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Avaliação Postural: da

Entrevista até Lesões


Ascendentes/Descendentes

/PilatesQC
A avaliação postural é uma fase importante do tratamento. Podemos considerar

que, se ela não for realizada corretamente, o indivíduo não terá o tratamento

eficiente que merece. Podemos até acabar errando nos exercícios se não formos

cuidadosos.

Portanto, é essencial relembrar alguns dos passos iniciais desse processo para

conseguirmos melhorar nosso atendimento. Nesse artigo falo a respeito da

avaliação: desde quando o aluno chega no seu espaço até a identificação de lesões

ascendentes ou descendentes.

Como iniciar a avaliação?

Assim que o aluno chega ao studio ou consultório. Preste atenção na forma como

ele se senta, seus gestos, modos de falar e expressões de dor. Tudo o que é

importante deve ser anotado para você conseguir elaborar uma proposta de

tratamento muito mais eficiente.

Uma dica importante aqui é: busque seu aluno na recepção ou sala de espera. Não

peça para um colega ou secretária buscá-lo. Ao encontrar o aluno esperando por

você, é possível encontrá-lo “despreparado”, ou seja, ele ainda não sabe que está

sendo avaliado. É a oportunidade perfeita para descobrir seus problemas.

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Por exemplo, como sabemos que a cadeia muscular de flexão ou antero mediana

tem sua origem no assoalho bucal, segundo madame Godelieve Denys Struf e

Leopold Busquet. Quando o aluno nos comprimenta podemos perceber alterações

na fala.

Entre elas encontramos possível prognatismo, ankiloglossia (língua presa).

Portanto, já temos uma pista importante para uma possível tensão nessa cadeia

muscular, o que nos servirá para ao final da avaliação fecharmos nossos objetivos,

diagnósticos e condutas diante do caso.

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Caso utilize, ou já tenha utilizado, aparelho nos dentes é outro fator de extrema

importância. A partir desse dado saberemos que estamos lidando com um corpo

que já possui suas próprias tensões internas, externas e outra força que lhe está

sendo imposta atuando em seus dentes e crânio.

Nada pode escapar aos nossos instintos nessa hora. Lembrando que as grandes

descobertas, foram feitas em insights de conhecimentos através da observação

atenta dos nossos grandes gênios antecessores, já que a tecnologia de avaliação

não era algo desenvolvido há pouquíssimo tempo atrás.

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Como realizar a entrevista?

Quero te avisar que, durante a entrevista, o profissional do movimento precisa ser

persistente. O aluno muitas vezes deixa de mencionar informações que não

considera relevantes ou que não lembra. Sabemos, por exemplo, que lidamos com

um corpo viscerado. Portanto, precisamos coletar dados a seu respeito.

Quando perguntamos ao aluno como anda sua saúde no geral, ele dirá que está

tudo bem. Quem concorda com a resposta e segue com a avaliação perde

informações essenciais. Insista e fragmente sua pergunta para facilitar o trabalho do

paciente.

Não somos médicos e não conseguimos diagnosticar doenças viscerais. Por isso,

muitos profissionais podem ignorar essa parte da entrevista. No entanto, estamos

em busca de tensões viscerais que possam influenciar no quadro do indivíduo. Além

disso, mesmo identificando tensões viscerais nada prova que o paciente possui uma

patologia no local.

Importância de realizar uma anamnese completa


Durante a anamnese devemos avaliar eventos que possam perturbar as leis que o

corpo obedece. Elas são as leis do conforto, economia e equilíbrio. Uma patologia,

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mesmo que antiga, pode ser o começo para o corpo se reequilibrar e gerar

desequilíbrios.

Quando temos uma pneumonia, por exemplo, o corpo está sujeito – durante

determinado período – a uma força centrífuga. Os sinais flogísticos no caso são dor,

calor, rubor e edema. De acordo com o dr. Andrew Taylor Still, criador da

Osteopatia, o órgão sempre é prioridade.

Além disso, a estrutura determina a função. Portanto, percebemos que esse

arcabouço costo vertebral foi obrigado a ceder espaço para o aumento da massa

pulmonar causado pela doença. Um quadro asmático geraria ao contrário, um corpo

que esteve ou está sob tensão centrípeta desde então.

De acordo com Madame Thérèse Bertherat, nossos músculos são como paredes de

uma casa. Essas paredes tudo ouvem e tudo guardam, acumulando memória de

todo o ocorrido em nossa vida. Nessa bela frase, ela se refere brilhantemente a

nossa memória corporal, que está ligada à imagem mental.

Problemas viscerais podem gerar desequilíbrios importantes, mesmo que não

estejam aparentemente ligados a problemas musculoesqueléticos. Os problemas

viscerais pulmonares, por exemplo, geram falta de mobilidade torácica. Como

consequência, também temos enrijecimento dos tecidos circundantes

osteomusculares.

O corpo fica privado de oxigênio localmente e tem como resposta a dor e retrações

diafragmáticas importantes. Isso interfere diretamente na nossa relação respiratória.

Os desequilíbrios gerados afetam a entrada do ar (forças centrípetas) ou eliminação

de CO2 (forças centrífugas).

Também podemos aproveitar o momento da entrevista para avaliar como o indivíduo

respira. Com o aumento de estresse gerado pela vida moderna muitas pessoas

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respiram mal simplesmente por ansiedade. Outro fator a avaliar é se a respiração

ocorre em ins ou ex.

Realizando a avaliação postural estática

Após a entrevista damos início à avaliação postural estática. Nessa avaliação

observamos somente os pontos anatômicos de forma estática. Mais tarde, juntamos

todos os achados com aqueles da avaliação dinâmica, entrevista, testes específicos

e outros.

Costumo brincar que a avaliação é um divertido jogo de quebra cabeça. Nele, as

peças vão se juntando uma a uma para entender melhor o corpo que nos pediu

ajuda. A avaliação postural estática precisa seguir os seguintes critérios para ter

sucesso:

● Posicione o indivíduo de forma que consiga dar a volta por seu corpo
sem precisar mexê-lo. Movimentos, mesmo que pequenos, podem
alterar suas influências tônicas;
● Posicione-se exatamente a linha média do avaliado para não gerar
interferências visuais.
● Comece com o indivíduo em pé sempre da maneira mais confortável
possível;
● Comece a avaliação de baixo para cima;
● Seja o mais rápido possível em sua análise;
● Explique ao avaliado que todos temos assimetrias. Nosso objetivo é
deixá-lo o menos constrangido possível;

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● Mulheres devem usar um biquíni durante a avaliação e homens devem
usar sunga. Não realize a avaliação postural de top (esconde parte dos
processos espinhosos) ou bermuda (impede observar o joelho);
● As mãos do avaliador devem estar aquecidas e serem firmes para
passar segurança;
● Sempre peça a permissão do avaliado para tocá-lo;
● Fale tranquilamente, mas com firmeza.

Analisando as lesões descendentes e


ascendentes

Durante a avaliação postural estática conseguimos começar a identificar as lesões

do indivíduo. Trabalhamos com dois tipos de lesões bastante distintas: ascendentes

e descendentes. Abaixo defino o que são cada uma delas para que você consiga

identificá-las com mais facilidade.

Lesões Ascendentes
Originam-se sempre abaixo da dor relatada. Ou seja, caso estejamos diante de uma

lesão ascendente, em uma possível lombalgia o esquema de compensação postural

que se esgotou causando a dor surgiu de uma estrutura inferior, como por exemplo,

pés, joelhos, ou ainda, quadril.

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Lesões Descendentes
São o contrário, originam-se sempre acima da dor relatada. Na mesma lombalgia

citada anteriormente, a lesão primária teve origem em uma estrutura superior,

podemos citar aqui: a região torácica, cervical, ou importante, visceral.

Avaliando a lesão
Avaliarmos se a lesão é ascendente ou descendente é bem simples: Traçamos uma

linha imaginária de um acrômio até o outro, e da mesma forma, traçamos também

uma linha imaginária de uma crista ilíaca até a outra. Dados esses que já foram

colhidos durante a avaliação postural estática.

Caso as linhas se encontrem em algum ponto estaremos diante de uma lesão

ascendente, já se estivermos diante de um caso em que as linhas imaginárias

nunca se encontram estaremos diante de uma lesão descendente.

Esse procedimento é importantíssimo para traçarmos nossa estratégia com esse

indivíduo, para identificarmos, por onde começaremos a mobilizá-lo, fortalecê-lo, ou

ainda relaxá-lo.

Concluindo…

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O que mencionei aqui foi um breve resumo dos passos iniciais da avaliação postural

que devemos realizar antes de qualquer tratamento. Cada um desses passos te

ajuda a compreender melhor as compensações do corpo e dá insights para

conseguirmos a melhora efetiva do indivíduo.

Vale a pena lembrar que nenhuma avaliação está completa sem a avaliação

dinâmica e testes específicos da patologia. É através deles que conseguimos

comprovar as hipóteses criadas durante a avaliação estática e determinar o

tratamento mais eficiente.

FONTE

/PilatesQC
Ebook Fisio no Quadril: em busca de um Quadril Saudável
Ebook Avaliação Completa - Fisio na Ortopedia
Ebook Avaliação Postural Completa
Ebook Avaliação Completa no Pilates
Atenda Fisioterapia no Alzheimer com Segurança
Combo Fisio: Joelho e Ombro
Ebook Treino Funcional e Reabilitação
Avaliação Completa - Fisio na UTI
Fisio No Joelho
Lidando com a Tendinite
Ebook Fisioterapia Hospitalar Completa
Ebook Fisioterapia em Patologias do Ombro
Ebook Fisioterapia na COVID-19
Exercícios Funcionais para Fisioterapia
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