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Síndrome de Guillain-

Barré
Prof. Esp. Fernando Oliveira
Síndrome de Guillain-Barré (SGB)

• Em 1916, Georges Guillain, J. A.


Barré e A. Strohi descreveram
uma síndrome caracterizada por
paralisia aguda e perda de
reflexos, em soldados do
exército francês.
• A SGB é polineuropatia
inflamatória aguda
• Rapidamente progressiva,
• caracterizada por fraqueza
muscular e perda sensorial
distal leve.
• Estudos mostram que a doença é mais frequente em homens. A
explicação para a diferença entre ambos os sexos é desconhecida.
Não existe relato de sazonalidade na ocorrência da síndrome.5

• Cerca de 25% dos casos de SGB desenvolvem insuficiência respiratória


e muitos apresentam sinais de disfunção autonômica na fase aguda
da doença. Aproximadamente 5% dos casos evoluem para óbito e
20% sofrem incapacidade significativa definitiva
(SEJVAR JJ et al. 2011)
ETIOLOGIA
• Auto-imune
• Em cerca de 2/3 dos pacientes a SGB inicia-se 5 dias a 3 semanas após uma
infecção banal, cirurgia ou vacinação.
• Quadros infecciosos são o gatilho em > 50% dos pacientes; os patógenos mais
comuns são
• Campylobacter jejuni
• Vírus entéricos
• Herpesvírus (incluindo citomegalovírus e vírus de Epstein-Barr)
• Mycoplasma spp
• Os efeitos adversos dos inibidores do checkpoint imunológico incluem uma
síndrome que lembra a síndrome de Guillain-Barré.
• Se a fraqueza persistir por > 2 meses, diagnostica-se polineuropatia
desmielinizante inflamatória crônica.
Muitos casos surgiram após o programa
de vacinação contra gripe suína em
1976, mas depois a associação mostrou-
se falsa, em virtude da obliquidade de
averiguação.
EPIDEMIOLOGIA
• A SBG é a principal causa de paralisia flácida aguda desde a
erradicação da poliomielite, com incidência mundial anual de
aproximadamente 1-2 por 100.000 pessoas ao ano.
• No Brasil, houve um aumento da incidência dos casos associado a
epidemia do vírus Zika, o que deu maior notoriedade para essa
condição.
• Um estudo realizado no estado brasileiro do RN, no período de 1994 a
2007, mostrou uma incidência de 0,3 caso por 100 mil hab./ano.
• No estado de SP - encontrou uma incidência de 0,6 caso por 100 mil
hab./ano.
• Em 2015, o Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da
Saúde do Brasil registrou um aumento do número de internações por
SGB no SUS, especialmente nos estados nordestinos de Pernambuco e
Bahia.
• Esse aumento de casos foi detectado pelo Sistema de Informações
Hospitalares do SUS (SIH/SUS), cuja finalidade é registrar todos os
atendimentos provenientes de internações hospitalares financiadas pelo
sistema, em hospitais públicos e conveniados.
EXAMES
• São realizados exames para doenças infecciosas e disfunção imunitária,
incluindo exames para hepatites e HIV assim como eletroforese de
proteínas séricas.
• Exames eletrodiagnóstico (estudos de condução nervosa e eletromiografia)
• Analise de Liquor (dissociação albuminocitológica)
• Monitoramento da medição da capacidade vital forçada a cada 6 a 8 horas
• a EMG detecta diminuição da velocidade de condução nervosa e evidências
de desmielinização segmentar em dois terços dos pacientes; entretanto,
uma EMG normal não exclui o diagnóstico e não deve retardar o
tratamento.
• RM - raramente
PROGNÓSTICO
• A síndrome de Guillain-Barré é fatal em < 2%.
• A maioria dos pacientes melhora consideravelmente em meses, mas
cerca de 30% dos adultos e até mais crianças apresentam algum grau
de fraqueza residual após 3 anos.
• Os pacientes com deficiências residuais podem necessitar de retreinamento,
aparelhos ortopédicos ou cirurgia.

• Após a melhora inicial, 2 a 5% dos pacientes desenvolvem


polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica (PDIC).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• A Miastenia grave é intermitente e se agrava com o esforço.
• O Botulismo pode causar pupilas fixas dilatadas (em 50%) e disfunção
proeminente dos pares cranianos, com sensibilidade normal.
• A Poliomielite geralmente aparece em epidemias.
• A Paralisia por carrapato provoca paralisia ascendente, mas a
sensação é mantida.
• O Vírus do Nilo Ocidental causa cefaleia, febre e paralisa flácida
assimétrica, mas preserva a sensação.
• As Neuropatias metabólicas associam-se a doenças metabólicas
crônicas.
TRATAMENTO
• Cuidados intensivos de suporte
• VM
• Imunoglobulina IV (IgIV) ou plasmaférese

•FISIOTERAPIA
• Ciclo autolimitado
• Fases:
• instalação: 7 a 10 dias
• estado: 2 a 4 semanas
• resolução: 2 a 3 semanas após período de estado
• Varia: fraqueza mínima até tetraplegia, paralisia
facial, musculatura respiratória, paralisia bulbar,
desregulação autonômica, hiporreflexia tendinosa
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Debilidade neuropática progressiva em mais de um membro
• Disfunções autonômicas
• Arreflexia
• Fraqueza muscular. MI distal ou paralisia total da musculatura
periférica, axial, facial e extraocular
• Envolvimento sensitivo discreto
• Usualmente simétrica
• Presença de dor inicialmente
• Duração da progressão menor do que 4 semanas

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