Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Mecanismo de Ação
Figura 1. Distribuição e efeitos do SEC no TGI. Nesta representação estão os neurônios aferentes primários
[azul], interneurônios [roxo], secretomotores [amarelo] e neurônios motores excitatórios [verde],
neurônios motores inibitórios [vermelho] (Nasser et al., 2020).
Figura 2. Uma representação esquemática dos locais de ação da cannabis (representados pela folha da
cannabis) no eixo intestino-cérebro (Picardo et al., 2019).
Figura 3. Papel do sisitema endocanabinóide no controle de náuseas e vômitos (Sharkey and Wiley, 2016).
extraintestinais (Storr et al., 2009). Esses dados indicam que o sistema endocanabinóide
desempenha um papel na patogênese da DII.
Estudos Clinicos
O CBD também foi avaliado em um estudo sobre colite ulcerosa. Neste estudo
relativamente maior, 60 pacientes com colite ulcerativa leve a moderada foram
randomizados para receber placebo ou 10 semanas de CBD oral em um “extrato
botânico” contendo até 5% de THC. A dose do extrato foi aumentada nas primeiras 2
semanas do teste para um máximo de 500 mg / dia. Nenhuma diferença foi observada
entre os grupos na taxa de remissão clínica; uma análise por protocolo de Mayo dos
escores totais e parciais favoreceu o CBD, enquanto os resultados secundários, como a
qualidade de vida, mostraram uma tendência de melhora nos pacientes que receberam
o extrato de CBD. No entanto, 38% dos pacientes no grupo CBD não completaram o
ensaio e 90% dos pacientes relataram efeitos colaterais devido à baixa tolerabilidade do
extrato (Irving et al., 2018).
randomizados para placebo, 2,5 mg ou 5 mg de dronabinol por via oral, duas vezes ao
dia, não mostrou nenhuma diferença no nível gástrico, no intestino delgado ou trânsito
colônico por radiocintilografia (Wong et al., 2012).
Embora a ação sobre a função secretora tenha sido menos estudada, um estudo
pré-clinico demonstrou que a secreção de ácido gástrico foi reduzido com a ativação do
CB1 (Coruzzi et al., 1999), sugerindo um potencial terapêutico para o tratamento da
diarreia em pacientes com DII. A ativação do receptor CB1 também demonstrou
aumentar o apetite e promover a ingestão de alimentos e a conservação de energia (Di
Marzo and Matias, 2005), e a ativação dos receptores CB1 e CB2 também demonstrou
reduzir a sensibilidade visceral e a dor associada à distensão colônica em modelos
animais (Sanson et al., 2006; Fioramonti et al., 2008). A administração de cannabis, por
Conclusões
Por mais que a planta não tenha demonstrado nenhuma melhora na atividade
da DII, ela pode auxiliar a melhorar os sintomas clínicos e a qualidade de vida dos
pacientes. Assim, na prescrição os riscos e benefícios do uso devem ser considerados
para cada paciente individualmente. A Cannabis ainda não deve substituir as terapias
atuais para a DII, mas pode ser usada como um adjuvante complementar em muitos
casos.
Referências Bibliográficas
Cohen L, Neuman MG. Cannabis and the Gastrointestinal Tract. J Pharm Pharm Sci.
2020;23:301-313. doi: 10.18433/jpps31242. PMID: 32762830.
Di Marzo V and Matias I. Endocannabinoid control of food intake and energy balance.
Nat Neurosci 2005; 8: 585–589.
Izzo AA and Sharkey KA. Cannabinoids and the gut: new developments and emerging
concepts. Pharmacol Ther 2010; 126: 21–38.
Jehangir A, Parkman HP. Cannabinoid use in patients with gastroparesis and related
disorders: prevalence and benefit. AmJ Gastroenterol. 2019;114(6):945–53.
Kafil TS, et al. Cannabis for the treatment of Ulcerative colitis. Cochrane Data Base Syst
Rev 2018;11:CDO12954.
Mbachi C, Attar B, Wang Y, Paintsil I, Mba B, Fugar S, et al. Association between cannabis
use and complications related to Crohn’s disease: a retrospective cohort study. Dig Dis
Sci. 2019;64(10):2939–44.
Naftali T, Bar-Lev Schleider L, Dotan I, Lansky EP, Sklerovsky Benjaminov F, Konikoff FM.
Cannabis induces a clinical response in patients with Crohn’s disease: a prospective
placebo-controlled study. Clin Gastroenterol Hepatol. 2013;11(10):1276–80.e1.
Naftali T, Lev LB, Yablecovitch D, Half E, Konikoff FM. Treatment of Crohn’s disease with
cannabis: an observational study. Isr Med Assoc J. 2011;13(8):455–8.
Phatak UP, et al. Prevalence and patterns of marijuana use in young adults with
inflammatory bowel disease. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2017;64(2):261–264.
Picardo S, Kaplan GG, Sharkey KA, Seow CH. Insights into the role of cannabis in the
management of inflammatory bowel disease. Therap Adv Gastroenterol. 2019 Sep
3;12:1756284819870977. doi: 10.1177/1756284819870977. PMID: 31523278; PMCID:
PMC6727090.
Sharkey KA, Wiley JW. The Role of the Endocannabinoid System in the Brain-Gut Axis.
Gastroenterology. 2016 Aug;151(2):252-66. doi: 10.1053/j.gastro.2016.04.015. Epub
2016 Apr 29. PMID: 27133395; PMCID: PMC4961581.
Smid S.D., Bjorklund C.K., Svensson K.M., Heigis S., Revesz A., The endocannabinoids
anandamide and 2-arachidonoylglycerol inhibit cholinergic contractility in the human
colon, Eur. J. Pharmacol. 575 (2007) 168–176
Smith LA, Azariah F, Lavender VT, et al. Cannabinoids for nausea and vomiting in adults
with cancer receiving chemotherapy. Cochrane Database Syst Rev 2015;11:CD009464.
Uranga JA, Vera G, Abalo R. Cannabinoid pharmacology and therapy in gut disorders.
Biochem Pharmacol. 2018 Nov;157:134-147. doi: 10.1016/j.bcp.2018.07.048. Epub
2018 Aug 2. PMID: 30076849.
Whiting PF, Wolff RF, Deshpande S, et al. Cannabinoids for medical use: a systematic
review and meta-analysis. JAMA 2015;313:2456-2473.
Wong BS, Camilleri M, Busciglio I, Carlson P, Szarka LA, Burton D, et al. Pharmacogenetic
trial of a cannabinoid agonist shows reduced fasting colonic motility in patients with
nonconstipated irritable bowel syndrome. Gastroenterology. 2011;141(5):1638–47.e1–