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Cinesiologia e Biomecânica

Roteiro de atividades didáticas,


práticas e teóricas.

Elaborado por:
Amanda Polin
Elisa Pedigoni
Grasiele Lozano
Hannah Gomes
Livia Manara
Marcela Merino

Terapia Ocupacional
FMRP - USP
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO À CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA 2


1.1. Orientação do Corpo Humano 2
1.2. Eixos e Planos 3
2. GONIOMETRIA 4
2.1. Tipos de movimentos 4
2.2. Sobre o Goniômetro e orientações ao paciente 5
2.3. Ângulos articulares 6
2.4. Registrando a amplitude de movimento 7
3. TESTES DE GONIOMETRIA 9
3.1. Testes de Goniometria: MMSS 9
3.2. Testes de Goniometria: MMII 24
4. EDEMA 31
4.1. Características macroscópicas: 32
4.2. Causas mais frequentes do edema: 32
4.3. Volumetria 33
4.4. Medições circunferenciais 33
4.5. Controle do Edema 34
5. TESTES SENSORIAIS 37
5.1. Teste de Sensibilidade 37
5.2. Teste de Monofilamentos de Semmes-Weinstein/ Estesiômetro 38
5.3. Discriminador de dois pontos 42
5.4. Avaliação Sensorial de Nottingham 42
6. FORÇA MUSCULAR 44
6.1. Conceitos do Teste de Força Muscular (Teste Muscular Manual) 44
7. TESTE MUSCULAR MANUAL (TMM) 51
8. DINAMOMETRIA: MEDIÇÃO DA FORÇA DE PREENSÃO PALMAR E PINÇA 102
8.1. Dinamômetro de preensão palmar: modelo JAMAR 103
8.2. Dinamômetro de preensão em pinça: modelo Pinch Gauge 105
8.3. Outros testes utilizados 109

Referências 109
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1. INTRODUÇÃO À CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA

O termo Cinesiologia é uma combinação de dois verbos gregos: kinein, que significa
mover, e logos, estudar. Os cinesiologistas, aproveitam estudos da anatomia, ciência que
estuda o corpo humano, juntamente com a fisiologia que estuda o funcionamento
organizacional do corpo (PORTELLA, 2016).
Portanto, a Cinesiologia é uma ciência que tem como objetivo analisar os movimentos
realizados pelo corpo humano sob o ponto de vista físico, ou seja, da ação muscular e da
estrutura esquelética. Já a Biomecânica, é a ciência que estuda as forças internas e
externas que atuam sobre uma estrutura biológica e os seus efeitos produzidos (NIGG,
1994). A Cinesiologia e seus conceitos são fundamentais para entender a capacidade que o
corpo possui de produzir e modificar o movimento, por isso é muito importante conhecer a
anatomia do corpo humano, bem como os grupos musculares, os ossos e as articulações,
pois são esses elementos que compõe a estrutura física do corpo e permite que ocorra o
movimento.

1.1. Orientação do Corpo Humano

O corpo humano é capaz de realizar uma infinidade de movimentos, tudo isso só é


possível devido a união entre diversos segmentos do corpo pelas articulações. Portanto, é
necessário compreender os eixos e planos que organizam o corpo a partir de linhas
imaginárias e que se deslocam entre si para promover o movimento.

Para descrever os movimentos dos vários segmentos e articulações, é necessário que


haja posições universalmente aceitas. São essas:

Figura 1 - Posição anatômica (a) e posição normal


● Posição Anatômica do corpo (a): a b
posição ereta, face e membros . .
voltados para a frente; os braços
ficam ao lado do corpo, com a palma
das mãos para frente.

● Posição normal ou de repouso


(b): similar à posição anatômica,
porém, as palmas das mãos ficam
voltadas para o corpo.

. Fonte: próprio autor, 2022.


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1.2. Eixos e Planos

Os EIXOS são linhas imaginárias traçadas a partir de dois planos de delimitação:

Figura 2 - Planos de delimitação


● Planos de delimitação cranial e
podálico são unidos pelo eixo
longitudinal;

● Planos de delimitação lateral direito


e lateral esquerdo são unidos pelo
eixo látero-lateral/transversal;

● Planos de delimitação anterior e


posterior são unidos pelo eixo
dorsoventral/ântero-posterior.

Fonte: Stack Imgur, s/d.

Os PLANOS são formados pelo deslocamento dos eixos entre si, e são dois verticais
(Sagital e Coronal) e um horizontal (Transverso):

● Mediano ou Sagital mediano (a): divide o corpo em porção direita e esquerda, é


formado pelo deslocamento do eixo longitudinal sobre o eixo ântero-posterior;
● Transverso ou Horizontal (b): divide o corpo em porção superior e inferior, é formado
pelo deslocamento do eixo látero-lateral sobre o eixo ântero-posterior;
● Coronal ou Frontal (c): divide o corpo em parte anterior e posterior, é formado pelo
deslocamento do eixo longitudinal sobre o eixo látero-lateral.

Figura 3 - Planos e eixos do corpo

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Fonte: Anatomia papel e caneta, s/d.


Quadro 1 - Plano em que os movimentos ocorrem

● Flexão e Extensão;
Plano Sagital
● Dorsiflexão e Flexão Plantar;

● Abdução e Adução;
● Flexão lateral;
Plano Frontal
● Desvio ulnar e radial;
● Eversão e Inversão

● Rotação interna (medial)


Plano Horizontal ● Rotação externa (lateral)
● Rotação axial
Fonte: Kenhub.

2. GONIOMETRIA

A goniometria é a mensuração da amplitude de movimento que cada articulação pode


realizar. Em condições ideais todo indivíduo possui um limite de movimento que permite um
bom desempenho ocupacional e mantém a integridade dos tecidos circunjacentes. No
entanto, antes de iniciarmos a parte prática do teste de goniometria é importante a revisão de
alguns conceitos a fim de tornar mais fácil a aplicação do teste.

2.1. Tipos de movimentos

A amplitude de movimento (ADM) é a quantidade de movimento que uma articulação


consegue realizar. A posição inicial para se medir a amplitude de movimento de todas as
articulações é a posição anatômica, exceto nos movimentos de rotação.

1) Movimento ativo: depende da contração muscular com amplitude de movimento máxima,


portanto, é a quantidade de movimento de determinada articulação conseguida por um
paciente quando ele utiliza sua própria força.

2) Movimento passivo: não há contração muscular, é a quantidade de movimento de


determinada articulação, quando a mesma é movimentada por uma força externa (por
exemplo, o terapeuta ocupacional).

Para a goniometria considera-se majoritariamente os dois tipo de movimento


supracitado, no entanto, pode-se mencionar também:
3) Movimento ativo assistido: depende da contração muscular do sujeito com amplitude
até onde ele consegue realizar, mas é utilizada uma força externa para se conseguir a
amplitude de movimento total da articulação.

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4) Movimento resistido: depende de manutenção da contração muscular para vencer uma


força externa (manual ou mecânica), além do peso do segmento. Quando não se tem
amplitude de movimento total, é necessário trabalhar sem imposição de resistência.

2.2. Sobre o Goniômetro e orientações ao paciente

Todo goniômetro possui um transferidor, um eixo e dois braços. O braço fixo estende-
se desde o transferidor, sobre o qual os graus estão marcados. O braço móvel possui uma
linha central com ponteiro, para indicar a medida do ângulo. O eixo é o ponto no qual ambos
os braços estão articulados, ele ficará sempre em cima do eixo de movimento que está sendo
analisado.

Figura 4 - Goniômetro

Eixo
Braço fixo

Braço
móvel

Fonte: próprio autor, 2022.

Todo goniômetro possui um transferidor, um eixo e dois braços. O braço fixo estende-
se desde o transferidor, sobre o qual os graus estão marcados. O braço móvel possui uma
linha central com ponteiro, para indicar a medida do ângulo. O eixo é o ponto no qual ambos
os braços estão articulados, ele ficará sempre em cima do eixo de movimento que está sendo
analisado.
Os quadros a seguir, trazem as informações sobre a aplicação do goniômetro:

Quadro 2 - Princípios do posicionamento do goniômetro

● Posicione o eixo do goniômetro sobre o eixo de movimento da articulação. O eixo


de movimento para algumas articulações coincide com os pontos de referência
ósseos, mas para outras, ele deve ser encontrado observando-se o movimento e
encontrando o ponto ao redor do qual o movimento ocorre.

● Posicione o braço fixo paralelamente ao eixo longitudinal do segmento corporal


físico da articulação a ser mensurada, embora haja algumas exceções.

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● Posicione o braço móvel paralelamente ao eixo longitudinal do segmento corporal


móvel da articulação a ser mensurada, com algumas exceções. O braço móvel pode
acompanhar o movimento desde o seu ponto de partida ou ser posicionado ao final
da execução do movimento.

Quadro 3 - Analisando a amplitude de movimento ativo

● O paciente deve realizar os movimentos bilateralmente, se possível. Senão, o lado


funcional deve ser movimentado primeiro para que se estabeleça um parâmetro de
normalidade para este paciente.
● Observe os movimentos completos, a simetria de movimentos e o tempo utilizado
na movimentação.
● Demonstre os movimentos e dê instruções claras ao paciente.

2.3. Ângulos articulares

Para cada articulação do corpo há um grau de amplitude de movimento esperado


dentro da normalidade (quadro 4). Nesta disciplina serão mensurados os ângulos articulares
do membro superior.

Quadro 4 - Ângulos articulares MMSS

Articulação Movimento Graus de movimento

Flexão 0 - 180°
Extensão 0 - 45°
Abdução 0 - 180°
Ombro Adução 0 - 40°
Abdução horizontal 0 - 90°
Rotação Interna 0 - 90°
Rotação externa 0 - 90°

Flexão 0 - 145°
Cotovelo
Extensão 145 - 0°

Flexão 0 - 90°
Extensão 0 - 70°
Desvio radial 0 - 20°
Punho
Desvio ulnar 0 - 45°
Pronação 0 - 90°
Supinação 0 - 90°

Flexão 0 - 15°
Carpometacárpica do
Abdução 0 - 70°
polegar
Extensão 0 - 70°

Flexão 0 - 90°
Extensão 0 - 30°
Metacarpofalangeanas
Abdução 0 - 20°
Adução 0 - 20°

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Flexão 0 - 110°
Interfalângicas Proximais
Extensão 0 - 10°

Flexão 0 - 90°
Flexão Int. do polegar 0 - 80°
Interfalângicas Distais
Extensão Int. do polegar 0 - 20°
Extensão Int. 2 ao 5 dedo 0 - 10°

2.4. Registrando a amplitude de movimento

Avaliar a amplitude de movimento (ADM) é de domínio da Terapia Ocupacional, visto


que, dentro dos fatores do cliente há um componente denominado “Funções
Neuromusculoesqueléticas e Relacionadas ao Movimento” que engloba a mobilidade
articular. Quando ocorrem alterações patológicas na amplitude de movimento, o indivíduo
certamente sofrerá prejuízos ocupacionais.

Antes de compreendermos como mensurar a amplitude de movimento de um


indivíduo, é importante ressaltar alguns aspectos, como:

● ADM varia de pessoa para pessoa e pode ser limitada pela dor;
● Algumas causas que podem diminuir a ADM, são: dor, edema, fraqueza, aderência
cutânea, espasticidade, deformidade óssea e/ou contratura muscular.

A mensuração deve ser registrada em um formulário, onde deve constar a posição de


início do movimento (posição inicial) e a finalização (amplitude máxima).

O método mais utilizado para determinar a amplitude de movimento é o Método do


Zero Neutro, recomendado pelo Comitê de Movimento Articular da American Academy of
Orthopaedic Surgeons (Greene & Heckman, 1994). Nesse método, a posição anatômica é
considerada como 0, ou se uma determinada posição inicial for diferente da posição
anatômica, então ela é definida como 0.

A mensuração é realizada a partir da posição determinada como inicial até a posição


estabelecida como final. Exemplificando com a flexão de cotovelo:

0 a 150°: Sem limitações


20 a 150°: Uma limitação na extensão (problema com a posição inicial)
0 a 120°: Uma limitação na flexão (problema com a posição final)
20 a 120°: Limitações na flexão e extensão (problema com as posições inicial e final).

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Segue abaixo o exemplo de formulário de registro da ADM:


GONIOMETRIA DATA _______/ ________/ _________

ativa passiva
OMBRO D E D E
Flexão
Extensão
Abdução
Adução
Abdução horizontal
Rotação externa
Rotação interna

ativa passiva
COTOVELO D E D E
Flexão
Extensão

ativa passiva
PUNHO D E D E
flexão
extensão
desvio radial
desvio ulnar
pronação
supinação

indicador médio anular mínimo


DEDOS D E D E D E D E
Flexão MF
Flexão-extensão IFP
Flexão-extensão IFD
Abdução
Adução

ativa passiva
POLEGAR D E D E
Flexão CM
Extensão CM
Flexão-extensão MF
Flexão-extensão IF

Assinatura terapeuta _____________________________________________________________

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3. TESTES DE GONIOMETRIA

3.1. Testes de Goniometria: MMSS

3.1.1. Goniometria de ombro

Flexão:
● Posição inicial: Sujeito pode estar sentado ou em pé; pode-se considerar também a
posição em decúbito dorsal. Os braços devem estar posicionados ao longo do corpo.
● Movimento: Movimento do úmero para frente no plano sagital, ocorre na articulação
glenoumeral.
● Amplitude articular: 0 - 180°

Figura 5 - Goniometria de ombro: flexão

Fonte: próprio autor, 2022.


● Eixo: Posicionado próximo ao acrômio
● Braço fixo: Deve ser colocado ao longo da linha axilar média do tronco, apontando
para o trocanter maior do fêmur.
● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície lateral do corpo do úmero voltado
para o epicôndilo lateral.

Extensão:
● Posição inicial: Sentado, em pé ou em decúbito ventral, mantendo os braços ao longo
do corpo.
● Movimento: Movimento do úmero para trás no plano sagital, ocorre na articulação
glenoumeral.
● Amplitude articular: 0 - 45°

Figura 6 - Goniometria de Ombro: extensão


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Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre o eixo látero-lateral da articulação glenoumeral, próximo ao acrômio.


● Braço fixo: Ao longo da linha axilar média do tronco apontando para o trocanter maior
do fêmur.
● Braço móvel: Sobre a superfície lateral do corpo do úmero voltado para o epicôndilo
lateral.

Abdução:
● Posição inicial: : Sentado ou em pé, de costas para o avaliador. Os braços devem ficar
em posição anatômica (palma da mão anteriormente).
● Movimento: O movimento ocorre pelo deslocamento lateral do úmero no plano frontal,
a abdução da articulação glenoumeral é acompanhada por elevação clavicular.
● Amplitude articular: 0 - 180°

Figura 7 - Goniometria de ombro: abdução

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Próximo ao acrômio na face dorsal do corpo.


● Braço fixo: Deve ficar sobre a linha axilar posterior do tronco.
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● Braço móvel: Deve ficar sobre a superfície posterior do braço voltada para a região
dorsal da mão.

Abdução horizontal:
● Posição inicial: sentado ou em pé, de costas para o avaliador. Os braços devem ficar
paralelos (em 90°) ao eixo longitudinal do úmero.
● Movimento: o movimento ocorre pelo deslocamento medial do úmero no plano
transverso.
● Amplitude articular: 0 - 90°

Figura 8 - Goniometria de ombro: abdução horizontal (final do movimento)

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Exatamente sobre o processo acromial.


● Braço fixo: Paralelo ao eixo longitudinal do úmero na face superior e permanece
nessa posição, perpendicular ao corpo, embora o úmero se distancie.
● Braço móvel: Paralelo ao eixo longitudinal do úmero na face superior.

Adução:
● Posição inicial: Sentado, podendo ficar em pé com o cotovelo, punho e dedos
estendidos.
● Movimento: O movimento é o retorno a partir da abdução e ocorre no plano frontal. A
adução horizontal ocorre no plano transverso.
● Amplitude articular: 0 - 40°

Figura 9 - Goniometria de ombro: adução horizontal (ínicio do movimento)

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Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre o eixo ântero-posterior da articulação glenoumeral.


● Braço fixo: Paralelo à linha mediana anterior.
● Braço móvel: Sobre a superfície lateral do úmero.

Rotação interna (medial):


● Posição inicial: deitada em decúbito dorsal, e ombro em abdução de 90º, com o
cotovelo também fletido a 90º e o antebraço em supinação. A palma da mão voltada
para o corpo. Observação: só o cotovelo deve sobressair a maca enquanto o úmero
descansa sobre ela.
● Movimento: O movimento teste ocorre no plano sagital e é caracterizado pelo
movimento do úmero medialmente em torno do seu eixo longitudinal.
● Amplitude articular: 0 - 90°

Figura 10 - Goniometria de ombro: posição inicial e final da rotação interna (medial)

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Paralelo ao olécrano da ulna


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● Braço fixo: Perpendicular ao chão


● Braço móvel: Ao fim do movimento, direcionar para o terceiro dedo da mão.

Rotação externa (lateral):


● Posição inicial: deitada em decúbito dorsal, e ombro em abdução de 90º, com o
cotovelo também fletido a 90º e o antebraço em supinação. A palma da mão voltada
para o corpo. Observação: só o cotovelo deve sobressair a maca enquanto o úmero
descansa sobre ela.
● Movimento: O movimento teste ocorre no plano sagital e é caracterizado pelo
movimento do úmero lateralmente em torno do seu eixo longitudinal.
● Amplitude articular: 0 - 90°

Figura 11 - Goniometria de ombro: posição inicial e final da rotação


externa

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Paralelo ao olécrano da ulna


● Braço fixo: Perpendicular ao chão
● Braço móvel: Ao fim do movimento, direcionar para o terceiro dedo da mão.

3.1.2. Goniometria de cotovelo

Flexão - Extensão:
● Posição inicial: Sentada, em pé ou deitada em decúbito dorsal com o membro superior
posicionado junto ao tronco
● Movimento: Movimento do antebraço supinado anteriormente no plano sagital. Sendo
uma articulação em dobradiça uniaxial, o movimento de extensão é considerado o
retorno da flexão
● Amplitude articular: 0 - 145°

Figura 12 - Goniometria de cotovelo: extensão e flexão

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Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Epicôndilo lateral do úmero


● Braço fixo: Deve ser colocado ao longo da superfície lateral do úmero, em direção
ao acrômio.
● Braço móvel: Deve ser colocado sobre superfície lateral do rádio direcionado para o
processo estilóide

3.1.3. Pronação e supinação de antebraço

● Posição Inicial: Sujeito sentado, cotovelo fletido a 90° com o braço junto ao corpo, o
antebraço neutro entre a pronação e a supinação. O sujeito deve segurar uma caneta
e manter o polegar para cima.
● Movimento: O ocorre no plano transverso
● Amplitude articular: 0°-90°

Figura 13 - Goniometria de pronação e supinação de antebraço:


Posição inicial (a), pronação (b) e supinação (c)

a b c
. . .

Fonte: próprio autor, 2022.

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● Eixo: centro da falange proximal do terceiro dedo


● Braço Fixo: perpendicular ao chão
● Braço móvel: acompanha a ponta da caneta

3.1.4. Goniometria de punho

Flexão - Extensão:
● Posição Inicial: Sentada ou em pé, com braço em pronação, cotovelo fletido a
aproximadamente 90°. Dedos em extensão.
● Movimento: Movimento do antebraço supinado anteriormente no plano sagital. Sendo
uma articulação em dobradiça uniaxial, o movimento de extensão é considerado o
retorno da flexão
● Amplitude articular: 0°- 90°

Figura 14 - Goniometria de punho: Posição Inicial

Figuras 15 - Fonte: próprio autor, 2022. Goniometria de


punho: Extensão (a) e Flexão (b)

b.
a.

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Na superfície medial do punho.


● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a face medial da ulna.
● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície medial do quinto
● metacarpo.

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Abdução do punho (desvio radial) - Adução do punho (desvio ulnar):


● Posição Inicial: Sentada ou em pé, cotovelo fletido e antebraço em posição neutra
entre a supinação e a pronação.
● Movimento: Desvios no plano frontal
● Amplitude articular: 0° - 20°

Figura 16 - Goniometria de punho: posição inicial

Fonte: próprio autor, 2022.

Figuras 17 e 18 - Goniometria de punho: abdução do punho (desvio radial) -


adução do punho (desvio ulnar)

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre a articulação radiocarpal.


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● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a região posterior do antebraço, apontando
para o epicôndilo lateral.
● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal do terceiro metacarpal.

3.1.5. Articulação carpometacárpica do polegar

Flexão carpometacárpica do polegar


● Posição Inicial: Sentada, antebraço apoiado e em supinação, com extensão de punho
e dedos.
● Movimento: Ocorre no plano frontal
● Amplitude articular: 0° - 15°

Figura 19 - Goniometria da articulação carpometacárpica


do polegar: flexão
Neutro Flexão

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre a linha articular da articulação carpometacárpica do polegar.


● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a superfície lateral do segundo metacarpo.
● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície lateral da articulação
carpometacárpica do polegar.

Extensão carpometacárpica do polegar


● Posição Inicial: Sentada, antebraço apoiado e em supinação, com extensão de punho
e dedos
● Movimento: Ocorre no plano Sagital
● Amplitude articular: 0° - 70°
Figura 20 - Goniometria da articulação carpometacárpica do polegar:
extensão do primeiro metacarpo

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Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre a linha articular da articulação carpometacarpal do polegar.


● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a face lateral do rádio.
● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície lateral do primeiro metacarpal.

Flexão e extensão da metacarpofalangeana do polegar


● Posição Inicial: Sentada, antebraço apoiado e em supinação, com extensão de punho
e dedos
● Movimento: Ocorre no plano Sagital
● Amplitude articular: 0 - 50°

Figura 21 - Goniometria da articulação


metacarpofalangeana do polegar: extensão e flexão

Extensão Flexão

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Na face dorsal da articulação metacarpofalangeana


● Braço Fixo: Na superfície dorsal ao longo da linha média do primeiro metacarpo.
● Braço Móvel: Na superfície dorsal ao longo da linha média da falange proximal do
polegar.
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Abdução do Primeiro metacarpo


● Posição Inicial: Sentada, com antebraço apoiado e em pronação. Cotovelo fletido e
punho e dedos em posição anatômica.
● Movimento: Ocorre no plano Frontal
● Amplitude articular: 0° - 70°
Figura 22 - Goniometria da articulação carpometacárpica do
polegar: abdução do primeiro metacarpo

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre a linha articular da articulação carpometacarpal do polegar.


● Braço Fixo: Alinhado e paralelo à superfície lateral do segundo metacarpo.
● Braço móvel: Na superfície dorsal do primeiro metacarpo.

Flexão e extensão IF do polegar


● Posição Inicial: Sentada, antebraço apoiado e em supinação, com extensão de punho
e dedos
● Movimento: Ocorre no plano Sagital
● Amplitude articular: 0 - 80°

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Figura 23 - Goniometria da articulação


interfalangeana do polegar: Flexão e Extensão

Flexão Extensão

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Na face dorsal da IF


● Braço Fixo: Na superfície dorsal, ao longo da falange proximal.
● Braço Móvel: Na superfície dorsal, ao longo da falange distal.

3.1.6. Articulações Metacarpofalângicas

Flexão dos dedos


● Posição Inicial: Sentada com o cotovelo fletido a 90° e o antebraço numa posição
entre a pronação e a supinação. Punho e os dedos estendidos.
● Movimento: No plano sagital
● Amplitude articular: 0° - 90°

Figuras 22 e 23 - Goniometria das articulações metacarpofalângicas: flexão dos dedos

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Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre a linha articular da articulação metacarpofalângica que está sendo


avaliada.
● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal do metacarpo. Pode-se
ainda tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos, ou na
medial para o quinto dedo.
● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal da falange proximal. Pode-
se ainda tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos, ou na
medial para o quinto dedo.

Extensão dos dedos


● Posição Inicial: Sentada com o cotovelo fletido a 90° e o antebraço numa posição
entre a pronação e a supinação. Punho e os dedos estendidos.
● Movimento: No plano sagital
● Amplitude articular: 0° - 90°

Figura 24 - Goniometria das articulações metacarpofalângicas: extensão dos dedos

Fonte: próprio autor, 2022.

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● Eixo: Sobre a linha articular da articulação metacarpofalângica que está sendo


avaliada.
● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal do metacarpo. Pode-se
ainda tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos, ou na
medial para o quinto dedo.
● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal da falange proximal. Pode-
se ainda tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos, ou na
medial para o quinto dedo.

Abdução - Adução dos dedos


● Posição Inicial: Sentado, com o antebraço apoiado numa mesa, o cotovelo fletido a
90°, o antebraço em pronação, punho e dedos em posição neutra.
● Movimento: Ocorre no plano frontal
● Amplitude articular: 0° - 20°

Figura 25 - Goniometria das articulações metacarpofalângicas: abdução - adução dos dedos

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre a linha articular da articulação que está sendo medida.


● Braço Fixo: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal ou palmar do metacarpo da
articulação metacarpofalângica.
● Braço móvel: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal ou palmar da falange
proximal da articulação que está sendo medida.

3.1.7. Articulações interfalângicas proximais e distais dos dedos

Flexão interfalângica
● Posição Inicial: Sentada, antebraço apoiado, punho fletido em posição intermediária
entre a pronação e supinação ou na pronação.
● Movimento: Ocorre no plano sagital
● Amplitude articular:
○ Interfalângica proximal: 0° - 110
○ Interfalângica distal: 0° - 90°
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○ Interfalângica distal do polegar: 0° - 80°

Figuras 26 - Goniometria das articulações interfalângicas proximais (a) e


distais (b) dos dedos

a. b
.

Fonte: próprio autor, 2022.


● Eixo: Sobre a linha articular da articulação que está sendo medida.
● Braço Fixo:
○ Interfalângica proximal: sobre a superfície dorsal da falange proximal. Pode-
se também tomar a medida na superfície lateral, para o primeiro e segundo
dedos, ou na medial para o quinto dedo.
○ Interfalângica distal: sobre a superfície dorsal da falange média. Pode-se
também tomar a medida na superfície lateral, para o primeiro e segundo
dedos, ou na medial para o quinto dedo.
● Braço móvel:
○ Interfalângica proximal: sobre a superfície dorsal da falange média. Pode-se
também tomar a medida na superfície lateral, para o primeiro e o segundo
dedos, ou na medial para o quinto dedo.
○ Interfalângica distal: sobre a superfície dorsal da falange distal. Pode-se
também tomar a medida na superfície lateral, para o primeiro e o segundo
dedos, ou na medial para o quinto dedo.

Extensão interfalângica
● Posição Inicial: Sentada, antebraço apoiado, punho fletido em posição intermediária
entre a pronação e supinação ou na pronação.
● Movimento: No plano sagital
● Amplitude articular: 0° - 10°

Figura 27 - Goniometria das articulações interfalângicas proximais e distais dos dedos


e do polegar: extensão interfalângica

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Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre a linha articular da articulação que está sendo medida.


● Braço Fixo
○ Interfalângica proximal: sobre a superfície palmar da falange média. Pode-se
também tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos
ou na medial para o quinto dedo.
○ Interfalângica distal: sobre a superfície palmar da falange distal. Pode-se
também tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos
ou na medial para o quinto dedo.
● Braço móvel
○ Interfalângica proximal: sobre a superfície palmar da falange média. Pode-se
também tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos
ou na medial para o quinto dedo.
○ Interfalângica distal: sobre a superfície palmar da falange distal. Pode-se ainda
tomar a medida na superfície lateral para o primeiro e segundo dedos ou na
medial para o quinto dedo.

3.2. Testes de Goniometria: MMII

3.2.1. Quadril

O quadro abaixo traz o grau de amplitude de movimento esperado dentro da


normalidade para os ângulos articulares do quadril.

Quadro 5 - Ângulos Articulares do Quadril

Flexão
- com o joelho fletido 0 - 125°
- com o joelho estendido 0 - 90°

Extensão 0 - 10°

Abdução 0 - 45°
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Adução 0 - 15°

Rotação interna (medial) 0 - 45°

Rotação externa (lateral) 0 - 45°

Flexão do quadril:
● Posição Inicial: Decúbito dorsal, preferencialmente, podendo ser também decúbito
lateral.
● Movimento: Ocorre no plano sagital, entre o acetábulo do ilíaco e a cabeça do fêmur.
● Amplitude articular:
○ com o joelho fletido: 0°- 125° (Marques, 2003).
○ com o joelho estendido: 0 - 90° (Marques, 2003).

Figura 28 - Goniometria de Quadril: Flexão

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: No nível do trocânter maior do fêmur


● Braço fixo: deve ficar posicionado na linha média axilar do tronco
● Braço móvel: Deve-se posicionar paralelamente a superfície lateral da coxa,
apontado para o epicôndilo lateral do fêmur.

Observação: manter o membro oposto sobre a mesa, com o joelho fletido, para evitar
inclinação pélvica posterior.

Extensão de Quadril:
● Posição Inicial: Idealmente em decúbito ventral. Existe a possibilidade de realizar em
decúbito lateral.

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● Movimento: Ocorre no plano sagital


● Amplitude articular: 0 - 10° (Marques, 2003)

Figura 29 - Goniometria de Quadril: Extensão

Fonte: próprio autor, 2022

● Eixo: No nível do Trocanter Maior.


● Braço Fixo: Colocado na linha axilar média do tronco.
● Braço Móvel: Colocado ao longo da superfície lateral da coxa, direcionado ao côndilo
lateral do fêmur.

Observação: Espinhas ilíacas ântero superiores devem permanecer planas sobre a


superfície. Isso evita que o movimento ocorra nas vértebras lombares. Deve-se evitar
inclinação pélvica anterior.

Abdução do Quadril:
● Posição Inicial: Decúbito dorsal
● Movimento: Plano frontal
● Amplitude articular: 0 - 45° (Marques, 2003)
Figura 30 - Goniometria Quadril: Abdução

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Ântero-Posterior da articulação do quadril, no nível do trocânter maior

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● Braço Fixo: Deve ser posicionado na linha entre as espinhas ilíacas ântero-
superiores, ou nivelado com as espinhas ilíacas ântero-superiores.
● Braço Móvel: Deve ser posicionado na região anterior da coxa, sobre a diáfise do
fêmur

Observação: Evite rotação lateral ou medial na articulação do quadril. Evitar também a


inclinação lateral da coluna

Adução do Quadril:
● Posição Inicial: Decúbito dorsal
● Movimento: Ocorre no plano frontal
● Amplitude articular: 0 - 15° (Marques, 2003)

Figura 31 - Goniometria Quadril: Adução

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre o eixo-posterior da articulação do quadril, no nível do trocanter maior


● Braço Fixo: Coloca-se sobre a linha traçada entre as espinhas ilíacas ântero-
superiores, nivelado com as espinhas ilíacas ântero superiores
● Braço Móvel: Coloca-se sobre a região anterior da coxa, seguindo a diáfise do fêmur

Observação: Evite rotação lateral ou medial na articulação do quadril. Evitar também a


inclinação lateral da coluna

Rotações Interna e Externa


● Posição Inicial: Sujeito sentado, com joelho fletido a 90° e em posição neutra.
● Movimento: Ocorre no plano frontal.
● Amplitude articular: Rotação Interna 0°- 45° (Marques, 2003) e Rotação Externa 0°-
45° (Marques, 2003).

Figura 32 - Goniometria de Quadril: Rotação Interna (medial)

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Fonte: próprio autor, 2022.


Figura 33 - Goniometria de Quadril: Rotação Externa (lateral)

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre a face anterior da patela


● Braço Fixo: Deve permanecer perpendicular ao solo e paralelo a margem anterior da
tíbia, com o eixo no centro do joelho
● Braço Móvel
○ Rotação Interna: Posicionado sobre a tuberosidade da tíbia, em um local
equidistante entre os maléolos na superfície anterior
○ Rotação Externa: Sobre a margem anterior da tíbia

Observação: Evitar rotação da pelve para o lado oposto. Evitar a adução do quadril. Evitar
a inclinação contralateral da pelve

3.2.2. Articulação do joelho

Flexão-extensão:
● Posição Inicial: Indivíduo deitado em decúbito dorsal, com o joelho e o quadril fletidos.

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● Movimento: Ocorre no plano Sagital. Sendo uma articulação em dobradiça uniaxial, o


movimento de extensão é considerado o retorno da flexão
● Amplitude articular: 0° - 140°

Figura 34 - Goniometria da articulação do joelho: extensão (a) e flexão (b)

a b
. .

Fonte: próprio autor.

● Eixo: Sobre a linha articular da articulação do joelho.


● Braço Fixo: Superfície lateral do fêmur orientado para o trocanter maior
● Braço móvel: Superfície lateral da fíbula orientada para o maléolo lateral.

3.2.3. Articulação do tornozelo

Flexão dorsal
● Posição Inicial: Sentado ou deitado em decúbito dorsal. Joelhos fletidos em torno de
25º ou 30º. Pé em posição anatômica.
● Movimento: No plano sagital
● Amplitude articular: 0° - 20° (Marques, 2003).

Figura 35 - Goniometria da articulação do tornozelo: flexão dorsal

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Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre o maléolo lateral.


● Braço Fixo: Deve ser colocado paralelo à face lateral da fíbula.
● Braço móvel: Deve ser colocado paralelo à superfície lateral do quinto metatarso.

Flexão plantar
● Posição Inicial: Sentado ou deitado em decúbito dorsal. Joelhos fletidos em torno de
25º ou 30º. Pé em posição anatômica.
● Movimento: No plano sagital
● Amplitude articular: 0° - 45° (MARQUES, 2003).

Figura 36 - Goniometria da articulação do tornozelo: flexão plantar

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Sobre a linha articular da articulação metacarpofalângica que está sendo


avaliada.
● Braço Fixo: Deve ser colocado paralelo à face lateral da fíbula.
● Braço móvel: Deve ser colocado paralelo à superfície lateral do quinto metatarso.

Eversão
● Posição Inicial: Decúbito ventral com os pés para fora da maca.
● Movimento: No plano sagital, transversal e frontal.
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● Amplitude articular: 0° - 20°

Figura 37 - Goniometria da articulação do tornozelo: eversão

Fonte: próprio autor, 2022.

● Eixo: Ao nível da articulação tíbio-társica.


● Braço Fixo: Deve ser colocado Paralelo à face posterior da tíbia.
● Braço móvel: Deve ser colocado paralelo à linha posterior do calcâneo.

Inversão
● Posição Inicial: Decúbito ventral com os pés para fora da maca.
● Movimento: No plano sagital, transversal e frontal.
● Amplitude articular: 0° - 40°
Figura 38 - Goniometria da articulação do tornozelo: inversão

Fonte: próprio autor, 2022.


● Eixo: Ao nível da articulação tíbio-társica.
● Braço Fixo: Deve ser colocado paralelo à face posterior da tíbia.
● Braço móvel: Deve ser colocado paralelo à linha posterior do calcâneo.

4. EDEMA

Definição: acúmulo de líquido no espaço intersticial.

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Na prática clínica, os pacientes possuem, normalmente, edemas de pequenas


dimensões, localizados, por exemplo, em uma extremidade de um membro. O edema pode
provocar amplitude de movimento limitada; é possível medir o tamanho do edema
circunferencialmente ou volumetricamente.
Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), advertem que, durante as primeiras
semanas após a cirurgia, é importante que o terapeuta esteja atento quanto às alterações
circulatórias e formação de edema acentuado. Edema e rigidez, acompanhados por dor
intensa, pode ser um indicativo do desencadeamento da síndrome complexa de dor regional.

Segundo McFarlane (1993), se a circunstância for brevemente reconhecida, isto é,


dentro de 2 a 3 semanas da operação, e o tratamento iniciado, o resultado geralmente é bom.
Se esta condição não for diagnosticada em 6 a 8 semanas, o paciente provavelmente terá
alguma rigidez permanente.
A medicação e os bloqueios simpáticos são necessários, mas a base do tratamento é
terapia física intensiva.

4.1. Características macroscópicas:

● "Sinal de Cacifo": Depressão do tecido com retorno lento após realizar compressão
digital;
● Aumento de volume e peso;
● Diminuição de consistência;
● Aspecto liso e brilhante;
● Palidez (consequência da compressão vascular), com vasos linfáticos acinzentados
(VASCONCELOS, 2000).

A imagem a seguir exemplifica algumas destas características:

Figura 28 - Pé esquerdo edemaciado

Fonte: próprio autor, 2022 (uso


autorizado).

4.2. Causas mais frequentes do edema:

● Insuficiência cardíaca;
● Trombose venosa profunda ou obstruções venosas (ex: tumor);
● Infecções;
● Fraturas ósseas.

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4.3. Volumetria
Utiliza-se a volumetria para medir as alterações de uma parte do corpo através do
deslocamento de água; sendo geralmente mais utilizada para mensurar o edema da mão, por
ser uma região fácil de ser submergida.

Um recipiente com água que seja amplo o suficiente para permitir a submersão de
toda a mão é utilizado (Fig. 29).

Figura 29 - Mensuração do edema da mão utilizando um volúmetro

Fonte: próprio autor, 2022.

Quando a mão é colocada no recipiente, a água é deslocada e sai do recipiente, sendo


direcionada para um béquer. Uma mão edematosa desloca mais água do que uma mão não
inchada, de modo que uma leitura de um menor deslocamento de água, indica uma melhora
no quadro edematoso (DODDS et al., 2004).

4.4. Medições circunferenciais

Utiliza-se uma fita métrica para mensurar a circunferência de uma parte do corpo que
esteja edemaciada. É essencial fazer a medição exatamente no mesmo lugar a cada teste e
medir sempre o membro com edema e o não afetado da parte contralateral, para notar a
diferença entre ambos.
Especificamente para edemas de mão, em casos de feridas abertas ou problemas de
pele, existe a técnica da figura-do-oito (PELLECCHIA, 2004), demonstrada na figura 30.
Utiliza-se uma fita métrica, mantém-se o punho em posição neutra e os dedos
aduzidos, posicionando a fita na face medial do punho, distal ao processo estilóide da ulna.
Então, estende-se a fita pela superfície ventral do punho até o ponto mais distal do processo
estilóide do rádio.
Por fim, estende-se a fita diagonalmente ao longo do dorso da mão até a 5ª articulação
metacarpofalangeana e mede-se a distância que a fita percorreu.
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Figura 30 - Medindo o edema da mão utilizando uma fita métrica.

Fonte: próprio autor, 2022.

Quadro 6 - Questões para avaliação de edema


Presença de Edema? ( ) SIM ( ) NÃO

Local do Edema:

Características encontradas:

4.5. Controle do Edema

a) Elevação: elevar a mão acima do cotovelo (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e


CONOLLY, 2002).

b) Crioterapia: gera vasoconstrição, reduzindo a tendência à formação do edema. Reduz,


também, os estímulos da pele e as atividades dos fusos musculares, melhorando o quadro
de dor.

Pode ser realizada através de compressas frias e com uso de bolsas de gelo, onde o
membro deve ser observado a cada 2 minutos (PEREIRA, MELLO, SILVA E FONSECA,
2001). Também é possível realizar massagem com gelo, imersão em água gelada, unidades
compressoras e sprays congelantes (BRUNO et al.,2001).
c) Pressão intermitente: Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002), explicam que a
pressão intermitente aumenta a pressão intersticial, forçando o fluido linfático de volta para o
sistema venoso.

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d) Massagem retrógrada: massagem realizada da região distal para a proximal


(BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002). Segundo Wieting (2004), possibilita
normalizar os tecidos moles, podendo ter efeitos mecânicos, neurológicos, psicológicos, e
reflexos.

Pode reduzir a dor ou aderências, promover a sedação, mobilizar líquidos, aumentar


o relaxamento muscular, e facilitar a vasodilatação. Segundo Schultz, McCornick e Fess
(1990), pode ser feita pelo próprio paciente, desde que bem instruído, várias vezes ao dia.

e) Movimento ativo: movimentos ativos geram bombeamento vascular, impulsionando o


retorno venoso.

O exercício não deve causar dor, pois perpetua o ciclo dor-edema-rigidez. Para que a
terapia seja eficaz, um programa domiciliar deve ser prescrito e realizado 1 a 2 vezes por
hora (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002).

f) Medidas de compressão: utilização de luvas e dedeiras compressivas; malha tubular,


(para edema de punho, antebraço e dorso da mão); Atadura de Coban (da região distal para
proximal na mão) e cordões.

As medidas de compressão não devem acarretar anestesia, pulsação ou alteração na


coloração da mão (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002).

g) Banho de contraste: consiste na imersão alternada da mão em água quente (38º a 48ºC),
por 3 minutos, seguido de água fria (10° a 18°C) por 1 minuto. Este ciclo é repetido por 20 a
30 minutos. Lembrando que o término do ciclo deve ser com água fria e, nos casos
inflamatórios, onde há rigidez matinal e dor, a indicação é que o término seja com água
quente.

h) Perimetria: Mede a dimensão de membros inferiores e superiores, com o auxílio de uma


fita métrica, para verificar a existência de edema e/ou de atrofia muscular. Neste caso, focar-
se-á em perimetria de membros superiores para avaliação de edema.

Existem 3 pontos de referência para mensurar os membros superiores, representados


na figura 31: prega axilar (a), prega do cotovelo (b) e prega do punho (c) (PEREIRA; VIEIRA
& ALCÂNTARA, 2005).

Figura 31 - Mensuração de membros superiores: prega axilar, do cotovelo e do punho

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a. b. c.

Fonte: Próprio autor, 2022.

Realiza-se uma linha no início de cada prega citada anteriormente. Após, deve-se
medir a distância da prega da axila até a prega do cotovelo e dividir o valor constatado na fita
métrica por 3.
Por exemplo: Se a distância entre os dois pontos for de 21 cm, então deverá ser
realizada uma linha de 7 em 7 cm (vide exemplo na figura 32). Após, é necessário medir a
distância entre a prega do cotovelo e a prega do punho e realizar o mesmo processo de
divisão explicado previamente (PEREIRA; VIEIRA & ALCÂNTARA, 2005).

Figura 32: Medida da distância entre as pregas

0
Fonte: Próprio autor, 2022.

Os valores deverão ser colocados em um quadro, como a seguir:

Quadro 7 - Medidas dos membros superiores lesados e não lesados

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Medida
Membro
Membro
não Membro lesado
Movimentos/Músculos lesado
lesado
Data Data
Membro Superior
PA cm cm cm
Cm cm cm cm
Cm cm cm cm
PC cm cm cm
Cm cm cm cm
Cm cm cm cm
PP cm cm cm
Nome do medidor, marca da fita métrica, posição do utente, hora
do dia, momento do tratamento.
Fonte: Próprio autor, 2022.

Legenda:
PA: prega axilar
PC: prega do cotovelo
PP: prega do punho
Observação: Na primeira coluna deverá ser colocado o membro não lesado e na segunda coluna o
membro lesado para que a leitura dos resultados seja mais fácil.

5. TESTES SENSORIAIS

5.1. Teste de Sensibilidade

A Associação Americana de Terapia Ocupacional [AOTA] , define o processamento


sensorial tátil como “a interpretação do toque leve, pressão, temperatura, dor e vibração
através do contato/receptores da pele” (AOTA, 1994, p. 1052). A sensibilidade tátil é
espalhada por todo o corpo e é necessária para a funcionalidade ocupacional, especialmente
a sensação localizada nas mãos.

Com a perda da sensibilidade na mão, a coordenação motora fina é prejudicada, e a


habilidade manipulativa é diminuída (CHAPMAN, TREMBLAY & AGERANIOTI-BELANGER,
1996; JONES, 1996). Assim, a quantidade de força necessária para manter a preensão de
um objeto também depende do feedback sensorial. Sem a sensibilidade tátil apropriada, a
força utilizada para pegar um objeto é menor ou maior do que a força necessária, resultando
em objetos escorregando da preensão, objetos delicados (tais como um copo de isopor)
sendo esmagados por força de preensão excessiva, ou músculos desenvolvendo fadiga pelo
excesso de atividade (JOHANSSON, 1996).
Para a sensibilidade tátil, existem dois tipos de sistemas para o reconhecimento da
sensação, sendo eles diferenciados no quadro abaixo:
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Quadro 8 - Sistema somático primário e discriminativo

Toque suave (cotonete, esponja)

Sistema Somático Dor (preensão maior)


Primário

Temperatura

Localização tátil (localizar o toque)

Discriminação de dois pontos (perceber dois estímulos


distintos ao mesmo tempo)
Sistema Somático Estereognosia (identificar objetos)
Discriminativo
Propriocepção (identificar posição do membro sem o apoio
visual)

Cinestesia (percepção dos movimentos musculares)

Fonte: elaborado pelo próprio autor, 2022.

5.1.1. Técnicas de Avaliação

Primeiramente, é válido ressaltar que existem inúmeros métodos de testar a


sensibilidade, portanto, serão abordados dois testes: o teste de monofilamentos e o
discriminador de dois pontos (Adaptado de: BRAND e HOLLISTER, 1993; CALLAHAN,
2002; REESE, 1999).

Antes de realizar os testes no sujeito, é importante realizar uma série de


procedimentos, para que a intervenção ocorra da melhor forma possível, como:

● Selecionar o ambiente (sem distratores);


● Assegure-se de que o paciente esteja confortável e relaxado;
● Posicionamento adequado;
● Observe qualquer diferença na espessura da pele, calosidades, e assim por diante;
● Determine áreas do corpo a serem testadas;
● Informe ao paciente as instruções para o teste;
● Demonstre o estímulo do teste em uma área de pele com sensibilidade intacta
enquanto o paciente observa;
● Aplicar os estímulos de distal para proximal de forma espaçada;
● Aplicar nas superfícies ventral e dorsal;
● Anotar os resultados.

5.2. Teste de Monofilamentos de Semmes-Weinstein/ Estesiômetro

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O teste de Monofilamentos de Semmes-Weinstein/ Estesiômetro tem como objetivo


medir a sensibilidade da pele.
Foi desenvolvido e é comercializado pela SORRI-Bauru, na qual define o estesiômetro
como um instrumento para avaliação da sensibilidade tátil da pele e avaliação do estado
funcional de nervos periféricos, sendo importante para a percepção da perda da sensibilidade
protetora em determinada região, permitindo a prevenção de incapacidades e intervenção
precoce de lesões (SORRI-BAURU).
Para aplicá-lo, o paciente deve estar sentado confortavelmente com a mão em supino
(palma da mão para cima), sobre um suporte que pode ser um rolo de toalha. O aplicador
precisa demonstrar em outra região do corpo como será feito o teste e em seguida, pedirá
para o paciente fechar os olhos. Após aplicação o paciente deve referir a localização de onde
foi o toque.

- Informações para a aplicação do teste:


- Paciente apresenta hipersensibilidade ao toque?
- Cada monofilamento é aplicado perpendicular à pele por 1,5s;

Figura 33 - Teste de Monofilamentos de Semmes-Weinstein/ Estesiômetro

Fonte: Sorri Bauru, s/d.

5.2.1. Aplicação do Teste

O teste do Estesiômetro é composto por 6 tipos de filamentos, sendo cada um com


uma espessura (da menor para a maior) e finalidade específicas.
Cada filamento é identificado por uma cor, e para o teste, é importante seguir uma
sequência de aplicação para compreender e analisar a sensibilidade tátil do paciente, essa
sequência é explicada no manual disponibilizado pela SORRI-Bauru, como demonstrado na
figura abaixo:

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Figura 33 - Protocolo tradicional de mapeamento dos limiares (códigos de símbolos e cores)

Fonte: Manual do Usuário, Kit Estesiômetro SORRI-Bauru, p. 14.

1) Inicie o teste com o filamento marcado por 0,07g (cor verde); segure o filamento
perpendicularmente à pele, aplicando-o até que o filamento se curve. Aplique em 1,5
segundo, mantenha por 1,5 segundo, e remova em 1,5 segundo.
Observação: Repita três vezes em cada local de teste, utilizando filamentos mais espessos
caso o paciente não perceba os mais finos (exceto para os filamentos marcados > 4,08, que
são aplicados uma vez em cada local).
2) O paciente diz sim quando sente o estímulo?
3) O paciente é preparado para o estímulo, então o filamento é lentamente aplicado à pele e
seguro por 1 segundo, então lentamente retirado. Testes falsos, consistindo em preparo sem
aplicação do filamento, são inseridos aleatoriamente na sequência do teste.
4) O paciente responde com sim ou não para indicar se o estímulo foi sentido, dependendo
da resposta, o terapeuta vai aumentando a gramatura do monofilamento (ou seja, se não
sentiu com o verde, vai para o azul e assim por diante). É importante ressaltar que o paciente
deve referir o local em que a sensação foi percebida com a outra mão.
5) Observação: Monofilamento verde (0,05g) e azul (0,2g) é aplicado três vezes e espera
a resposta do paciente.
6) Os demais filamentos são aplicados apenas uma vez (Semmes Weinstein Monofilaments
and Weinstein Enhanced Sensory Test (WEST))

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5.2.2. Locais de aplicação

Para o teste, é recomendado aplicar os monofilamentos nos seguintes locais:

Figura 34 - Locais de aplicação para o teste de sensibilidade com estesiômetro

Fonte: Lehman et al., 2009.

Como explicado anteriormente, os locais de aplicação devem seguir a ordem dos


filamentos exemplificados na figura 33, sendo sempre iniciado pelo monofilamento da cor
verde, já que ele é o primeiro a emitir uma resposta.

Nas figuras abaixo, está representado os locais de aplicação seguindo a inervação da


mão. A primeira aplicação se dá nas áreas inervadas pelo nervo mediano, a segunda
pelo nervo ulnar e a terceira, pelo nervo radial.

Figura 35 - Áreas de inervação da mão

Fonte: Próprio autor, 2022.

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5.3. Discriminador de dois pontos

Definição: avalia a gnosia tátil, capacidade de tarefas delicadas e finas (como colocar
colar, dar corda em um relógio).
Figura 36: Teste de discriminação de dois pontos

Fonte: Ptmedical, 2013.

5.3.1. Aplicação do teste

1) A sua aplicação começa de distal para proximal, da maior distância para menor.
2) O examinador deve iniciar com uma separação de pontos de 5 mm. Levemente (apenas a
ponto de embranquecer a pele), ele aplicará um ou dois pontos (aleatoriamente sequenciado)
em uma direção transversal ou longitudinal na mão; mantendo por pelo menos 3 segundos
ou até que o paciente responda.
3) Gradualmente ajuste a distância de separação para encontrar a menor distância que o
paciente pode perceber corretamente.
4) O paciente deve responder com: ‘’1, 2 ou não consigo saber’’.
5) A pontuação é a menor distância na qual a percepção de um ou dois pontos não é apenas
um acaso. Quando as respostas do paciente se tornam hesitantes ou imprecisas, são
requeridas 2 em 3, 4 em 7, ou 7 em 10 respostas corretas.

5.4. Avaliação Sensorial de Nottingham

A Avaliação Sensorial de Nottingham (Nottingham Sensory Assessment) foi elaborada


na Inglaterra, em 1991, por Lincoln et al.¹, com o objetivo de identificar os déficits sensoriais
pós-AVE e monitorar sua recuperação. Trata-se de um instrumento de avaliação das
modalidades sensoriais protopáticas e epicríticas, o qual revelou boa confiabilidade intra
examinadora, porém pobre confiabilidade inter-examinador após avaliação de hemiparéticos.
Dessa forma, em 1998, o mesmo foi submetido à redução de itens e a novo exame
de confiabilidade no seu país de origem, e foram encontrados níveis aceitáveis de
confiabilidade interexaminador². A Nottingham Sensory Assessment diferencia-se das
demais medidas de avaliação sensorial, pois testa todos os segmentos corporais e não exige
materiais de alto custo para sua aplicação.

A seguir, a folha para a Avaliação sensorial de Nottingham:

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6. FORÇA MUSCULAR

Definição: capacidade do músculo (ou um grupo muscular) produzir uma tensão


necessária para manter, iniciar ou controlar o movimento indo contra uma resistência (carga)
aplicada no sistema músculo-esquelético, seja ela por objetos ou pela gravidade.

Quando um indivíduo apresenta uma fraqueza muscular que limita ou incapacita a sua
funcionalidade ocupacional, é necessário determinar o grau e a distribuição dessa fraqueza
muscular, para que assim se estabeleça um plano de intervenção que seja apropriado às
necessidades do sujeito. A fraqueza muscular, é entendida como falta ou redução da potência
(capacidade de realizar algo) de um músculo ou de um grupo de músculos.
Para compreender sobre a capacidade de realizar um movimento que o músculo
possui, ou seja, entender sobre a sua potência, é preciso saber como a contração muscular
age, já que ela está relacionada à força muscular. O quadro abaixo, traz os tipos de contração
muscular e seus respectivos exemplos.

Quadro 9 - Tipos de Contração Muscular

Tipo de Contração Definição Exemplo

Isométrica Contração estática, em que o comprimento Tronco estabilizado no


(manutenção) do músculo é constante (não se altera). exercício de ‘’prancha’’

Concêntrica Durante a contração, o músculo se encurta Flexão do Cotovelo


(aproximação) e provoca uma aceleração no movimento. (ação do bíceps)

Durante a contração, o músculo sofre um


Excêntrica Extensão do Cotovelo
estiramento ou alongamento e provoca
(afastamento) (ação no bíceps)
uma desaceleração no movimento.
Fonte: Elaborado pelo próprio autor, 2022.

6.1. Conceitos do Teste de Força Muscular (Teste Muscular Manual)

A contração voluntária máxima (CVM), é a quantidade máxima de tensão que não


pode ser produzida sob controle voluntário, é comumente utilizada para mensurar a força
muscular (Wilmore & Costill, 1999). Pelo fato do teste muscular ser uma medição da
contração voluntária de um músculo isolado ou de um grupo de músculos, o teste de força
não é apropriado para os pacientes que perderam a habilidade de contrair um único músculo
ou um grupo de músculos isoladamente, tal como em pacientes que apresentam movimentos
padronizados.
Para os testes de força que serão apresentados aqui, será utilizada a técnica chamada
‘’teste de quebra’’, em que o músculo que será avaliado é posicionado em sua maior
vantagem mecânica (comprimento e força do músculo). Após o músculo ser posicionado,
usando a sua mão, o terapeuta vai aplicar uma força externa (resistência) para sobressair a
força contrátil do músculo ou grupo de músculos que realizarão o movimento solicitado.
Exemplificando, no ‘’teste de quebra’’ o terapeuta vai tentar quebrar a contração
isométrica do paciente (BOHANNON, 1988).

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Antes de começar o teste muscular manual (TMM), uma avaliação da amplitude de


movimento passivo deve ser realizada para determinar qual a amplitude de movimento
disponível em cada articulação do paciente. Embora esta seja considerada como a amplitude
de movimento total para o propósito do teste muscular, uma anotação deve ser feita a respeito
de qualquer limitação existente.

O teste muscular manual (TMM) é um procedimento válido e confiável para mensurar


a força muscular (Herbison et al., 1996; Marx, Bombardier & Wright, 1999; Schwartz et al.,
1992). Para cada músculo ou grupo de músculos é determinado um grau de força muscular
(Quadro 10), que vai de acordo com a resistência que ele pode suportar, portanto, a sua
avaliação é subjetiva.

Quadro 10 - Classificação da força muscular (Medical Research Council - MRC)

Gradação Qualificação Descrição

Movimento normal do músculo contra a gravidade e a


5 Normal
resistência total.

Movimento articular completo contra a gravidade e


4 Bom
alguma resistência (resistência parcial).

3 Regular Movimento completo contra a gravidade;

2 Mau/Ruim Movimento articular completo eliminando a gravidade;

Pouca contratilidade sem mobilidade articular, a


1 Traços/Vestígios
contração muscular pode ser palpável;

0 Paralisado/Zero Ausência de contração muscular e palpação.


Fonte: Terapia Ocupacional para Disfunções Físicas, 2013 (adaptado pelo próprio autor, 2022).

6.1.1. Procedimentos para a prática avaliativa

Princípios para o teste muscular (Terapia Ocupacional para Disfunção Física, 2013, p.155):

1. Explique o procedimento e demonstre o movimento desejado;


2. Posicione o paciente de modo que a direção do movimento seja contra a gravidade.
3. Estabilize o segmento proximal da articulação que irá se movimentar para evitar
substituições
4. Instrua o paciente para movimentar ativamente até a posição final. Se ele não puder se
mover ativamente contra a gravidade, coloque-o em uma posição com a gravidade eliminada,
e peça-lhe para movimentar ativamente nessa posição.
5. Se o paciente puder se movimentar ativamente contra a gravidade, diga a ele para manter
a contratação na posição final.
6. Aplique a resistência:
● à extremidade distal do segmento no qual o músculo se insere;
● na direção de onde o movimento veio;

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● começando com a resistência leve e aumentando para a resistência máxima após um


período de 2 a 3 segundos.
7. Apalpe sobre o músculo movimentador principal para determinar se o músculo está
contraindo ou se a gravidade e/ou os músculos sinérgicos estão substituindo a ação.
8. Registre o grau apropriado de acordo com a resistência tolerada antes do músculo quebrar,
ou pela quantidade de movimento obtido sem a resistência em uma posição contra a
gravidade ou com a gravidade eliminada.

6.1.2. Registrando os valores de Força Muscular

A graduação de força é registrada em formulário que vai documentar tanto os graus


para o lado direito, quanto para o lado esquerdo do corpo. O formulário deve indicar os dias
que foram feitos os testes e se houve continuidade por vários dias.
Abaixo, está uma amostra do formulário de avaliação para registro da força muscular
manual. Nele, os níveis dos nervos periféricos e seu segmento espinhal estão listados ao
lado de cada músculo para auxiliar o profissional a interpretar os resultados do teste.

Nome do paciente:_____________________________________________ Idade:______

Movimento Esquerda Direita

Escápula

ELEVAÇÃO
Trapézio superior (acessório) NC XI, C3-4

Elevador da escápula (escapular dorsal) C5, C3-4

DEPRESSÃO
Trapézio Inferior (acessório) NC XI, C3-4

Grande dorsal (toracodorsal) C6-8

ADUÇÃO
Trapézio médio (acessório) NC XI, C3-4

Romboides (escapular dorsal) C5

ABDUÇÃO
Serrátil anterior (torácico longo) C5-7

Ombro

FLEXÃO
Deltoide anterior (axilar) C5-6

Coracobraquial (músculo cutâneo) C5-6

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Peitoral clavicular maior (peitoral) C5-6

Bíceps (músculo cutâneo) C5-6

EXTENSÃO
Grande dorsal (toracodorsal) C6-8

Redondo maior (subescapular inferior) C5-8

Deltoide posterior (axilar) C5-6

Cabeça longa do tríceps (radial) C7-8

ABDUÇÃO
Supraespinhoso (supraescapular) C5-6

Deltoide médio

ADUÇÃO
Grande dorsal (toracodorsal) C6-8
Redondo maior (subescapular inferior) C5-6
Peitoral maior (peitoral) C5-T1

ABDUÇÃO HORIZONTAL
Deltoide posterior (axilar) C5-6

ADUÇÃO HORIZONTAL
Peitoral maior (peitoral) C5-T1
Deltoide anterior (axilar) C5-6

ROTAÇÃO EXTERNA
Infraespinhoso (supraescapular) C5-6
Redondo menor (axilar) C5-6
Deltoide posterior (axilar) C5-6

ROTAÇÃO INTERNA
Subescapular (superior, subescapular inferior) C5-7
Redondo maior (subescapular inferior) C6-7
Grande dorsal (toracodorsal) C6-8
Peitoral maior (peitoral) C5-T1
Deltoide anterior (axilar) C5-6

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Cotovelo

FLEXÃO
Bíceps (músculo cutâneo) C5-6
Braquiorradial (radial) C5-7
Braquial (músculo cutâneo) C5-6 (radial) C7-8

Antebraço

PRONAÇÃO
Pronador redondo (mediano) C6-7
Pronador quadrado (mediano) C8-T1

SUPINAÇÃO
Supinador (radial) C5-6
Bíceps (músculo cutâneo) C5-6

Punho

EXTENSÃO
Extensor radial longo do carpo (radial) C6-7
Extensor radial curto do carpo (radial) C7-8
Extensor ulnar do carpo (ulnar) C8-T1

FLEXÃO
Flexor radial do carpo (mediano) C6-7
Palmar longo (mediano) C7-8
Flexor ulnar do carpo (ulnar) C8-T1

Dedos

FLEXÃO INTERFALANGEANA DISTAL (IFD)


1º Flexor profundo (mediano) C8-T1
2º Flexor profundo (mediano) C8-T1
3º Flexor profundo (ulnar) C8-T1
4º Flexor profundo (ulnar) C8-T1

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5º FLEXÃO METACARPOFALANGEANA (MF)


Flexão do dedo mínimo (ulnar) C8-T1

FLEXÃO INTERFALANGEANA PROXIMAL (IFP)


1º Flexor superficial (mediano) C7-T1
2º Flexor superficial (mediano) C7-T1
3º Flexor superficial (mediano) C7-T1
4º Flexor superficial (mediano) C7-T1

ADUÇÃO
1º Interósseo dorsal (ulnar) C8-T1
2º Interósseo dorsal (ulnar) C8-T1
3º Interósseo dorsal (ulnar) C8-T1
4º Interósseo dorsal (ulnar) C8-T1

EXTENSÃO METACARPOFALANGEANA (MF)


1º Extensor digital (radial) C7-8
2º Extensor digital (radial) C7-8
3º Extensor digital (radial) C7-8
4º Extensor digital (radial) C7-8
Extensor do dedo mínimo (radial) C7-8

EXTENSÃO INTERFALANGEANA (IF)


1º Lumbrical (mediano) C8-T1
2º Lumbrical (mediano) C8-T1
3º Lumbrical (mediano) C8-T1
4º Lumbrical (mediano) C8-T1

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Polegar

EXTENSÃO
Extensor longo do polegar (radial) C7-8
Extensor curto do polegar (radial) C7-8

FLEXÃO
Flexor longo do polegar (mediano) C8-T1
Flexor curto do polegar (mediano) C8-T1

ABDUÇÃO
Abdutor longo do polegar (radial) C7-8
Abdutor curto do polegar (mediano) C8-T1

ADUTOR
Adutor do polegar (ulnar) C8-T1

OPOSIÇÃO
Oponente do polegar (mediano) C8-T1
Oponente do dedo mínimo (ulnar) C8-T1)

Quadril

FLEXÃO
Iliopsoas (femoral) L2-3

EXTENSÃO
Glúteo máximo (glúteo inferior) L5-S2

Joelho

FLEXÃO
Tibial L5-S2

EXTENSÃO - Quadríceps (femoral) L2-4

Tornozelo

DORSIFLEXÃO
Tibial anterior (peroneal profundo) L4-S1
Extensor longo dos dedos (peroneal profundo) L4-S1
Extensor longo do hálux (peroneal profundo) L4-S1

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FLEXÃO PLANTAR
Gastrocnêmio (tibial) S1-2

Sóleo (tibial) S1-2

Assinatura do terapeuta:_____________________________________ Data: ___________

Reimpresso sob permissão de Pansky, B. (1996). Review of Gross Anatomy (6th ed.) New York: McGraw-Hill.

7. TESTE MUSCULAR MANUAL (TMM)

7.1. TMM da escápula

Elevação Escapular
Músculos movedores principais:
- Trapézio Superior
- Levantador da Escápula

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: sentado com as costas retas e braços ao lado do corpo.


Estabilização: o tronco é estabilizado pelo encosto de uma cadeira.

Instrução do Movimento: elevar os ombros em direção às orelhas, fazendo força para que
os ombros não sejam empurrados para baixo.
Resistência: com as mãos sobre os ombros do paciente, o terapeuta vai pressioná-los para
baixo (movimento de depressão escapular).

Precauções: o paciente não deve colocar as mãos nos joelhos e empurrá-los para dar apoio
ao movimento, pois dará uma impressão de que os ombros estão sendo elevados.

Figura 37 (a) - Elevação da escápula em posição contra a gravidade

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Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição Inicial: deitado de bruços (decúbito ventral) e com os braços ao lado do corpo; o
terapeuta apoia o ombro que será avaliado.
Estabilização: o tronco é estabilizado de encontro ao colchonete.

Instrução do Movimento: elevar os ombros em direção às orelhas.


Resistência: a mesma aplicada para a posição descrita anteriormente.

Figura 38 (b) - Elevação da escápula em posição com a gravidade eliminada.

Fonte: Próprio autor, 2022.


Palpação Muscular:
a) Trapézio (parte superior): região posterior do ombro, na curva do pescoço.
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b) Levantador da escápula: localizado posteriormente ao músculo


esternocleidomastoideo, na porção lateral do pescoço.

Depressão Escapular
Músculos movedores principais:
- Trapézio inferior
- Grande Dorsal

➢ Teste de Resistência

Posição Inicial: deitado de bruços com os braços ao lado do corpo; para esse teste é
necessário estar em posição com a gravidade eliminada.
Estabilização: o tronco é estabilizado de encontro ao colchonete.

Instrução do Movimento: com as mãos para baixo, tentar alcançar os pés.


Resistência: o terapeuta faz a mão em concha para sustentar o ângulo inferior da escápula,
empurrando-a para cima em direção ao seu movimento de elevação.

Figura 39 - Depressão da escápula em posição de teste de resistência

Fonte: Próprio Autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Trapézio inferior: palpado lateralmente à coluna vertebral, em direção à espinha da
escápula.
b) Grande Dorsal: localizado ao longo da caixa torácica na região posterior (costas) da
axila, onde se insere ao úmero.

Adução Escapular: Retração


Músculos movedores principais:
- Trapézio médio
- Romboides (menor e maior)

➢ Posição contra a gravidade para o trapézio médio (figura a)

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Posição Inicial: deitado de bruços, o ombro deve ser abduzido em 90º, e o cotovelo
flexionado em 90º.
Estabilização: o tronco é estabilizado de encontro ao colchonete.

Instrução do Movimento: levantar o cotovelo para cima (em direção ao teto), indo contra o
movimento do terapeuta que o empurra para baixo.
Resistência: aplicada lateralmente na borda vertebral da escápula.
Observação: durante a aplicação da resistência, é importante perceber se a escápula do
paciente permanece aduzida (próxima da espinha vertebral).

Figura 40 (a) - Adução escapular em posição contra a gravidade para o trapézio


médio

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Trapézio médio: entre a coluna vertebral e a borda vertebral da escápula.
b) Romboides: se encontram abaixo do trapézio, não sendo possível apalpá-los.

➢ Posição com a gravidade eliminada para os romboides (figura b)

Posição Inicial: deitado de bruços com o ombro rotacionado internamente, e dorso da mão
sobre a região lombar.
Estabilização: o tronco é estabilizado de encontro ao colchonete.

Instrução do Movimento: tentar levantar a mão que está sobre as costas no sentido de
afastá-la do corpo, sem deixar que o terapeuta a empurre para baixo.
Resistência: é aplicada para baixo, indo contra a porção distal do úmero.

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Figura 41 (b) - Adução escapular em posição com a gravidade eliminada para os


romboides

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação muscular:
a) Rombóides (maior e menor): se encontram ao longo da borda lateral da escápula,
próximo ao seu ângulo inferior.

➢ Posição com a gravidade eliminada para o trapézio médio e os rombóides (figura


c)

Posição Inicial: sentado ereto com a frente do corpo posicionada para o encosto da cadeira;
o úmero deve estar abduzido em 90º e apoiado pela mão do terapeuta.
Estabilização: o tronco é estabilizado pelo encosto da cadeira.

Instrução do Movimento: mover para trás o braço que está estendido.


Gradação: se a escápula se mover em direção à espinha do corpo, anote grau 2 (ruim). Se
não for observado qualquer tipo de movimento, apalpe os adutores da escápula.

Palpação Muscular: a mesma descrita previamente.

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Figura 42 (c) - Adução escapular em posição com a gravidade eliminada


para o trapézio médio (apontado pelo terapeuta) e os romboides;

Fonte: Próprio autor, 2022.

Abdução Escapular: Protração


Músculos movedores principais:
- Serrátil Anterior

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: deitado em decúbito dorsal (barriga para cima), com o úmero flexionado a
90º (cotovelo pode estar flexionado ou estendido).
Estabilização: o tronco é estabilizado de encontro ao colchonete.

Instrução do Movimento: empurrar o braço flexionado para cima (em direção ao teto).

Resistência: o terapeuta deve segurar a posição distal do úmero ou posicionar sua mão em
concha sobre o cotovelo do paciente, empurrando o braço para baixo ou para trás, no sentido
da adução escapular.
Observação: se a articulação do ombro estiver instável ou dolorida, não aplicar esse teste no
paciente.

Palpação Muscular:
a) Serrátil anterior: região lateral das costelas.

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Figura 43 (a) - Abdução escapular em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição inicial: sentado com o úmero flexionado em 90º (para frente do corpo) e apoiado
pela mão do terapeuta.

Instrução do movimento: mover o braço estendido para frente, empurrando-o.


Gradação: o movimento da escápula em abdução é marcado com grau 2 (mau/ruim); caso
não for observado nenhum tipo de movimento, apalpe o serrátil anterior.

Figura 44 (b) - Abdução escapular em posição com a gravidade eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.

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7.2. TMM do ombro

Flexão do Ombro
Músculos movedores principais:
- Deltoide anterior
- Coracobraquial
- Peitoral maior (feixe clavicular)
- Bíceps

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: sentado em uma cadeira com um dos braços abaixado ao lado corpo, em
posição e altura média.
Estabilização: feita sobre a clavícula e a escápula com a mão do terapeuta.

Instrução do Movimento: o braço em altura média, deve tentar ser levantado à frente do
corpo e na altura do ombro, tentando ir contra o movimento do terapeuta que o está
empurrando para baixo.
Resistência: sobre a extremidade distal do úmero, o terapeuta empurra o braço para baixo,
no sentido da extensão do braço.

Figura 45 (a) - Flexão do ombro em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição Inicial: deitado de lado (decúbito lateral), o braço que será avaliado (que não está
sobre o colchonete) deve estar em posição média ao longo da lateral do corpo.
Estabilização: lateralmente, o tronco é estabilizado de encontro ao colchonete; o terapeuta
sustenta o braço que será avaliado segurando-o por baixo.

Instrução do Movimento: mover o braço estendido até que a mão fique na altura do ombro.

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Figura 46 (b) - Flexão do ombro em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Deltoide anterior: em frente a articulação do ombro (articulação glenoumeral).
b) Coracobraquial: está medialmente ao tendão da porção longa do bíceps.
c) Bíceps: face anterior do úmero.
d) Peitoral Maior (feixe clavicular): abaixo da clavícula, seguindo seu trajeto até a sua
inserção no úmero (abaixo do deltoide anterior).

Extensão do Ombro
Músculos movedores principais:
- Grande Dorsal
- Redondo Maior
- Deltoide posterior
- Cabeça longa do Tríceps

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: sentado com o braço que será avaliado ao lado do corpo, o úmero deve
estar rotacionado para dentro.
Estabilização: mão do terapeuta sobre a clavícula e a escápula.

Instrução do Movimento: o braço na lateral do corpo, tem que ser movido reto para trás ao
máximo que o paciente conseguir; a palma da mão deve estar e se manter voltada para trás.
Resistência: sobre a extremidade distal do úmero, a mão do terapeuta o empurra para baixo
em direção a sua flexão.

Precauções: se atentar aos abdutores do ombro, que ao inclinar o ombro para frente, o corpo
se curva consequentemente; o corpo do paciente tem que se manter ereto o tempo de toda
a avaliação.

Figura 47 (a) - Extensão do ombro em posição contra a gravidade

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Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição Inicial: deitado de lado, o braço que será avaliado deve estar estendido ao longo
da lateral do corpo e em rotação interna.
Estabilização: o terapeuta sustenta o cotovelo do braço em avaliação durante todo o
movimento.

Instrução do Movimento: o braço estendido tem que ser movido para trás.
Resistência: a mesma aplicada para o teste anterior.

Figura 48 (b) - Extensão do ombro em posição com a gravidade eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação muscular:
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a) Grande Dorsal e
b) Redondo maior: formam a borda posterior da axila.
c) Deltoide posterior: posicionado posteriormente à articulação do ombro.
d) Tríceps: palpado na face posterior do úmero.

Abdução do Ombro
Músculos movedores principais:
- Supraespinhoso
- Deltoide médio

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: sentado com o braço que será avaliado ao lado do corpo, estendido e em
posição e altura média.
Estabilização: com a mão do terapeuta sobre a clavícula e a escápula.

Instrução do Movimento: o braço que será avaliado tem que ser levantado até a altura do
ombro, indo contra a ação do terapeuta que o empurra para baixo.
Resistência: sobre a extremidade distal do úmero, o terapeuta o empurra para baixo, em
direção ao corpo.
Observação: movimentos acima de 90º, por envolver a escápula, não são mensurados.

Figura 49 (a) - Abdução do ombro em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição Inicial: deitado de bruços, o braço que será avaliado fica ao lado do corpo em
posição e altura média com a palma da mão voltada para cima (supinada).
Estabilização: o terapeuta sustenta o cotovelo do paciente durante todo o movimento,
segurando o punho do braço que está em avaliação.

Instrução do Movimento: mover o braço para o lado.


Figura 50 (b) - Abdução do ombro em posição com a gravidade eliminada
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Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Supraespinhoso: por estar situado muito profundamente, não é palpado.
b) Deltoide médio: abaixo do acrômio e lateralmente à articulação do ombro.

Adução do Ombro
Músculos movimentadores principais:
- Peitoral Maior
- Redondo Maior
- Grande Dorsal

➢ Posição com a gravidade eliminada

Posição Inicial: deitado em decúbito dorsal (barriga para cima), úmero abduzido a 90º e com
o antebraço em posição média em relação ao corpo.
Estabilização: o tronco é estabilizado pelo colchonete.

Instrução do Movimento: trazer o braço para baixo e ao lado do corpo, sem deixar que o
terapeuta afaste-o.
Resistência: sobre o lado médio da porção distal do úmero, a mão do terapeuta vai tentar
empurrar o braço para longe do corpo do paciente.
Figura 51 (a) - Adução do ombro em posição com a gravidade eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
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a) Peitoral Maior: forma a borda anterior da axila.


b) Redondo Maior e
c) Grande Dorsal: formam a borda posterior da axila.

Abdução Horizontal do Ombro


Músculos movimentadores principais:
- Deltoide posterior

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: deitado de bruços com o braço que será avaliado sobre a borda da mesa (a
partir do cotovelo, o restante do braço deve ficar livre); o ombro deve ficar abduzido a 90º e
o cotovelo flexionado a 90º.
Estabilização: a escápula e o tronco são estabilizados pelo colchonete.

Instrução do Movimento: levantar o cotovelo para cima (em direção ao teto).


Resistência: sobre a superfície posterior da extremidade distal do úmero, o terapeuta
empurra o braço para baixo, em direção da sua adução horizontal.
Observação: uma contrapressão sobre a escápula contralateral, ajuda a resistência.

Figura 52 (a) - Abdução horizontal do ombro em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição Inicial: sentado em uma cadeira, o úmero apoiado pela mão do terapeuta deve estar
flexionado a 90º com o cotovelo reto (estendido).

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Estabilização: o tronco é estabilizado pelo encosto da cadeira e o cotovelo é sustentado pelo


terapeuta.

Instrução do Movimento: mover o braço para o lado, afastando-o do corpo.


Resistência: o terapeuta empurra o braço no sentido da adução horizontal do ombro.
Figura 53 (b) - Abdução horizontal do ombro em posição com a gravidade eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Deltoide Posterior: localizado atrás do ombro; após apalpar o deltoide, em seguida,
apalpe a articulação do ombro (articulação glenoumeral).

Adução Horizontal do Ombro


Músculos movimentadores principais:
- Peitoral Maior
- Deltoide anterior

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: deitado em decúbito dorsal, úmero abduzido a 90º com rotação neutra e o
cotovelo estendido.
Estabilização: a mesa (colchonete) estabiliza o tronco e a escápula.
Observação: se os músculos extensores do ombro estiverem fracos, o terapeuta pode
sustentar a extremidade distal do antebraço (região do punho) para que a mão do paciente
não caia sobre sua face ao realizar a adução horizontal do ombro.

Instrução do Movimento: o braço esticado deve ser movido até a frente do corpo do
paciente, indo em direção ao peito.
Resistência: sobre a superfície anterior da extremidade distal do úmero, o terapeuta puxa o
braço para fora, na direção da abdução horizontal.

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Figura 54 (a) - Adução horizontal em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição Inicial: sentado em uma cadeira, tronco reto e com o braço abduzido a 90º.
Estabilização: o tronco é estabilizado pelo encosto da cadeira e o cotovelo é sustentado pelo
apoio da mão do terapeuta.
Instrução do Movimento: mover o braço em direção ao peito (mover ele em uma linha
contínua, à frente do corpo).
Observação: se atentar se o paciente está rotacionando o tronco durante a execução.

Figura 55 (b) - Adução horizontal do ombro em posição com a gravidade eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Peitoral Maior: ao longo da borda anterior da axila.
b) Deltoide anterior: anterior à articulação do ombro (articulação glenoumeral), abaixo do
processo acromial da escápula e acima do peitoral maior.

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Rotação externa do ombro


Músculos movedores principais:
- Infraespinhoso
- Redondo Menor
- Deltoide posterior

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: deitado de bruços, com o úmero abduzido a 90º e apoiado sobre o
colchonete, o cotovelo é flexionado em 90º e fica livre sobre a borda da mesa para poder
realizar o movimento.
Estabilização: o úmero é estabilizado pela mesa e a mão do terapeuta o segura bem próximo
ao cotovelo para permitir apenas a rotação do ombro.

Instrução do Movimento: levantar o dorso da mão para cima (em direção ao teto).
Resistência: sobre a superfície dorsal da extremidade distal do antebraço (região posterior
do punho), o terapeuta empurra o antebraço em direção ao chão; o cotovelo se mantém
apoiado pela outra mão do terapeuta e flexionado a 90º grau, evitando a supinação.

Figura 56 (a) - Rotação externa do ombro em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição Inicial: deitado de bruços sobre a mesa, o braço fica por inteiro pendendo sobre a
borda da mesa, estando em rotação interna (palma da mão para dentro).
Estabilização: o tronco e a escápula são estabilizados pela mesa.

Instrução do Movimento: girar a palma da mão para fora, mantendo o braço esticado.

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Figura 57 (b) - Rotação externa do ombro em posição com a gravidade eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Infraespinhoso inferior: palpado até a espinha da escápula.
b) Redondo Menor: situado entre o deltoide posterior e a borda axilar da escápula.
c) Deltoide posterior: situado atrás do ombro.

➢ Posição alternativa com a gravidade eliminada (figura c)

Posição Inicial: sentado em uma cadeira, tronco ereto, úmero aduzido ao lado do corpo com
o cotovelo flexionado a 90º.
Estabilização: a extremidade distal do úmero é mantida contra o corpo para permitir apenas
a rotação do ombro, o terapeuta apoia o cotovelo e o punho durante a execução do
movimento.

Instrução do Movimento: mover o dorso da mão para o lado e para fora.


Resistência: o terapeuta empurra o braço para dentro.

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Figura 58 (c) - Rotação externa do ombro em posição alternativa com a gravidade


eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular: a mesma do teste anterior.

Rotação Interna do Ombro


Músculos movedores principais:
- Subescapular
- Redondo Maior
- Grande Dorsal
- Peitoral Maior
- Deltoide anterior

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: deitado de bruços, com o úmero abduzido a 90º e apoiado sobre o
colchonete, o cotovelo é flexionado em 90º e fica livre sobre a borda da mesa para poder
realizar o movimento.
Estabilização: o úmero é estabilizado pela mesa, a mão do terapeuta o segura bem próximo
ao cotovelo para permitir apenas a rotação do ombro.

Instrução do Movimento: levantar a palma da mão para cima (em direção ao teto).
Resistência: sobre a superfície da extremidade distal do antebraço (região anterior do
punho), o terapeuta o empurra para baixo (em direção ao chão); o cotovelo se mantém
apoiado pela outra mão do terapeuta e flexionado a 90º grau, evitando a supinação.

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Figura 59 (a) - Rotação interna do ombro em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição Inicial: deitado de bruços sobre a mesa, o braço fica por inteiro pendendo sobre a
borda da mesa, estando em rotação externa (palma da mão para fora).
Estabilização: o tronco e a escápula são estabilizados pela mesa.

Instrução do Movimento: girar a palma da mão para dentro, mantendo o braço esticado.
Observação: a pronação pode ser erroneamente confundida como um movimento de rotação
interna do ombro estando em um posição com a gravidade eliminada.

Palpação muscular:
a) Subescapular: não é facilmente palpado, mas sua localização é na axila posterior.
b) Redondo Maior,
c) Grande Dorsal;
d) Peitoral Maior
e) Deltoilde anterior: são palpados como previamente já descritos.

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Figura 60 (b) - Rotação interna do ombro em posição com a gravidade eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição alternativa com a gravidade eliminada (figura c)

Posição Inicial: sentado em uma cadeira, tronco ereto, úmero aduzido ao lado do corpo com
o cotovelo flexionado a 90º.
Estabilização: a extremidade distal do úmero é mantida contra o corpo para permitir apenas
a rotação do ombro, o terapeuta apoia o cotovelo e o punho durante a execução do
movimento.

Instrução do Movimento: mover a palma da mão para dentro, em direção ao estômago.


Resistência: o terapeuta empurra a mão para fora, no sentido da rotação externa.
Palpação Muscular: a mesma descrita no teste anterior.

Figura 61 (c) - Rotação interna do ombro em posição alternativa com a gravidade eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.

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7.3. TMM do cotovelo

Flexão do Cotovelo
Músculos movedores principais:
- Bíceps
- Braquial
- Braquiorradial

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: sentado em um cadeira, com o tronco reto, o braço que será avaliado fica
ao lado do corpo.
Observação: a posição do antebraço vai determinar qual músculo está sendo trabalhado
primordialmente:
- Antebraço em supinação (palma da mão para cima): bíceps braquial;
- Antebraço em pronação (palma da mão para baixo): braquial;
- Antebraço em posição média: braquiorradial.

Estabilização: o terapeuta estabiliza a extremidade distal do úmero com a sua mão.

Instrução do Movimento: enquanto o paciente estiver em cada uma das três posições do
antebraço, o paciente deve dobrar o cotovelo e levar o antebraço em direção ao ombro.
Resistência: para as três posições do antebraço, sobre o punho do paciente, o terapeuta
pressiona-o para baixo, em direção a sua extensão.

Figura 62 (a) - Extensão do cotovelo em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

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➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição Inicial: sentado em uma cadeira, o braço abduzido a 90º sendo sustentado pelo
terapeuta e o cotovelo em flexão (antebraço para frente).
Observação: a posição do antebraço determina qual músculo está trabalhando, como descrito
no item anterior.
Estabilização: sobre o úmero distal, através da sustentação feita pelo terapeuta.

Instrução do Movimento: mover a mão em direção ao ombro (sem flexionar o punho),


mantendo o braço abduzido (altura do ombro).

Figura 63 (b) - Flexão do cotovelo em posição com a gravidade eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Bíceps: facilmente palpado na superfície anterior do úmero.
b) Braquial: com o antebraço em pronação (palma da mão para baixo) e o bíceps
relaxado, o braquial é palpado medialmente ao tendão distal do bíceps.
c) Braquiorradial: com o antebraço em posição média, o braquiorradial é palpado ao
longo do lado radial da porção proximal do antebraço.

Extensão do Cotovelo
Músculos movedores principais:
- Tríceps

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: deitado de bruços, úmero abduzido a 90º e apoiado sobre a mesa, o cotovelo
é flexionado (sobre a borda da mesa) deixando o antebraço suspenso.
Estabilização: sob a superfície anterior do úmero distal, o terapeuta faz a sustentação.

Instrução do Movimento: esticar o braço (estender o cotovelo) sem deixar que o terapeuta
o empurre de volta para baixo.

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Resistência: sobre a superfície dorsal do antebraço do paciente, a mão do terapeuta empurra


o antebraço em direção a flexão do cotovelo.
Observação: a resistência tem que ser aplicada com o cotovelo a 10-15º a menos do que a
extensão total, para que o cotovelo não trave na posição e assim, indicar uma força maior do
que realmente o paciente possui.

Figura 64 (a) - Extensão do cotovelo em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Tríceps: facilmente palpados na superfície posterior do úmero.

➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição Inicial: sentado, braço abduzido em 90º e com o úmero e antebraço apoiados pelo
terapeuta, o cotovelo deve estar totalmente flexionado.
Estabilização: pelo apoio do terapeuta, o úmero é estabilizado.

Instrução do Movimento: esticar o cotovelo (na altura do ombro).


Observação: não é permitida qualquer rotação externa do ombro, para evitar que a gravidade
auxilie e produza o movimento de extensão do cotovelo.

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Figura 65 (b) - Extensão do cotovelo em posição com a gravidade eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.

Pronação
Músculos movedores principais:
- Pronador Redondo
- Pronador Quadrado

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: sentado e com o tronco reto, o úmero é aduzido ao lado do corpo com o
cotovelo flexionado a 90º, antebraço supinado (palma da mão para cima); o punho e os dedos
devem ficar relaxados.
Estabilização: para manter a posição do braço ao longo do corpo (aduzido), a porção distal
do úmero é estabilizada pela mão do terapeuta.

Instrução do Movimento: girar a mão para baixo (em direção ao chão), sem deixar que o
terapeuta a gire de volta.
Resistência: sobre a região anterior do punho (punho volar), a mão do terapeuta a envolve
e coloca seu dedo indicador estendido ao longo do antebraço; a resistência será aplicada na
direção da supinação.

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Figura 66 (a) - Pronação em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição Inicial: sentado, com o úmero flexionado em 90º (em frente ao corpo, na altura do
ombro), o cotovelo é flexionado a 90º com o antebraço em supinação total (palma da mão
apontada para o rosto).
Estabilização: o úmero é estabilizado através do apoio dado pela mão do terapeuta.

Instrução do Movimento: girar a palma da mão para longe da face (dorso da mão aponta
para o rosto do paciente).

Figura 67 (b) - Pronação em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Pronador Redondo: palpado medialmente à inserção distal do tendão do bíceps, na
superfície volar (anterior; região do punho) do antebraço proximal.
b) Pronador Quadrado: por ser muito profundo, não é possível apalpá-lo.
Supinação
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Músculos movedores principais:


- Supinador
- Bíceps

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: sentado e com o tronco reto, o úmero é aduzido ao lado do corpo com o
cotovelo flexionado a 90º, antebraço em pronação (palma da mão para baixo); o punho e os
dedos devem ficar relaxados.
Estabilização: o úmero é estabilizado distalmente pela mão do terapeuta.

Instrução do Movimento: girar a palma da mão para cima (em direção ao teto), sem deixar
que o terapeuta a gire de volta.
Resistência: a mesma aplicada para a pronação, a diferença está na direção do movimento.

Observação: para diferenciar o músculo supinador função de supinação do bíceps, o


supinador pode ser isolado ao estender o cotovelo. O bíceps não supina o braço estendido,
a menos que sofra resistência (KENDALL et al., 2005).

Figura 68 (a) - Supinação em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada (figura b)

Posição Inicial: sentado, com o úmero flexionado em 90º (em frente ao corpo, na altura do
ombro), o cotovelo é flexionado a 90º com o antebraço em pronação (palma da mão para
fora), punhos e dedos relaxados.
Estabilização: o úmero é estabilizado através do apoio dado pela mão do terapeuta.

Instrução do Movimento: girar a palma da mão em direção a face do paciente (para dentro).
Figura 69 (b) - Supinação em posição com a gravidade eliminada

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Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Supinador: superfície dorsal do antebraço proximal, distal à cabeça do rádio (porção
do cotovelo).
b) Bíceps: facilmente palpado na porção anterior do úmero.

⬙ MEDIDA DO PUNHO E DA MÃO

Muitos tendões do punho e mão atravessam mais de uma articulação.

Dessa forma, as posições dos testes para os músculos individuais vai incluir maneiras
de minimizar os efeitos de outros músculos que cruzam tal articulação que está sendo
avaliada.

Como regra geral, para minimizar esses efeitos, posicione o músculo de tal forma que
vai contra à sua ação primária.
Por exemplo, para minimizar o efeito do extensor longo do polegar sobre a
extensão da articulação proximal do mesmo, flexione a articulação distal.

Extensão do Punho
Músculos movedores principais:
- Extensor Radial Longo do Carpo (ERLC)
- Extensor Radial Curto do Carpo (ERCC)
- Extensor Ulnar do Carpo (EUC)

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➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: o antebraço é apoiado sobre uma mesa em pronação total (palma da mão
para baixo), os dedos e o polegar devem ficar relaxados ou levemente flexionados.
Estabilização: o antebraço é estabilizado pela mesa e segurado pela mão do terapeuta para
que se mantenha sobre a mesa.

Instrução do Movimento: levantar o punho até onde o paciente conseguir, indo contra a
ação do terapeuta que o empurra para baixo.
Resistência: aplicada opostamente ao extensor radial do carpo.

Para testar os músculos:


- Extensor Radial Longo do Carpo (ERLC): por se estender e se desviar radialmente, a
resistência é aplicada ao dorso da mão em seu lado radial, indo na direção de flexão
e desvio ulnar (figura 70.a).
- Extensor Radial Curto do Carpo (ERCC): a resistência é aplicada no dorso da mão,
no qual o empurra em flexão.

Figura 70 (a) - Extensão do punho em posição contra a gravidade com a resistência

Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada (b)

Posição Inicial: o antebraço é apoiado sobre a mesa, em posição média e com o punho
ligeiramente flexionado.
Instrução do Movimento: levar o punho para trás (em direção ao antebraço).

Resistência:
Para testar os músculos:
- Extensor Ulnar do Carpo (EUC): por estender o punho e desviá-lo ulnarmente, a
resistência é aplicada ao dorso da mão em seu lado ulnar, empurrando-o na direção
da flexão e do desvio radial (figura 71.b).

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Figura 71 (b) - Extensão do punho em posição contra a gravidade com a resistência aplicada
opostamente ao extensor ulnar do carpo (EUC)

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) ERLC: seu tendão é palpado na superfície dorsal da mão e do punho, na base do
segundo metacarpo (dedo indicador); seu ventre encontra-se no antebraço proximal
dorsal junto ao músculo braquiorradial.
b) ERCC: seu tendão é palpado na superfície dorsal da mão e do punho, na base do
terceiro metacarpo (dedo médio); seu ventre encontra-se distalmente ao ventre do
ERLC, na superfície dorsal do antebraço dorsal.
c) EUC: palpado na superfície dorsal do punho, entre a cabeça da ulna e a base do
quinto metacarpo (dedo mínimo); seu ventre está aproximadamente 5 cm distal ao
epicôndilo lateral do úmero, no cotovelo (RYBSKI, 2004).

Flexão do Punho
Músculos movedores principais:
- Flexor Radial do Carpo (FRC)
- Palmar Longo
- Flexor Ulnar do Carpo (FUC)

➢ Posição contra a gravidade (figuras a e b)

Posição Inicial: o antebraço apoiado sobre a mesa se encontra supinado (palma da mão
para cima) com o punho estendido, os dedos e o polegar ficam relaxados.
Estabilização: a mesa estabiliza o antebraço, o dorso da mão se encontra erguido da mesa
para permitir que o punho atinja a posição de leve extensão.

Instrução do Movimento: flexionar o punho totalmente para frente (em direção ao


antebraço), sem deixar que o terapeuta o empurre de volta.

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Resistência: para testar os músculos:


- Flexor Radial do Carpo (FRC) e Palmar Longo: a resistência deve ser aplicada sobre
as cabeças dos metacarpos na região palmar da mão em direção a sua extensão
(figura 72.a).

Figura 72 (a) - Flexão do punho em posição contra a gravidade; o terapeuta está apontando
para o tendão do flexor radial do carpo (FRC) à medida que oferece resistência

Fonte: Próprio autor, 2022.

- Flexor Ulnar do Carpo (FUC): a resistência é aplicada sobre a cabeça do quinto


metacarpo (dedo mínimo) na superfície palmar da mão em direção à extensão do
punho e desvio radial (figura 73.b).

Figura 73 (b) - Flexão do punho em posição contra a gravidade; o terapeuta está apontando para o
tendão do flexor ulnar do carpo (FUC) à medida que oferece resistência

Fonte: Próprio autor, 2022.

- Palmar Longo: seu tendão cruza o centro da região anterior (volar) do punho (figura
73.c); por ser um flexor fraco do punho, não é aplicado resistência nesse músculo,

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pois ele pode não estar presente, seu tendão fica saliente quando a flexão do punho
sofre alguma resistência, ou quando a mão está em posição de concha.
Figura 74 (c) - Flexão do punho em posição com a gravidade eliminada; o terapeuta está apontando
para o tendão do palmar longo à medida que o paciente fecha sua mão em concha, num esforço
para ressaltar o tendão

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) FRC (figura 72.a): na superfície anterior do punho (volar) em linha com o segundo
metacarpo (dedo indicador) e radialmente ao músculo palmar longo, se presente.
b) FUC (figura 73.b): na superfície anterior do punho (volar) próximo ao osso pisiforme.
c) Palmar Longo (figura 74.c): seu tendão se encontra no centro da porção anterior
(volar) do punho, ficando saliente quando a mão estiver em concha.

Extensão Metacarpofalangeana (MF) do Dedo


Músculos movedores principais:
- Extensor dos Dedos (ED)
- Extensor próprio do Indicador
- Extensor próprio do Dedo Mínimo

➢ Posição contra a gravidade

Posição Inicial: apoiado sobre a mesa, o antebraço em pronação (palma da mão para baixo),
o punho é apoiado em posição neutra, as articulações metacarpofalangeanas (MF) e
interfalangeanas (IF) dos dedos estão flexionadas e relaxadas.
Estabilização: o punho e os ossos do carpo são estabilizados pela mão do terapeuta.

Instrução do Movimento: mantendo as articulações flexionadas, levantar elas até onde o


paciente conseguir sem deixar que o terapeuta as empurre para baixo.
Observação: cada dedo será testado individualmente e o terapeuta apontará qual dedo será
avaliado; os outros dedos se mantém flexionados durante a aplicação do teste. Para esse
teste, é importante o terapeuta demonstrar a ação solicitada.

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Resistência: utilizando um dedo (geralmente, o dedo indicador), o terapeuta empurra a


cabeça de cada falange proximal em direção a sua flexão (para baixo), uma de cada vez.

Figura 75 - Extensão metacarpofalangeana do dedo em posição contra a gravidade;


os tendões dos extensores dos dedos podem ser visualizados no dorso da mão

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Extensor dos Dedos (ED): seu ventre muscular pode ser palpado na superfície
proximal dorsal-ulnar no antebraço; os ventres musculares separados, podem
geralmente, ser identificados (os tendões desse músculo são prontamente
observados e palpados no dorso da mão).
b) Extensor próprio do Indicador: o seu tendão está ulnarmente posicionado ao tendão
do extensor dos dedos (ED); seu ventre pode ser palpado no antebraço em sua porção
dorsal média à porção distal, entre o rádio e a ulna.
c) Extensor próprio do Dedo Mínimo: localizado ulnarmente ao extensor dos dedos. Na
verdade, o tendão do extensor do dedo mínimo é o tendão que parece como se fosse
o tendão do ED para o dedo mínimo, porque o ED para este dedo é apenas uma
subdivisão do tendão ED para dedo anelar (quarto dedo).

Extensão Interfalangeanas (IF) do Dedo


Músculos movedores principais:
- Lumbricais
- Interósseos
- Extensor dos Dedos (ED)
- Extensor próprio do Indicador
- Extensor do Dedo Mínimo

De acordo com a evidência eletromiográfica, os intrínsecos, principalmente os


lumbricais, são os extensores primários das articulações interfalangeanas (LONG, 1968;
LONG & BROWN, 1962). Os lumbricais, originando-se do flexor profundo e inserindo-se no
extensor dos dedos, possuem uma ação ímpar com relação à extensão dos dedos.

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Os interósseos flexionam as articulações metacarpofalangeanas (MF) enquanto


estendem as articulações interfalangeanas (IF) e, de fato, atuam para estender apenas
quando as articulações MF estão flexionadas ou se flexionando (LONG,1968).

➢ Posição contra a gravidade

Observação: Não há qualquer teste de boa confiabilidade para a função dos


lumbricais. O teste 1 segue métodos tradicionais, já o teste 2 é sugerido de acordo
com a evidência eletromiográfica, descrita anteriormente.

Posição Inicial: sobre a mesa, o antebraço é apoiado em posição supinado (palma da mão
para cima), o punho se encontra em posição neutra.

Teste 1: as articulações metacarpofalangeanas (MF) são estendidas e as interfalangeanas


(IF) são flexionadas.
Teste 2: as articulações metacarpofalangeanas (MF) são flexionadas com as
interfalangeanas (IF) estendidas.

Estabilização: o punho e os metacarpos são estabilizados pela mão do terapeuta.


Instrução do Movimento:
- Teste 1: dobrar as articulações e endireitar os dedos ao mesmo tempo; o terapeuta
deve certificar-se de demonstrar esse movimento ao paciente.
- Teste 2: endireitar as articulações, mantendo os dedos retos ao mesmo tempo.

Resistência:
- Teste 1: o terapeuta segura a ponta do dedo testado e empurra-o na direção da
posição inicial.
- Teste 2: o terapeuta coloca um dedo sobre a unha do paciente e a empurra em direção
à flexão (figura 76).

Figura 76 - Extensão interfalangeana (ID) do dedo em posição contra a gravidade; a resistência está
sendo aplicada opostamente aos lumbricais, como descrito para o teste 2.

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Lumbricais: são músculos muito profundos para serem palpados.
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Flexão Interfalangeana Distal (IFD) do Dedo


Músculos movedores principais:
- Flexor Profundo dos Dedos (FPD)

➢ Posição contra a gravidade

Posição Inicial: sobre a mesa, o antebraço se encontra supinado (palma da mão para cima),
o punho e as articulações interfalangeanas (IF) estão relaxadas.
Estabilização: o terapeuta apoia firmemente a falange média de cada dedo da mão,
conforme ela é testada para que assim seja evitada a flexão da articulação IF proximal; o
punho deve permanecer em posição neutra.

Instrução do Movimento: o paciente deve dobrar a última articulação (IF distal) do dedo até
onde ele conseguir.
Resistência: sobre a polpa do dedo do paciente, o terapeuta posiciona o dedo indicador e
aplica a resistência em direção à sua extensão.

Figura 77 - Flexão interfalangeana distal do dedo em posição contra a gravidade;


as outras articulações são impedidas de se flexionarem

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação muscular:
a) Flexor profundo dos dedos (FPD): seu ventre pode ser palpado na superfície anterior
do antebraço, no seu terço proximal no sentido da ulna. Às vezes, os tendões podem
ser palpados sobre a superfície anterior (região palmar da mão) das falanges médias.

Flexão Interfalangeana Proximal (IFP) do Dedo


Músculos movedores principais:
- Flexor Superficial dos Dedos (FSD)
- Flexor Profundo dos Dedos (FPD)

➢ Posição contra a gravidade


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Posição Inicial: sobre a mesa, o antebraço em posição supinada (palma da mão para cima),
punho e articulações metacarpofalangeanas (MF) relaxadas (em posição zero).

Estabilização: todas as articulações interfalangeanas (IF) dos outros dedos da mão do


paciente são estabilizadas pela mão do terapeuta que as segura.
Observação: os dedos que não estão sendo testados são estabilizados em extensão total
pela mão do terapeuta para que seja excluída a influência do músculo profundo em relação
ao superficial, que está sendo testado; como o músculo profundo possui 4 tendões, deve-se
evitar sua ação em três dos quatro dedos para não interferir no movimento do teste. De fato,
o paciente não pode absolutamente flexionar a articulação distal do dedo testado.

Instrução do Movimento: o terapeuta vai apontar para a articulação IFP do dedo do paciente
e vai solicitar que ele dobre apenas a articulação solicitada.
Resistência: a resistência é aplicada na cabeça da falange média em direção a sua
extensão.

Figura 78 - Flexão interfalangeana proximal do dedo (IFP) em posição contra a gravidade;


o flexor profundo é impedido de substituir o movimento, porque o terapeuta segura os outros dedos
restantes em extensão

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Flexor Superficial dos Dedos (FSD): palpado na superfície anterior (volar) do
antebraço proximal em direção ao lado ulnar.
b) Flexor Profundo dos Dedos (FPD): os tendões do FPD podem ser palpados no punho,
entre o músculo palmar longo e o flexor ulnar do carpo.

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Flexão Metacarpofalangeana (MF) do Dedo


Músculos movedores principais:
- Flexor Profundo dos Dedos (FPD)
- Flexor Superficial dos Dedos (FSD)
- Interósseos Dorsais
- Interósseos Palmares
- Flexor do Dedo Mínimo

➢ Posição contra a gravidade para o dedo mínimo

Posição Inicial: sobre a mesa, antebraço apoiado em supinação (palma da mão para cima).
Estabilização: os outros dedos que não estão sendo testados, ficam em extensão.

Instrução do Movimento: dobrar a articulação MF do dedo mínimo em direção à palma da


mão, enquanto os outros dedos se mantêm estendidos.

Resistência: utilizando um dedo, o terapeuta puxa a cabeça da falange proximal para a


direção de sua extensão, o paciente deve ir contra esse movimento.
Observação: o terapeuta deve certificar se as outras articulações dos demais dedos
permanecem estendidas.

Figura 79 - Flexão da MF do dedo mínimo em posição contra a gravidade;


o terapeuta está apontando para o ventre do músculo na palma da mão

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Flexor do Dedo Mínimo: encontrado na eminência hipotenar da mão.

Abdução do Dedo (ABD)


Músculos movedores principais:
- Interósseos Dorsais (4)
- Abdutor do Dedo Mínimo

➢ Posição com a gravidade eliminada

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Posição Inicial: sobre a mesa, o antebraço está apoiado em pronação (palma da mão para
baixo) e com o punho em posição neutra, os dedos estão estendidos e aduzidos; é importante
o terapeuta certificar se as articulações MF estão em posição neutra ou levemente
flexionadas.
Estabilização: o punho e o metacarpo são delicadamente apoiados pela mão do terapeuta.

Instrução do Movimento: afastar os dedos entre si (abdução) sem deixar que o terapeuta
os junte novamente.

Observação: como a linha média da mão se dá pelo terceiro dedo, para a abdução (afastar
da linha média) a ação de cada dedo é diferente, por isso, é importante conhecer cada
interósseo dorsal (abdutores - ABD) que está sendo testado.
- ABD 1: abduz o dedo indicador em direção ao polegar;
- ABD 2: abduz o dedo médio em direção ao polegar;
- ABD 3: abduz o dedo médio em direção ao dedo mínimo;
- ABD 4: abduz o dedo anelar em direção ao dedo mínimo;
- ABD do dedo mínimo: abduz o próprio em direção a ulna.

Resistência: com o polegar e o dedo indicador para formar uma pinça, o terapeuta aplica
resistência do lado radial ou ulnar da cabeça da falange proximal numa tentativa de empurrar
o dedo na direção da linha média. Fazendo isto do lado radial das cabeças dos dedos
indicador e médio, o teste é realizado para os ABDs 1 e 2. Aplicar resistência do lado ulnar
dos dedos médio, anelar e mínimo, testará os ABDs 3 e 4 e o abdutor do dedo mínimo.

Figura 80 - Abdução do dedo em posição com a gravidade eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:

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O ABD 1 preenche o espaço da rede dorsal e é fácil de ser palpado ali. Palpe o
abdutor do dedo mínimo na borda ulnar do quinto metacarpo. Os outros
interósseos se encontram entre os metacarpos na face dorsal da mão, onde
podem ser palpados; em algumas pessoas, os tendões podem ser palpados à
medida que penetram a expansão dorsal, próximo das cabeças dos metacarpos.
Quando os ABDs estão atrofiados, os espaços entre os metacarpos na superfície
dorsal parecem fundos.

Adução do Dedo
Músculos movedores principais
- Interósseos Palmares (3)

➢ Posição com a gravidade eliminada

Posição Inicial: sobre a mesa, o antebraço está em pronação (palma da mão para baixo) e
as articulações MF estão abduzidas e em extensão.
Estabilização: a mesa estabiliza o punho e o antebraço.
Instrução do Movimento: juntar os dedos mantendo-os nesta posição sem deixar que o
terapeuta os afaste.

Ação: como a linha média da mão se encontra no terceiro dedo, a adução (aproximação) do
dedo deve ser feita em relação à linha média.
- ADP1 (Interósseo Palmar): aduz o dedo indicador na direção do dedo médio.
- ADP2: aduz o dedo anelar na direção do dedo médio.
- ADP3: aduz o dedo mínimo na direção do dedo médio.

-1
- ADP1: para os dedos indicador e médio;
- ADP2: para os dedos médio e anelar;
- ADP3: para os dedos anelar e mínimo.

Figura 81 - Adução dos dedos em posição com a gravidade eliminada

Fonte: Próprio autor, 2022.


Palpação Muscular:
a) Interósseos Palmares: muito profundos para serem palpados com precisão.
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Extensão da Interfalangeana (IF) do Polegar


Músculos movedores principais:
- Extensor Longo do Polegar (ELP)

➢ Posição contra a gravidade (a)

Posição Inicial: sobre a mesa, antebraço apoiado em posição média, o punho deve ser
flexionado em 10º-20º (borda ulnar apoiada sobre a mesa), e as articulações MF e IF do
polegar flexionadas.
Estabilização: a falange proximal com a articulação MF flexionada.

Instrução do Movimento: estender a ponta do polegar, indo contra a ação do terapeuta de


flexioná-lo.
Resistência: sobre a falange distal do polegar do paciente (na unha), o terapeuta posiciona
um dedo e empurra apenas a articulação IFD na direção da sua flexão.

Figura 81 (a) - Extensão da interfalangeana (IF) do polegar; o terapeuta aplica a resistência ao


extensor longo do polegar (ELP), cujo tendão está proeminente

Fonte: Próprio autor, 2022.

➢ Posição com a gravidade eliminada

Posição Inicial: sobre a mesa, o antebraço está em supinação com o polegar flexionado.
Estabilização: a mesa estabiliza o antebraço e o punho, o polegar é estabilizado pelos dedos
do terapeuta.

Instrução do Movimento: esticar a ponta do polegar (direção radial).


Resistência: com o dedo o terapeuta empurra o polegar em sentido de flexão (direção ulnar).

Palpação Muscular:

89
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a) Extensor Longo do Polegar (ELP): palpado na borda ulnar da depressão anatômica


presente na mão, localizada entre o polegar e o dedo indicador na superfície dorsal
da falange proximal do polegar.

Abdução do Polegar
Músculos movimentadores principais:
- Abdutor Longo do Polegar
- Abdutor Curto do Polegar

➢ Posição contra a gravidade (figura a)

Posição Inicial: sobre a mesa, antebraço em supinação (palma da mão para cima) com o
punho em posição neutra, polegar aduzido.
Estabilização: o lado ulnar do punho é apoiado pela mão do terapeuta que o segura em sua
posição neutra.

Instrução do Movimento: afastar o polegar (abdução) da palma da mão, sem deixar que o
terapeuta o empurre de volta.
Resistência: o terapeuta com o seu dedo pressiona a cabeça do primeiro metacarpo em
direção da sua adução (aproximação da palma da mão).

Figura 83 (a) - Abdução do polegar em posição contra a gravidade; o terapeuta está


aplicando a resistência ao abdutor longo do polegar, que o movimenta para longe da mão, à
meio caminho entre extensão e abdução palmar

Fonte: próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Abdutor Longo do Polegar: seu tendão pode ser palpado na articulação do punho,
distalmente ao processo estiloide do rádio (punho) e lateralmente ao músculo
extensor curto palmar (ECP).

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➢ Posição contra a gravidade para o abdutor curto do polegar (b)

Posição Inicial: sobre a mesa, o antebraço é apoiado em supinação (palma da mão para
cima), o punho está em posição neutra com o polegar aduzido.
Estabilização: a mão do terapeuta apoia o punho, segurando-o em posição neutra em sua
face dorsal e ulnar.

Instrução do Movimento: levantar o polegar para fora da palma da mão (para trás) sem
deixar que o terapeuta o empurre de volta para dentro.
Resistência: o dedo do terapeuta pressiona a cabeça do primeiro metacarpo em sua direção
de adução (para a palma da mão).

Figura 84 (b) - Abdução do polegar em posição contra a gravidade para o abdutor curto do polegar

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Abdutor Curto do Polegar: palpado sobre o centro da eminência tenar.

Flexão Interfalangeana (IF) do Polegar


Músculos movedores principais:
- Flexor Longo do Polegar (FLP)

➢ Posição contra a gravidade

Posição Inicial: sobre uma mesa, o cotovelo é flexionado e apoiado, o antebraço em


supinação deixando a superfície palmar do polegar voltada para o teto, as articulações MF e
IF do polegar são estendidas.
Estabilização: o terapeuta apoia a falange proximal segurando a articulação MF em
extensão.

Instrução do Movimento: dobrar a ponta do polegar até onde o paciente conseguir, sem
deixar que o terapeuta a estique de volta.
Resistência: o dedo do terapeuta empurra a cabeça da falange distal do polegar no sentido
da sua extensão.
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Figura 85 - Flexão IF do polegar em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Flexor Longo do Polegar: palpado na superfície palmar da falange proximal do
polegar.

Flexão Metacarpofalangeana (MF) do Polegar


Músculos movedores principais:
- Flexor Curto do Polegar
- Flexor Longo do Polegar

➢ Posição contra a gravidade para o flexor curto do polegar

Posição Inicial: sobre a mesa, o cotovelo é apoiado e flexionado, o antebraço está em


supinação de forma que a superfície palmar do polegar esteja voltada para o teto, as
articulações MF e IF do polegar são estendidas.
Estabilização: a mão do terapeuta sustenta firmemente o primeiro metacarpo.

Instrução do Movimento: dobrar o polegar em direção a palma da mão, mantendo estendida


a articulação terminal do polegar (IF) e indo contra o movimento do terapeuta que a puxa de
volta para fora.
Resistência: a resistência é aplicada no flexor curto do polegar com o dedo do terapeuta
que, empurra a cabeça da falange proximal do polegar em direção a sua extensão.

Figura 86 - Flexão da MF do polegar em posição contra a gravidade para o flexor curto do polegar

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Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Flexor Longo do Polegar: palpado na eminência tenar da mão, próximo à articulação
MF do polegar e medialmente, ao abdutor curto do polegar.

Adução do Polegar
Músculos movedores principais:
- Adutor do polegar

➢ Posição contra a gravidade

Posição Inicial: antebraço em pronação (palma da mão para baixo), punho e dedos em
posição neutra, polegar abduzido (afastado da palma da mão) com as suas articulações MF
e IF estendidas.
Estabilização: mantendo as articulações MF em posição neutra, os metacarpos dos dedos
são estabilizados pela mão do terapeuta.

Instrução do Movimento: levar o polegar até a palma da mão, sem deixar que o terapeuta
a puxe de volta.
Resistência: o terapeuta segura a cabeça da falange proximal do polegar, tentando afastá-
lo da mão em direção a sua abdução.

Figura 87 - Adução do polegar em posição contra a gravidade

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Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Adutor do Polegar: palpado na superfície palmar do espaço da membrana do polegar.

Oposição do Polegar
Músculos movedores principais:
- Oponentes do Polegar
- Oponentes do Dedo Mínimo

➢ Posição Contra a Gravidade

Posição Inicial: sobre a mesa, o antebraço é apoiado e está em supinação, o punho em


posição neutra e polegar abduzido (afastado da palma da mão) e estendido.
Estabilização: o terapeuta segura o punho em posição neutra.

Instrução do Movimento: com a polpa do polegar, tocar a polpa do dedo mínimo, sem deixar
que o terapeuta os separe.
Resistência: o terapeuta segura ao longo do primeiro metacarpo do polegar, desviando-o,
ou segura ao longo do quinto metacarpo, desviando o dedo mínimo; eles podem ser resistidos
simultaneamente se o terapeuta utilizar ambas as mãos.
Figura 88 - Oposição do polegar em posição contra a gravidade; o terapeuta aplica a
resistência tanto no polegar como no dedo mínimo

Fonte: Próprio autor, 2022.

⬙ MEDIÇÃO DE DETERMINADOS GRUPOS MUSCULARES DO MEMBRO INFERIOR

O teste muscular dos flexores e extensores das três maiores articulações do membro
inferior são descritos aqui, devido a sua importância relacionada às funções necessárias para
a finalização de certas atividades da vida diária, como subir escadas e guias, vestir-se,
banhar-se, sentar-se, levantar-se, e transferir-se.

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Para os músculos do membro inferior, apenas o teste contra gravidade é


descrito. Os músculos que recebem a classificação 3 (fraco) são muito fracos para a
atividades funcionais na terapia ocupacional, e nesses casos, métodos adaptativos para
realizar atividades da vida diária são a intervenção terapêutica mais eficiente.

Flexão do Quadril
Músculos movedores principais:
- Iliopsoas
- Ilíaco
- Psoas Maior

➢ Posição contra a gravidade

Posição Inicial: sentado sobre a maca com a perna pendente e o tronco reto.
Estabilização: sobre a maca, a pélvis é estabilizada.

Instrução do Movimento: levantar o joelho em direção ao teto, mantendo ele flexionado sem
deixar que o terapeuta o empurre para baixo.
Resistência: sobre a porção distal da coxa (próxima ao joelho), o terapeuta pressiona a coxa
para baixo, na direção de sua extensão

Figura 89 - flexão do joelho em posição contra a gravidade; o terapeuta está tentando palpar o psoas
maior enquanto aplica uma resistência de oposição à flexão do quadril

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Ilíaco: está muito profundo para ser palpado.
b) Psoas Maior: com o paciente sentado, esse músculo pode ser palpado se o paciente
se inclinar para frente, relaxando os músculos abdominais.

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Observação: os dedos do terapeuta são posicionados na cintura entre as costelas e a crista


ilíaca, o profissional aplica uma pressão posteriormente para sentir a contração do músculo
psoas maior à medida que o quadril do paciente é flexionado (SMITH, WEISS, & LEHMKUHL,
1996).

Extensão do Quadril
Músculos movedores principais:
- Glúteo Máximo
- Bíceps Femoral

➢ Posição contra a gravidade para o glúteo máximo (figura a)

Posição Inicial: sobre a mesa, o paciente fica deitado de bruços, com o joelho flexionado em
90° ou mais (KENDALL et al., 2005).
Estabilização: a espinha lombar e a pélvis são estabilizadas pelo apoio da mesa.

Instrução do Movimento: levantar da mesa uma das pernas até onde o paciente conseguir,
o joelho deve ser mantido flexionado.
Resistência: sobre a porção posterior distal da coxa, o terapeuta a pressiona para baixo, na
direção da extensão.

Figura 90 (a) - Extensão do quadril em posição contra a gravidade para o glúteo máximo; o terapeuta está
aplicando uma resistência à extensão do quadril com o joelho flexionado para testar o glúteo máximo

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Glúteo Máximo: por ser o grande músculo das nádegas, é facilmente palpado.

➢ Posição para ação conjunta do glúteo máximo e do bíceps femoral (figura b)

Posição Inicial: o paciente deita-se em posição supina (decúbito dorsal) com a perna a ser
testada em extensão total, mantém a outra perna em flexão no quadril e no joelho
(DIEKMEYER, 1978). O paciente segura o joelho da perna em flexão.
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Estabilização: pelo apoio da mesa, a pélvis e a coluna lombar são estabilizadas.

Instrução do Movimento: o paciente não pode permitir que o terapeuta levante sua perna
da mesa.
Resistência: o terapeuta segura a coxa do paciente exatamente acima do joelho e tenta
erguer a sua perna

Gradação: a extensão do quadril é graduada como 5 (normal) se o tronco, ao invés da perna,


se afastar da mesa, e 3 (fraco) se o quadril falhar à medida que o tronco do paciente começa
a se erguer da mesa.

Figura 91 (b) - Flexão do quadril em posição para a ação conjunta do glúteo máximo e do bíceps
femoral; durante o teste conjunto desses dois músculos, o paciente deita-se em posição supina e segura
o quadril e o joelho da perna não testada, a terapeuta tenta levantar a perna estendida da maca.

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Bíceps Femoral: palpado na face posterior da coxa, seu tendão margeia a fossa
poplítea lateralmente (KENDALL et al., 2005).

Flexão do Joelho
Músculos movedores principais:
- Semimembranoso
- Semitendinoso
- Bíceps Femoral

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➢ Posição contra a gravidade

Posição Inicial: paciente deitado em pronação (decúbito frontal) com os joelhos e o quadril
estendidos.
Estabilização: a coxa é estabilizada contra a mesa.
Instrução do Movimento: o paciente deve dobrar um dos joelhos, não permitindo que o
terapeuta o empurre de volta à mesa.

Resistência: posicionada na extremidade distal da superfície posterior da tíbia (próxima ao


tornozelo), a mão do terapeuta a empurra na direção da sua extensão.
Observação: se a resistência for aplicada de um lado, medial ou lateralmente, esses tendões
irão contrair-se mais fortemente.

Figura 92 - Flexão do joelho em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
Os três músculos são palpados na superfície posterior da coxa.
a) Bíceps Femoral: seu tendão é palpado na porção lateral do espaço poplíteo e o tendão
do músculo semitendinoso na porção medial do espaço poplíteo; ambos os tendões
se tornam evidentes quando se aplica resistência.
b) Semitendinoso: para palpá-lo, isole o bíceps femoral dos outros músculos; o
semitendinoso se contrai mais acentuadamente se a região inferior da perna for girada
internamente.
c) Semimembranoso: se posiciona profundamente em relação ao semitendinoso, porém,
sua porção mais inferior é palpável em ambos os lados do semitendinoso.

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Extensão do Joelho
Músculos movedores principais:
- Quadríceps
- Reto Femoral
- Vasto Medial
- Vasto Intermediário
- Vasto Lateral

➢ Posição contra a gravidade

Posição Inicial: o paciente senta-se na mesa com o joelho flexionado e a porção inferior da
perna fica pendente.
Estabilização: sobre a mesa, a coxa é estabilizada.

Instrução do Movimento: o paciente deve esticar o joelho de uma das pernas, não
permitindo que o terapeuta o dobre.

Resistência: após o paciente atingir a extensão total da perna, o joelho é flexionado


aproximadamente em 10-15° antes da resistência ser aplicada; sobre a extremidade distal da
superfície anterior da tíbia, a mão da terapeuta é posicionada e aplica uma resistência
lentamente para que o paciente não atinja seu máximo, e assim, evitando uma lesão no
joelho.
Observação: aplicar uma resistência repentina ou excessiva pode lesar o joelho. É quase
impossível “quebrar” um quadríceps normal (HINES, 1965).

Figura 93 - Extensão do joelho em posição contra a gravidade

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Quadríceps: seu tendão é palpado próximo a patela.
b) Vasto Intermediário
c) Vasto Medial e
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d) Vasto Lateral: seus ventres musculares podem ser palpados na superfície anterior da
coxa.
e) Reto Femoral: se encontra no centro e está posicionado sobre o vasto intermediário.

Dorsiflexão do Tornozelo
Músculos movedores principais:
- Tibial anterior
- Extensor Longo do Hálux
- Extensor Longo dos Dedos

➢ Posição contra a gravidade

Posição Inicial: sobre a mesa, o paciente senta-se com a perna pendente e o pé


perpendicular à ela.
Estabilização: na porção inferior da perna próxima ao tornozelo é estabilizada pela mão do
terapeuta.

Instrução do Movimento: levantar o pé de modo que os dedos apontem para o teto (para
cima).
Resistência: sobre a porção anterior do pé, a mão do terapeuta o empurra na direção da sua
flexão plantar, sem permitir que o mesmo inverta ou everta.

Figura 94 - Dorsiflexão do tornozelo em posição contra a gravidade.

Fonte: Próprio autor, 2022.

Palpação Muscular:
a) Tibial anterior: o seu ventre é palpado lateralmente à diáfise da tíbia.; seu grande
tendão é palpado na superfície anterior do tornozelo, medialmente ao tendão do
extensor longo do hálux.
b) Extensor Longo do Hálux: seu tendão é palpado no meio da superfície anterior do
tornozelo.
c) Extensor Longo dos Dedos: está proeminente no lado lateral da face anterior do
tornozelo.
Observação: os tendões do extensor longo do hálux e do extensor longo dos dedos podem
ser acompanhados até suas inserções nos artelhos.

100
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Flexão Plantar do Tornozelo


Músculos movimentadores principais:
- Gastrocnêmio
- Sóleo

➢ Posição contra a gravidade (figuras a e b)

Existem duas formas de testar a flexão plantar: com o paciente em pé (1) e, quando o
paciente não puder ficar em pé, o teste é feito com ele deitado sobre a mesa em pronação
(2), com o pé apontando para fora.
Estabilização:
- Teste em pé (1): o paciente pode se equilibrar se segurando em algum apoio para ter
a estabilização do corpo.
- Teste deitado em decúbito ventral (2): a porção mais inferior da perna, acima do
tornozelo, é estabilizada.

Instrução do Movimento:
- Teste em pé (1): o paciente deve ficar na ponta dos pés, fazendo esse movimento por
20 vezes.
- Teste deitado em decúbito ventral (2): pressionar o pé para baixo como se o paciente
estivesse ‘’pressionando o pedal do acelerador de um carro’’, não permitindo que o
terapeuta empurre o pé para cima.

Resistência:
- Teste em pé (1): o peso total do corpo resiste a esses músculos (figura 96.a).
- Teste deitado em decúbito ventral (2): o terapeuta aplica uma resistência manual
contra a porção distal do pé do paciente, empurrando-o na direção da dorsiflexão
(figura 96.b)

Palpação Muscular:
a) Sóleo: palpado na porção distal da perna (próximo à panturrilha).
b) Gastrocnêmio: é o músculo superficial da panturrilha; seus dois feixes podem ser
palpados em sua origem em cada um dos lados do fêmur posterior.
Observação: o Tendão de Aquiles é a inserção tanto do sóleo quanto do gastrocnêmio no
calcanhar, podendo ser palpado na porção posterior do tornozelo.

Para minimizar a influência do gastrocnêmio quando se testa o sóleo, o paciente deve


se deitar de bruços com o joelho flexionado. Uma leve resistência é aplicada na flexão plantar
(KENDALL et al., 2005).

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Roteiro de Atividades Didáticas, Teóricas e Práticas

Figura 96 (a) - Flexão plantar do tornozelo em posição contra a gravidade; esse teste
avalia a capacidade de permanecer na ponta dos pés (teste 1)

Fonte: Próprio autor, 2022.

Figura 97 (b) - Flexão plantar do tornozelo em posição contra a gravidade com paciente deitado em
pronação (teste 2).

Fonte: Próprio autor, 2022.

8. DINAMOMETRIA: MEDIÇÃO DA FORÇA DE PREENSÃO PALMAR E


PINÇA

102
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A força de preensão manual é definida como uma medida de força denominada


como isotérmica, em que o indivíduo irá aplicar determinado grau de força em um objeto
imóvel, para que o mesmo entre em movimento. Nesse âmbito, a dinamometria manual,
também denominada por DM, estará medindo a força voluntária máxima do indivíduo sobre
o objeto.

Para a realização do teste, deve-se se atentar a alguns cuidados, sendo eles:

- Posição para realização do teste


- Instruções
- Número de medidas
- Período de descanso entre as tentativas
- Duração do tempo de contração
- Aquecimento pré-teste e,
- Posição da alça (FERNANDES; MARINS, 2011).

Ademais, o dinamômetro apresenta bons índices de validade, confiabilidade e


precisão, sendo considerado um teste simples e objetivo a fim de estimar a função dos
músculos esqueléticos, reconhecido como um instrumento padrão para medir força de
preensão. (FERNANDES E MARINS; 2011; MARTINS, 2014).

Na realização do teste de força manual, o terapeuta irá fazer a avaliação da força


manual, a partir da avaliação da força de preensão e de pinça, as quais são realizados com
o auxílio do dinamômetro, o qual, há o que irá medir a força na mão, o Jamar, e o Pinch, que
será responsável pela avaliação do movimento de pinça dos dedos da mão, esses testes são
aplicados pela terapeuta ocupacional, os quais são validados, seguindo as normas
estabelecidas, podendo ser usados junto às normas de força e preensão.(RADOMSKI;
LATHAM, 2013).
Assim, para a realização dos testes, com os dinamômetros e medidores de
preensão palmar e de pinça podem ser calibrados colocando-se pesos conhecidos sobre
eles ou suspendendo-os a partir da compressão do instrumento. Também, para a realização
dos testes o dinamômetro deve ser calibrado, e colocado em 0 (zerado) para iniciar o teste.
Sendo os testes aplicados pelo Terapeuta Ocupacional há diversos modelos que
podem ser utilizados, como o Jamar, o Pinch, o vibrômetro, e o esfigmomanômetro
(RADOMSKI; LATHAM, 2013). Explicaremos de maneira mais específica sobre cada um
deles, sua utilização, função e como usar mais a frente.

8.1. Dinamômetro de preensão palmar: modelo JAMAR

O dinamômetro Jamar é descrito na literatura como sendo o mais eficiente na


mensuração da força de aperto na preensão palmar, sendo um equipamento hidráulico
fechado desenvolvido por Bechtol e desde 1954, é considerado o instrumento mais aceito na
avaliação da preensão palmar. O qual detecta a força total e avalia a perda da força de
preensão palmar de uma pessoa, sendo importante para avaliar a força e a integridade
funcional dos membros superiores na realização das atividades ocupacionais, bem como
durante a intervenção e reabilitação nos proporciona monitorar o progresso do paciente
(GODOY; BARROS; MOREIRA; JÚNIOR, 2004).

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Figura 98 - Modelo JAMAR: preensão palmar

Como é possível observar na figura 98, o dinamômetro jamar o qual faz a mensuração
da preensão palmar é composto por um “ponteiro” o qual irá marcar a força da preensão
empregada pelo paciente ao segurar e apertar as hastes do dinamômetro, assegurando-se
do posicionamento correto do paciente durante a avaliação, a marcação das medidas no
quadro abaixo e a média ao final do processo, onde se mede três vezes a força de preensão
manual e então faz-se a média de cada mão e as compara avaliando a força presente em
cada e em conjunto com as demandas apresentadas pelo paciente, analisar e propor uma
intervenção.

Observação: O dinamômetro possui 5 manoplas, mas recomenda-se utilizar na segunda


posição; Resultado em Newton ou quilogramas-força (kgf).
Quadro 11 - Tabela para marcação dos resultados do teste de pressão palmar
Resultado Final (média
Preensão Tentativa 1 Tentativa 2 Tentativa 3
simples de força)
MD
ME

A posição do sujeito de intervenção durante a aplicação é de extrema importância


para que não haja equívocos nos resultados apresentados no teste.

Para a aplicação do teste de preensão palmar, recomenda se que o paciente se


coloque sentado com seu ombro aduzido e com rotação neutra, o cotovelo flexionado
em 90°, o antebraço e o punho em posição neutra, essas recomendações são solicitadas
devido a força de preensão variar com a posição do cotovelo, portanto, a padronização das
atividades é necessária, a fim de manter o teste organizado e com os resultados assertivos
para saúde e tratamento do paciente.
O dinamômetro será posicionado na mão do paciente, o terapeuta irá perguntar se ele
está pronto, tendo a confirmação, o terapeuta irá sinalizar e dará início ao teste, onde o
paciente irá segurar e apertar as hastes de ferro do dinamômetro onde está segurando, tendo
o terapeuta ao seu lado o estimulando com palavras de encorajamento, para que o paciente
aperte as hastes com o máximo de força que conseguir.
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Figura 99 - Posição do dinamômetro JAMAR

Fonte: próprio autor, 2022.

O paciente irá apertar o dinamômetro com o máximo de força que ele tiver, repetindo
esse processo três vezes, com um intervalo de descanso de 2 a 3 minutos entre as tentativas,
depois, com os resultados marcados na tabela apresentada anteriormente, através da média
das três tentativas, será obtido um resultado da aplicação do teste, onde poderá avaliar a
graduação de força das mãos direita e esquerda do usuário, sendo esse processo realizado
em ambas as mãos e comparado os resultados.
8.2. Dinamômetro de preensão em pinça: modelo Pinch Gauge

O dinamômetro de Pinch Gauge é usado para a aplicação do teste de preensão em


pinça, nos possibilitando avaliar a pressão e força de três tipos de pinça, sendo elas:
- Polpa a polpa
- Trípode
- Pinça lateral

Sendo importante a utilização desse teste para a avaliação e realização de tarefas e


atividades ocupacionais de forma eficiente no cotidiano. Vejamos com mais profundidade os
testes e como são realizados (RADOMSKI; LATHAM, 2013).
O dinamômetro de pinça irá medir o grau de pressão e força do desempenho no
movimento de pinça realizado pelos dedos polegar, indicador e dedo médio, realizando os
movimentos de pinça de ponta, pinça lateral e no de três pontas também.
Deste modo, o teste se inicia após o paciente receber as instruções e uma
demonstração de como deve ser feito, a partir disso, o terapeuta irá perguntar ao paciente se
ele está pronto, ao receber a confirmação o terapeuta dá início ao teste e o paciente pode
iniciar recebendo estímulos do terapeuta. Para a execução do teste, será realizado o mesmo
processo de três vezes, registrando o desempenho do paciente para ao final fazer a média,
assim como foi feito na aplicação do teste do dinamômetro de preensão palmar (RADOMSKI;
LATHAM, 2013).

8.2.1 Especificações para os testes de preensão de pinça


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a) Pinça de ponta (polpa a polpa): O paciente irá pinçar as terminações do medidor de


pinça entre as pontas do polegar e do indicador ou entre o polegar e o dedo médio, seguindo
as instruções dadas e mostradas pelo terapeuta de como será realizado o teste. Para o teste,
será repetido três vezes esse processo para ao final fazer a média entre os resultados, sendo
realizado o mesmo procedimento com os demais tipos de pinça.

A figura abaixo ilustra o teste de força de pinça polpa a polpa:

Figura 101 - Teste de pinça polpa a polpa

Fonte: próprio autor, 2022.

b) Pinça trípode (três pontas): O paciente irá pinçar o medidor entre a polpa do polegar e
as polpas dos dedos indicador e médio, seguindo as instruções anteriores. O terapeuta Irá
posicionar o aparelho nas mãos do paciente, quando ele estiver pronto se inicia a contagem,
com o terapeuta estimulando o paciente a usar o máximo de força e pressão aplicando no
teste, repetindo o processo três vezes e anotando o resultado, para no final fazer uma média,
a qual corresponde ao grau de pressão e força nos dedos.

Figura 102 - Teste de pinça de três pontas

Fonte: próprio autor, 2022.

Observação: para a avaliação, o polegar é posicionado na parte inferior do dinamômetro.

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c) Pinça lateral: O paciente irá pinçar o medidor entre a polpa do polegar e a superfície
lateral do dedo indicador, seguindo as instruções e o procedimento do anterior, alterando
somente a posição dos dedos, os quais irão fazer o movimento de pinça lateral.

Figura 103 - Teste de pinça lateral

Fonte: próprio autor, 2022.

Os resultados devem ser anotados na tabela abaixo:

Quadro 12 - Tabela para marcação dos resultados do teste de pressão palmar


Resultado Final
Pinça Tentativa 1 Tentativa 2 Tentativa 3
(média simples)
Trípode
Lateral
Polpa a polpa

8.2.2. Resultados dos testes de preensão palmar e de pinça (medida de tolerância)

Os valores esperados na preensão palmar e de pinça se diferem pela idade e sexo,


como é representada na tabela abaixo:

Figura 104 - Tabela com força esperada para idade e sexo

Fonte: radomski, latham

Preensão palmar: Os valores obtidos na aplicação do teste de preensão palmar, são


comparados entre os valores resultantes de cada mão do paciente ou às normas para que
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seja certificado se o paciente apresenta uma limitação significativa (RADOMSKI; LATHAM,


2013). A precisão do dinamômetro Jamar foi determinada como ± 7%, o que significa que, se
o paciente somou um total de 22,68 quilos, a força real pode variar de 21,09 a 24,27 quilos
(Schechtman, Gestewitz & Kimble, 2005).

Preensão de pinça: Pode-se interpretar os resultados obtidos no teste de preensão pinça


sendo os valores obtidos no teste após ser aplicado em ambas as mãos, três vezes, seguindo
o tempo estipulado entre uma aplicação e outra.

Deste modo, após a aplicação, já com os resultados, o terapeuta irá comparar os


resultados obtidos em uma mão com os resultados da outra, assim, os valores da preensão
preensão palmar e da preensão de pinça serão considerados anormais ou com desvio-padrão
se na comparação entre os valores de uma mão e da outra tiver uma diferença de +/-3,
levando em conta os aspectos de cada um. Nesse sentido, torna-se cabível analisar a
individualidade de cada sujeito, o sexo, o peso corporal, e a idade.(RADOMSKI; LATHAM,
2013).

“Por exemplo, suponha que um homem de 40 anos obteve um valor de


preensão de 22,68 quilos quando você fez uma média das três tentativas
para sua mão direita dominante. A tabela 105 mostra que o valor médio para
sua faixa etária é de 53,07 quilos, portanto, o valor de preensão do paciente
foi de 30,39 quilos, menos do que o valor médio normal da tabela. Quando
você divide a diferença do valor obtido por ele (30,39) pelo DP fornecido na
tabela (9,53), observa-se que ele está 3,18 DP abaixo da média. Isso é maior
do que 3 DP abaixo da média, portanto, ele apresenta uma limitação
significativa.” (RADOMSKI e LATHAN, 2013 p. 219).

Figura 105 - Tabela de DP exemplificada na citação acima

Fonte: Terapia Ocupacional para Disfunções Físicas, 2013, p. 219.

Na tabela a seguir, é possível observar o desvio padrão médio de pinça de dedo,


comparando entre homens e mulheres, em ambas as mãos o grau de força geralmente
apresentado, tendo a variação de idade de 20 a 94 anos e os valores apresentados uma
média dos indivíduos participantes das pesquisas para a elaboração da média e tabela.
Deste modo, apresentando um desvio padrão (DP) médio para teste de pinça de ponta
de dedo para homens, 4,0 e para mulheres, 2,5; no DP médio para teste de pinça lateral para
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homens corresponde a 4,6 e para mulheres 3,0; já no DP médio para teste de pinça palmar:
os homens em média um score de força, 5,1 e as mulheres na média de 3,7. preensão
(RADOMSKI; LATHAM, 2013).

Figura 106 - Tabela de força manual normas do Dinamômetro: Média em Três Testes

Fonte: adaptada pelos próprios autores, 2022.

A tabela apresentada acima é uma reimpressão sob permissão de Mathiowetz, V.;


Kashman, N.; Volland, G.; Weber, K.; Dowe, M.; & Rogers, S. (1985). Força para preensão e
pinça: Dados normativos para adultos. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 66,
69–74. A qual foi adaptada para ser usada nesse texto, recebendo a denominação de Tabela
de força manual normas do Dinamômetro: Média em Três Testes.preensão.(RADOMSKI;
LATHAM, 2013).

8.3. Outros testes utilizados


8.3.1. Vigorômetro

“O vigorômetro, também chamado de "vigorimeter", é um dispositivo


alternativo aceitável para a mensuração da força da mão para pacientes cujos
diagnósticos contraindicam pressão sobre as articulações e/ou pele. Ele
requer que o paciente aperte um bulbo de borracha em vez de uma barra de
aço. (Fike & Rousseau, 1982).” (RADOMSKI e LATHAN, 2013 p. 216).

8.3.1. Esfigmomanômetro

“Um outro esfigmomanômetro adaptado para medir a força de preensão de


pacientes com artrite reumatoide demonstrou possuir uma forte relação linear
(r = 0,83 para a mão direita; r = 0,84 para a mão esquerda)” (RADOMSKI e
LATHAN, 2013 p. 216).
Referências

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