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ANATOMIA

Morfofuncional e
Práticas Integradas
MÓDULO 08
ROTEIRO 1
Ana Luísa Mitri Sandoval
Flaviana Rossato
Gabriela Paiola
Gabrielle Ferreira Machado Silva
Guilherme Aguiar França
Ianne Florian Barboza
Luíza Teodoro Campos Faleiros
Maria Júlia de Sousa Barione
Sadê Germano de Antonio e Silva
Thaynara Cristina de Freitas
Vanessa Guimarães Vilela

1
2
Sumário
Anatomia.......................................................................................................................5
Anatomia do olho......................................................................................................5
Estruturas acessórias............................................................................................5
- Supercílio............................................................................................................5
- Cílios...................................................................................................................5
- Pálpebra superior e pálpebra inferior e rima das pálpebras...............................5
- Ângulo lateral e ângulo medial............................................................................5
- Carúncula lacrimal..............................................................................................6
- Glândula tarsais..................................................................................................6
- Glândula lacrimal, Ducto excretores das glândulas lacrimais, canalículo
lacrimal, saco lacrimal e ducto lacrimonasal.........................................................7
Órbita Ocular.........................................................................................................8
Músculos extrínsecos..........................................................................................11
Inervação.............................................................................................................16
Oculomotor ,troclear e abducente..........................................................................16
- Nervo oculomotor..................................................................................................17
- Nervo troclear.......................................................................................................17
- Nervo abducente...................................................................................................18
-Nervo oftálmico......................................................................................................18
- Nervo lacrimal.......................................................................................................18
- Nervo frontal.........................................................................................................18
- Nervo nasociliar....................................................................................................19
- Nervos ciliares curtos...........................................................................................19
- Gânglio ciliar.........................................................................................................19
Vascularização....................................................................................................20
Componentes do olho.........................................................................................31
- Polo anterior..........................................................................................................32
- Corpo ciliar (Borda ciliar/ borda pupilar)...............................................................33
- Corioide.................................................................................................................33
- Córnea..................................................................................................................34
- Íris.........................................................................................................................34
- Músculo esfíncter da pupila..................................................................................35
- Músculo dilatador da pupila..................................................................................36
- Limbo....................................................................................................................36
3
- Pupila....................................................................................................................36
Córtex visual........................................................................................................59

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Anatomia

Anatomia do olho

Estruturas acessórias

- Supercílio

Consistem em pelos grossos na pele dos arcos superiores (cristais frontais do


crânio) e protegem os olhos da luz solar e evitam que a perspiração desça pela
fronte e chegue aos olhos.

- Cílios

Cílios: projetam-se da margem livre de cada pálpebra. Como os folículos dos pelos
são ricamente inervados por terminações nervosas, até mesmo uma leve pressão
nos cílios dispara o ato reflexo de piscar. Os cílios são pelos curtos, grossos, curvos,
dispostos em duplas ou triplas fileiras. Os superiores, que são mais longos e mais
numerosos, curvam-se para cima, enquanto aqueles na pálpebra inferior se curvam
para baixo, de modo que os cílios superiores e inferiores não se entrelaçam quando
as pálpebras são fechadas.

- Pálpebra superior e pálpebra inferior e rima das pálpebras

As pálpebras são duas pregas de pele modificada que cobrem a superfície anterior
do olho. Pelo seu fechamento reflexo, realizado pela contração do músculo orbicular
do olho, elas protegem o olho de lesão e defendem os olhos de luz excessiva. O
piscar periódico mantém uma película fina de lágrima sobre a córnea que evita
dessecamento: o movimento da pálpebra durante o piscar ajuda a assegurar
distribuição uniforme da película de lágrima. As pálpebras superiores e inferiores
são separadas pela rima das pálpebras (fenda) e encontram-se nos ângulos
medial e lateral, ou cantos dos olhos. As pálpebras são pregas finas cobertas de
pele, sustentadas internamente por placas de tecido conjuntivo.

- Ângulo lateral e ângulo medial

Ângulo medial e ângulo lateral: Uma abertura transversa, a fissura palpebral,


situa-se entre as margens livres das pálpebras, as quais se unem nas suas

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extremidades (chamadas ângulo medial e ângulo lateral). O ângulo lateral não é
relativamente digno de nota. O ângulo medial é aproximadamente 2 mm mais
baixo que o canto lateral: essa distância é aumentada em alguns grupos asiáticos.

- Carúncula lacrimal

Carúncula lacrimal: O ângulo medial contém uma elevação avermelhada chamada


carúncula lacrimal, pequeno corpo avermelhado, carúncula representa uma área de
pele modificada contendo alguns pelos finos, e está montada sobre a prega
semilunar.

- Glândula tarsais

Glândulas tarsais: são glândulas sebáceas modificadas e incorporadas nos tarsos.


Arranjadas lado a lado, existem aproximadamente 25 dessas glândulas verticais na
pálpebra superior; um número um pouco menor é encontrado na pálpebra inferior.
Os ductos das glândulas tarsais abrem-se ao longo da margem das pálpebras, onde
liberam um óleo que lubrifica a superfície do olho.

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- Glândula lacrimal, Ducto excretores das glândulas lacrimais, canalículo
lacrimal, saco lacrimal e ducto lacrimonasal

O aparelho lacrimal, que mantém a superfície do olho úmida com fluido lacrimal
(lágrimas), consiste em uma glândula e em ductos excretores que drenam o fluido
lacrimal para a cavidade nasal. A glândula lacrimal, situada na região superolateral
da órbita, produz a lágrima, que entra na parte superior do saco da conjuntiva
através de pequenos ductos excretores. O ato de piscar o olho espalha esse fluido
inferiormente pelo bulbo do olho até o ângulo medial e, neste, cada pálpebra contém
uma abertura minúscula chamada ponto lacrimal que se esvazia em um tubo
pequeno, o canalículo lacrimal (“pequeno canal”). As lágrimas passam então em
dois ductos, os canalículos lacrimais superior e inferior, que levam para o saco
lacrimal (dentro da fossa lacrimal) e, posteriormente o fluido entra no ducto
lacrimonasal, que se esvazia na cavidade nasal no meato nasal inferior.

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Órbita Ocular

-Bordas - Borda supra-orbital, Borda lateral, Borda infra-orbital e Borda


medial

-Paredes - teto ou parede superior, lateral, assoalho ou parede inferior e


medial

-Margem superior – osso frontal

-Margem inferior: ossos maxilar e zigomático

-Margem medial: ossos frontal, lacrimal e maxilar

-Margem lateral: ossos zigomático e frontal


Anatomia da órbita ocular:
A órbita é uma cavidade óssea, piramidal, situada no esqueleto da face com sua
base na frente e seu ápice atrás. Responsável por acomodar e proteger os bulbos
dos olhos e seus músculos, nervos e vasos, junto com a maior parte do aparelho
lacrimal.
Os ossos que formam a órbita são revestidos com periórbita (periósteo da órbita),
que forma a bainha fascial do bulbo do olho. A periórbita é contínua no canal óptico
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e na fissura orbital superior com a lâmina periosteal da dura mater. A periórbita
também é contínua sobre as margens orbitais e através da fissura orbital inferior
com o periósteo que recobre a face externa do crânio (pericrânio).
A órbita possui 4 paredes e 1 ápice:
Parede superior (teto): horizontal e formada pela parte orbital do frontal. Próximo
do ápice da órbita, a parede superior é formada pela asa menor do esfenóide. A
glândula lacrimal ocupa a fossa da glândula lacrimal (fossa lacrimal) na parte orbital
do frontal.
Parede medial: formada pelo etmóide, os ossos frontal, lacrimal e esfenóide. As
paredes mediais das duas órbitas são paralelas, separadas pelos seios etmoidais e
pela parte superior da cavidade nasal. Na junção entre o teto e a parede medial,
geralmente associados a sutura frontoetmoidal estão os forames etmoidais anterior
e posterior (passagem de nervos e vasos). O osso lacrimal e o processo frontal da
maxila participam da formação do sulco lacrimal, que contém o saco lacrimal,
limitado pela crista lacrimal posterior (parte do osso lacrimal) e a crista lacrimal
anterior (parte da maxila).
Parede inferior (assoalho): formada pela maxila e parcialmente pelo osso
zigomático e palatino. Separado da parede lateral pela fissura orbital inferior.
Parede lateral: formada pelo processo frontal do zigomático e asa maior do
esfenóide.
Ápice da órbita: encontra-se no canal óptico, na asa menor do esfenóide, medial a
fissura orbital superior.

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Músculos extrínsecos

- Músculo levantador da pálpebra


Músculo Levantador da Pálpebra Superior: expansão formando um aponeurose
bilaminar larga, na aproximação com as inserções distais
● Sofre oposição da gravidade
● Antagonista da metade superior do músculo orbicular do olho (esfíncter da
rima das pálpebras)
Lâmina Superficial: fixada à pele da pálpebra superior
Lâmina Profunda: fixada ao tarso superior
● A parte distal contém fibras musculares lisas (músculo tarsal superior),
responsável pelo alargamento adicional da rima das pálpebras (quando o
estímulo simpático cessa, ocorre ptose)

- Músculo reto superior


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Músculo Reto Superior: possui origem no anel tendíneo comum, tem ação
secundária de adução
● Passa superiormente ao eixo ântero-posterior
● Ação secundária de rotação medial
● Eleva, aduz e gira medialmente o bulbo ocular

- Músculo reto inferior


Músculo Reto Inferior: possui origem no anel tendíneo comum, tem ação
secundária de adução
● Passa inferiormente ao eixo ântero-posterior
● Ação secundária de rotação lateral
● Abaixa, aduz e gira lateralmente o bulbo ocular

- Músculo reto interno


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Músculo Reto Interno (Medial): possui origem no anel tendíneo comum, tem ação
de adução
● Aduz o bulbo ocular
● Move e gira o olho medialmente (para dentro)
● Testa o nervo oculomotor (NC III)

- Músculo reto externo


Músculo Reto Externo (Lateral): tem origem no anel tendíneo comum, possui ação
abdutora
● Abduz o bulbo ocular
● Move o olho lateralmente
● Testa o nervo abducente (NC VI)

- Músculo oblíquo superior

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Músculo Oblíquo Superior: possui origem no corpo do esfenoide, tem ação de
abdução
● Abduz, abaixa e gira o olho medialmente
● Testa o nervo troclear (NC IV)

- Músculo oblíquo inferior


Músculo Oblíquo Inferior: possui origem na parte anterior do assoalho orbital, tem
ação abdutora
● Abduz, eleva e gira lateralmente o bulbo ocular
● Testa o nervo troclear (NC IV)

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- Músculo orbicular do olho
Músculo Orbicular do Olho: fecha as pálpebras e enruga a fronte verticalmente,
dividido em três partes
● Parte Palpebral: originada no ligamento palpebral, localizada nas pálpebras,
fecha suavemente as pálpebras para evitar ressecamento da córnea
● Parte Profunda: posterior ao saco lacrimal, movimenta as pálpebras
medialmente, auxilia a drenagem lacrimal
● Parte Orbital: fixada no osso frontal, fecha as pálpebras com firmeza para
proteger os bulbos oculares contra luz e poeira

- Anel tendíneo comum


Anel Tendíneo Comum: bainha fibrosa que circunda o canal óptico e parte da
fissura orbital superior
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● Permite a entrada dos músculos retos na órbita

- Tróclea
Tróclea: polia fibrocartilaginosa suspensa do osso frontal na parte anteromedial do
teto da órbita
● Local onde os músculos oblíquos atravessam

Inervação

Oculomotor ,troclear e abducente

São nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior,
distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular, que são os seguintes:
elevador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral,
oblíquo superior e oblíquo inferior. Todos esses músculos são inervados pelo
oculomotor, com exceção do reto lateral e do oblíquo superior, inervados,
respectivamente, pelos nervos abducente e troclear. As fibras nervosas que os
inervam são, pois, classificadas como eferentes somáticas. Além disso, o nervo
oculomotor possui fibras responsáveis pela inervação pré-ganglionar dos músculos
intrínsecos do bulbo ocular: o músculo ciliar, que regula a convergência do cristalino,
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e o músculo esfincter da pupila. Estes músculos são lisos, e as fibras que os
inervam classificam-se como eferentes viscerais gerais .

- Nervo oculomotor

Tem seu núcleo motor localizado na parte anterior do mesencéfalo. Este nervo se
projeta anteriormente e se divide em ramos superior e inferior, ambos os quais
passam pela fissura orbital superior em direção à órbita . Os axônios do ramo
superior inervam os músculos reto superior (músculo extrínseco do bulbo do olho) e
o levantador da pálpebra superior. Os axônios do ramo inferior suprem os músculos
reto medial, reto inferior e oblíquo inferior – todos músculos extrínsecos do bulbo do
olho. Estes neurônios motores somáticos controlam os movimentos do bulbo do
olho e da pálpebra superior. O ramo inferior do nervo oculomotor também supre
axônios motores parassimpáticos dos músculos intrínsecos do bulbo do olho,
formados por músculos lisos. Dentre eles estão os músculos ciliares do bulbo do
olho os músculos circulares (músculo esfíncter da pupila) da íris. Os impulsos
parassimpáticos se propagam de um núcleo mesencefálico (núcleo oculomotor
acessório) para o gânglio ciliar, um centro de transmissão sináptica para os dois
neurônios motores da parte parassimpática da divisão autônoma do sistema
nervoso. A partir do gânglio ciliar, alguns axônios motores parassimpáticos se
projetam para o músculo ciliar, responsável pelo ajuste da lente para a visão de
objetos próximos do observador (acomodação). Outros axônios motores
parassimpáticos estimulam os músculos circulares da íris a se contrair quando uma
luz intensa estimula o olho, causando diminuição do tamanho da pupila (constrição).

- Nervo troclear

É o menor dos doze nervos cranianos e o único que emerge da face posterior do
tronco encefálico. Os neurônios motores somáticos se originam de um núcleo
mesencefálico (núcleo troclear), e os axônios deste núcleo cruzam para o lado
oposto quando deixam o encéfalo por sua face posterior. A seguir, o nervo circunda
a ponte e sai pela fissura orbital superior em direção à órbita. Estes axônios motores
somáticos inervam o músculo oblíquo superior, outro músculo extrínseco do bulbo
do olho que controla sua movimentação

- Nervo abducente

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Se originam em um núcleo pontino (núcleo abducente). Os axônios motores
somáticos se projetam deste núcleo em direção ao músculo reto lateral, um músculo
extrínseco do bulbo do olho, pela fissura orbital superior . O nervo abducente tem
esse nome porque é responsável pela abdução (rotação lateral) do bulbo do olho

-Nervo oftálmico

O nervo oftálmico é um ramo do nervo trigêmeo que conduz aos centros nervosos a
sensibilidade exteroceptiva da porção anterior do crânio .Os ramos oftálmicos
inervam a área oftálmica, que começa na ponta do nariz e continua bilateralmente
em direção à parte superior do nariz, separando o septo nasal das narinas e se vira
lateralmente no ângulo medial do olho, e continua abaixo dos olhos.Na região
temporal a borda cursa cranialmente e cobre a fronte, a parte anterior do escalpe e
termina na metade do osso parietal.A área oftálmica consiste dos seguintes nervos:
o nervo etmoidal anterior, que emite os ramos nasais interno e externo; os nervos
supratroclear e infratroclear; o nervo supraorbital; os nervos ciliares curto e longo,
que contém fibras pós-ganglionares do gânglio ciliar; o nervo frontal e o nervo
lacrimal.

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- Nervo lacrimal

É um dos maiores ramos da oftálmica. Seus ramos suprem a glândula lacrimal, as


pálpebras, a conjuntiva e os músculos reto superior e lateral. As artérias palpebrais
laterais superiores e inferiores são ramos terminais da artéria lacrimal. Correm de
lateral para medial nas pálpebras superior e inferior e se anastomosam com as
artérias palpebrais mediais formando as arcadas arteriais superior e inferior das
pálpebras. Emite também os ramos zigomáticos. Um ramo surge na face através do
forame zigomático-facial e de anastomoses com a artéria facial transversa; o outro
ramo atravessa o forame zigomático-temporal e irriga a fossa temporal, onde se
anastomosa com as artérias temporais profundas

- Nervo frontal

Entra superior e medialmente na órbita, a porção superior é para o músculo


levantador da pálpebra superior, e divide-se em:nervo supraorbitário (ramo lateral);
nervo supratroclear (ramo medial)

- Nervo nasociliar

Entra lateralmente ao nervo óptico, e após cruza medialmente,


desprendendo:nervos longos ciliares,nervo etmoidal posterior,nervo etmoidal
anterior.

- Nervos ciliares curtos

As artérias ciliares posteriores longas e curtas perfuram a esclera para irrigarem o


corpo ciliar, a íris e a coróide. Seus ramos penetram no bulbo ocular ao redor do
nervo óptico.6 Duas ou três artérias ciliares posteriores subdividem-se em cerca de
15 artérias ciliares posteriores curtas, que abastecem a cabeça do nervo óptico e
coróide, e duas artérias ciliares posteriores longas, que abastecem o corpo ciliar e a
íris.

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- Gânglio ciliar

É um dos gânglios parassimpáticos da cabeça estando localizado na cavidade


orbital tendo íntima relação com o nervo óptico (NC-II), estando acima do mesmo.
Ele recebe fibras parassimpáticas oriundas do nervo oculomotor (NC-III)
provenientes do núcleo oculomotor acessório, encontrado no mesencéfalo. Assim tal

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núcleo emite fibras eferentes viscerais gerais pré-ganglionares responsáveis por
promover a inervação dos músculos intrínsecos do bulbo ocular, controlando a
dioptria (convergência) do cristalino e músculo esfíncter da pupila que exerce
grande função protetora contra o excesso de luz a atingir a retina - estes músculos
são lisos, e as fibras que os inervam classifica-se como eferentes viscerais gerais.
Tais fibras atingem os músculos envolvidos caminham internamente aos ramos
ciliares curtos do nervo oftálmico, ramo do nervo trigêmeo (NC-V). Já a inervação
simpática provém de ramos dos gânglios simpáticos cervicais que formarão o nervo
e o plexo carotídeo cujas fibras chegam ao olho através dos ramos ciliares longos
do nervo oftálmico

Vascularização

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- Artéria central da retina
A artéria central da retina é um ramo da artéria oftálmica, passando inferiormente do
nervo óptico e ela perfura o nervo óptico próximo ao globo ocular, enviando ramos
sobre a superfície interna da retina, e esses ramos terminais são o único suprimento
sanguíneo para a maior parte dele.

- Arteríola temporal superior e inferior da retina


Arteríolas localizadas na porção interna da retina, próximas ao osso temporal,
divididas em ramos superior e inferior.

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- Arteríola nasais superior e inferior da retina

- Arteríola macular superior e inferior

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- Artéria oftálmica

A artéria oftálmica é um ramo da artéria carótida interna que fornece ramos para
vascularizar o olho e outras estruturas na órbita. Ela entra na órbita junto com o
nervo óptico através do canal óptico.
- Artéria infraorbital

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A artéria infraorbital é uma artéria derivada do terceiro segmento da Artéria Maxilar,
esse proveniente da Artéria Carótida Externa. Adentra a órbita ocular através da
Fissura Orbital Inferior e corre pelo canal infraorbital.
- Artérias ciliares posteriores longas

As longas artérias ciliares posteriores, duas em número, perfuram a parte posterior


da esclera a uma pequena distância do nervo óptico e avançam, ao longo de ambos
os lados do globo ocular, entre a esclera e a coroide, até o músculo ciliar, onde
dividir em dois ramos; estes formam um círculo arterial, o circulus arteriosus major,
em torno da circunferência da íris, da qual numerosos ramos convergentes correm,
na substância da íris, até sua margem pupilar, onde formam um segundo círculo
arterial, o circulus arteriosus minor.

- Artérias ciliares posteriores curtas

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As artérias ciliares posteriores curtas, de seis a doze em número, surgem do
oftalmológico ou de seus ramos; eles passam adiante pelo nervo óptico até a parte
posterior do globo ocular, perfuram a esclera ao redor da entrada do nervo e suprem
os processos coróide e ciliar.

- Círculo arterioso maior e menor da íris


O grande círculo arterial divide-se em 2 ramos de divisão das artérias ciliares longas
posteriores, nasais e temporais. É igualmente nutrido pelas artérias ciliares
anteriores, ramos das artérias musculares.
Daí partem 3 tipos de colaterais:
- artérias recurrentes , que atingem a coróide anterior
- artérias ciliares , que asseguram a troficidade do músculo e dos processos ciliares
- artérias iridianas.
Todas têm um trajeto em direção à pupila, tendo anastomoses, sendo a mais
importante, a do pequeno círculo arterial da íris, ao nível da collerette.
- Artéria episcleral
As artérias episcleral são ramos das artérias musculares, suprindo a esclera
superficial do globo ocular.

- Artéria lacrimal
É um dos maiores ramos derivados da oftálmica, acompanhando o trajeto do nervo
lacrimal. Seus ramos suprem a glândula lacrimal, as pálpebras, a conjuntiva e os
músculos reto superior e lateral. As artérias palpebrais laterais superiores e
inferiores são ramos terminais da artéria lacrimal. Correm de lateral para medial nas
pálpebras superior e inferior e se anastomosam com as artérias palpebrais mediais
formando as arcadas arteriais superior e inferior das pálpebras.A artéria lacrimal
emite também os ramos zigomáticos. Um ramo surge na face através do forame
zigomático-facial e de anastomoses com a artéria facial transversa; o outro ramo
atravessa o forame zigomático-temporal e irriga a fossa temporal, onde se
anastomosa com as artérias temporais profundas.

- Artéria supra-orbital
Sobe medialmente aos músculos reto superior e levantador da pálpebra superior,
irrigando-os e seguindo trajeto junto ao nervo supraorbital. À medida que a artéria
passa através do forame supraorbital, ela se divide em um ramo superficial e um
ramo profundo, que abastecem o tegumento, músculos e tecidos pericranianos das

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sobrancelhas e fronte. Anastomosa-se com a artéria supratroclear e o ramo frontal
da artéria temporal superficial, e com a artéria supraorbital do lado oposto.

- Artéria etimoidal posterior


A AEP passa ao longo da parede medial, entre o músculo oblíquo superior e o
músculo reto medial, e atravessa o canal etmoidal posterior. Na órbita, este vaso
pode irrigar o músculo oblíquo superior, os músculos reto superior e médio e o
músculo elevador da pálpebra superior.

- Artéria etimoidal anterior


A AEA, por sua vez, acompanha o nervo nasociliar e sai da órbita através do forame
etmoidal anterior. Na órbita,irriga o músculo oblíquo superior, a porção etmoidal
anterior e média, o seio frontal, a parede lateral do nariz e o septo nasal.

- Artérias palpebrais mediais


A artéria palpebral superior passa em torno do aspecto medial da gordura nasal
para o espaço pré-tarsal,onde se divide numa arcada marginal menor e numa
periférica maior que se anastomosam com ramos palpebrais laterais das artérias
lacrimais. A artéria palpebral inferior passa através do tendão cantal medial, superior
à bolsa de gordura da pálpebra inferior, para alcançar o espaço pré-tarsal, onde
também se formam as arcadas arteriais periférica e marginal.

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- Artéria supratroclear
Um dos ramos terminais da artéria oftálmica, a artéria supratroclear ou artéria
frontaldeixa a órbita no seu ângulo medial acima da tróclea com o nervo
supratroclear, subindo na testa, e irriga a fronte inferior e o couro cabeludo. A artéria
supratroclear faz anastomoses com a artéria supraorbital e os vasos contralaterais.

- Artéria dorsal do nariz


Emerge da órbita acima do ligamento palpebral medial, irriga a raiz e o dorso do
nariz, cruza a raiz nasal e dá dois ramos. Um se anastomosa com a artéria
contralateral e a artéria lateral do nariz. O outro se anastomosa com a artéria
angular, ramo terminal da artéria facial.

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- Veia central da retina
A veia central da retina é identificada junto da artéria central da retina,
frequentemente entrando no seio cavernoso diretamente, podendo juntar-se com
uma das veias oftálmicas.

- Vênula temporal superior e inferior da retina

As vênulas temporal superior e inferior da retina drenam para a veia central da


retina.

- Vênula nasais superior e inferior da retina

Mostradas na imagem abaixo, a qual também mostra a vênula macular superior e


inferior.

- Vênula macular superior e inferior

- Veia oftálmica superior

A veia oftálmica superior drena a órbita. A veia oftálmica superior se forma


posteromedial à pálpebra superior a partir de duas tributárias que se conectam
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anteriormente com as veias facial e supraorbital. Ela segue com a artéria oftálmica,
localizando-se entre o nervo óptico e o músculo reto superior, e recebe as tributárias
correspondentes, as duas veias vorticosas superiores do bulbo do olho e a veia
central da retina. A veia central da retina, algumas vezes, drena diretamente para o
seio cavernoso, embora ainda dê um ramo comunicante para a veia oftálmica
superior. A veia oftálmica superior também pode receber a veia oftálmica inferior. Ela
atravessa a fissura orbital superior, usualmente acima do anel tendíneo comum dos
músculos retos, e termina no seio cavernoso.

- Veia oftálmica inferior

Junto à veia oftálmica superior, a veia oftálmica inferior drena a órbita. A veia
oftálmica inferior começa em uma rede próximo da região anterior do soalho da
órbita e parede medial. Ela segue para trás sobre o músculo reto inferior e através
da fissura orbital inferior, e a seguir se junta à veia oftálmica superior ou passa
através da fissura orbital superior, dentro ou abaixo do anel tendíneo comum, para
drenar diretamente para dentro do seio cavernoso. A veia oftálmica inferior recebe
tributárias dos músculos reto inferior e oblíquo inferior, do saco lacrimal e pálpebras,
e recebe as duas veias vorticosas inferiores do bulbo do olho. Ela se comunica com
o plexo venoso pterigóideo por um ramo que passa através da fissura orbital inferior
e pode também se comunicar com a veia facial através da margem inferior da órbita.

As veias oftálmicas superior e inferior ligam as veias facial e intracranianas e são


desprovidas de válvulas.

A drenagem venosa da órbita se faz através das veias oftálmicas superior e inferior,
que atravessam a fissura orbital superior e entram no seio cavernoso. As veias
oftálmicas comunicam-se com o seio cavernoso via fissura orbitária superior e o
plexo venoso pterigoide via fissura orbitária inferior.

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- Veias vorticosas

As veias do bulbo do olho drenam principalmente para as veias vorticosas. O vórtice


ou veias vorticosas da túnica vascular do bulbo do olho, drena para a veia oftálmica
inferior. A drenagem venosa ocorre principalmente através das veias oftálmicas
superior e inferior, para onde drenam as veias vorticosas, havendo comunicação
com o seio cavernoso através da fissura orbital superior.

- Bulbo da veia vorticosa

- Tributárias anteriores e posteriores das veias verticosas

As tributárias anteriores e posteriores são ramos das veias verticosas.

- Veias ciliares anteriores e posteriores

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A drenagem venosa da órbita é feita primordialmente pelas veias oftálmicas superior
e inferior, nas quais drenam as veias vorticosas, as ciliares anteriores e a central da
retina, havendo comunicação com o seio cavernoso através da fissura orbital
superior.

////

Componentes do olho
- Globo ocular

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O globo ocular é a estrutura do olho humano disposto em uma cavidade óssea e
protegido pelas pálpebras e cílios.

- Polo anterior

O polo anterior compreende 1/3 do globo ocular, estando nessa parte o cristalino, a
íris, a pupila, a córnea, o humor aquoso…

- Polo posterior

O polo posterior compreende os 2/3 restantes do globo ocular, sendo delimitado


pelo cristalino e enquadrando nesse segmento, o humor vítreo, a retina, o corioide e
o nervo óptico.

*na imagem polo e segmento estão sendo utilizados como sinônimos.

- Câmara anterior (câmara bulbar anterior e câmara bulbar posterior)

Localizada entre a córnea e à íris.


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- Corpo ciliar (Borda ciliar/ borda pupilar)

Na parte anterior da túnica vascular, a corioide se torna o corpo ciliar, possui


aparência marrom escura, devido ao conteúdo de melanócitos que produzem
melanina. É formado pelos processos ciliares (através de seus capilares
sanguíneos, o humor aquoso é secretado) e pelos músculos ciliares

- Corioide

A túnica vascular ou úvea é a camada média do bulbo do olho, composta por três
partes: a corioide, o corpo ciliar e a íris

É altamente vascularizada, sendo a parte posterior da túnica vascular, reveste a


maior parte da face interna da esclera. Seus vasos sanguíneos numerosos
fornecem nutrientes para a face posterior da retina. A corioide contém melanócitos
que produzem o pigmento melanina.

34
- Humor aquoso

É na junção entre a esclera e a córnea que encontra-se uma abertura conhecida


como seio venoso da esclera, canal de Schlemm, sendo o humor aquoso, é
drenado, para este seio.

- Córnea

É um revestimento transparente que fica sobre a íris colorida, recobrindo-a.

A túnica fibrosa é a camada superficial do bulbo do olho, a qual consiste na córnea


anterior e na esclera posterior.

- Íris

Separa as câmaras anterior e posterior do segmento anterior do olho, é a parte


colorida do bulbo do olho. Encontra-se suspensa entre a córnea e a lente e se liga
em sua margem externa aos processos ciliares, é constituída por melanócitos e por
fibras musculares lisas circulares e radiais. Uma das principais funções da íris é é a
regulação da quantidade de luz que entra no bulbo do olho através da pupila.
35
- Músculo esfíncter da pupila

O músculo esfíncter da pupila, quando há entrada de maior quantidade de luz, é


estimulado à contrair suas fibras circulares da íris, através de fibras parassimpáticas
do nervo oculomotor (NC III), de modo a ocorrer a diminuição no tamanho da pupila
(contrição).

36
- Músculo dilatador da pupila
O músculo dilatador da pupila é radial e estimulado pelo sistema simpático, o que irá
assim aumentar seu diâmetro dilatando a pupila.

- Limbo
O limbo da córnea é o ângulo formado pela interseção das curvaturas da esclera e
da córnea na junção corneoescleral. A junção é um círculo translúcido, cinza, com 1
mm de largura que inclui várias alças capilares que participam da nutrição da córnea
avascular.

- Pupila

Para dar passagem à luz, quando uma pessoa está acordada, o tamanho da pupila
varia continuamente para controlar a luz que entra no olho. Dois músculos
involuntários controlam o tamanho da pupila:

· músculo esfíncter da pupila: circular estimulado pelo sistema


parassimpático, diminui seu diâmetro (miose pupilar);
· músculo dilatador da pupila: radial e estimulado pelo sistema
simpático, aumenta seu diâmetro (dilata a pupila).

37
A natureza das respostas pupilares é paradoxal: as respostas simpáticas
geralmente são imediatas, porém a dilatação da pupila em resposta à baixa
iluminação, como em um cinema escuro, pode levar até 20 minutos.

As respostas parassimpáticas costumam ser mais lentas do que as respostas


simpáticas, porém a constrição pupilar estimulada pelo sistema parassimpático
normalmente é imediata. A dilatação pupilar contínua anormal (midríase) ocorre em
algumas doenças ou em consequência de traumatismo ou uso de alguns
fármacos/drogas.

- Humor Aquoso

38
Pregas na face interna do corpo ciliar, os processos ciliares, secretam humor
aquoso. O humor aquoso ocupa o segmento anterior do bulbo do olho, o interior do
bulbo anterior à lente, ligamento suspensor e corpo ciliar.

- Seio venoso da esclera (Canal de Schlemm)

É uma estrutura vascular que circunda a câmara anterior do bulbo do olho e através
da qual o humor aquoso retorna à circulação sanguínea.

- Cristalino (lente)

É um disco biconvexo espesso e transparente que muda sua forma para permitir a
focalização precisa da luz sobre a retina. É avascularizada. A lente é formada por
fibras anucleadas que contém proteínas dobradas, que confere a transparência.
Novas fibras de lente são adicionadas permanentemente, de modo que o cristalino
aumenta no decorrer da vida e se torna mais densa, mais convexa e menos elástica
com a idade.

- Músculo Ciliar
Possui uma grande importância na visão das pessoas. Isso porque é ele que
controla a acomodação do olho para que possamos visualizar os objetos em várias
distâncias e regula o humor aquoso que passa pelo canal de Schlemm.

39
Ainda é responsável por adaptar o formato das lentes dentro olho para que a
pessoa enxergue de forma mais adequada. Além disso, possui esse nome graças a
sua proximidade com a região conhecida por cílios, que formam uma espécie de
franja e ficam nas pálpebras dos seres humanos.
Quando alguém necessita de lentes de contato ou óculos corretivos, uma das
razões para isso ocorrer é de que o músculo ciliar não está conseguindo realizar
sozinho a sua função de acomodação.
Dessa forma, a fadiga muscular dessa região é uma das causadoras das dores
de cabeça e do desconforto na hora de se tentar enxergar algo. Por isso, que
quando a pessoa coloca as lentes corretivas passa ter a visão menos “cansada”.
Assim, interrompe-se a sobrecarga de esforço que o olho precisava fazer para
conseguir buscar o foco para os objetos distantes ou próximos.

- Processo Ciliar
É um espessamento anular da camada posterior ao limbo da córnea, que é
muscular e vascular. Une a corioide à circunferência da íris. O corpo ciliar é o local
de fixação da lente. A contração e o relaxamento do músculo liso circular do corpo
ciliar controlam a espessura e, portanto, o foco da lente.

- Zônula Ciliar (ligamento suspensório)

Ela é um conjunto de fibras membranosas que vão desde a face interna do corpo
ciliar à periferia do cristalino e que constituem o seu aparelho suspensor, mantendo
o cristalino na posição correta.

40
- Corpo Vítreo ou Humor Vítreo

O corpo vítreo ocupa cerca de quatro quintos do bulbo do olho. Posteriormente, está
em contato com a retina, enquanto ainda mais adiante faz fronteira com o corpo
ciliar, zônula e lente. Sua superfície anterior é escavada em uma concavidade
profunda, a fossa hialóide, ajuste da forma da lente. É incolor, constituído por
aproximadamente 99% de água, mas não é inteiramente desestruturado. No seu
perímetro, tem uma consistência semelhante a um gel (100-300 μm de espessura);
mais próximo do centro, contém uma zona mais líquida. O hialurano, na forma de
cadeias longas de glicosaminoglicano, preenche todo o humor vítreo. Além disso, o
gel periférico ou córtex contém uma rede aleatória frouxa de fibrilas de colágeno tipo
II, que são por vezes agrupadas em fibras. O córtex também contém células
dispersas, os hialócitos, que possuem as características dos fagócitos
mononucleares e podem contribuir para a produção de hialuronano. Enquanto estão
normalmente em um estado de repouso, eles têm a capacidade de ser ativamente
fagocitários em distúrbios inflamatórios. Os hialócitos não estão presentes no córtex
que delimita a lente. O líquido vítreo está ausente ao nascimento, aparece primeiro
aos 4 ou 5 anos, e aumenta ocupando metade do espaço vítreo por volta da sétima
década de vida. O córtex é mais denso no orbículo ciliar do corpo ciliar adjacente à
ora serrata, onde a inserção é a mais forte e esta é muitas vezes referida como a
base do corpo vítreo. Aqui o corpo vítreo é espessado em uma massa de fibras
radiais (zonulares) que formam o ligamento suspensor da lente. Além da base

41
vítrea, o corpo vítreo também tem uma inserção firme (peripapilar) na extremidade
do disco do nervo óptico. Esta aderência do vítreo à retina pode resultar em tração
caso o corpo vítreo encolha, como ocorre na terceira idade, resultando em orifícios
maculares
ou pausas periféricas, possivelmente levando ao descolamento da retina.
Um canal hialoide estreito vai da parte intraocular do nervo óptico até a superfície
posterior central da lente. No feto, este contém a artéria hialoide que normalmente
desaparece cerca de 6 semanas antes do nascimento. O canal persiste na vida
adulta, como uma estrutura fibrosa muito delicada e não é de importância funcional.

- Esclerótica ou esclera (Branco do Olho)

É uma camada de tecido conjuntivo denso, composto principalmente por fibras


colágenas e fibroblastos. A esclera cobre todo o bulbo do olho, exceto a córnea, ela
dá formato ao bulbo do olho, torna-o mais rígido, protege suas partes internas e
age como um local de fixação para os músculos extrínsecos do bulbo do olho . Na
junção entre a esclera e a córnea encontra-se uma abertura conhecida como seio
venoso da esclera. Um liquido chamado de humor aquoso é drenado por este seio.

42
- Túnica conjuntiva do bulbo e Túnica conjuntiva da pálpebra

É refletida da esclera sobre a face profunda da pálpebra. A túnica conjuntiva da


pálpebra normalmente é vermelha e vascularizada e, seu exame pode permite
avaliar níveis de hemoglobina. É examinada com frequência em casos de suspeita
de anemia, que causa palidez das mucosas. A eversão da pálpebra superior permite
avaliar o tamanho e a extensão do tarso superior nela contido, e muitas vezes é
possível distinguir as glândulas tarsais através da túnica conjuntiva da pálpebra
como estrias verticais levemente amarelas. Como a túnica conjuntiva do bulbo é
contínua com o epitélio anterior da córnea e a túnica conjuntiva da pálpebra, forma o
saco conjuntival.

43
- Retina
- Mácula lútea

A retina é uma lâmina fina de células, que varia de menos de 100 μm em sua
extremidade até um máximo de cerca de 300 μm na borda da fóvea central. Ela
reveste a face posterior interna do bulbo do olho, prensada entre a corioide
externamente e o corpo vítreo, internamente, e termina anteriormente à ora serrata.
Quando observada com um oftalmoscópio para mostrar o fundo de olho, a
característica mais proeminente são os vasos sanguíneos provenientes do disco do
nervo óptico e que nele penetram. Centralizada temporal e inferior ao disco, situa-se
na “retina central” ou mácula lútea (diâmetro aproximado de 5-6 mm), sendo que
seu meio é composto da fóvea central e da fovéola, e facilmente identificada com
um oftalmoscópio como uma área avascular com uma coloração amarela. A
ausência de vasos sanguíneos na fovéola é ainda mais evidente em uma
angiografia com fluoresceína. A retina periférica fica fora do centro da retina.

44
MICROESTRUTURA:

A retina é composta de uma variedade de tipos de células epiteliais, neurais e gliais


cuja distribuição convencionalmente divide-a em 10 camadas. Estas são
normalmente aparentes em cortes histológicos convencionais, mas também podem
ser observadas in vivo utilizando técnicas como a tomografia de coerência óptica,
que usa luz de difusão retrógrada para visualizar camadas pelas diferenças em suas
propriedades ópticas de dispersão. Embriologicamente, a retina é proveniente das
duas camadas da vesícula óptica invaginada. A camada externa torna-se uma
camada de células pigmentadas cuboidais que separa a lâmina coroidal vítrea da
retina neural e, portanto, forma a camada mais externa da retina, o epitélio
pigmentar da retina (EPR – camada 1). Os outros nove estratos da retina
desenvolvem-se a partir da camada interna da vesícula óptica e formam a retina
neural. A camada mais externa da retina neural contém partes sensíveis à luz dos
fotorreceptores, que convertem a imagem óptica em atividade neural. Dos
fotorreceptores, a atividade neural flui radialmente para células bipolares e
ganglionares, e lateralmente através de células horizontais no exterior da retina e
células amácrinas no interior da retina. Fotorreceptores entram sinapticamente em
contato uns com os outros e com células bipolares e horizontais no estrato
plexiforme externo (EPE – camada 5), enquanto as células bipolares, amácrinas e
ganglionares sofrem sinapse no estrato plexiforme interno (EPI – camada 7). Os
axônios das células ganglionares seguem em direção ao disco do nervo óptico no
estrato das neurofibras (EN – camada 9), onde saem da retina como nervo óptico,
que transmite o impulso da retina para as áreas visuais do cérebro onde o
processamento visual é concluído. Embora a maior parte da atividade neural flua a
partir de fotorreceptores em direção ao cérebro, parte do fluxo de informações
45
ocorre na direção oposta através de fibras centrípetas do nervo óptico e células
interplexiformes da retina que ligam as camadas plexiformes interna e externa. A
aparência clássica de dez camadas da retina está ausente na parte intraocular do
nervo óptico, fóvea central e fovéola, bem como na ora serrata. Na parte intra-ocular
do nervo óptico, os axônios das células ganglionares da retina deixam a retina
formando o nervo óptico e todos os outros tipos de células neurais da retina estão
ausentes. Na fóvea central e na fovéola, as cinco camadas internas da retina são
“afastadas’.

Células da retina

Epitélio pigmentar da retina

O epitélio pigmentar da retina, EPR, é composto de células aproximadamente


cuboidais que formam uma única camada contínua que se estende desde a periferia
do disco do nervo óptico até a ora serrata, onde ele continua como epitélio ciliar
externo. As células são planas em corte radial e hexagonais ou pentagonais se
observadas na superfície, e são em número de 4-6 milhões na retina humana. O
seu citoplasma contém inúmeros melanossomos. Apicalmente (em direção aos
bastonetes e cones), as células sustentam microvilosidades longas (5-7 μm) que
entram em contato com os segmentos externos dos bastonetes e cones ou se
projetam entre eles. As pontas dos segmentos externos dos bastonetes estão
profundamente inseridas em invaginações na membrana apical do EPR. As
diferentes origens embriológicas do EPR e retina neural significam que as inserções
entre estas duas camadas não são suportadas por complexos juncionais; a retina
neural e o EPR são, portanto, facilmente divididos na condição clínica do
descolamento da retina decorrente de traumatismo ou doença.

As células do EPR desempenham um papel importante no turnover de componentes


fotorreceptivos dos bastonetes e cones. Seu citoplasma contém pontas fagocitadas
de bastonetes e cones que são submetidos a destruição lisossômica. Os produtos
finais deste processo são grânulos de lipofuscina, que se acumulam nestas células
com a idade. A luz que chega à retina externa, mas que não tem fotorreceptores, é
absorvida pelo EPR que, assim como a melanina em outras partes do olho, impede
que esta luz espúria degrade a qualidade da imagem. A zona de junções estreitas

46
entre as células adjacentes também possibilita ao epitélio funcionar como uma
importante barreira hematorretiniana entre a retina e o sistema vascular da corioide.
O EPR é necessário para a regeneração do pigmento visual branqueado e pode ter
propriedades antioxidantes. Também secreta uma variedade de fatores de
crescimento necessários para a integridade do endotélio coriocapilar e
fotorreceptores, e produz uma série de fatores imunossupressores. Uma falha de
qualquer uma das diversas funções do EPR pode resultar em comprometimento da
função da retina e eventual cegueira.

Bastonetes e cones

Os bastonetes e cones são os fotorreceptores “formadores de imagem” da retina


externa e funcionam em níveis de luz baixos (escotópicos) e mais altos (fotópicos),
respectivamente. Ambos são estruturas longas, radialmente orientadas, com uma
organização semelhante, embora os detalhes sejam diferentes. A partir da
extremidade coroidal para dentro, as células consistem em segmentos externos e
internos ligados por um cílio de conexão fi no (juntos perfazendo a camada 2 da
retina), um corpo celular que contém o núcleo e um terminal sináptico (seja um
pedículo mais complexo para cones ou uma esférula de bastonete mais simples),
onde fazem conexões sinápticas com células bipolares adjacentes e horizontais e
com outro cone ou células do bastonete dentro da EPE. Os núcleos dos bastonetes
e cones formam a camada externa nuclear (CEN – camada 4). Os núcleos do cone
são relativamente grandes, ovais e geralmente formam uma única camada que
frequentemente penetra na membrana externa limitante (ELE – camada 3). Eles
também contêm menos heterocromatina e, portanto, em geral coram de maneira
mais escura e formam várias camadas vitreais aos núcleos do cone. A ELE é, na
verdade, não de todo uma membrana, embora apareça como tal no microscópio
óptico, mas uma série de zônulas aderentes entre fotorreceptores e as células gliais
(Müller) que as separam. Estas junções mais provavelmente servem para ancorar
os fotorreceptores e evitar vaz mento da matriz interfotorreceptora que circunda os
segmentos externo e interno do fotorreceptor. Os segmentos externos do bastonete
são cilíndricos e consistem em cerca de 1.000 discos membranáceos lobulados
achatados. Estes formam- se como envoltórios profundos da membrana plasmática
na base do segmento externo; germinam e soltam-se após a formação, de maneira
que os discos não são fixados à membrana plasmática e ficam livres flutuando no
47
segmento externo. Os segmentos externos do cone geralmente são mais curtos e,
como seu nome implica, frequentemente cônicos (especialmente na periferia da
retina). Os discos do cone não brotam soltando- se após a formação, e
permanecem como envoltórios da membrana plasmática.

O segmento interno tanto dos bastonetes como dos cones está dividido em um
elipsoide, rico em mitocôndrias, externo, e um mioide interno que contém retículo
endoplasmático. Na maior parte da retina estes segmentos internos são muito mais
amplos nos cones (5-6 μm em seu ponto mais largo) do que nos bastonetes (1,5
μm). Tanto as proteínas dos bastonetes como dos cones são produzidas no interior
do mioide e incorporadas aos discos recém-formados na base do segmento externo.
Nos bastonetes, como novos discos são adicionados, discos antigos são
empurrados para o segmento externo e, subsequentemente, fagocitados pelo EPR.
Os discos do cone também são fagocitados, mas a incorporação de novas proteínas
dentro dos discos é mais difusa. Embora todos os bastonetes dentro da retina
tenham uma estrutura semelhante, os cones na fovéola são altamente modificados
comparados àqueles situados mais perifericamente e, em muitos aspectos, são
semelhantes a bastonetes com um segmento externo mais longo e um segmento
interno mais fino. A luz é absorvida por rodopsinas, pigmentos visuais constituídos
por uma proteína, opsina, que atravessa a membrana dos discos do segmento
externo, ligada a um cromóforo que absorve a luz, retinal, que é um aldeído de
vitamina A1. Estas rodopsinas têm um perf l de absorção liso em forma de sino com
um ponto de absorvância máxima (λmáx), indicando o comprimento de onda em que
são mais sensíveis. Os seres humanos possuem quatro opsinas diferentes que
resultam em quatro pigmentos visuais espectralmente distintos, uma situada no
interior dos bastonetes (λmáx de 498 nm) e três em diferentes populações de cones
que absorvem maximamente na extremidade de onda curta (λmáx de 420 nm),
média (λmáx de 534 nm ) e mais longa (λmáx de 563 nm) do espectro visível. As
três classes de clone são por vezes chamadas de cones azuis, verdes e vermelhos,
mas são mais bem classificados como cones S, M e L. A ação da luz é isomerizar a
retinal separando-a da opsina, um processo que, através de uma cascata
enzimática acoplada à proteína G e um segundo sistema mensageiro, resulta no
fechamento dos canais catiônicos na membrana do segmento externo do receptor,
uma hiperpolarização do fotorreceptor, e uma consequente diminuição na liberação
do neurotransmissor glutamato das suas sinapses. A retina humana contém, em
média, 4,6 milhões de cones e 92 milhões de bastonetes, embora haja variações
48
interindividuais significativas. Embora os cones preencham toda a retina, a sua
densidade é maior na fovéola, onde cerca de 7.000 cones atingem uma densidade
média de 199.000 cones/mm2: esta área é totalmente livre de bastonetes. Indo para
o exterior da fovéola, os números de bastonetes aumentam, atingindo um pico de
densidade em um anel elíptico horizontal na excentricidade do disco do nervo
óptico, antes de diminuir, uma vez mais em direção à periferia. A densidade do cone
é 40-45% maior na retina nasal se comparada com a temporal, e ligeiramente maior
superiormente do que inferiormente. O número de cones S em todas as retinas
humanas é semelhante, o que corresponde a menos de 10% de todos os cones.

A distribuição de cones S é relativamente uniforme em toda a retina, embora


estejam ausentes na fóvea central. As proporções relativas de cones L e M mostra
um grau muito maior de variação entre os indivíduos, sendo que a razão de cones
L:M varia de quase uma unidade até mais de 10. A distribuição dos cones L e M é
mais irregular do que a de cones S, e parece aleatória com alguns indícios de
agrupamento. A elevada densidade de concentração de cones na fovéola,
alcançada pela diminuição do tamanho do segmento interno, garante a máxima
resolução, enquanto a presença de mais de um tipo de cone espectral possibilita a
visão cromática. Os cones S provavelmente contribuem pouco para a resolução
espacial porque estão ausentes na fovéola. A visão baseada em bastonetes
proporciona alta sensibilidade, mas com discriminação espacial relativamente baixa
e nenhuma capacidade de distinguir comprimentos de ondas. Embora muitas das
diferenças funcionais entre os bastonetes e cones dependem das diferentes
propriedades dos fotorreceptores em si, a sua conectividade com outros neurônios
da retina é igualmente importante.

49
Células horizontais

Células horizontais são interneurônios inibitórios. Seus dendritos e axônios


estendem-se lateralmente no interior da EPE, fazendo contatos sinápticos com
pedículos de cones e esférulas de bastonetes e, através das junções de hiato nas
extremidades de seus dendritos, uns com os outros. Seus corpos celulares situam-
se na parte exterior do estrato nuclear interno. Três tipos morfológicos das células
horizontais podem ser distinguidos na retina humana. Os dendritos das células HI e
HIII contatam os cones, e seus axônios terminam nos bastonetes. Os axônios e
dendritos de células HII sofrem sinapse somente com cones.

Células bipolares

Células bipolares são neurônios radialmente orientados. Seus dendritos sofrem


sinapse sobre os fotorreceptores, células horizontais e interplexiformes da EPE.
Seus corpos celulares estão localizados na ENI, e ramos axonais na EPI sofrem
sinapse com dendritos de células ganglionares ou células amácrinas. A coloração de
Golgi identifi cou nove tipos distintos de células bipolares na retina humana oito dos
quais entram em contato exclusivamente com os cones, e o tipo restante sofre
sinapse apenas nos bastonetes. As bipolares dos cones são de três tipos principais:
anãs, cone S (azuis) e difusas, de acordo com a sua conectividade e tamanho.
Células bipolares anãs dos cones invaginam o pedículo do cone ou sofrem sinapse
sobre a sua base (subtipo plano). Na parte central da retina, cada célula bipolar anã

50
entra em contato apenas com um único cone (2-3 na periferia) formando parte de
canal de um para um do cone até a célula ganglionar que medeia alta resolução
espacial. Cones formam parte de um canal mediador de comprimento de onda
curto, enquanto as bipolares do cone difusas maiores estão conectadas a um
máximo de dez cones e acredita-se que sinalizam luminosidade em vez de cor.

As células bipolares do cone podem ser de dois tipos, de acordo com a sua
resposta à redução induzida pela luz da liberação do glutamato a partir de
fotorreceptores aos quais elas estão sinapticamente ligadas. Se a iluminação dos
fotorreceptores com um ponto de luz provoca uma despolarização da célula bipolar
conectada, é chamada de bipolar “ON”, ligada ao cone por sinapses de “sinal
invertido” com receptores metabotrópicos. No entanto, se os cones estiverem
ligados a uma célula bipolar OFF através de sinapses “conservadoras do sinal” com
receptores ionotrópicos, a iluminação do fotorreceptor resultará em hiperpolarização
das células bipolares. A iluminação de uma área concêntrica de fotorreceptores
circundantes provoca a resposta oposta na célula bipolar. Esta inibição é mediada
através de células horizontais e dá origem ao campo receptivo do tipo antagonista
que circunda o centro, que é típico de todos os níveis do sistema visual incluindo o
córtex occipital. O único tipo morfológico da célula bipolar do bastonete entra em
contato com 30-35 bastonetes na região central da retina, aumentando para 40-45
bastonetes na periferia. Essa convergência serve para aumentar a sensibilidade
absoluta do sistema de bastonetes. Todas as células bipolares do bastonete são
“ON-centrais” e não entram em contato direto com as células ganglionares, mas
sofrem sinapse com uma classe de células amácrinas (AII), que então entram em
contato com células bipolares do cone. A EPI pode ser dividida em duas camadas
principais, sendo que uma camada externa contém terminações sinápticas de
células OFF bipolares do cone e de uma camada interna de sinapses de células ON
bipolares de cones e bastonetes.

Células amácrinas

A maioria das células amácrinas não tem axônios típicos e, consequentemente,


seus dendritos fazem tanto sinapses de entrada como de saída. Cada neurônio tem
um corpo celular, seja na ENI perto de sua fronteira com a EPI, seja sobre a face
externa da camada de células ganglionares, quando ele é conhecido como célula
amácrina deslocada. Os processos de células amácrinas fazem uma variedade de

51
contatos sinápticos na EPI com células bipolares e ganglionares, bem como com
outras células amácrinas.

As várias classes de células amácrinas desempenham algumas funções


importantes na visão. Todas as células têm papel essencial na via do bastonete.
Outras células parecem ser importantes moduladores dos sinais fotorreceptivos e
servem para ajustar ou manter impulsos relativos de cor e luminosidade sob
variação de condições de luz. Elas provavelmente são também responsáveis por
algumas das formas complexas de análise da imagem conhecidas por ocorrer
dentro da retina, tal como a detecção de movimento direcional. Até 24 diferentes
tipos morfológicos são reconhecidos em seres humanos: acoplados à sua
complexidade neuroquímica, isto as torna, talvez, o tipo mais diverso de célula
neuronal no corpo.

Células interplexiformes

Células interplexiformes, frequentemente consideradas como uma subclasse das


células amácrinas, geralmente têm corpos celulares na ENI. Elas são pós-sinápticas
às células no interior da retina e enviam sinais contra a direção geral do fluxo de
informações na retina, fazendo sinapse com células fotorreceptoras bipolares,
horizontais na EPE. Embora a sua função seja incerta, é provável que adaptem
alguns aspectos da função da retina, tal como sensibilidade.

Células ganglionares

A retina humana contém 0,7-1,5 milhão de células ganglionares, os neurônios de


saída da retina. Seus dendritos sofrem sinapse com processos de células bipolares
e amácrinas na EPI. Os corpos celulares ganglionares, juntamente com células
amácrinas deslocadas, formam a camada de células ganglionares da retina. Ao
longo da maior parte da retina formam uma única camada; elas se tornam
progressivamente mais numerosas perto da mácula lútea, onde são classificadas
em até 10 fileiras, atingindo um pico de densidade de até 38.000/mm2 em um anel
elíptico horizontalmente orientado, 0,4-2,0 mm do centro da fóvea. O seu número
diminui novamente em direção à fóvea central, a partir da qual são quase totalmente
excluídas. Até 15 tipos de células ganglionares foram identificados na retina de
mamíferos com base na morfologia, fisiologia e área-alvo no cérebro, cada um deles
presumivelmente funcionalmente distinto. Por exemplo, alguns projetam para

52
diferentes regiões do NGL e formam três vias visuais paralelas envolvidas na
percepção visual consciente, ou seja, os sistemas magnocelular e parvocelular e
uma via que transporta o sinal do cone S . As células ganglionares anãs (células P)
entram em contato apenas com células bipolares anãs únicas na zona central da
retina, que, por sua vez, ligam-se a cones únicos, conferindo a cada cone uma
“linha privativa” fora da retina e garantindo acuidade ideal. O grande campo
dendrítico de parassol (células M) é compatível com um papel na detecção do
movimento. Células ganglionares parassol e anãs juntas perfazem cerca de 80%
das células ganglionares da retina humana. As células remanescentes
(aproximadamente 200.000) projetam para o colículo superior do mesencéfalo,
pulvinar do tálamo, área pré-tetal e sistema óptico acessório, e contribuem para
diversos reflexos visuais subconscientes, tais como as respostas pupilares e de
acomodação. Além disso, uma população de cerca de 3.000 células ganglionares
grandes, intrinsecamente sensíveis à luz, forma uma rede composta por dendritos
sobrepostos extensos. Estes “fotorreceptores internos da retina” contêm um
pigmento visual baseado na que é semelhante a um pigmento visual do tipo
invertebrado em muitas de suas características. Estas células ganglionares
sensíveis à luz fazem parte de uma via paralela ao sistema de “formação de
imagem” mediada pelo bastonete e cone que monitora os níveis globais de
iluminação. Esta via “não imagem” é a principal via pela qual o olho influencia os
ritmos circadianos através do núcleo supraquiasmático; ela também contribui para a
constrição da pupila evocada pela luz através de projeções para o núcleo olivar pré-
tetal. Os axônios de células ganglionares, que formam a EN sobre a superfície
interna da retina, seguem paralelos à superfície da retina, e convergem na parte
intraocular do nervo óptico onde saem do olho como o nervo óptico. As fi bras da
retina medial (nasal) aproximam-se do disco em um padrão radial simples, enquanto
os axônios da retina lateral (temporal) adotam uma via arqueada à medida que
evitam a fóvea central. Os axônios da mácula lútea formam um fascículo
papilomacular que passa quase diretamente para o disco do nervo óptico. A
espessura da E aumenta drasticamente próximo ao disco do nervo óptico à medida
que fibras da retina periférica atravessam as zonas mais centrais. Rumo à borda do
disco as outras camadas da retina afinam e, no disco, todos os elementos neurais
da retina, com exceção de axônios de células ganglionares, são excluídos. Os
axônios de células ganglionares são cercados pelos processos de células gliais
radiais e astrócitos da retina e são quase sempre não mielinizados dentro da retina,

53
o que é uma vantagem óptica porque a mielina é refringente. Embora possam
ocorrer alguns pequenos axônios mielinizados, a mielinização geralmente não
começa até que os axônios entrem no disco do nervo óptico e tornem-se o nervo
óptico.

Células gliais da retina

Existem três tipos de células gliais da retina, isto é, células radiais de Müller,
astrócitos e microglias. As células de Müller formam o elemento glial predominante
da retina; astrócitos da retina são essencialmente restritos à célula ganglionar e
camadas de fi bras nervosas; as células microgliais estão espalhadas em toda a
parte neural da retina, em pequenas quantidades.

As células de Müller abrangem quase toda a espessura da retina neural, envolvendo


e separando as diversas células neurais exceto em locais sinápticos. Elas
constituem grande parte do volume total da retina, e quase totalmente preenchem o
espaço extracelular entre os elementos neurais. Os seus núcleos estão dentro da
EPI, e a partir desta região cada corpo celular prolonga uma única fibra espessa que
segue radialmente para fora, dando origem a lâminas laterais complexas que
ramificam entre os processos de uma EPE. Apicalmente, cada processo central
termina na ELE a partir da qual microvilosidades projetam por uma distância curta
em direção ao espaço entre os segmentos internos do bastonete e do cone (cestos
de fibra) . Na superfície interna da retina, o principal processo da célula de Müller
expande para uma plataforma terminal que entra em contato com aquelas das
células gliais circunvizinhas e forma parte do estrato limitante interno (ELI; ver
adiante). Assim como os astrócitos, as células de Müller também entram em contato
com os vasos sanguíneos, especialmente capilares da EPI, e suas lâminas basais
fundem-se com aquelas das células perivasculares ou endotélios vasculares,
contribuindo para a formação da barreira hematorretiniana. Eles também mantêm a
estabilidade do ambiente extracelular da retina, por exemplo, por meio de regulação
dos níveis de K+, captação de neurotransmissores, remoção de resíduos,
armazenamento de glicogênio, isolamento elétrico de receptores e outros neurônios
e suporte mecânico da retina neural. Os corpos celulares de astrócitos da retina
situam-se dentro da EN e seus processos ramificam formando bainhas ao redor dos
axônios das células ganglionares. A estreita associação entre astrócitos e vasos
sanguíneos no interior da retina sugere que eles contribuem para a barreira
hematorretiniana. As microglias retinianas estão espalhadas principalmente dentro
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da EPI. Seus processos ramificados irradiados espalham principalmente paralelos
ao plano da retina, conferindo-lhes uma aparência semelhante a uma estrela
quando observados microscopicamente a partir da superfície da retina. Eles podem
agir como fagócitos, e seu número aumenta na retina lesionada. A borda interna da
retina é formada pelo estrato limitante interno (ELI – camada 10), que consiste em
fibras de colágeno e proteoglicanos do vítreo, uma membrana basilar (que é
contínua com a lâmina basilar do epitélio ciliar), bem como a membrana plasmática
das plataformas terminais da célula expandida de Müller. Tem 0,5-2 μm de
espessura na parte posterior da retina e vai se tornando espessa com a idade. O
ELI está envolvido na troca de líquidos entre o corpo vítreo e a retina e, talvez
através desta última, com a coróide. Tem também várias outras funções, incluindo
ancoragem de células gliais da retina e inibição da migração de células no corpo
vítreo.

- Ora Serrata

É onde a retina delimita o corpo ciliar, o epitélio pigmentar da retina funde-se com o
epitélio pigmentado externo do corpo ciliar, enquanto a retina neural delimita o
epitélio ciliar não pigmentado interno: a retina é mais fina neste ponto. A disposição
em camadas normal da retina neural que se aproxima da ora serrata é
frequentemente interrompida por cistos em indivíduos mais velhos.

- Fóvea Central

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É o local de visão mais acurada, quando você olha diretamente para um objeto a
imagem dele incide diretamente sobre essa parte da retina. É onde possuo a maior
quantidade de cones.

- Nervo óptico

Os nervos ópticos começam na lâmina cribiforme da esclera, onde as fibras nervosa


amielínicas perfuram a esclera e tornam-se mielínicas, posteriormente ao disco
óptico. Eles saem das órbitas através dos canais ópticos. Em todo o trajeto na
órbita, os nervos ópticos são circundados por extensões das meninges cranianas e
pelo espaço subaracnóideo, sendo este último ocupado por uma fina camada de
LCS. As extensões intraorbitais da dura-máter e aracnoide máter cranianas
constituem a bainha do nervo óptico, que se torna contínua anteriormente com a
bainha do bulbo e a esclera. Uma lâmina de pia mater cobre a superfície do nervo
óptico dentro da bainha.

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- Ponto cego (disco do nervo óptico)

Como visível pela oftalmoscopia , o disco é uma região de grande importância


clínica. Edema de disco (papiledema) pode ser o primeiro sinal de elevação da
pressão intracraniana, que é transmitida para o espaço subaracnóideo ao redor do
NO. O disco também é sensível à elevação da pressão intraocular que ocorre no
glaucoma e apresenta mudanças estruturais típicas devido à perda de células
ganglionares da retina. O disco do nervo óptico é superomedial ao polo posterior do
olho, e assim encontra-se afastado do eixo visual. É redondo ou oval, em geral tem
aproximadamente 1,6 mm de diâmetro transversal e 1,8 mm de diâmetro vertical, e
a sua aparência é muito variável. Em indivíduos de pele clara, a tonalidade geral da
retina é terracota-vermelho brilhante, com a qual o rosa pálido do disco contrasta
acentuadamente; sua parte central é geralmente mais pálida e ainda pode ser cinza
claro. Estas diferenças são em parte causadas pelo grau de vascularização das
duas regiões, o que é muito menor no disco do nervo óptico, e também à ausência
total de células de pigmento da retina ou corioide. Em indivíduos com pele
fortemente melanizada, tanto a retina como o disco são mais escuros. O disco do
nervo óptico raramente se projeta suficientemente para justificar o termo papila,
embora em geral seja um pouco elevada sobre a sua face lateral, onde as fibras
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nervosas papilomaculares viram-se para o nervo óptico. Geralmente há uma ligeira
depressão onde os vasos da retina atravessam o seu centro.

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Córtex visual

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- Nervo óptico
É um nervo exclusivamente sensitivo, suas fibras conduzem impulsos visuais as
quais são classificadas como aferentes somáticas especiais. Constitui-se de um
grosso feixe de fibras nervosas que se originam na retina, emergem próximo ao polo
posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal óptico.

- Quiasma óptico
Cada nervo óptico une-se com o do lado oposto formando o quiasma óptico em que
há o cruzamento parcial de suas fibras, metade nasal (medial) de cada retina
decussam no quiasma e unem-se a fibras cruzadas da metade temporal (lateral) da
retina para formar o trato óptico.

- Trato óptico

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Cada trato óptico contém fibras temporais da retina de seu próprio lado e fibras
nasais da retina do lado oposto.

- Núcleo geniculado lateral do tálamo


A maioria das fibras dos tratos ópticos termina nos corpos geniculados laterais do
tálamo. A partir desses núcleos, os axônios são retransmitidos para os córtices
visuais dos lobos occipitais do encéfalo.

- Radiação óptica (substância branca)


A radiação óptica origina-se no corpo geniculado lateral, curva-se posteriormente e
se espalha através da substância branca do lobo occipital. Está intimamente
relacionada à face superolateral do corno inferior e à face lateral do corno posterior
do ventrículo lateral, A radiação recebe sangue através de ramos profundos das
artérias cerebrais posteriores e médias.

- Córtex visual primário ou Área de Brodmann 17


Encontra-se situado ao redor e no interior do sulco calcarino no lobo occipital, sendo
que no lobo occipital está em sua maior parte localizado na face medial. Recebe
fibras aferentes derivadas do núcleo geniculado lateral (direito e esquerdo) a partir
da radiação óptica. Está ligado às regiões pré-estriadas e a outras regiões corticais
onde ocorrem o processamento de estímulos visuais.

A área 17 na imagem representa o córtex visual.

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