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Mas no que respeita à Flexibilidade, quase todos estão de acordo que é importante no
aquecimento, na fase de retorno à calma para recuperação, e principalmente como forma de
prevenção de lesões. Contudo, na grande maioria dos casos o empenho dos treinadores e
por arrastamento, dos atletas, no que diz respeito a um trabalho sério ao nível da
Flexibilidade, pela nossa experiência parece-nos que não é o ideal.
Para que possa ser considerado treino, é fundamental que seja dirigido ao desenvolvimento
de uma capacidade física, técnica, táctica ou psicológica. No caso específico do “Treino da
Flexibilidade”, seria necessário que esse trabalho tivesse como efeito o desenvolvimento e
a melhoria efectiva da flexibilidade, o que na grande maioria das situações na nossa
modalidade, não acontece.
Para melhor explicar o nosso ponto de vista, imaginem um atleta de meio-fundo fazer o
treino intervalado de 400 metros a trote. Será que esse treino cumpria o seu objectivo?
Certamente que não. Imaginem um velocista a realizar trabalho de velocidade máxima em
distâncias curtas a 60% ou a 70% em vez de o fazer a 100%. Será que está a melhorar a
velocidade? A resposta é não.
Podemos estar sim a aquecer utilizando exercícios que realizados com mais rigor e
intensidade seriam destinados a melhorar a flexibilidade, mas na maior parte das situações
servem apenas para “aquecer”, da mesma forma que, sendo um meio-fundista, der duas ou
três voltas a trote antes de iniciar o treino, está a aquecer, mas não pode afirmar que está a
treinar a resistência, só porque o exercício utilizado (a corrida) é o mesmo que
normalmente utiliza para trabalhar a resistência.
Vejamos então algumas características sobre a Flexibilidade, para ser possível percebermos
melhor do que estamos a falar.
Flexibilidade
Fibras Ia: São mais espessas e têm uma grande velocidade de condução. Informam sobre o
grau de estiramento do músculo (informação de carácter estático) e informam sobre a
velocidade a que esse estiramento se realiza (informação de carácter dinâmico).
Reflexo Miotático Estático: Embora o reflexo miotático dinâmico termine uma fracção de
segundo após o estiramento do músculo, um reflexo miotático mais fraco continua por um
período de tempo mais dilatado devido à informação das fibras II.
Reflexo Miotático Inverso: Sempre que o músculo é fortemente contraído, este reflexo
leva a uma tendência para o seu relaxamento. Tem uma função de protecção do aparelho
locomotor em geral e do aparelho músculo-tendinoso em particular.
6. Melhor postura.
O músculo pode alongar tanto mais quanto menor for a tensão que desenvolve, devendo
por isso manter-se o mais relaxado possível durante o alongamento. Para isso é necessário
inibir de forma voluntária o tónus muscular, contrariando conscientemente a resposta ao
reflexo miotático.
Passivos – O indivíduo não contribui para a acção não existindo contracção muscular
activa, pois o movimento é realizado por um parceiro.
Activo Assistido – Primeiro é o executante que faz o movimento até à amplitude máxima e
depois o movimento é completado com a ajuda do parceiro.
São métodos para promover um maior alongamento muscular, que recorrem a contracções
isométricas intensas como forma de desencadear mecanismos neuromusculares promotores
de um maior relaxamento muscular, através da estimulação dos receptores proprioceptivos.
Inibição autogénica: Este método é mais arriscado e promove maiores tensões musculares.
O músculo é alongado até ao ponto em que o movimento adicional é limitado pela sua
própria tensão. Nesse ponto produz-se uma contracção isométrica (contra uma resistência)
de forma gradual durante cerca de 10 segundos, o que determina um maior relaxamento do
músculo através do reflexo miotático inverso. Nessa altura, procura atingir-se um maior
alongamento que deverá ser mantido por 20 a 30 segundos. Essa contracção pode também
alterar a forma como os FNM respondem ao estiramento reduzindo o influxo dos impulsos
sensitivos.
Enervação Recíproca: O músculo é colocado passivamente numa determinada posição de
alongamento, mantendo a contracção dos músculos antagonistas. Depois alonga-se
suavemente o músculo para nova posição. A contracção dos antagonistas facilitará o
relaxamento do músculo a alongar, através do processo de enervação recíproca.