço entre o acoplamento da terminação nervosa à fibra
muscular é chamado fenda sináptica. Tendo o potencial de ação atingido a
terminação nervosa, abrem-se os canais de cálcio voltagem-dependentes, e a
entrada de cálcio faz com que as vesículas de acetilcolina sejam liberadas na fenda,
através da fusão destas vesículas à membrana plasmática e subseqüente exocitose,
transmitindo o impulso nervoso para a sarcolema. Após a propagação do potencial
através dos túbulos T, a liberação de cálcio viabiliza a contração muscular devido à
ligação do íon à troponina C.
A ação do cálcio fundamenta-se sobre a alteração conformacional da
molécula protéica: uma vez ligado à troponina C, esta deformação molecular
decorrente faz com que os sítios para a conexão actina-miosina fiquem expostos.
Assim, dá-se o acoplamento entre os filamentos contráteis, onde a ponte cruzada da
molécula de miosina se liga ao local adequado da molécula de actina. A partir deste
ponto, ocorre o deslizamento. Para viabilizar este fenômeno, no entanto, é
fundamental a hidrólise do ATP (trifosfato de adenosina), liberando energia, que é
convertida em energia mecânica.
A seguir, uma nova molécula de ATP é necessária para que ocorra o
desligamento entre os filamentos contráteis; esta molécula não é hidrolisada neste
momento, pois sua simples ligação à cabeça da miosina altera a conformação da
molécula e reduz a afinidade entre as proteínas contráteis. Deste modo, o ATP é
essencial tanto para a contração, quanto para o relaxamento. O fator central para a
afinidade entre a actina e a miosina é o cálcio; a função do ATP é a liberação de
energia para a ocorrência do movimento, entre outras ações.
Enquanto há cálcio ligado à troponina, há ciclagem de pontes cruzadas e
contração muscular. A fim de cessar a contração, o cálcio tem de ser removido do
sítio de ligação à troponina C e transportado de volta ao retículo sarcoplasmático;
este transporte é ativo, sendo viabilizado pelo ATP. Portanto, o ATP possui 3
funções primordiais na contração muscular, fornecendo energia para o encurtamento
do sarcômero, viabilizando o desligamento acto-miosínico por interação físico-
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química ao filamento espesso e suportando a bomba de cálcio, o que encerra a
ciclagem das pontes cruzadas. Esta teoria da contração muscular é a teoria dos
filamentos deslizantes de Houxlley.
Em resumo, as contrações de todos os músculos são disparadas por
impulsos elétricos. O sinal elétrico inicia uma série de eventos que levam ao ciclo de
pontes cruzadas entre a miosina e actina, que, por sua vez, gera força.
1. Um sinal elétrico (potencial de ação) viaja por uma célula nervosa, fazendo
com que ela libere uma mensagem química (neurotransmissor) em uma
pequena lacuna entre a célula nervosa e a célula muscular (sinapse);
2. O neurotransmissor cruza a lacuna, liga-se à proteína (receptor) da
membrana da célula muscular e causa um potencial de ação na célula
muscular;
3. O potencial de ação se espalha rapidamente pela célula muscular e entra na
célula através do túbulo T;
4. O potencial de ação abre as portas do estoque de cálcio do músculo;
5. Íons de cálcio fluem para dentro do citoplasma, o local onde se encontram os
filamentos de actina e miosina;
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6. Os íons de cálcio se ligam às moléculas do complexo troponina-tropomiosina,
localizadas nos sítios de ligação dos filamentos de actina. Normalmente, a
molécula de tropomiosina cobre os sítios da actina com os quais a miosina
pode formar pontes cruzadas;
7. Ao ligar íons de cálcio, a troponina altera sua forma e desliza a tropomiosina
para fora, expondo os sítios de ligação actina-miosina;
8. A miosina interage com a actina em ciclos de pontes cruzadas, como descrito
anteriormente. O músculo, então, cria força e se contrai;
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4.3 Energia para a contração muscular
A energia utilizada a partir do ATP não é utilizada somente para suprir o
mecanismo de contração muscular, mas também para bombear Ca++ do
sarcoplasma para o retículo sarcoplasmático (ao término da contração) e bombear
íons Na+ e K+, através da membrana da fibra muscular (para a propagação dos
potenciais de ação). Porém, a concentração de ATP só é suficiente para manter a
contração durante 1 a 2 segundos. Quando o ATP libera sua energia, é liberado um
radical de ácido fosfórico e formado o difosfato de adenosina (ADP). Em seguida a
energia liberada dos nutrientes celulares faz com que o ADP e o ácido fosfórico se
recombinem para gerar novo ATP. Esse processo se repete continuamente. Para
essa refosforilação, existem três fontes de energia principal:
à Fosfocreatina: contém uma ligação fosfato de alta energia semelhante à
do ATP. A Fosfocreatina é clivada e a energia gerada provoca a ligação do
fosfato ao ADP para convertê-lo em ATP. Essa fonte adicional mantém a
contração por mais 5 a 8 segundos.
à Glicogênio: rápida degradação do glicogênio – previamente armazenado
nas células musculares – em ácido lático e ácido pirúvico, libera energia,
que é utilizada para converter ADP em ATP. Sendo assim, esse
mecanismo de “glicólise”, mantém a contração por até 1 minuto (sem a
necessidade de oxigênio); forma ATP duas vezes mais rápido do que
quando nutrientes celulares reagem com oxigênio.
à Metabolismo oxidativo: mais de 95% de toda a energia utilizada pelos
músculos em contrações de longa duração. Consiste na combinação e
utilização de diferentes nutrientes celulares para formar ATP (carboidratos;
gorduras; proteínas).
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estabelece entre a grandeza da carga externa a ultrapassar e a quantidade de força
que os músculos recrutados conseguem gerar.
A contração muscular pode ser de dois tipos: dinâmica ou estática.
A contração isotônica, também conhecida por contração dinâmica, é a
contração muscular que provoca um movimento articular. Há alteração do
comprimento do músculo sem alterar sua tensão máxima. Possui alto consumo
calórico e geralmente é de rápida duração. Divide-se em dois tipos: concêntrica
(ocorre quando ao realizar um movimento o músculo aproxima suas inserções, com
encurtamento dos seus sarcômeros) e excêntrica (ocorre quando ao realizar o
movimento o músculo alonga-se, ou seja, as inserções se afastam, com aumento do
comprimento dos seus sarcômeros).
A contração isométrica também conhecida por contração estática, é a
contração muscular que não desencadeia movimento articular. O momento motor é
igual ao momento de resistência, portanto não há movimento.
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sensação física de tensão muscular. Nesta condição, gasta-se mais energia que o
normal e isso gera a fadiga
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3. Glossário
Ácido acético: líquido claro, viscoso, solúvel em água. Quando resfriado abaixo de
16,7ºC sofre solidificação formando cristais brilhantes, incolores e transparentes com
aspecto de gelo.
Colina: amina muito difundida na natureza, que no organismo humano, tem como
funções fazer parte da lecitina e de outros fosfolipídeos, participar do metabolismo
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de carboidratos, gorduras e proteínas e é um elemento precursor da formação da
acetilcolina.
Exocitose: processo pelo qual a maioria das moléculas é secretada de uma célula
eucariótiea.
Fibroblastos: células do tecido conjuntivo que secretam uma matriz extracelular rica
em colágeno e outras macromoléculas.
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Glicogênio: polissacarídeo composto exclusivamente por unidades de glicose,
usados para armazenar energia nas células animais.
Membrana celular: componente que delimita todas as células vivas. Ela estabelece
a fronteira entre o meio intracelular e o meio exterior. É uma “porta” seletiva que a
célula usa para captar os elementos do meio exterior que lhe são necessários para o
seu metabolismo e para libertar as substâncias que a célula produz e que devem ser
enviadas para o exterior.
Mesoderma: tecido que forma folheto embrionário que se localiza entre a ectoderme
e endoderme.
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Periósteo: membrana fibrosa que envolve a superfície externa dos ossos em quase
toda a sua extensão.
Substância cinzenta: estrutura que corresponde aos centros nervosos, com sua
coloração determinada pela presença de células nervosas, ocupando a parte central
da medula e do tronco cerebral, núcleos cinzentos do cerebelo e cérebro, córtex
cerebelar e cerebral.
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