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10/06/2023 19:07 Fisiologia do Exercício

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
CAPÍTULO 2 - ADAPTAÇÕ ES SISTÊ MICAS AO
EXERCÍCIO FÍSICO E AO TREINAMENTO

Francisco Paulino de Abreu Neto

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Introdução
O conhecimento e a interpretação do funcionamento do organismo humano são um desafio à nossa
compreensão e raciocínio. Diariamente, novos conhecimentos são trazidos pela investigação científica para a
comunidade em geral. O corpo humano é, como sabemos, uma “máquina” maravilhosa, desafiadora e
sofisticada, alicerçada em uma complexa interação entre sistemas que lhe permitem manter o equilíbrio
morfoló gico e funcional. Assim, o estudo e o conhecimento da fisiologia são elementos imprescindíveis na
“bagagem” de um profissional do treino desportivo, uma vez que permitem o conhecimento da estrutura e da
função do corpo, bem como da forma como se processa a resposta aos estímulos e à adaptação.
Mas você sabe qual o melhor estímulo para o ganho de massa magra? Como ocorre o recrutamento de fibras
musculares ao movimento? Como os sistemas respondem ao exercício e ao treinamento? Nesta unidade, você
poderá responder a essas perguntas, e conhecerá, ainda, o sistema neuromuscular, compreendendo como o
exercício cria adaptaçõ es a esse sistema, uma vez que ele está diretamente ligado ao movimento. 
Ao longo desta unidade, você também irá aprender sobre o comando neural do movimento, verá que existem
respostas diferentes a estímulos diferentes, bem como a solicitação de tipos de fibras musculares diferentes.
Também irá conhecer as adaptaçõ es do sistema cardiorrespirató rio, a melhoria da eficiência em suas trocas
gasosas, o aumento do VO2 (volume de oxigênio) e as consequências circulató rias e fisioló gicas ao coração,
além de entender como a frequência cardíaca de repouso diminui e por que isso é importante. Descobrirá,
finalmente, como o funcionamento da liberação hormonal é influenciado diretamente pelo exercício, e qual é o
papel do exercício e do treinamento na melhora e aperfeiçoamento desse sistema todo complexo e cheio de
surpresas.
Bons estudos!

2.1 Sistema neuromuscular


O corpo humano recebe o estímulo ao exercício e se adapta em seus diferentes sistemas. Portanto, é importante
conhecer definiçõ es como impulso nervoso, sinapse, contração muscular, unidade motora, contração
concêntrica, contração excêntrica, isometria, consumo máximo de oxigênio, limiar aeró bio e anaeró bio, déficit
de oxigênio, acidose, capacidade aeró bia, síntese proteica. Tais conceitos serão de grande importância para
entendermos etapa por etapa as adaptaçõ es nos sistemas ocorridas a cada estímulo diferente.
Quando você movimenta o seu corpo, sua primeira sensação é a do resultado da ação, ou seja, você sente ou vê
seus mú sculos se contraindo e os braços ou pernas se movendo. Entretanto, o movimento é, na verdade, o
resultado final de uma sequência de estímulos neurais e musculares. A sequência padrão de estímulos neurais
se dá antes que o mú sculo contraia e, para aprender e entender por que os mú sculos contraem, devemos
direcionar nossa atenção para as funçõ es do sistema nervoso central que iniciam a contração muscular.
Você já parou para pensar na quantidade de eventos neurais necessários para realizar um movimento? Se parasse
para pensar, veria que é um feito notável controlar todas essas variáveis para saber a força, velocidade,
angulação exata que o braço e o corpo devem realizar para executar um lance livre. Portanto, nessa etapa, é
fundamental entender esses processos e segmentar um ato tão livre e automático que acabamos de realizar.

2.1.1 Estimulação do movimento


Os mú sculos são controlados pelos nervos do sistema nervoso autô nomo. As divisõ es simpática e
parassimpática atuam sobre a atividade dos mú sculos, dos ó rgãos digestivos e excretores. Assim, os mú sculos
também podem ser estimulados por movimentos reflexos do pró prio organismo, como uma ação e reação ao

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que pode acontecer internamente. Porém, os mú sculos, na maior parte das vezes, ficam sob controle voluntário.
De acordo com Howley e Powers (2014, p. 129):

Ramos nervosos se encaminham para o tecido muscular e se ramificam, atingindo células


musculares individuais ou grupos delas. Cada ponto de junção entre uma terminação nervosa e a
membrana plasmática da célula muscular corresponde a uma sinapse. Essa junção é conhecida pelo
nome de placa motora. O impulso nervoso propaga-se pelo neurô nio e atinge a placa motora. A
membrana da célula muscular recebe o estímulo. Gera-se uma corrente elétrica que se propaga por
essa membrana, atinge o citoplasma e desencadeia o mecanismo de contração muscular. 

Figura 1 - Na imagem, vemos a inervação do mú sculo esquelético evidenciando o neurô nio motor que leva o
impulso nervoso para as fibras musculares que irão, então, propagar até as junçõ es neuromusculares para que
ocorra a contração.
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2019.

É a partir da contração muscular que tudo se desencadeia, ocorrendo o encurtamento da fibra, a diminuição do
seu comprimento e/ou o aumento do seu comprimento, e alongando o ventre do mú sculo. Dependendo do
grupamento muscular e do movimento que ele executa, o mú sculo pode ser capaz de desenvolver uma variedade

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grande de tensõ es, ajustes finos na tensão e na execução dos movimentos.  

2.1.2 A contração muscular


O mú sculo esquelético tem a capacidade de exercer tensõ es diferentes em resposta às resistências externas
diferentes, dessa maneira, acaba acontecendo uma geração de um torque sobre os ossos e as articulaçõ es, o que
leva à produção do movimento. Essa relação entre resistência externa e torque produzido pelo mú sculo leva ao
que chamamos de açõ es musculares. Elas dependem do grau de estímulo e da força desenvolvida pelo mú sculo
frente à carga externa. Assim, podemos ter tipos diferentes de contração muscular em decorrência da diferença
da resistência e do objetivo do movimento. Segundo McArdle (2016, p. 134):

Na contração das fibras musculares, ocorre o encurtamento dos sarcô meros, os filamentos de actina
“deslizam” sobre os de miosina, graças a certos pontos de união que se formam entre esses dois
filamentos, levando à formação da actomiosina, para esse deslizamento acontecer, há a participação
de grande quantidade de dois elementos importantes, os íons Ca ++ e energia gerada pelo ATP. Nesse
caso cabe à molécula de miosina o papel de “quebrar” (hidrolisar) o ATP, liberando a energia
necessária para a ocorrência de contração.

2.1.3 Tipos de contração muscular


Como vimos anteriormente, as contraçõ es musculares ocorrem de maneira diferente de acordo com o objetivo
que se tenha. Mais quais são, exatamente, essas diferenças? Vamos conhecê-las clicando a seguir.

Contração concêntrica

Inicialmente, podemos destacar o que chamamos de contração


concêntrica, que ocorre quando o mú sculo produz um torque maior
que a resistência, levando, consequentemente, ao seu encurtamento.
As contraçõ es concêntricas são caracterizadas pela mudança da sua
conformidade estrutural: há formação de pontes cruzadas e o
deslizamento das moléculas de actina sobre as de miosina no sentido
de encurtamento. 

Contração excêntrica

Em sentido oposto a esse movimento, ocorrem as contrações


excêntricas, também denominadas alongamento ativo, quando o
torque produzido pelo mú sculo é menor que o da resistência, levando
ao seu alongamento. As contraçõ es excêntricas também são
caracterizadas pela mudança da sua conformidade estrutural. Há
formação de pontes cruzadas e o deslizamento das moléculas de
actina sobre as de miosina ocorre no sentido do alongamento
(HOWLEY; POWERS, 2014).

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A seguir, conheça uma curiosidade sobre esse tema.

VOCÊ SABIA?
Você sabia que o treinamento mais indicado para hipertrofia muscular é o
trabalho de contraçã o excê ntrica? É isso mesmo! Durante as ações musculares
excê ntricas, o potencial de sobreposiçã o dos miofilamentos de actina com os de
miosina tende a ficar menor quando o mú sculo é alongado, o que provoca a
diminuiçã o da produçã o de força e ativaçã o das fibras musculares durante a
realizaçã o de uma açã o excê ntrica. O trabalho de alta intensidade em musculaçã o
em que predomine a fase excê ntrica necessita de tempo mais longo de
recuperaçã o e o aumento de força dá -se concomitante ao aumento da massa
muscular (hipertrofia), levando-se em consideraçã o que atletas treinando no
limite da exaustã o muscular, sem entrarem em overtraining, obtê m melhores
resultados de desempenho.

Temos ainda a contração muscular que não causa mudança no comprimento muscular. Trata-se da contração
isométrica. Nesse caso, tensão e resistência são iguais, não havendo nem encurtamento nem alongamento do
mú sculo. Finalmente, há também a contração isocinética, um tipo especial de contração no qual as
velocidades de encurtamento e alongamento são constantes. Essa contração exige equipamento especializado,
criando uma resistência igual para todos os ângulos do movimento (HOWLEY; POWERS, 2014).

2.1.4 Características musculares, tipos de fibras


Outra característica a considerar, além do tipo de contração muscular, é o tipo de fibra muscular. Existem
diferenças morfoló gicas e na função de certas unidades motoras, e as características metabó licas e contráteis
das fibras musculares inervadas por diferentes neurô nios também são diversas. A classificação da unidade
motora segue a ordem pelo recrutamento neural, velocidade de condução, velocidade de contração, força e
capacidade metabó lica. As unidades motoras são classificadas, desse modo, em fibras de contração lenta, que
têm baixa atividade da ATPase, e fibras de contração rápida, que possuem alta atividade da ATPase. As fibras de
contração rápida podem ser subdivididas em tipo IIa, IIb e IIc. Quanto às características metabó licas, as fibras
de contração lenta tipo I são ricas no conteú do mitocondrial e de mioglobina, já as fibras do tipo II detêm uma
atividade da miosina ATPase elevada, com um sistema enzimático glicolítico muito bem desenvolvido (FLECK;
KRAMER, 2014).
No quadro a seguir, temos uma visão geral sobre os tipos de fibras.

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Quadro 1 - Características das fibras musculares em relação à sua atividade.


Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em FLECK; KRAMER (2014).

O treinamento físico pode trazer inú meras adaptaçõ es ao sistema neuromuscular: tudo depende do exercício
realizado, da intensidade, duração, nível de sobrecarga, período e alimentação.

VOCÊ O CONHECE?
Ronaldo Fenômeno, como era conhecido Ronaldo Luís Nazá rio de Lima, foi atacante da
Seleçã o Brasileira e tinha como característica arrancadas fantá sticas, deixando seus
marcadores sempre para trá s. Sua predominâ ncia muscular era de fibras do tipo IIb,
mas ele tinha que treinar també m um pouco de resistê ncia para aguentar a partida
toda. Ronaldo, após ir para Europa, ganhou massa muscular muito rá pido, o que
acabou culminando em algumas lesões. Essa situaçã o é comum em atletas franzinos e
muito rá pidos, já que os tendões nã o acompanham o mesmo desenvolvimento
muscular. 

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Para que haja o processo de hipertrofia muscular em um programa de treinamento resistido, deve-se iniciar com
os estresses metabó lico e mecânico, os quais causam microlesõ es nas fibras musculares. Em seguida, acontece
o processo de regeneração muscular. As alteraçõ es provocadas pelo treinamento resistido ativam células
satélites, que sofrem proliferação e subsequente diferenciação em novos nú cleos. Um maior nú mero de nú cleos
pode ser mais estimulado para obter aumento da síntese proteica (FLECK; KRAMER, 2014).

2.2 Adaptações metabólicas


Diversas modificaçõ es podem ser acompanhadas por meio da prática regular da atividade física. Sendo assim, é
importante compreender o que acontece quando exercemos alguma atividade física. Primeiramente, devemos
entender que a contração muscular que eleva o gasto energético em comparação com o estado de repouso já é
considerada como exercício, e a atividade física estruturada, com objetivo específico, chamamos de treinamento.
Elas podem ocorrer visando à melhora da capacidade cardiovascular ou do condicionamento geral, para ganhar
mais saú de ou perder peso etc.
O exercício físico provoca uma série de adaptaçõ es. Conheça alguns exemplos clicando a seguir:

Aumento da capacidade aeró bia das fibras de


contraçã o lenta.

Reduçã o da formaçã o de lactato com o


treinamento.

Melhora da utilizaçã o de gordura em intensidades


moderadas ou já adaptadas.

Aumento do metabolismo em atividade e em


repouso.

Aumento da quebra e utilizaçã o dos lipídeos e


reduçã o do colesterol.

Além dessas, outras modificaçõ es metabó licas também podem ocorrer. É importante compreender, assim, como
o tipo de exercício, sua intensidade e duração interferem nessas modificaçõ es, e para isso temos que relembrar o
conceito de modificação aguda e crô nica ao exercício e/ou ao treinamento. Além disso, precisamos entender o
que o exercício progressivo pode ocasionar.
Desse modo, durante o exercício progressivo, o consumo de oxigênio aumenta de acordo com o tipo de
treinamento e protocolo de intensidade realizado, assim como o condicionamento do indivíduo também vai
interferir nesse aumento. Indivíduos mais bem treinados demoram mais a modificar seus estados de repouso e

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precisam de cargas maiores para ter modificaçõ es maiores: esse é o princípio da sobrecarga.
Dentro desse princípio, precisamos também determinar o que é um indivíduo bem treinado. O que muitas vezes
é considerado um exercício forte para um, pode ser fraco para outro. Sendo assim, compreenderemos, a seguir, o
que significa limiar, uma vez que cada um possui um limite para uso da predominância de um metabolismo
aeró bio ou anaeró bio (FLECK; KRAMER, 2014).

2.2.1 Limiar de treinamento


Para entendermos melhor o que é o limiar, precisamos entender, inicialmente, o que é o consumo máximo de
oxigênio, conhecido como VO2 máximo. Este se define como sendo a quantidade máxima de oxigênio que o
organismo consegue captar e utilizar do ar que está sendo inspirado para gerar trabalho. VO2 é a medida desse
consumo de oxigênio pelo organismo em determinada intensidade do exercício (MCARDLE, 2016).
O VO2máx é um dos melhores índices fisioló gicos para graduar o nível de aptidão cardiorrespirató rio. Ele é uma
característica bioló gica de cada indivíduo, mas pode ser melhorado com o treinamento até cerca de 30%. Em
indivíduos treinados, esse ganho pode ser menor. Por meio de uma avaliação do VO2máx, ainda, podemos
conhecer o limiar anaeró bio, sabendo qual a intensidade certa em que o lactato sanguíneo será mais reutilizado.
As variáveis bruscas de frequência cardíaca, por exemplo, podem indicar esse momento.
O limiar anaeró bio é baseado no comportamento que as concentraçõ es de lactato sanguíneo apresentam em
diferentes intensidades de esforço. O início da acidose metabó lica durante o exercício pode ser determinado de
forma não invasiva pela avaliação dos gases expirados durante o teste de esforço, mais especificamente a
ventilação pulmonar e a produção de dió xido de carbono, por meio de avaliaçõ es ergométricas com o aparelho
de ergoespirometria. (MCARDLE, 2016).

VOCÊ QUER VER?


O teste de Cooper – como é chamado o teste desenvolvido pelo mé dico e preparador
físico norte-americano Kenneth H. Cooper, em 1968 – é um teste de 12 minutos que
permite descobrir qual a potê ncia aeróbia de um indivíduo. Quer saber como ele
funciona? Assista ao vídeo a seguir: <https://www.youtube.com/watch?v=Q-
4hLDCkln8 (https://www.youtube.com/watch?v=Q-4hLDCkln8)>.

O limiar anaeró bio indica até que ponto o sistema oxidativo está sendo suficiente para gerar energia para a
atividade física e em que ponto as fontes energéticas anaeró bias começam a entrar em ação de maneira mais
expressiva. Sempre que as fontes anaeró bias entram em ação por mais de dez segundos, temos formação de

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lactato de maneira acentuada. Com os valores do limiar anaeró bio em mãos, poderemos saber até qual carga
poderemos suportar, frequência cardíaca máxima (FC) ou VO2.
Para saber se o treinamento está abaixo, sobre ou acima do limiar anaeró bio, devemos responder às seguintes
questõ es:

• qual ritmo de treino está exigindo mais do metabolismo aeróbio?


• qual ritmo de treino está exigindo mais do metabolismo
anaeróbio?
• está ou não acumulando lactato?
• vai ou não ter problemas de fadiga relacionada ao lactato durante
uma atividade (prova)?
• qual a intensidade de aquecimento adequada?
• qual a intensidade de recuperação adequada?

2.3 Sistema cardiorrespiratório


No início do exercício, duas das primeiras sensaçõ es que temos em relação às alteraçõ es fisioló gicas são o
aumento na frequência cardíaca e na profundidade da respiração. A rapidez dessas respostas não é
surpreendente, uma vez que, quando iniciamos o exercício, necessitamos de um fornecimento rápido de
oxigênio para os mú sculos em contração a fim de minimizar o déficit de oxigênio. Essa sensação ofegante já é
uma das primeiras adaptaçõ es agudas ao exercício. 
As células musculares têm que obter a energia que necessitam para a sua contração por meio de dois
mecanismos: o anaeró bio e o aeró bio. As células musculares obtêm energia a partir da utilização do oxigênio
que absorvem da circulação sanguínea, originando um resíduo, o dió xido de carbono, que passa para o sangue
de forma a ser eliminado por meio dos pulmõ es. O mecanismo aeró bio é ativado cerca de quarenta segundos
apó s o início do exercício físico em que predominam os esforços muito prolongados ou de resistência. As fibras
musculares costumam dispor do suplemento de oxigênio necessário para a sua atividade, quarenta segundos
apó s o início do exercício físico, graças a uma série de alteraçõ es produzidas no funcionamento do aparelho
cardiorrespirató rio (HOWLEY; POWERS, 2014).

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Figura 2 - Modelo esquemático das vias aéreas envolvidas no trabalho cardiorrespirató rio.
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2019.

Assim como o consumo de oxigênio, o aumento na ventilação durante a transição para uma intensidade
aumentada de exercício em estado estável é abrupto, exponencial e proporcional à alteração de intensidade. A
ventilação em estado estável é alcançada mais cedo do que o VO2 em estado estável para uma determinada
sobrecarga de exercício. O aumento na ventilação deve-se aos aumentos no volume corrente e na frequência
cardíaca.
A ventilação durante o exercício submáximo em determinadas sobrecargas é também diferente entre os variados
tipos de exercício. O exercício para as partes superiores do corpo provoca uma ventilação relativamente maior
quando comparado ao ciclismo; o exercício estático também provoca uma ventilação relativamente maior
quando comparado ao ciclismo; ainda, o exercício estático também provoca uma ventilação maior do que o
exercício dinâmico. 

• Limiar ventilatório
A intensidade de exercício na qual ocorre um desvio simultâneo da linearidade na ventilação (VE) e um aumento
no VE/VO2 é denominada limiar ventilató rio (LV). Acompanhe a explicação navegando no recurso a seguir:

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A explicação tradicional do LV é que, conforme a intensidade do exercício aumenta, o aumento


abrupto na acidose do lactato que ocorre apó s o limiar de lactato provoca um aumento da acidose
sanguínea e na pressão de gás carbô nico. 

Tanto a acidose quanto a pressão de gás carbô nico aumentadas estimulam os quimiorreceptores a
induzirem o aumento da ventilação. 

Esse mecanismo tem sido interpretado por muitos fisiologistas como uma evidencia de que os
limiares de lactato e ventilató rios ocorrem na mesma intensidade de exercício. 

Tanto a frequência da ventilação quanto o volume corrente elevam-se durante aumentos na


intensidade de exercício e na ventilação.

Durante o exercício intenso, quando a ventilação já está em alta, o volume corrente atinge um platô
e os aumentos adicionais na ventilação resultam de aumentos na frequência respirató ria. 

As demandas da inflação e deflação rápidas e profundas dos pulmõ es aumentam o trabalho dos
mú sculos da inspiração e da expiração (ANDRADE, 2016).

O grande aumento no trabalho da respiração poderia causar fadiga muscular respirató ria durante o
exercício máximo. 

Entretanto, os resultados indicam que para indivíduos treinados com treinamento de endurance, a
capacidade de ventilar rapidamente os pulmõ es não está comprometida durante o exercício até o
VO2máx. 

Apesar disso, ainda deve ser pesquisado se os indivíduos não treinados possuem uma função
ventilató ria e dos mú sculos respirató rios pró xima ao ponto ó timo durante o exercício fatigante.

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Alguns exercícios, tais como nadar e exercícios subaquáticos, mantêm a parte superior do corpo submersa na
água, o que fornece uma pressão externa (compressão) aumentada na cavidade torácica. Isso teoricamente reduz
o trabalho de expiração, mas potencialmente aumenta o trabalho de inspiração. Não está claro se essas
alteraçõ es causariam fadiga dos mú sculos respirató rios e afetariam a eficiência da ventilação. A ventilação e a
respiração externa durante a natação também estão comprometidas pela alteração forçada da ventilação nos
intervalos específicos durante um esforço. 

VOCÊ QUER LER?


A prá tica de exercícios físicos melhora o rendimento cardiorrespiratório e contribui
para a prevençã o de graves problemas do coraçã o e dos pulmões. Como sabemos,
todos os nossos sistemas necessitam de oxigê nio. Sendo assim, é muito importante
para o estudante de fisiologia do exercício saber quais adaptações sã o estimuladas
pelo exercício e entender as trocas gasosas de nossos sistemas, seus sistemas de
difusã o de gases por concentraçã o e compreender a importâ ncia da velocidade desses
processos durante o exercício. Para saber mais sobre o padrã o respiratório, confira o
artigo de Lopes, Brito e Parreira (2005), disponível em:
<https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/637/648
(https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/637/648)>.

A maioria dos estudos sobre os efeitos dos programas de treino nos parâmetros fisioló gicos incluem mais
frequentemente o jogging ou a bicicleta do que a marcha. Os efeitos destes como programas de treino foram
também quantificados por Pollock (2014 apud ANDRADE, 2016) em indivíduos sedentários de meia idade, que
obtiveram um aumento do VO2máx de cerca de 28% no final do treino de vinte semanas. Esse aumento pode ser
muito acentuado se não se estiver em condição reduzida da condição física inicial, como a dos indivíduos
envolvidos no estudo. Assim, quanto menos apto é um indivíduo, maior é a porcentagem de aumento do
VO2máx apó s o treino. Tem-se verificado uma grande adesão dos idosos aos regimes de treino que incluem a
marcha, provavelmente por ser um exercício de intensidade mais tolerável, com menor incidência de lesõ es
ortopédicas e por permitir, ainda, um maior convívio entre os indivíduos durante o exercício (ANDRADE, 2016).

2.3.1 Regulação respiratória do equilíbrio ácido-básico


O equilíbrio ácido-base e um ambiente químico adequado são muito importantes para que as reaçõ es químicas
aconteçam. O nosso pH é apenas medido durante essas reaçõ es químicas, sendo que pode alterar de região para
região do nosso organismo e de acordo com as diferentes necessidades. 

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VOCÊ SABIA?
A acidez do nosso organismo pode variar de regiã o para regiã o e alguns produtos
do nosso dia a dia possuem acidez muito próxima à apresentada em nosso
organismo. Vejamos, a seguir, diferenças e semelhanças:

Como vemos, do lado esquerdo, temos elementos do nosso dia dia, e do lado
direito, regiões diferentes do nosso organismo. Note como há semelhanças e
diferenças entre as acidezes. 

O que acontece para o meio ficar mais ácido ou mais básico? Normalmente, a acidose se deve à maior
quantidade de íons hidrogênio ( H+ ) disponíveis no sangue ou na região. Por exemplo, quando praticamos
exercícios de altíssima intensidade, utilizamos o ATP (adenosina trifosfato, molécula que acumula energia
dentro mú sculo). A quebra do ATP com uma molécula de água H2O ocasiona a liberação de energia mais íons
hidrogênio: 
ATP = H2O = ADP + PI + H+
Com o exercício intenso, quebramos muitas moléculas de ATP e, sendo assim, liberamos vários íons hidrogênio,
tornando o meio mais ácido. Porém, felizmente, o organismo possui uma ação de tamponamento, uma reação
que tenta neutralizar essa acidez com moléculas como a carnosina, o bicarbonato, os íons fosfato e o pró prio
lactato. Esse resultado da degradação incompleta da glicose ajuda a retirar os íons H+ da célula, sendo
considerado o sistema tampão.

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O sistema tampão causa o equilíbrio entre os ácidos e as bases no organismo. No mú sculo esquelético, em
exercícios mais intensos, o pH pode atingir uma faixa de 6,2 a 6,4. Isso acaba reduzindo a velocidade enzimática
que produz energia para contração muscular. Assim, o mú sculo pode entrar em fadiga. Para que não ocorra a
fadiga, o corpo promove algumas açõ es, principalmente no mú sculo esquelético, com o qual iremos nos
preocupar agora. O tamponamento intracelular (dentro da célula) é maior do que fora dela, sendo assim, vamos
conhecer algumas proteínas que participam do processo (ANDRADE, 2016):

Sistema tampão intracelular

• hemoglobina: proteína que está dentro das hemácias no sangue.


Ela é responsável por transportar o oxigênio, mas também auxilia
no tamponamento neutralizando cerca de 40% dos íons hidrogênio
produzidos pelas células, levando-os para serem eliminados nos
rins e nos pulmões;
• carnosina: proteína que auxilia no tamponamento. Ela está
naturalmente no nosso organismo e pode também ser
suplementada por meio da ingesta de beta-alanina. Ela também é
uma das principais redutoras do pH para evitar a fadiga;
• íons fosfato: eles agem muito eficientemente na faixa que o pH
chega de 5,82 a 7,82, e dentro do sistema intracelular ajudam
eficientemente no tamponamento;
• mitocôndrias: o tamponamento aqui é realizado por meio das
reações químicas que ocorrem na presença do O2. Ele também é
muito eficiente.

Sistema tampão extracelular

• sistema de curto prazo: é responsável por, primeiramente, captar


os íons hidrogênico das reações de liberação de energia das células
mais o gás carbônico (CO2). Assim, temos o ácido carbônico
(H2CO3) que entra dentro da hemácia. Após a entrada, a hemácia
liberará o bicarbonato (HCO3) para continuar ajudando na captação
dos íons hidrogênio e o gás carbônico será transportado para os

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pulmões, onde serão feitas as trocas gasosas nos alvéolos para


eliminação do gás carbônico;
• sistema de longo prazo: este se dará devido à ação do sistema
renal, por meio da excreção da urina, quando ocorrerá a eliminação
de uma urina mais ácida ou mais básica dependendo do estado de
hidratação do organismo e da necessidade de eliminar mais íons
hidrôgenio. Como o próprio nome diz, é um sistema a longo prazo.
Ele depende dessa concentração elevada que pode ser devido a
uma baixa hidratação ou pela atividade física intensa que produziu
elevada concentração de íons H+ (MCARDLE, 2016).

2.4 Sistema endócrino e o exercício


O sistema endó crino é o sistema que desempenha papel essencial na regulação da homeostase corporal pela
produção de hormô nios, que participam de todas as modificaçõ es metabó licas, cardiovasculares e
hemodinâmicas necessárias às adaptaçõ es em várias demandas, de origem interna e ambientais, como jejum,
alimentação, exercício etc. São mediadores químicos produzidos por células endó crinas que se localizam nas
glândulas endó crinas ou tecidos e ó rgãos não necessariamente endó crinos, onde as glândulas são muito
irrigadas e já enviam os hormô nios para o sangue assim que necessário. São moléculas sinalizadoras, cujos
efeitos fisioló gicos promovem alteraçõ es do estado funcional e anatô mico de suas células-alvo ou até deles
mesmos (MCARDLE, 2016).
Os hormô nios são produzidos pelas glândulas endó crinas, como hipó fise, pineal, tireoide, paratireoides,
adrenais, pâncreas, ovários e testículos, e também por tecidos e ó rgãos como o hipotálamo, coração, rins,
estô mago, intestino, tecido adiposo branco, entre outros. Os hormô nios apresentam um ritmo circadiano de
secreção (o ciclo ocorre aproximadamente a cada 24 horas), o que é mais marcante no cortisol e no GH. São
secretados em pulsos, que podem variar em frequência e quantidade, gerando as diferentes taxas de secreção
hormonal.
O mecanismo de ação hormonal ocorre na união de hormô nios e receptores causando uma cascata de reaçõ es e
alteraçõ es nas funçõ es corporais, em que cada tipo de hormô nio afeta uma célula específica. Os hormô nios
proteicos são hidrossolú veis e podem circular livremente no plasma, mas não permeiam a bicamada lipídica da
membrana plasmática e se ligam a receptores localizados na membrana. Os lipossolú veis circulam no sangue
associados a proteínas carregadoras e, ao se desligarem delas, atravessam a membrana plasmática, ligando-se a
receptores no citoplasma ou no nú cleo das células-alvo.
Para controlar a concentração dos hormô nios, temos o mecanismo que chamamos de feedback hormonal. Ele é
uma retroalimentação, que se dá pelo envio de informação para o sistema que mandou a ação, depois que ela foi
executada. Pode ser interno (do pró prio corpo) ou externo, quando muda a intensidade do exercício, por
exemplo. Outro exemplo é quando há a diminuição da glicose sanguínea, aumenta a liberação de glucagon
(ANDRADE, 2016).
Mas quais são os principais hormô nios que agem durante o exercício e/ou treinamento e que possuem açõ es
específicas de acordo com as necessidades que o exercício impõ e, podendo ser agudas (na hora do exercício) ou
crô nicas (ao longo do treinamento)? Vamos conhecê-los clicando nas abas a seguir:

Hormônio do crescimento (GH)

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O exercício estimula a liberação de GH, sendo mais alta em indivíduos não treinados e proporcional à
intensidade do exercício. Assim, em exercícios de alta intensidade, esse hormô nio é mais estimulado,
assim como em aqueles não treinados, que precisam de mais reparação tecidual do que os atletas. O
GH possui um efeito anabó lico, aumenta a síntese proteica aliado à hipertrofia e à quebra dos
lipídeos. Durante o repouso, é mais ativo na fase do crescimento, quando age como desenvolvimento
de funçõ es básicas de crescimento. O GH possui maior concentração durante o sono profundo , e é
nesse momento que cumpre um de seus principais papéis: o aumento da síntese proteica. Por isso, é
tão importante a qualidade do sono para os indivíduos: não dormir bem pode atrapalhar no ganho de
massa magra e aumentar as células de gordura.

Hormônio antidiurético (ADH)

Possui função de conservar água corporal, isto é, ele age promovendo a maior reabsorção de água. No
exercício, o ADH é inibido para não se produzir urina, assim, ocorre a reabsorção de água nos tú bulos
renais tornando a urina mais concentrada e reduzida. O exercício estimula a perda hídrica pelo suor,
contribuindo para o balanço hídrico e evitando a desidratação principalmente em exercícios de
longa duração. O ADH age também no controle da temperatura, portanto, ele retém o líquido que seria
excretado na urina e o utiliza para ser liberado na forma de suor, estimulando o equilíbrio térmico. Os
exercícios de longa duração necessitam de retenção de sal e água para manter o volume plasmático,
assim, há um estimulo a uma maior liberação do hormô nio ADH (FLECK; KRAMER, 2014).

Na imagem abaixo, veja uma exemplo da ação do hormô nio ADH.

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Figura 3 - Nos exercícios de longa duração, ocorre o estímulo para uma maior liberação de hormô nio ADH.
Fonte: Daxiao Productions, Shutterstock, 2019.

Os pró ximos hormô nios a serem citados são as catecolaminas, a adrenalina e a noradrenalina. Conheça as
principais funçõ es destes hormô nios clicando a seguir:

Atividade do organismo

Eles aumentam a atividade simpática de todo o organismo, liberam glicose e ácidos graxos para
toda a corrente sanguínea, aumentam a pressão arterial e frequência cardíaca e os movimentos
respirató rios. 

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Substratos energéticos

Mobilizam os substratos energéticos, estimulando a glicogenó lise e a gliconeogênese, elevando a


glicemia, e estimulando a lipólise, aumentam a frequência cardíaca e a força de contração cardíaca
junto com o aumento da pressão arterial, vasodilatação nos mú sculos em atividade e
vasoconstrição das vísceras. 

Exercícios anaeróbicos

Quanto mais o indivíduo for treinado, menor a concentração de sangue nos mú sculos para mesma
carga de treinamento. Os exercícios anaeróbios são os principais responsáveis em estimular as
catecolaminas. 

Adrenalina e noradrenalina

O exercício também aumenta principalmente a adrenalina conforme magnitude e intensidade, e no


pó s-exercício, as concentraçõ es de adrenalina e noradrenalina baixam.

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Um outro hormô nio importante é o cortisol, o hormô nio de adaptação ao estresse, tendo maior pico durante o
dia, ao acordarmos. Seus efeitos fisioló gicos são estímulo da proteólise e inibição da síntese proteica;
diminuição da oferta de glicose para os mú sculos, liberando glicose para o sistema nervoso central, antagô nico
à insulina. Aumenta durante o exercício intenso e suspeita-se que é aumentado também em situaçõ es de
overtraining, para manter o nível de glicose e aumentar a vasoconstrição da adrenalina.
Outro hormô nio catabó lico é o glucagon. Ele aumenta a concentração de glicose no sangue e é estimulado pelo
jejum e pelo exercício, quando há baixo nível de glicose no sangue, efeito inverso da insulina; aumenta a
lipólise do tecido adiposo e no fígado. O glucagon aumenta rapidamente no exercício, depois se estabiliza,
principalmente no aeróbio, com aumento da liberação mais contínua e com menos oscilaçõ es. O aumento da
duração do exercício aumenta a concentração de glucagon (IDE, 2010).
A testosterona, conhecida como o hormônio masculino, é essencialmente produzida nos homens nas gô nadas
sexuais. Nas mulheres, é produzida principalmente pelas adrenais e ovários na menopausa. Esse hormô nio
aumenta a síntese proteica, gliconeogênese, perda de gordura corporal e formação de tecidos. No exercício
intenso, como o de velocistas, estimula hipertrofia funcional e anatô mica, associado ao treinamento
anaeróbio. O doping por excesso de testosterona pode causar morte sú bita. O consumo exó geno (externo) de
testosterona, ainda, causa um efeito rebote, podendo aumentar a concentração de hormô nios femininos em
homens, e nas mulheres, pode alterar a voz, aumentar os pelos e acnes (IDE, 2010).

CASO
Um dos mais famosos casos de doping por uso de testosterona anabólico é o do
ciclista norte-americano Lance Armstrong, que venceu sete vezes seguidas, de
1999 a 2005, a volta da França e foi considerado o maior ciclista da história.
Pressionado pelos resultados de uma investigaçã o federal, no famoso programa
de entrevistas de Oprah Winfrey, o atleta confessou ter usado substâ ncias
proibidas. Admitiu ter usado EPO (hormônio que aumenta o nú mero de glóbulos
vermelhos e, desse modo, permite ao sangue levar mais oxigê nio aos mú sculos),
testosterona, dopagem sanguínea e cortisona, alé m de ter estimulado colegas a
usarem substâ ncias ilícitas. Armstrong perdeu todos os títulos conquistados
desde 1998 e foi banido do esporte. Alé m disso, perdeu a maioria dos
patrocinadores, alguns dos quais abriram processo contra ele.

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Finalmente, a insulina é também um hormô nio anabó lico, regulando a metabolização da glicose nos tecidos,
aumentando a permeabilização da membrana das células à glicose, principalmente no mú sculo e tecido adiposo,
e possuindo, então, efeito hipoglicemiante. Ela estimula, ainda, a síntese de glicogênio, proteínas e lipídeos e
reduz a glicemia por estimular a captação e utilização de glicose pelas células. Além disso, inibe a
gliconeogênese hepática e inibe as reaçõ es de glicogenó lise, proteó lise e lipó lise. A insulina é diminuída no
exercício muscular, para aumentar a disponibilidade de glicose sanguínea durante o exercício. Em exercícios
mais intensos, ocorre menos liberação de insulina. 

Síntese
Nesta unidade, você pô de compreender como ocorre a fisiologia dos sistemas fisioló gicos ao exercício físico,
podendo ver que existem adaptaçõ es agudas e crô nicas ao exercício e ao treinamento, e que os sistemas
neuromuscular, cardiorrespirató rio, metabó lico e hormonal sofrem adaptaçõ es constantemente, sendo o
exercício um colaborador direto para a melhoria dessas funçõ es.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

• descobrir como controlamos os impulsos nervosos para contração


muscular, para o próprio movimento, além de conhecer sua
estrutura muscular, seu funcionamento e suas adaptações ao
exercício e/ou ao treinamento, como melhora da circulação
sanguínea, hipertrofia muscular etc.;
• entender como os diferentes tipos de fibras musculares podem agir
diferentemente ao treinamento. Todos os indivíduos possuem uma
aptidão que pode ser pelas fibras musculares e/ou pelo
metabolismo;
• conhecer as adaptações do sistema cardiorrespiratório, o sistema
de ventilação e a melhor utilização do VO2, a melhora do sistema de
trocas gasosas e dos sistemas de tamponamento;
• compreender como o limiar anaeróbio é importante para conhecer
qual fonte energética será utilizada de forma mais intensa durante o
exercício;
• inteirar-se sobre o tamponamento e as formas de equilíbrio ácido-
base, tanto intracelulares como extracelulares;
• aprofundar os conhecimentos em torno dos hormônios
participantes diretamente do exercício, suas respostas, suas
adaptações e suas funções para a melhora dos sistemas, além do
perigo e das consequências do uso indevido de hormônios como a
testosterona.

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Bibliografia
ANDRADE, M. Fisiologia do exercício. 1. ed. Barueri: Manole, 2016.
BLOG DO TAF. Como fazer o teste de corrida 12 min. Canal Blog do TAf, YouTube, 27 mai. 2018. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Q-4hLDCkln8 (https://www.youtube.com/watch?v=Q-4hLDCkln8)>.
Acesso em: 12 ago. 2019.
CURI, P. T. Fisiologia do exercício. Campo Grande: Guanabara Koogan, 2014.
FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fisiologia do exercício: teoria e prática. Campo Grande: Guanabara Koogan, 2014.
HOWLEY, E. T.; POWERS, S. K. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho.
8. ed. Barueri: Manole, 2014.
IDE, B. N. Fisiologia do treinamento esportivo: treinamento de força, potência, velocidade e resistência,
periodização e habilidades psicoló gicas no treinamento esportivo. São Paulo: Phorte, 2010. 
KENNEY, W. L.; WILMORE, J. H.; COSTILL, D. Fisiologia do esporte e do exercício. Barueri: Manole, 2013.
LOPES, R. B.; BRITO, R. R.; PARREIRA, V. F. Padrão Respirató rio durante o exercício - revisão literária. R. bras. Ci.
e Mov., v. 13, n. 2, p. 153-160, 2005. Disponível em:
<https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/637/648
(https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/637/648)>. Acesso em: 12 ago. 2019.
MCARDLE, W. D. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempenho humano. 8. ed. Campo Grande:
Guanabara Koogan, 2016.
ROLAND, T. Fisiologia do exercício na criança. 1. ed. Barueri: Manole, 2015.

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