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Revisão Técnica:
Prof.ª M.ª Marcia Regina Pinez Mendes
Revisão Textual:
Esp. Aline Gonçalves
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Aspectos Teóricos dos Testes Especiais e a
Postura Humana: Definição, Desenvolvimento
e Alterações mais Comuns
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conhecer as finalidades da avaliação postural e dos testes especiais;
• Correlacionar as alterações articulares e posturais aos métodos e às técnicas de avaliação;
• Apresentar a marcha humana, sua descrição, avaliação e anormalidade;
• Conhecer as fases da marcha normal e os parâmetros de normalidade.
UNIDADE Aspectos Teóricos dos Testes Especiais e a Postura Humana:
Definição, Desenvolvimento e Alterações mais Comuns
Quer dizer que você está ficando cada vez mais perto de ser um fisioterapeuta.
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Confiabilidade dos Testes Especiais
A necessidade de se obter uma avaliação precisa é essencial. Como acabamos de
ver, é o que direciona o tratamento, além do mais, seus dados ficarão no prontuário
do seu paciente, que é um documento de valor legal.
O importante, agora, é ficar atento ao quanto cada teste é confiável, depois você
pode se tornar o pesquisador que irá verificar a confiabilidade de diferentes testes.
Testes de Instabilidade
São utilizados na avaliação dos tecidos conjuntivos periarticulares, mais especifi-
camente, os ligamentos e as cápsulas articulares. A realização do teste consiste em
reproduzir um movimento na articulação avaliada que cause tensão nos ligamentos e
cápsulas, e essa é a razão de termos cuidado na aplicação dos testes e não os realizar
nos casos descritos anteriormente (CIPRIANO, 2015).
Voltando ao nosso jogador, no meio da temporada, após uma grande colisão com
um dos adversários, sente forte dor no joelho e nos dias seguintes começa a sentir o
joelho como se estivesse saindo do lugar, voltando e travando.
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Definição, Desenvolvimento e Alterações mais Comuns
Lucas relata à equipe de saúde o que está acontecendo. Pela história, de imediato
desconfia-se de lesão no ligamento cruzado anterior.
Para o ligamento cruzado anterior, existem três testes: Gaveta anterior, Lachman
e pivot shift. Após pesquisas, sabe-se que o teste Lachman é o de maior confiabili-
dade. Vamos ver como ele é realizado.
Teste de Lachman
• Posição do Paciente: Deitado em decúbito dorsal, com o joelho levemente em
rotação lateral e com 30 graus de flexão de joelho;
• Fisioterapeuta: Estabiliza a coxa distalmente com uma das mãos e a outra mão
posicionada na região anterior e superior da tíbia, anterioriza a tíbia;
• Resultado: Quando o ligamento cruzado anterior estiver normal, você tem a
sensação do final da amplitude (teste em joelhos normais antes para sentir como
é); no joelho com lesão, a amplitude de deslocamento anterior do joelho é maior
e representa um teste positivo (CIPRIANO, 2015).
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Teste de Tração
São testes utilizados também para avaliar a integridade articular e uma possível
compressão nervosa. A tração ou decoaptação é realizada passivamente (pelo fisio-
terapeuta) e resulta em aumento do espaço intra-articular e separação das superfícies
articulares (COOK, 2015).
Uma pessoa chega ao seu consultório queixando-se de dor na região cervical, que
irradia para o membro superior direito. Essa situação, somada aos outros dados da
avaliação, o leva a desconfiar de radiculopatia cervical. Para se certificar, você realiza
o teste de distração cervical.
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Definição, Desenvolvimento e Alterações mais Comuns
Teste de Compressão
Os testes de compressão são utilizados para avaliar a integralidade das estruturas
articulares, como a cartilagem articular e meniscos, e ainda verificar se existe uma
compressão nervosa.
Você percebeu que foram usados, para o mesmo paciente, o teste de compres-
são cervical e o teste de distração cervical. Às vezes, usamos mais de um teste para
confirmar o resultado.
Mas não abuse. Lembre-se de que seu paciente está com dor, é importante lembrar
também que não é necessário repetir muitas vezes o mesmo teste pelo mesmo motivo.
No link a seguir, você encontrará videoaulas com a descrição de vários testes especiais e
goniometria realizados pela Universidade de São Paulo: https://bit.ly/305KoRI
A Postura Humana
A postura humana é um conjunto das posições das articulações corporais em um
dado momento. A postura ideal é representada por uma linha imaginária, a linha da
gravidade passando pelo corpo (KENDALL, 2007).
Na vista lateral, passa levemente posterior à sutura coronal, pelo lóbulo da orelha,
pelos corpos vertebrais cervicais, pelo meio do ombro, pela linha média do tórax,
corpos vertebrais lombares e ligeiramente posterior ao quadril, anterior do eixo do
joelho e anterior ao maléolo latera (MAGEE, 2010).
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Nas vistas posterior e anterior, a linha da gravidade incide entre os calcanhares,
passa entre os membros inferiores, pela região média da pelve, da coluna vertebral,
do esterno e do crânio. Os lados direito e esquerdo das estruturas esqueléticas são
normalmente simétricos. Na avaliação da postura, observaremos se o lado direito do
corpo apresenta-se em simetria (MAGEE, 2010).
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Definição, Desenvolvimento e Alterações mais Comuns
Nossa postura expressa dados que vão além da estrutura e função corporal, pode
expressar também nossa personalidade e emoções. O corpo se fecha frente à tristeza
e se abre com a presença da alegria, uma pessoa segura expande sua postura e se
move com destreza e altivez (MAGEE, 2010).
Antes de serem pacientes, são pais, mães, filhos, esposas, maridos, estudantes,
trabalhadores e namorados em diferentes momentos da vida.
Desenvolvimento Postural
Com o desenvolvimento filogenético, ou seja, com a evolução da nossa espécie,
passamos por mudanças físicas, cognitivas, relacionais e morais. Adquirimos a verti-
calização, a horizontalidade do olhar e a liberdade das mãos para explorar o meio e
criar artefatos.
Ao ficar em pé, adquirimos uma nova postura, uma nova disposição de cada parte
do corpo, nossa coluna vertebral e membros inferiores passam a receber uma sobre-
carga mecânica, os movimentos respiratórios precisam vencer a força da gravidade,
bem como o sistema cardiovascular se modifica para enviar oxigênio e nutrientes às
diferentes regiões corporais (CIPRIANO, 2015).
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Desenvolvimento da postura. Disponível em: https://bit.ly/30UzoG0
Assim que o bebê começa a ficar em pé, apresenta uma base de apoio alargada
(mantém os pés separados), joelhos levemente fletidos e se segura com as mãos nos
móveis da casa. À medida que vai coordenando as funções musculares e vai ganhando
equilíbrio, começa a soltar as mãos, mantendo os ombros em abdução e cotovelos fle-
tidos; aos poucos abaixa o membro superior e diminui a base de sustentação quanto
mais equilibrado estiver.
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Outra causa postural está ligada à percepção corporal alterada. Uma pessoa pode
ter os ombros elevados, aumento da lordose lombar e achar que a sua postura é ade-
quada, quando, na verdade, não é, e também poderá gerar desconforto posteriormente.
Permanecer em uma posição inadequada por muito tempo pode acabar gerando
desequilíbrios musculares e, consequentemente, articulares. Uma pessoa que tem o
hábito de ficar muitas horas na frente do computador, digitando com os ombros ele-
vados pela ação excessiva do músculo trapézio, pode acabar, com o tempo, desen-
volvendo uma alteração real nesse músculo, como o encurtamento, e a partir desse
momento, a elevação do ombro deixará de ser um hábito inadequado e passa a ser
uma alteração na estrutura corporal.
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A seguir, citaremos alterações estruturais mais comuns que interferem na postura:
• Alteração nos contornos ósseos (p. ex., hemivértebra);
• Frouxidão de estruturas ligamentares;
• Perda da elasticidade fascial ou musculotendínea;
• Tônus muscular diminuído ou aumentado;
• Alteração no ângulo lombo-pélvico;
• Posição e mobilidade articular.
A mudança de posição de uma parte do corpo acaba por acarretar a mudança das
outras regiões corporais na busca para se manter em pé e em movimento.
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Definição, Desenvolvimento e Alterações mais Comuns
Hipercifose
É o aumento da curvatura cifótica localizada na região dorsal da coluna vertebral
e pode ser postural ou estrutural.
Escoliose
Escoliose é uma alteração postural complexa, caracterizada pela a inclinação
lateral da coluna vertebral associada à rotação das vértebras; pode incidir em qual-
quer fase da vida, mas sua maior incidência ocorre na adolescência, devido ao estirão
do crescimento.
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Na maioria dos casos de escoliose estrutural (75% a 85%), são idiopáticas; seus
corpos vertebrais apresentam rotação direcionada para concavidade da curva esco-
liótica. Nas escolioses acima de 60 graus, podem levar à compressão de órgãos
torácicos, o que pode indicar o tratamento cirúrgico (MAGEE, 2010).
O paciente deve ser orientado previamente, a fim de que leve uma roupa própria
para ser avaliado. O fisioterapeuta necessita visualizar a pele, as proeminências ósseas
e o contorno dos músculos para executar a avaliação. Os homens deverão usar sunga
ou shorts, e as mulheres deverão usar biquíni ou shorts e top (CIPRIANO, 2015).
Devemos, ainda, salientar que um único sinal observado na avaliação não nos diz
nada, porém, a soma dos achados da avaliação postural, somada aos dados pessoais,
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Definição, Desenvolvimento e Alterações mais Comuns
Tem curiosidade? Acesse os links a seguir e verá todos os detalhes para uma avaliação postural:
• Avaliação Postural, disponível em: https://bit.ly/2Es08X4
• Métodos em Avaliação Postural, disponível em: https://bit.ly/39Hi6As
Avaliação da Marcha
A Marcha Humana
Um indivíduo com a marcha normal, possui o controle corporal para andar con-
versando, carregando objetos, mudando de direção e, se necessário, ajustando-se
aos diferentes obstáculos do caminho.
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A marcha é a motricidade de maior complexidade de execução e de maior expec-
tativa na vida pessoal no campo da reabilitação, por permitir a independência nas
atividades da vida diária, nas atividades laborais e na vida social.
Então, precisamos nos preparar muito bem para podermos responder a essa pergunta
com precisão paras mães, pais, avós, tios, amigos e pacientes de diferentes idades.
Fases da Marcha
A marcha, em análise mecânica, é uma sequência de movimentos repetitivos rea-
lizados pelos membros inferiores enquanto nossa postura se mantém estável.
A região superior do corpo responde a tais movimentos de tal forma que a postura
e o equilíbrio possam ser mantidos ao mesmo tempo em que podemos conversar e ou
manipular objetos, como um celular, por exemplo.
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UNIDADE Aspectos Teóricos dos Testes Especiais e a Postura Humana:
Definição, Desenvolvimento e Alterações mais Comuns
No contato inicial (resposta à carga),o membro inferior D irá receber todo o peso
corporal e o pé E pode entrar na fase de balanço. Assim termina o duplo apoio e
começa o apoio simples.
O apoio terminal começa quando o calcanhar D inicia a sua saída do solo e vai
até o momento em que o pé E toca o solo.
No duplo apoio terminal, o peso que está no membro inferior D começa a ser
transferido para o membro inferior E, deixando, assim, o membro inferior D livre
para depois iniciar o balanço. Esta é a fase de pré-balanço.
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A fase de balanço pode ser dividida em:
• Balanço inicial;
• Balanço médio;
• Balanço terminal.
O momento que o pé D sai do solo até que os dois membros estejam alinhados
lado a lado é o momento do balanço inicial.
Balanço médio começa com os membros inferiores alinhados e vai até o mo-
mento em que a tíbia fica alinhada com o solo.
Quando o pé direito toca o solo, ele reinicia um novo ciclo da marcha (MAGEE,
2010).
Assista aos vídeos citados a seguir para ajudar na compreensão das fases da marcha.
Disponíveis em:
• Marcha Normal – Ciclos e Fases da Marcha: https://youtu.be/Qjj84musSpk
• Marcha Normal – Contato Inicial: https://youtu.be/djCXFWXfl1A
• Marcha Humana – Resposta à Carga: https://youtu.be/Gi2z1Mhj2CA
• Marcha Normal – Apoio Médio: https://youtu.be/zWInciwkhcc
• Marcha Normal – Pré-balanço: https://youtu.be/iXZJBnUrYhE
• Marcha Normal – Balanço inicial: https://youtu.be/OthhOckYat8
• Marcha Normal – Balanço médio: https://youtu.be/KcSVvZ881oo
• Marcha Normal – Balanço terminal: https://youtu.be/ktm0aUU1NVw
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Fase de Balanço
• Balanço inicial;
• Balanço médio;
• Balanço terminal.
Agora que entendemos a marcha humana, de forma geral, vamos descrever deta-
lhamento cada subfase.
Fase de Apoio
As subfases da fase de apoio:
• Contato inicial: Toque do calcanhar;
• Resposta à carga: Pé plano;
• Apoio médio: Apoio sobre apenas um membro inferior;
• Apoio terminal: Retirada do calcanhar;
• Pré-balanço: Retirada dos pododáctilos.
Contato Inicial
É o período de aceitação do peso corporal pelo calcanhar do membro inferir de
apoio. Representa os 10% iniciais da marcha.
Para manter o tornozelo neutro ou em dorso flexão é necessária a ação dos mús-
culos tibial anterior, extensor longo do hálux e extensor longo dos dedos.
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articulações metatarsais e a subalar para a absorção de impacto e adaptação do pé a
diferentes relevos. Na sequência, realiza a flexão plantar (MAGEE, 2010).
A região plantar encontra-se em contato com o solo para receber o peso corpo-
ral, o joelho flexiona de 15 a 25 graus para absorver impacto, o quadril move-se
para a extensão, a pelve inclina para o lado do membro inferior oposto que está na
fase de balanço e o tronco encontra-se alinhado ao membro inferior de apoio.
A flexão plantar ocorre pela contração excêntrica do tibial anterior, extensor lon-
go do hálux e extensor longo dos dedos, a contração desses músculos traciona a tíbia
anteriormente e acaba por flexionar o joelho que é controlado pela ação excêntrica
de quadríceps e isquiotibial (MAGEE, 2010).
O quadril estende, pela ação dos músculos glúteo máximo, adutor magno e is-
quiotibiais, para manter o equilíbrio anterolateral do quadril, os músculos glúteos
máximo, glúteo médio, glúteo mínimo, tensor da fáscia lata e bíceps femoral.
O equilíbrio do quadril é mantido pela ação dos músculos glúteo médio, glúteo
mínimo e tensor da fáscia lata.
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A Fase de Balanço
Inicia com a saída do pé D do solo, progride com o pé no ar e termina no mo-
mento que o calcanhar D toca novamente ao solo e, nesse momento, reinicia a fase
de apoio (MAGEE, 2010).
Nesta fase, ocorrem mudanças na coluna vertebral, por meio da pelve, do quadril,
do tornozelo e do pé. A estabilidade do membro inferior sem sustentação de peso é
estabelecida pela pelve e pelo quadril.
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Balanço Médio
Esta fase inicia quando os dois membros inferiores estão alinhados, o tornozelo
precisa de ampla dorsiflexão, que acontece pela ação dos músculos pré-tibiais. O
joelho, que estava com 60 graus de flexão, passa para 30 graus de flexão pela ação
excêntrica dos músculos isquiotibiais e pela ação da gravidade (MAGEE, 2010).
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Comprimento do Passo
Um passo corresponde à sequência de movimentos que sucedem o período
de contato inicial de um pé (calcanhar no solo) até o contato inicial do pé oposto
(MAGEE, 2010).
Os passos das crianças e das mulheres são menores em relação aos homens.
A altura e a dor também influenciam os passos: um indivíduo mais alto deambula a
passos maiores e o indivíduo com dor e alterações articulares e ou musculares dimi-
nui o comprimento do seu passo.
Comprimento da Passada
Um ciclo de marcha ou passada corresponde a uma sequência completa de movi-
mentos realizados entre o contato inicial de um pé no solo até um novo contato ini-
cial desse mesmo pé no solo, ou seja, dois passos consecutivos: um à direta e outro
à esquerda (MAGEE, 2010).
Largura do Passo
A largura do passo é a distância entre as laterais e os centros do calcâneo de
dois contatos consecutivos, um de cada pé, e corresponde a 8 ou 10cm, em média
(MAGEE, 2010).
Ângulo do Pé
O ângulo do pé é verificado entre linha de progressão do corpo na marcha e pela
linha do eixo longitudinal do pé. Nos adultos, esse ângulo é de 5 a 7 graus na média;
nas crianças é de 2,5 a 6,0 graus (MAGEE, 2010).
Descritores Temporal:
• Cadência;
• Tempo do passo;
• Tempo da passada.
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Tempo do Passo
Podemos observar, também, o tempo de realização de um passo.
Tempo da Passada
É o tempo de dois passos, um passo D e de um passo E.
Descritor espacial-temporal:
• Velocidade da marcha.
Velocidade
Verificar o tempo em um determinado espaço de tempo. A velocidade é consi-
derada o melhor descritor para avaliar a marcha e utiliza as unidades de medidas de
metros/segundo ou milhas/hora. A velocidade também pode ser medida multipli-
cando a cadência pelo passo (MAGEE, 2010).
Centro de Gravidade
Em um indivíduo em pé, o centro de gravidade, em geral, está localizado na al-
tura de S2, a 5cm, anteriormente. Nas mulheres, tende a ser mais baixo, pois elas
possuem massa corporal maior na região da pelve.
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Rotação Pélvica
A rotação pélvica reduz o ângulo existente entre o fêmur e o solo, no momento do
passo. Aumenta o comprimento do passo, limita o deslocamento anterior do centro
de gravidade e a sua descida.
Na busca de equilíbrio, o tórax roda na direção oposta, unido aos ombros e aos
membros superiores (MAGEE, 2010).
Avaliação da Marcha
A avaliação da marcha se faz necessária em diferentes áreas da Fisioterapia e em
diferentes condições patológicas.
Como toda avaliação, devemos começar com a anamnese e com o exame físico
levantando dados como: intensidade de or, alterações de amplitude de movimento,
alterações de sensibilidade, fraqueza muscular, espasticidade, assimetrias corporais,
equilíbrio e ou deformidades.
Ambos devem ser avaliados com e sem sapatos, embora os sapatos devem ser
analisados, e os pés também.
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Verificar se o paciente claudica, se aparecem alterações de tônus, os movimentos
corporais em cada subfase, o comprimento do passo e da passada, a cadência e
a velocidade.
Marcha Anormal
Várias são as causas que desencadeiam alterações na marcha humana e iremos
estudar algumas.
Marcha Antálgica
A marcha antálgica decorre de uma lesão na lombar, na pelve, no quadril, no joe-
lho, no tornozelo ou no pé. É uma marcha que protege a região lesada e tenta dimi-
nuir a dor do paciente no momento em que o peso corporal incide sobre o membro
inferior lesado (MAGEE, 2010).
Na marcha antálgica, observamos uma fase de apoio mais curta no membro in-
ferior afetado em relação ao não afetado e por consequência a fase de balanço do
membro inferior normal diminui.
O paciente tenta colocar sua mão sobre a articulação afetada na tentativa de dar
um suporte maior e diminuir a sua dor.
Termos, então, uma marcha com diminuição do passo do lado da lesão e com
diminuição da cadência e velocidade.
Marcha Artrogênica
Ocorre na presença de rigidez, frouxidão ou deformidade, acompanhada de dor
ou não nas articulações dos membros inferiores. Pode acometer quadril, joelho e
tornozelo (MAGEE, 2010).
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UNIDADE Aspectos Teóricos dos Testes Especiais e a Postura Humana:
Definição, Desenvolvimento e Alterações mais Comuns
Figura 1
Fonte: Getty Images
Marcha Atáxica
A ataxia é frequentemente causada por uma perda da função do cerebelo, da me-
dula espinhal ou das vias condutoras que interligam o cerebelo e a medula.
Pode afetar os movimentos dos dedos, das mãos, dos braços, das pernas, do corpo,
a fala ou o movimento dos olhos, a sensibilidade, a coordenação e o equilíbrio.
Marcha Equina
Surge quando o paciente apresenta o pé equino-varo (pé que permanece em fle-
xão plantar e em varo) (MAGEE, 2010).
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Em pacientes com fraqueza bilateral, observamos um movimento lateroteral do
quadril que recebe o nome de marcha titubeante.
Marcha Parkinsoniana
Este paciente apresenta alteração de tônus que leva à rigidez de diferentes múscu-
los em diferentes regiões corporais como: pescoço, tronco e joelhos. As articulações
ficam flexionadas, a marcha apresenta arrastar dos pés, passos curtos e rápidos e os
membros superiores permanecem rígidos e imóveis.
Marcha do Quadríceps
Neste caso, o músculo quadríceps sofreu uma lesão traumática ou neurológica,
para compensar a perda do movimento de flexão de quadril e extensão de joelho,
com flexão do tronco e plantar ampla para estender o joelho. Pode, também, usar a
mão para estender o joelho.
Seu pé pode realizar supinação para tentar alongar o membro inferior e o mem-
bro inferior oposto tende a apresentar as articulações em flexão.
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Claudicação do Psoas
É a marcha observada em pessoas com lesões de quadril como a doença Legg-
-Calvé-Perthes.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Avaliação Musculoesquelética
MAGEE, D. J. Avaliação musculoesquelética. 5. ed. Barueri: Manole, 2010.
Capítulo 15 – Avaliação Postural.
Vídeos
Formação Master em Posturologia – Posturoterapia Neurossensorial
Colhendo os Dados Pessoais do Paciente.
https://youtu.be/gqCvDP-wPXk
Tutorial de Utilização do Software DIPA
Neste vídeo é possível conhecer o passo a passo de como se utiliza o software
de avaliação postural Digital Image-based Postural Assessment (DIPA v3.0),
desenvolvido pelo grupo de pesquisa BIOMEC da ESEFID/UFRGS.
https://youtu.be/cCFZxAbo8sE
Semiologia Osteomuscular – Coluna cervical
Avaliação da Região Cervical da Coluna Vertebral.
https://youtu.be/jqIFfcGGFMA
Valoración articular: Lectura del goniómetro
https://youtu.be/DQIfW6SXRCg
Valoración articular del tobillo y pie
https://youtu.be/IoDV-BnSHLo
Valoración articular de la rodilla
https://youtu.be/eBcRxFbjoNY
Valoración articular de la cadera
https://youtu.be/OsqS4Q1ax0Y
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Referências
CIPRIANO, J. J. Manual fotográfico de testes ortopédicos e neurológicos. 5. ed.
Porto Alegre: ArtMed, 2015.
KENDALL, F. P. et al. Músculos: provas e funções. 5. ed. São Paulo: Manole, 2015.
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