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Faculdade de Imperatriz – FACIMP / Wyden

Fisioterapia Neurofuncional

Avaliação
Neurológica
Prof. Esp. Fernando Oliveira
INTRODUÇÃO
• O processo de definição de metas com o paciente compreende uma
série de etapas correlacionadas, que possibilitam ao fisioterapeuta
planejar um tratamento eficiente, de acordo com as necessidades e
metas do paciente.
• As seguintes etapas incluem:
• (1) exame do paciente;
• (2) estudo dos dados da avaliação;
• (3) definição do diagnóstico cinético funcional;
• (4) definição do prognóstico;
• (5) elaboração do tratamento fisioterapêutico;
• (6) reavaliação do paciente e análise dos resultados do tratamento
• A avaliação de pacientes neurológicos envolve não só
o exame físico, mas também o levantamento de
informações como o uso de medicações, avaliações
psicológicas, cirurgias realizadas se for o caso, notas
médicas, resultados de exames: radiografias,
tomografias computadorizadas, ressonâncias
magnéticas e outros
ANAMNESE
• Queixa Principal
• História da Doença Atual
• História Pregressa
• História Familiar
• História Social
Alterações Funcionais
• Após a realização da anamnese inicial, é importante
organizar e analisar os dados e posteriormente
realizar a identificação de alterações funcionais.
• Nesse caso, o fisioterapeuta deve considerar uma
série de fatores ao avaliar os dados, incluindo o grau
de comprometimento, o grau de perda funcional, o
desempenho físico e o estado geral de saúde do
paciente.
O sistema humano é constantemente inunda por informações sensitivas
provenientes de uma variedade de estimulos ambientais, bem como do
movimento, do toque, da consciência do corpo no espaço, da visão, da
audição e do olfato.
• A integração sensitiva
é a capacidade do
encéfalo de organizar,
interpretar e utilizar
as informações
sensitivas
• O exame da função sensitiva
envolve testar a integridade
sensitiva, determinando a
capacidade do paciente de
interpretar e discriminar as
informações sensitivas que
chegam.
Indicações Clínicas
• As indicações para o exame da função sensitiva são baseadas na
história e na revisão dos sistemas
• Informações fornecidas pelo paciente, por familiares, entes queridos
ou cuidador
• Sintomas descritos pelo paciente,
• Os Sinais observados e documentados durante a revisão dos sistemas,
e as informações derivadas de outras fontes e registros
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
• A precisão dos dados do exame da função sensitiva confia na
capacidade do paciente de responder a aplicação de múltiplos
estímulos somatossensoriais
• Duas categorias
• Excitação, atenção, orientação e cognição do paciente
• Memória, acuidade auditiva e acuidade visual.
Excitação, Atenção, Orientação
e Cognição
• Excitação:
• É a disponibilidade fisiológica do sistema
humano para a atividade
• Ações e definições para identificar o nível de
consciência do paciente.

• Alerta:
• O pcte está acordado e atento aos níveis
normais de estimulação
• Interações com o fisioterapeuta são normais
e apropriadas
• Letargico:
• O pcte parece sonolento
e pode adormecer se
não for estimulado de
algum modo.
• Pode se distrair das
interações
• Dificuldade em se
concentrar ou manter a
atenção em uma
questão ou tarefa
• Obnubilação:
• O Pcte tem dificuldade para despertar de um estado sonolento e
frequentemente está confuso quando acordado.
• É necessária a estimulação repetida para manter a consciencia
• As interações em grande parte podem ser improdutivas
• Estupor (semicoma):
• O Pcte responde apenas a estímulos fortes, geralmente nocivos, e retorna ao
estado inconsciente quando a estimulação é interrompida
• Quando acordado é incapaz de interagir com o fisioterapeuta
• Coma (coma profundo):
• O paciente não pode
ser despertado por
qualquer tipo de
estimulação.
• Podem ou não ser
encontradas respostas
motoras reflexas.
Atenção
• É a consciência seletiva do ambiente ou a capacidade de resposta a
um estimulo ou tarefa sem se distrair com outros estímulos

• Ex. Caminhão – cabide – Colher


• Se refere a consciência do tempo,
pessoa e lugar do paciente

• Orientada x3 – noção de tempo, pessoa


e lugar
Orientação • Orientada x2 (Tempo)

• Nas anotações de orientação parciais,


costuma-se incluir os domínios de
desorientação entre parenteses
Exemplo de perguntas para
avaliação da orientação
• PESSOA:
• Qual é o seu nome?
• Você tem um nome do meio?
• Quantos você tem?
• Qual é a sua data de nascimento?
• LUGAR:
• Você sabe onde está agora?
• Em que tipo de lugar você está?
• Voce sabe em qual cidade mora?
• TEMPO
• Que dia é Hoje?
• Que dia da semana estamos?
• É de manhã ou de tarde?
• Em que ano estamos?
Cognição
• É definida como o
processo de
conhecimento e inclui a
consciência e o
julgamento
Memoria, Audição e Acuidade Visual
• Memória
• Deve-se examinar a memória de curso e de longo prazo.
• Audição
• Observar a resposta do paciente durante uma conversa pode fornecer uma
avaliação grosseira da audição.
• Deve-se observar como alt. no volume e tom de voz
• Acuidade visual
• Tabela de Snellen (gráfico de olho padrão)
• Continuum de acuidade visual 20/20 pe excelente; 20/200 indica uma
aquidade ruim
Tabela de Snellen
• O campo de avaliação
periférica pode ser
examinado sentando-se
diretamente em frente ao
paciente com os braços
estendidos.
• Os dedos indicadores
devem ser esticados e aos
poucos, trazidos em
direção a linha média da
face do paciente.
Exame Neuropsicológico
• Mini-mental
• Orientação
• Registro de Dados
• Atenção e calculo
• Memória
• Linguagem
• Nomeação
• Repetição
• Compreensão
• Leitura
• Escrita
Nível de Consciência e Sedação
• Escala de Ramsay/ RASS • Escala de Coma de
• Pacientes Sedados Glasgow
• Uso de Dormonid® • Pacientes não Sedados
(Midazolan), Fentanil, • Mínimo: 3
Ketamina. • Máximo: 15
• Mínimo: 1 / -5
• Máximo: 6 / +4
Escala de Ramsay / RASS
ESCALA
DE
COMA
DE
GLASGOW
Diferença
Diferença
Diferença
EXAME DE MOTRICIDADE
• Força Muscular
• Tônus Muscular
• Reflexos
• Superficiais
• Profundos
Força Muscular
Escala de Oxford
MANOBRAS
DOS BRAÇOS
ESTENDIDOS
PROVA DA QUEDA
DO MEMBRO
INFERIOR EM
ABDUÇÃO
Paralisias
• Monoparesia/ Monoplegia
• Apenas um membro
• Paraparesia / Paraplegia PARESIA:
• Membros inferiores
- Paralisia Incompleta
• Tetraparesia / tetraplegia
• Os quatros membros
PLEGIA:
• Triparesia / Triplegia - Paralisia Completa
• Três membros
• Hemiparesia / Hemiplegia
• Lado direito ou lado esquerdo do corpo
Força Muscular
Escala de Oxford
MOTRICIDADE
• Tônus Muscular:
• Movimentação Passiva, Avaliando resistência
• Sd. Extrapiramidal – Hipertonia Plástica
• Sinal de Roda denteada – Doença de Parkinson (DP)
• Sd. Piramidal – Hipertonia Espastica
• Sinal de Canivete – Espasticidade
• Lesões musculares ou motoneurônio inferior, cauda equina, Sd.
Cerebelares - HIPOTONIA
• (da palavra Grega para "movimento
Clônus confuso, violento") é uma série de
contrações musculares involuntárias devido
a um estiramento súbito do músculo.
• O clônus é um sinal de algumas condições
neurológicas.
• Associa-se com espasticidade e reflexos
tendinosos aumentados em doenças que
afetam o trato corticoespinal.
• É mais facilmente demonstrado pela
dorsiflexão forçada do tornozelo; que
revela uma série de movimentos rítmicas
de pequena a moderada amplitude.
MOTRICIDADE

• Reflexos
Superficiais
• Reflexo cutâneo
Plantar – Sinal de
Babinki
• Lesão do trato
corticoespinhal ou até 1
ano de idade.
MOTRICIDADE

• Reflexos Superficiais
• Reflexo cutâneo abdominal
– Superior, médio e inferior
• Abolido nas síndromes
Piramidais
MOTRICIDADE

• Reflexos
Superficiais
• Reflexo
cremastérico
• Integração: L1 e L2
• Elevação do
Testiculo Ipsilateral
Reflexo
Bulbocavernoso
Reflexo
Bulbocavernoso
Reflexo
Bulbocavernoso
Arco reflexo
• Órgão receptor (pele, músculo ou tendão)
• Um neurônio aferente
• Um neurônio efetor
• Um órgão efetor

• ARCO REFLEXO MONOSSINÁPTICO


• (a interrupção desse arco reflexo em qualquer ponto do trajeto irá
abolir a resposta)
Reflexos

• É a contração brusca do músculo quando este é submetido a um


estiramento rápido,

• Resposta involuntária a um estímulo.


Classificação dos reflexos

• Exteroceptivos (superficiais)=> Receptores localizados na pele e/ou


mucosas externas (polissinápticos)
• Proprioceptivos =>estímulos atuam ou se originam nos músculos,
tendões, labirinto (monossinápticos)
• Visceroceptivos
Reflexos proprioceptivos

• Miotáticos (profundos ou osteo tendíneos):


• Estímulo é constituído pela distensão do músculo origem=>
receptores aferentes de tração dos músculos esqueléticos e órgãos
neurotendíneos,
• Reflexos monossinápticos,
• Resposta=> contração do músculo estimulado e relaxamento dos
músculos antagonistas
• Pesquisa do reflexo=>distensão muscular rápida provocada pela
percussão tendínea ou óssea.
Reflexo de Membros
Superiores
Reflexo de Membros
Inferiores
Alteração dos reflexos profundos

• Normais, hiperativos, hipoativos


• Arreflexia ou hiporreflexia=>
• Ocorre quando há comprometimento dos elementos que constituem o arco
reflexo,
• obtenção débil (polineuropatia, radiculopatia, poliomielite, miopatia, tabes
dorsalis)
• Hiperreflexia:
• Em condicão normal o trato cortico-espinal tem ação inibitória
sobre o arco reflexo
• lesão dos tratos=> liberação do piramidal
• Motoneurônios na síndrome piramidal tornam-se hiperativos
• exaltação dos reflexos,obtenção de várias respostas (policinético),
lesão da via piramidal.
DERMATOMOS
• A região da pele
inervada por um
único par de
raízes sensitivas
forma um
dermátomo
SENSIBILIDADE EXTEROCEPTIVA E
PROPRIOCEPTIVA
• Os testes normalmente realizados por
profissionais da área da saúde, como toque leve,
“alfinetadas”, calor e frio, sensação de
posicionamento do membro, mostraram-se
subjetivos e pouco confiáveis, principalmente
em pacientes que apresentam lesões centrais
Sensação Tátil
• O fisioterapeuta deve solicitar ao paciente que este indique
quando perceber a sensação teste.
• A pele é tocada com o objeto do teste em partes e lados do
corpo de forma aleatória, sendo as respostas pontuadas da
seguinte forma:
• 0 – ausente; 1 – deficiente; 2 –normal.
TESTE
• Toque leve
• Pressão
• Localização Tátil
• Toque Simultâneo Lateral
• Discriminação entre dois pontos
Estereognosia
• é um teste de habilidade no reconhecimento de
objetos por meio do toque, isto é, com os olhos
vendados
• 15 segundos
• A pontuação é 0 – ausente; 1– deficiente; 2 – normal
Estereognosia
SENSAÇÃO CINESTÉSICA OU
PROPRIOCEPTIVA:
• São testados simultaneamente a avaliação do movimento, direção do
movimento e sensação da posição da articulação.
• Dessa forma, o fisioterapeuta irá avaliar cada articulação do membro
afetado separadamente e pede-se ao paciente para realizar o mesmo
movimento com o membro oposto.
• São realizados três testes antes de vendar o paciente:
• Avaliação do movimento: o paciente indica que um movimento ocorreu, mas na direção
incorreta;
• Direção do movimento: o paciente é capaz de reproduzir a direção do movimento, mas sua
nova posição está incorreta;
• Posição da articulação: paciente repete os movimentos do teste até cerca de 10° em relação
à nova posição.
Equilibrio
• ESTÁTICO (ROMBERG)
• Parado, com os pés juntos e paralelos
• Leves empurrões, braços esticados
• Fechamento dos olhos
• DINÂMICO
• Marcha com olhos abertos e fechados
• Caminhar encostando o halux no calcanhar da frente
COORDENAÇÃO e EQUILIBRIO
• ATAXIA
• Falha na coordenação
muscular que se traduz
por irregularidade ou
incapacidade de
realização correta e
sincrônica de um
movimento.
COORDENAÇÃO MOTORA
• Manobras:
• Prova de index – nariz
• Prova de Index – nariz – Index
• Prova de Index – index
• Prova de Calcanhar – joelho
• Diadocosinesia
Sinal de Irritação
Meníngea e radicular

• Sinal de Brudzinski
• Flexão passiva do pescoço
pelo examinador com leve
flexão do quadril e joelho
pelo paciente
Sinal de Irritação
Meníngea e radicular

• Sinal de Kernig
• Pcte em DD com quadril
semifletido, o avaliador
tenta estender a perna e o
paciente sente dor
AVALIAÇÃO DOS NERVOS CRANIANOS

Olha O Oculos Todo Torto


Andando Fazendo Volta Grande,
Veja Aquilo Homem
(Eric Silva – Fisioterapeuta)
1. NERVO OLFATÓRIO
• o fisioterapeuta posiciona um objeto que tem odor forte e facilmente
identificável abaixo da área nasal do paciente, na tentativa de avaliar
a capacidade de perceber o odor.
• Uma capsula de amônia é tipicamente empregada para esse teste.
• As alterações mais frequentes são:
• ANOSMIA (ausência de olfação),
• HIPOSMIA (diminuição da olfação),
• FANTOSMIA (o paciente sente odores que não existem; podem ser intermitentes ou
constantes),
• CACOSMIA (maus odores),
• PAROSMIA (distorção de odores, perversão do olfato)
NERVO ÓPTICO
• Fisioterapeuta solicita ao paciente identificar objetos
dentro do campo visual e esclarece o que é realmente
visualizado por ele (por exemplo, letras do alfabeto,
números, fotos de objetos).
• Pode ser utilizado o quadro de Snellen.
• O nervo óptico é responsável pelo reflexo pupilar e
pela visão
NERVO ÓPTICO (II)
• Exploração
• Acuidade visual, Campos e Oftalmoscopia;
• Alterações:
• Ambliopia e amaurose (acuidade)
• Escotoma, hemianopsia e quadrantanopsia (campo)
Nervos OCULOMOTORES (III, IV e VI Par)
• Nervo oculomotor comum (III)
• Inerva 4 músculos extrínsecos do olho, mais o elevador da pálpebra
superior
• Inerva todos os músculos intrínsecos do bulbo ocular
• Inerva o esfíncter da pupila – via eferente.
• Troclear (IV)
• Função exclusiva: m.obliquo superior.
Nervo Abducente (VI)
• Inerva o musculo reto lateral do olho
• Alterações dos mm oculomotores
• Estrabismo (diplopia), ptose palpebral
• Paralisia do abducente é a mais encontrada: estrabismo convergente.
Nervo Trigêmeo (V)
Nervo Facial (VII)
Nervo Vestibulo-coclear (VIII)
• Puramente sensitivo: Audição e equilíbrio
• Exploração: Voz alta e cochichada / Diapasões e audiômetros
• Disturbios: hipoacusia, anacusia, hiperacusia, zumbidos, alucinações
auditivas.
• Exploração
• Nistagmo: Horizontal, rotatório e vertical
• Desvio postural: (sinal de Romberg)
• Disturbios: vertigens
• Causas: Obstrução do conduto auditivo externo, otites agudas/cronicas,
hemorragias labirinticas
Nervo Glossofaríngeo (IX)
Nervo Vago (X)
Nervo Acessório (XI)
Nervo Hipoglosso (XII)

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