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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
CAPÍTULO 2 - ADAPTAÇÕ ES SISTÊ MICAS AO
EXERCÍCIO FÍSICO E AO TREINAMENTO
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Introdução
O conhecimento e a interpretação do funcionamento do organismo humano são um desafio à nossa
compreensão e raciocínio. Diariamente, novos conhecimentos são trazidos pela investigação científica para a
comunidade em geral. O corpo humano é, como sabemos, uma “máquina” maravilhosa, desafiadora e
sofisticada, alicerçada em uma complexa interação entre sistemas que lhe permitem manter o equilíbrio
morfoló gico e funcional. Assim, o estudo e o conhecimento da fisiologia são elementos imprescindíveis na
“bagagem” de um profissional do treino desportivo, uma vez que permitem o conhecimento da estrutura e da
função do corpo, bem como da forma como se processa a resposta aos estímulos e à adaptação.
Mas você sabe qual o melhor estímulo para o ganho de massa magra? Como ocorre o recrutamento de fibras
musculares ao movimento? Como os sistemas respondem ao exercício e ao treinamento? Nesta unidade, você
poderá responder a essas perguntas, e conhecerá, ainda, o sistema neuromuscular, compreendendo como o
exercício cria adaptaçõ es a esse sistema, uma vez que ele está diretamente ligado ao movimento.
Ao longo desta unidade, você também irá aprender sobre o comando neural do movimento, verá que existem
respostas diferentes a estímulos diferentes, bem como a solicitação de tipos de fibras musculares diferentes.
Também irá conhecer as adaptaçõ es do sistema cardiorrespirató rio, a melhoria da eficiência em suas trocas
gasosas, o aumento do VO2 (volume de oxigênio) e as consequências circulató rias e fisioló gicas ao coração,
além de entender como a frequência cardíaca de repouso diminui e por que isso é importante. Descobrirá,
finalmente, como o funcionamento da liberação hormonal é influenciado diretamente pelo exercício, e qual é o
papel do exercício e do treinamento na melhora e aperfeiçoamento desse sistema todo complexo e cheio de
surpresas.
Bons estudos!
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que pode acontecer internamente. Porém, os mú sculos, na maior parte das vezes, ficam sob controle voluntário.
De acordo com Howley e Powers (2014, p. 129):
Figura 1 - Na imagem, vemos a inervação do mú sculo esquelético evidenciando o neurô nio motor que leva o
impulso nervoso para as fibras musculares que irão, então, propagar até as junçõ es neuromusculares para que
ocorra a contração.
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2019.
É a partir da contração muscular que tudo se desencadeia, ocorrendo o encurtamento da fibra, a diminuição do
seu comprimento e/ou o aumento do seu comprimento, e alongando o ventre do mú sculo. Dependendo do
grupamento muscular e do movimento que ele executa, o mú sculo pode ser capaz de desenvolver uma variedade
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Na contração das fibras musculares, ocorre o encurtamento dos sarcô meros, os filamentos de actina
“deslizam” sobre os de miosina, graças a certos pontos de união que se formam entre esses dois
filamentos, levando à formação da actomiosina, para esse deslizamento acontecer, há a participação
de grande quantidade de dois elementos importantes, os íons Ca ++ e energia gerada pelo ATP. Nesse
caso cabe à molécula de miosina o papel de “quebrar” (hidrolisar) o ATP, liberando a energia
necessária para a ocorrência de contração.
Contração concêntrica
Contração excêntrica
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VOCÊ SABIA?
Você sabia que o treinamento mais indicado para hipertrofia muscular é o
trabalho de contraçã o excê ntrica? É isso mesmo! Durante as ações musculares
excê ntricas, o potencial de sobreposiçã o dos miofilamentos de actina com os de
miosina tende a ficar menor quando o mú sculo é alongado, o que provoca a
diminuiçã o da produçã o de força e ativaçã o das fibras musculares durante a
realizaçã o de uma açã o excê ntrica. O trabalho de alta intensidade em musculaçã o
em que predomine a fase excê ntrica necessita de tempo mais longo de
recuperaçã o e o aumento de força dá -se concomitante ao aumento da massa
muscular (hipertrofia), levando-se em consideraçã o que atletas treinando no
limite da exaustã o muscular, sem entrarem em overtraining, obtê m melhores
resultados de desempenho.
Temos ainda a contração muscular que não causa mudança no comprimento muscular. Trata-se da contração
isométrica. Nesse caso, tensão e resistência são iguais, não havendo nem encurtamento nem alongamento do
mú sculo. Finalmente, há também a contração isocinética, um tipo especial de contração no qual as
velocidades de encurtamento e alongamento são constantes. Essa contração exige equipamento especializado,
criando uma resistência igual para todos os ângulos do movimento (HOWLEY; POWERS, 2014).
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O treinamento físico pode trazer inú meras adaptaçõ es ao sistema neuromuscular: tudo depende do exercício
realizado, da intensidade, duração, nível de sobrecarga, período e alimentação.
VOCÊ O CONHECE?
Ronaldo Fenômeno, como era conhecido Ronaldo Luís Nazá rio de Lima, foi atacante da
Seleçã o Brasileira e tinha como característica arrancadas fantá sticas, deixando seus
marcadores sempre para trá s. Sua predominâ ncia muscular era de fibras do tipo IIb,
mas ele tinha que treinar també m um pouco de resistê ncia para aguentar a partida
toda. Ronaldo, após ir para Europa, ganhou massa muscular muito rá pido, o que
acabou culminando em algumas lesões. Essa situaçã o é comum em atletas franzinos e
muito rá pidos, já que os tendões nã o acompanham o mesmo desenvolvimento
muscular.
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Para que haja o processo de hipertrofia muscular em um programa de treinamento resistido, deve-se iniciar com
os estresses metabó lico e mecânico, os quais causam microlesõ es nas fibras musculares. Em seguida, acontece
o processo de regeneração muscular. As alteraçõ es provocadas pelo treinamento resistido ativam células
satélites, que sofrem proliferação e subsequente diferenciação em novos nú cleos. Um maior nú mero de nú cleos
pode ser mais estimulado para obter aumento da síntese proteica (FLECK; KRAMER, 2014).
Além dessas, outras modificaçõ es metabó licas também podem ocorrer. É importante compreender, assim, como
o tipo de exercício, sua intensidade e duração interferem nessas modificaçõ es, e para isso temos que relembrar o
conceito de modificação aguda e crô nica ao exercício e/ou ao treinamento. Além disso, precisamos entender o
que o exercício progressivo pode ocasionar.
Desse modo, durante o exercício progressivo, o consumo de oxigênio aumenta de acordo com o tipo de
treinamento e protocolo de intensidade realizado, assim como o condicionamento do indivíduo também vai
interferir nesse aumento. Indivíduos mais bem treinados demoram mais a modificar seus estados de repouso e
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precisam de cargas maiores para ter modificaçõ es maiores: esse é o princípio da sobrecarga.
Dentro desse princípio, precisamos também determinar o que é um indivíduo bem treinado. O que muitas vezes
é considerado um exercício forte para um, pode ser fraco para outro. Sendo assim, compreenderemos, a seguir, o
que significa limiar, uma vez que cada um possui um limite para uso da predominância de um metabolismo
aeró bio ou anaeró bio (FLECK; KRAMER, 2014).
O limiar anaeró bio indica até que ponto o sistema oxidativo está sendo suficiente para gerar energia para a
atividade física e em que ponto as fontes energéticas anaeró bias começam a entrar em ação de maneira mais
expressiva. Sempre que as fontes anaeró bias entram em ação por mais de dez segundos, temos formação de
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lactato de maneira acentuada. Com os valores do limiar anaeró bio em mãos, poderemos saber até qual carga
poderemos suportar, frequência cardíaca máxima (FC) ou VO2.
Para saber se o treinamento está abaixo, sobre ou acima do limiar anaeró bio, devemos responder às seguintes
questõ es:
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Figura 2 - Modelo esquemático das vias aéreas envolvidas no trabalho cardiorrespirató rio.
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2019.
Assim como o consumo de oxigênio, o aumento na ventilação durante a transição para uma intensidade
aumentada de exercício em estado estável é abrupto, exponencial e proporcional à alteração de intensidade. A
ventilação em estado estável é alcançada mais cedo do que o VO2 em estado estável para uma determinada
sobrecarga de exercício. O aumento na ventilação deve-se aos aumentos no volume corrente e na frequência
cardíaca.
A ventilação durante o exercício submáximo em determinadas sobrecargas é também diferente entre os variados
tipos de exercício. O exercício para as partes superiores do corpo provoca uma ventilação relativamente maior
quando comparado ao ciclismo; o exercício estático também provoca uma ventilação relativamente maior
quando comparado ao ciclismo; ainda, o exercício estático também provoca uma ventilação maior do que o
exercício dinâmico.
• Limiar ventilatório
A intensidade de exercício na qual ocorre um desvio simultâneo da linearidade na ventilação (VE) e um aumento
no VE/VO2 é denominada limiar ventilató rio (LV). Acompanhe a explicação navegando no recurso a seguir:
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Tanto a acidose quanto a pressão de gás carbô nico aumentadas estimulam os quimiorreceptores a
induzirem o aumento da ventilação.
Esse mecanismo tem sido interpretado por muitos fisiologistas como uma evidencia de que os
limiares de lactato e ventilató rios ocorrem na mesma intensidade de exercício.
Durante o exercício intenso, quando a ventilação já está em alta, o volume corrente atinge um platô
e os aumentos adicionais na ventilação resultam de aumentos na frequência respirató ria.
As demandas da inflação e deflação rápidas e profundas dos pulmõ es aumentam o trabalho dos
mú sculos da inspiração e da expiração (ANDRADE, 2016).
O grande aumento no trabalho da respiração poderia causar fadiga muscular respirató ria durante o
exercício máximo.
Entretanto, os resultados indicam que para indivíduos treinados com treinamento de endurance, a
capacidade de ventilar rapidamente os pulmõ es não está comprometida durante o exercício até o
VO2máx.
Apesar disso, ainda deve ser pesquisado se os indivíduos não treinados possuem uma função
ventilató ria e dos mú sculos respirató rios pró xima ao ponto ó timo durante o exercício fatigante.
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Alguns exercícios, tais como nadar e exercícios subaquáticos, mantêm a parte superior do corpo submersa na
água, o que fornece uma pressão externa (compressão) aumentada na cavidade torácica. Isso teoricamente reduz
o trabalho de expiração, mas potencialmente aumenta o trabalho de inspiração. Não está claro se essas
alteraçõ es causariam fadiga dos mú sculos respirató rios e afetariam a eficiência da ventilação. A ventilação e a
respiração externa durante a natação também estão comprometidas pela alteração forçada da ventilação nos
intervalos específicos durante um esforço.
A maioria dos estudos sobre os efeitos dos programas de treino nos parâmetros fisioló gicos incluem mais
frequentemente o jogging ou a bicicleta do que a marcha. Os efeitos destes como programas de treino foram
também quantificados por Pollock (2014 apud ANDRADE, 2016) em indivíduos sedentários de meia idade, que
obtiveram um aumento do VO2máx de cerca de 28% no final do treino de vinte semanas. Esse aumento pode ser
muito acentuado se não se estiver em condição reduzida da condição física inicial, como a dos indivíduos
envolvidos no estudo. Assim, quanto menos apto é um indivíduo, maior é a porcentagem de aumento do
VO2máx apó s o treino. Tem-se verificado uma grande adesão dos idosos aos regimes de treino que incluem a
marcha, provavelmente por ser um exercício de intensidade mais tolerável, com menor incidência de lesõ es
ortopédicas e por permitir, ainda, um maior convívio entre os indivíduos durante o exercício (ANDRADE, 2016).
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VOCÊ SABIA?
A acidez do nosso organismo pode variar de regiã o para regiã o e alguns produtos
do nosso dia a dia possuem acidez muito próxima à apresentada em nosso
organismo. Vejamos, a seguir, diferenças e semelhanças:
Como vemos, do lado esquerdo, temos elementos do nosso dia dia, e do lado
direito, regiões diferentes do nosso organismo. Note como há semelhanças e
diferenças entre as acidezes.
O que acontece para o meio ficar mais ácido ou mais básico? Normalmente, a acidose se deve à maior
quantidade de íons hidrogênio ( H+ ) disponíveis no sangue ou na região. Por exemplo, quando praticamos
exercícios de altíssima intensidade, utilizamos o ATP (adenosina trifosfato, molécula que acumula energia
dentro mú sculo). A quebra do ATP com uma molécula de água H2O ocasiona a liberação de energia mais íons
hidrogênio:
ATP = H2O = ADP + PI + H+
Com o exercício intenso, quebramos muitas moléculas de ATP e, sendo assim, liberamos vários íons hidrogênio,
tornando o meio mais ácido. Porém, felizmente, o organismo possui uma ação de tamponamento, uma reação
que tenta neutralizar essa acidez com moléculas como a carnosina, o bicarbonato, os íons fosfato e o pró prio
lactato. Esse resultado da degradação incompleta da glicose ajuda a retirar os íons H+ da célula, sendo
considerado o sistema tampão.
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O sistema tampão causa o equilíbrio entre os ácidos e as bases no organismo. No mú sculo esquelético, em
exercícios mais intensos, o pH pode atingir uma faixa de 6,2 a 6,4. Isso acaba reduzindo a velocidade enzimática
que produz energia para contração muscular. Assim, o mú sculo pode entrar em fadiga. Para que não ocorra a
fadiga, o corpo promove algumas açõ es, principalmente no mú sculo esquelético, com o qual iremos nos
preocupar agora. O tamponamento intracelular (dentro da célula) é maior do que fora dela, sendo assim, vamos
conhecer algumas proteínas que participam do processo (ANDRADE, 2016):
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O exercício estimula a liberação de GH, sendo mais alta em indivíduos não treinados e proporcional à
intensidade do exercício. Assim, em exercícios de alta intensidade, esse hormô nio é mais estimulado,
assim como em aqueles não treinados, que precisam de mais reparação tecidual do que os atletas. O
GH possui um efeito anabó lico, aumenta a síntese proteica aliado à hipertrofia e à quebra dos
lipídeos. Durante o repouso, é mais ativo na fase do crescimento, quando age como desenvolvimento
de funçõ es básicas de crescimento. O GH possui maior concentração durante o sono profundo , e é
nesse momento que cumpre um de seus principais papéis: o aumento da síntese proteica. Por isso, é
tão importante a qualidade do sono para os indivíduos: não dormir bem pode atrapalhar no ganho de
massa magra e aumentar as células de gordura.
Possui função de conservar água corporal, isto é, ele age promovendo a maior reabsorção de água. No
exercício, o ADH é inibido para não se produzir urina, assim, ocorre a reabsorção de água nos tú bulos
renais tornando a urina mais concentrada e reduzida. O exercício estimula a perda hídrica pelo suor,
contribuindo para o balanço hídrico e evitando a desidratação principalmente em exercícios de
longa duração. O ADH age também no controle da temperatura, portanto, ele retém o líquido que seria
excretado na urina e o utiliza para ser liberado na forma de suor, estimulando o equilíbrio térmico. Os
exercícios de longa duração necessitam de retenção de sal e água para manter o volume plasmático,
assim, há um estimulo a uma maior liberação do hormô nio ADH (FLECK; KRAMER, 2014).
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Figura 3 - Nos exercícios de longa duração, ocorre o estímulo para uma maior liberação de hormô nio ADH.
Fonte: Daxiao Productions, Shutterstock, 2019.
Os pró ximos hormô nios a serem citados são as catecolaminas, a adrenalina e a noradrenalina. Conheça as
principais funçõ es destes hormô nios clicando a seguir:
Atividade do organismo
Eles aumentam a atividade simpática de todo o organismo, liberam glicose e ácidos graxos para
toda a corrente sanguínea, aumentam a pressão arterial e frequência cardíaca e os movimentos
respirató rios.
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Substratos energéticos
Exercícios anaeróbicos
Quanto mais o indivíduo for treinado, menor a concentração de sangue nos mú sculos para mesma
carga de treinamento. Os exercícios anaeróbios são os principais responsáveis em estimular as
catecolaminas.
Adrenalina e noradrenalina
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Um outro hormô nio importante é o cortisol, o hormô nio de adaptação ao estresse, tendo maior pico durante o
dia, ao acordarmos. Seus efeitos fisioló gicos são estímulo da proteólise e inibição da síntese proteica;
diminuição da oferta de glicose para os mú sculos, liberando glicose para o sistema nervoso central, antagô nico
à insulina. Aumenta durante o exercício intenso e suspeita-se que é aumentado também em situaçõ es de
overtraining, para manter o nível de glicose e aumentar a vasoconstrição da adrenalina.
Outro hormô nio catabó lico é o glucagon. Ele aumenta a concentração de glicose no sangue e é estimulado pelo
jejum e pelo exercício, quando há baixo nível de glicose no sangue, efeito inverso da insulina; aumenta a
lipólise do tecido adiposo e no fígado. O glucagon aumenta rapidamente no exercício, depois se estabiliza,
principalmente no aeróbio, com aumento da liberação mais contínua e com menos oscilaçõ es. O aumento da
duração do exercício aumenta a concentração de glucagon (IDE, 2010).
A testosterona, conhecida como o hormônio masculino, é essencialmente produzida nos homens nas gô nadas
sexuais. Nas mulheres, é produzida principalmente pelas adrenais e ovários na menopausa. Esse hormô nio
aumenta a síntese proteica, gliconeogênese, perda de gordura corporal e formação de tecidos. No exercício
intenso, como o de velocistas, estimula hipertrofia funcional e anatô mica, associado ao treinamento
anaeróbio. O doping por excesso de testosterona pode causar morte sú bita. O consumo exó geno (externo) de
testosterona, ainda, causa um efeito rebote, podendo aumentar a concentração de hormô nios femininos em
homens, e nas mulheres, pode alterar a voz, aumentar os pelos e acnes (IDE, 2010).
CASO
Um dos mais famosos casos de doping por uso de testosterona anabólico é o do
ciclista norte-americano Lance Armstrong, que venceu sete vezes seguidas, de
1999 a 2005, a volta da França e foi considerado o maior ciclista da história.
Pressionado pelos resultados de uma investigaçã o federal, no famoso programa
de entrevistas de Oprah Winfrey, o atleta confessou ter usado substâ ncias
proibidas. Admitiu ter usado EPO (hormônio que aumenta o nú mero de glóbulos
vermelhos e, desse modo, permite ao sangue levar mais oxigê nio aos mú sculos),
testosterona, dopagem sanguínea e cortisona, alé m de ter estimulado colegas a
usarem substâ ncias ilícitas. Armstrong perdeu todos os títulos conquistados
desde 1998 e foi banido do esporte. Alé m disso, perdeu a maioria dos
patrocinadores, alguns dos quais abriram processo contra ele.
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Finalmente, a insulina é também um hormô nio anabó lico, regulando a metabolização da glicose nos tecidos,
aumentando a permeabilização da membrana das células à glicose, principalmente no mú sculo e tecido adiposo,
e possuindo, então, efeito hipoglicemiante. Ela estimula, ainda, a síntese de glicogênio, proteínas e lipídeos e
reduz a glicemia por estimular a captação e utilização de glicose pelas células. Além disso, inibe a
gliconeogênese hepática e inibe as reaçõ es de glicogenó lise, proteó lise e lipó lise. A insulina é diminuída no
exercício muscular, para aumentar a disponibilidade de glicose sanguínea durante o exercício. Em exercícios
mais intensos, ocorre menos liberação de insulina.
Síntese
Nesta unidade, você pô de compreender como ocorre a fisiologia dos sistemas fisioló gicos ao exercício físico,
podendo ver que existem adaptaçõ es agudas e crô nicas ao exercício e ao treinamento, e que os sistemas
neuromuscular, cardiorrespirató rio, metabó lico e hormonal sofrem adaptaçõ es constantemente, sendo o
exercício um colaborador direto para a melhoria dessas funçõ es.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
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Bibliografia
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BLOG DO TAF. Como fazer o teste de corrida 12 min. Canal Blog do TAf, YouTube, 27 mai. 2018. Disponível em:
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Acesso em: 12 ago. 2019.
CURI, P. T. Fisiologia do exercício. Campo Grande: Guanabara Koogan, 2014.
FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fisiologia do exercício: teoria e prática. Campo Grande: Guanabara Koogan, 2014.
HOWLEY, E. T.; POWERS, S. K. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho.
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IDE, B. N. Fisiologia do treinamento esportivo: treinamento de força, potência, velocidade e resistência,
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