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Semiologia aplicada a
fisioterapia

Avaliação (Anamnese)
Por: Milena Gomes
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Semiologia aplicada a
fisioterapia
Avaliação (Anamnese)

Objetivos desse material:

Fornecer conhecimentos sobre os recursos


teórico-práticos para a realização da avaliação
profissional nas diversas disfunções
musculoesqueléticas, quantificando-as,
promovendo assim, o direcionamento do
raciocínio fisioterapêutico relativo ao
diagnóstico funcional, objetivo do tratamento e
sua evolução

Semiologia: “é a arte de examinar”


É onde organizamos a aborddagem deste modo
para um estudo aprofundado das patologias que
o acometem funcionalmente, levando o
profissional da área da saúde a um bom
desempenho terapêutico.
Estuda os sinais e sintomas das doenças.

Anamnese, do grego: Ana, trazer de novo


e mnesis, memória. Anamnese é o relato sobre
os antecedentes e a evolução de uma doença até
a ocasião do exame clínico. Em essência, a
anamnese é uma entrevista, e o instrumento de
que nos valemos é a palavra falada.
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Avaliação (Anamnese)

1. Fontes: documentos onde obtemos parte das


informações sobre o paciente. As fontes podem
ser: prontuários, história oral e outros.

2. Finalidades:
➢ Criar banco de dados;
➢ Planejar programa terapêutico;
➢ Comparar resultados;
➢ Modificar tratamento.

3. Os dados precisam ser:


➢ Confiáveis;
➢ Ter objetividades;
➢ Validade.

4. Como devemos obter os três dados citados


acima?
➢ Através de informações de Inter
avaliadores (outras pessoas da equipe) e
de informações de intra-avaliadores
(repetição de dados).

5. Como devemos anotar os dados?


➢ Existem critérios padronizados para
determinar o desempenho normal ou
mobilidade funcional do paciente que são
as tabelas de graduação, descrição e
apontamentos.
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Principais itens de uma
avaliação (Anamnese)

1. Dados pessoais:
✓ Nome;
✓ Endereço;
✓ Data de nascimento;
✓ Idade;
✓ Estado civil;
✓ Sexo;
✓ Função atual ou anterior.

2. Histórico:
❖ Diagnóstico clínico: obtido através do
médico ou prontuário clínico.
❖ Queixa principal (atual): ex.: dor no
tornozelo direito.

3. HMP (História da moléstia pregressa):


Como e quando iniciaram os
sintomas?
Como ocorreu a lesão? Fez cirurgia?
Durante o processo de internação
teve alguma ocorrência?
Quais os tratamentos que foram
realizados (clínicos e
fisioterapêuticos)?
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4. HMA (História Moléstia Atual):

onde dói?
Que movimentos afetam a dor?
Em que período do dia dói mais?
Existe alguma coisa que você faz
que melhora a dor?
Nas AVDs (Atividades de Vida
Diárias) o que mais incomoda?

Avaliação física da lesão

• Localização corporal da lesão;


• Qualidade da lesão;
• Quantidade da lesão.

Através da:

1) Inspeção (tudo que conseguimos


visualizar no paciente):
o Observação da pele: presença de
edema e cicatrizes, coloração
diferente, avaliação dos fâneros
(pelos, unhas e cabelos);
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o Identificar qualquer deformidade ou
anormalidade postural importante;
o Observar o contorno dos tecidos
moles bilateralmente (atrofia,
hipertrofia ou ruptura muscular);
o Observar a marcha e se o paciente
faz uso de algum dispositivo auxiliar
como: muletas, cadeira de rodas,
bengala ou mesmo de outra pessoa.

2) Palpação (utilização da mão para a


avaliação)
o Mobilização da pele (ver item
avaliação da pele);
o Temperatura local;
o Palpação das estruturas ósseas
(pontos de referências ósseas),
ligamentares, musculares,
tendíneas, capsulares, nervosas e
vasculares;
o Comparar volumes de massa
bilateralmente;
o Avaliar deformidades palpáveis;
o Dor;
o Sensibilidade;
o Crepitação;
o Verificar a ADM (Amplitude de
Movimento).
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3) Percussão (quando necessário):
o Testes especiais
o Podem confirmar os dados
clínicos e hipóteses funcionais
e/ou levantar outras hipóteses
não existentes no início da
avaliação;
o Cada especialidade (ortopedia,
cardiorrespiratório, neurologia e
infantil, entre outras) tem seus
próprios testes específicos.

4) Exames complementares
➢ Ultrassom, radiografias,
tomografia computadorizada,
ressonância magnética etc.
➢ Anotar a data e conclusão do
exame.

Amplitude de Movimento
(ADM)
No exame físico é importante a avaliação da
ADM porque podemos verificar as condições
das estruturas:
Contráteis (músculos, tendões, e inserções
tendinosas)
Inertes (estruturas que não possuem
nenhuma capacidade inerente de se contrair
como: cápsulas, bursa, cartilagem, nervos e
suas bainhas e dura-máter).
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É necessário lembrar que quando avaliamos


uma articulação sinovial todas as estruturas
(inertes e contráteis) que constituem a
articulação são estressadas quando o
paciente se movimenta ativamente.

Movimento ativo livre:


➢ Avalia o grau de movimento ativo livre;
➢ Realizado pelo paciente sem qualquer
ajuda;
➢ Fornecem informações adicionais da
articulação, incluindo força muscular e
coordenação do movimento;
➢ Compreende o exame das estruturas
contráteis e inertes.

Os déficits na amplitude de movimento ativo podem


indicar:
➢ Bloqueio mecânico da articulação
causada por exemplo: por um corpo
livre ou pela formação osteofitária;
➢ Tensão muscular;
➢ Encurtamento adaptativo das estruturas
capsulares ou ligamentares;
➢ Tumefação (edema);
➢ Inibição induzida pela dor;
➢ Fraqueza muscular;
➢ Combinação de dois ou mais fatores
acima.
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❖ Contraindicações Pacientes não responsivos

Pós-cirúrgicos

Fraturas não consolidadas

Movimento passivo:

➢ Examinador movimenta passivamente a


articulação através da ADM disponível em
todas as direções que a articulação que
está sendo avaliada permite, sem auxílio
do paciente.
➢ Compreende o exame das estruturas
inertes das articulações.

❖ Contraindicações da ADM passiva


Deve ser realizada primeiro no lado não
afetado;

É contraindicado no pó cirúrgico
imediato e fraturas não consolidadas;

Cuidado com as articulações que se


apresentam hipo e hipermóveis.

AS INFORMAÇÕES OBTIDAS SÃO


EXTREMAMENTE VALIOSAS SOBRE O ESTADO
PATOLÓGICO DA ARTICULAÇÃO

QUAIS SÃO ESSAS INFORMAÇÕES?

A) SEQUÊNCIA DA DOR E RESISTÊNCIA


B) SENSAÇÃO FINAL
C) PADRÕES CAPSULARES
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1) Testes contráteis:
▪ É realizado para verificar a integridade
das estruturas contráteis ao redor da
articulação;
• O teste é realizado com contração
isométrica em uma posição média
neutra dentro da ADM.

TESTES ESPECIAIS
1) Instabilidade ligamentar
✓ A sensação final normal ou instabilidade
deve ser comparada com o lado não
afetado;
✓ A instabilidade articular relacionada
com frouxidão ligamentar é classificada
em uma escala de 0 a 3;

Instabilidade zero;

Instabilidade de 1° grau: excursão < que 0.5 cm do


ligamento afetado;

Instabilidade de 2° grau: excursão de 0.5 a 1.0 cm do


ligamento afetado;

Instabilidade de 3° grau: excursão > que 1.0 cm do


ligamento afetado.

2) Tração (decoaptação)
o É o movimento realizado passivamente pelo
examinador.
o Afastamento das superfícies articulares.

O significado clínico da decoaptação pode fornecer


dados a integridade da articulação:
o Se há alívio da dor: pode haver acometimento
das superfícies articulares;
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o Se exacerba a dor: poderá ser indicativo de
laceração completa ou parcial do tecido
conjuntivo;
o Se a ampliação fica limitada: pode ser contratura
do tecido conjuntivo;
o Se a amplitude fica aumentada: a articulação
pode ser hipermóvel ou as estruturas de apoio
podem estar lesadas.

3) Compressão (coaptação) ´
o É o movimento realizado passivamente pelo
examinador.
o Terapeuta aproxima as superfícies
articulares.
Fornece as seguintes informações a respeito das
superfícies articulares:
o Aumento da dor: indicativo de possível
distúrbio interno ou de um corpo livre;
o Diminuição da dor: pode estar relacionada
com maior lubrificação da cartilagem
articular resultante da compressão.

GONIOMETRIA:
é uma técnica utilizada para
determinar a amplitude
articular.
❖ O instrumento utilizado para medir a amplitude
de movimento (ADM) é o GONIÔMETRO.

Finalidade:

❖ Estabelecer a ADM existente em uma articulação


e compará-la com a amplitude de movimento
normal para o indivíduo avaliado;
❖ Reavaliar o paciente após o tratamento;
❖ Desenvolver o interesse do indivíduo;
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❖ Documentar os resultados;
❖ Participar de pesquisas para melhorar a função.

Testes de força muscular manual:

✓ É destinado a lesões periféricas;


✓ Permite estabelecer uma cotação qualitativa
e quantitativa da contração muscular;
✓ Evolução de uma patologia;
✓ Prever certos desequilíbrios e retrações;
✓ Estabelecer uma ação terapêutica adaptada,
progressiva e controlada.

1. Critérios:
1.1. O paciente (levar em conta):
➢ Idade;
➢ Peso;
➢ Dores;
➢ Condições ósseas e ligamentares;
➢ Sua compreensão e colaboração.
1.2. O examinador: sempre que possível manter o
mesmo examinador para as reavaliações.

2. As avaliações:
➢ Devem ser comparativas com o lado são,
sempre que possível;
➢ Devem ser realizadas em intervalos
regulares (variáveis para cada patologia).

3. Posições:
➢ Sentada;
➢ Decúbitos: dorsal, ventral e lateral;
➢ Realizar todas as provas possíveis na mesma
posição antes de alterar o decúbito do
paciente.
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4. Posição do examinador:
➢ Deve ser estável;
➢ Colocar-se o mais próximo possível do
sujeito e do músculo a ser testado;
➢ Ter possibilidade de observação constante;
➢ Não usar relógios, bijuterias nos membros
superiores.

5. Avaliação qualitativa, procede uma avaliação visual


como:
➢ Ausência ou diminuição das pregas da pele;
➢ Saliência ou não do tendão muscular;
➢ Variação do volume muscular.

6. Normas a serem respeitadas:


➢ Relaxamento prévio do paciente;
➢ Evitar mudanças frequentes de posição;
➢ Verificar a integridade articular;
➢ A referência inicial é o ponto zero de
amplitude articular;
➢ Respeitar a posição anatômica muscular;
➢ Verificar a extensibilidade dos agonistas;
➢ Fixar corretamente o segmento supra e
subjacente;
➢ Não comprimir em excesso as massas
musculares;
➢ Durante a aplicação da resistência não
intercalar uma articulação, porém procurar o
maior braço de alavanca possível;
➢ Dirigir-se ao paciente usando uma linguagem
compreensível;
➢ Demonstrar o movimento antes da aplicação
da resistência;
➢ Usar a estimulação verbal.
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Protocolo escala de Lovett
0 (ZERO): o paciente não exibe uma contração palpável;
1 (VESTIGIOS): a contração é palpável, mas não
consegue produzir movimento;
2 (POBRE): ADM completa, porém com ação da
gravidade diminuída;
3 (REGULAR): ADM completa contra a ação da
gravidade;
4 (BOM): ADM completa contra a ação da gravidade e
resistência submáxima;
5 (NORMAL): ADM completa contra a ação da
gravidade e resistência máxima.

validade dos procedimentos:


Pode ser conseguida(?):
Palpando cada músculo;
Estabilizando o segmento proximal;
Prevenindo a substituição de músculos ou padrões;
Ter conhecimento anatômico e fisiológico
7. Posições:
➢ GM (gravidade minimizada): movimento ocorre
paralelo ao solo, atrito é diminuído sendo a
superfície polvilhada.
➢ AG (contra a gravidade): o segmento central
contra a força gravitacional descendente.
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AVALIAÇÃO DA PELE

1. Procedimento:
➢ Lugar calmo, limpo, bem ventilado e em
condições que respeitem a privacidade do
paciente;
➢ Paciente suficientemente despido;
➢ Examinar a pele com luz direta;
➢ Inclui avaliação das regiões supra e
subjacentes.

2. Palpação e mobilização da pele:


➢ As manobras NÂO devem ser agressivas;
➢ O fisioterapeuta deve adaptar a
intensidade da sua ação palpatória e
mobilizadora de forma a não alterar sua
própria sensibilidade.

3. Instrumentos:
➢ As próprias mãos do terapeuta;
➢ Compasso de espessura (serve para medir
o diâmetro da pele).

4. Os dados coletados serão referentes à:


➢ Extensibilidade: através da prega cutânea
em diferentes direções;
➢ Mobilidade: que está diretamente
relacionada a extensibilidade;
➢ Elasticidade: é avaliar quando se solta a
prega subcutânea.
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EDEMA: é uma infiltração de natureza líquida nos diferentes


tecidos, em particular no tecido subcutâneo. Exprime-se por
“inchaço” difuso das partes moles. Modificações da:
mobilidade, consistência, espessura, elasticidade,
extensibilidade e temperatura da pele, podem indicar as
características gerais do edema.

➢ O edema pode ser de origem venosa, linfática ou


mista;
➢ O edema é verificado pela pressão uni digital da
polpa do dedo sobre a região edemaciada;
➢ O edema de origem venosa, quando pressionado
conserva a depressão, já o edema de origem
arterial, isto não acontece.

CICATRIZES: observar a localização, profundidade, extensão


e o aspecto da cicatriz.
Utilizam-se as mesmas técnicas palpatórias que exploram
as propriedades da pele, colocando em evidência as
alterações na extensibilidade, elasticidade, mobilidade,
espessura e consistência.

Deve-se anotar na ficha de avaliação dados quanto:


➢ Localização;
➢ Tamanho (cm, fita métrica);
➢ Aderências;
➢ Pontos de erupção.
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Referências Bibliográficas:

CIPRIAN, Joseph J. Manuel Fotográfico de Testes Ortopédicos e Neurológicos.


São Paulo. Manole, 1999.
HOPPENFELD, Stanley. Propedêutica Ortopédicos: coluna e extremidades. São
Paulo: Atheneu, 2001.
KENDALL, Florence P.; KENDALL, Elizabeth, Músculos: provas e funções. São
Paulo: Manole, 1986.
MAGEE, D. J., Avaliação musculoesquelética. São Paulo: Manole, 2004.
MARQUES, Amélia Pasqual. Manual de Goniometria. São Paulo: Manole, 1997.
O´SULLIVAN, S. B.; SCHIMTZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. São
Paulo: Manole, 1993.
PALMER, M. Lyan; EPLER, Márcia E. Fundamentos das técnicas de Avaliação
Musculoesqueléticas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
REESE, N. B.; Testes de Função Muscular e Sensorial. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001.
REIDER, Bruce. O Exame Físico em Ortopedia. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2001

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