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ZTORCHS
IZABELA RIBEIRO
SANYA ROHEN
INFECÇÕES CONGÊNITAS
01 02 03
Toxoplasmose Rubéola Zika
04 05 06
Citomegalovírus Herpes HIV
07 08
Hepatite B e C Sífilis
CASO CLÍNICO 01
J. S. C., sexo feminino, nascida em 12/01/19 no HU-FURG, de parto cesáreo, pesando 3172g, 49 cm de altura e PC
35. A genitora, 18 anos, residente em São José do Norte, foi acompanhada durante a gestação na UBS local. O
acompanhamento pré-natal constituiu-se de oito visitas iniciadas no 1º trimestre da gravidez. Nesse período,
os exames de rotina apresentaram os resultados de VDRL NR; rubéola IgM negativo e IgG positivo; CMV IgM
negativo e IgG positivo; toxoplasmose IgM negativo e IgG negativo; HIV NR e HBsAg NR. No 3º trimestre da
gravidez, quando os exames foram repetidos, foi constatada a soroconversão para a toxoplasmose, IgM e IgG
positivas. Os demais parâmetros mantiveram-se inalterados. Após o diagnóstico de toxoplasmose materna,
primoinfecção, foi iniciado tratamento com espiramicina. Diante desse diagnóstico e estando a genitora na 36ª
semana de gestação, foi realizado parto cesáreo. Dois dias após o nascimento, os exames do LCR do RN
apresentaram os seguintes resultados: glicose – 37; proteínas – 94; Reação de Pandy – positiva; bacterioscopia –
negativa; exame ecográfico – normal e triagem neonatal, sem alterações; IgG anti-Toxoplasma gondii – positiva
e IgM anti-Toxoplasma gondii – negativa. Por outro lado, os resultados da sorologia materna para IgG e
IgM – anti-Toxoplasma gondii – foram ambos positivos. Com relação à sorologia da mãe, os resultados para
IgG – anti--Toxoplasma gondii – foi positivo e IgM anti-Toxoplasma gondii, positivo. No exame físico, a criança se
apresentava em bom estado geral.
17%
é o risco de transmissão no 1º trimestre de
gestação, com repercussões graves: óbito
25%
fetal ou neonatal
65%
no terceiro trimestre com repercussões leves,
raramente apresenta quadro de parasitemia
TOXOPLASMOSE
NEONATAL
● Específicos: Isolamento direto do parasita, teste de aglutinação ISAGA
(padrão-ouro), IgM, IgG, IgA, PCR, reação de Sabin Feldman
● Avaliação oftalmológica, neurológica e auditiva
● Imagem: Rx, USG, RM e TC de crânio, Rx de tórax, Ecocardio
● Oftalmoscopia, Audiometria com emissões otoacústicas (EOA) e potencial
evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE)
● Hemograma, perfil hepático e renal
● Análise de LCE
● Eletroencefalograma
TOXOPLASMOSE
TOXOPLASMOSE
TOXOPLASMOSE
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO: Fluxograma
TRATAMENTO
GESTACIONAL
● Espiramicina 1g 3x/dia
● Esquema tríplice (Sulfadiazina 3g/dia, Pirimetamina 50mg/dia, Ácido folínico
15mg/dia)
● Se coinfecção HIV e CD4 < 200: Sulfametoxazol + Trimetropim
NEONATAL
● Sulfadiazina 100mg/kg/dia VO a cada 12 horas nos 6 primeiros meses, após esse
período 1x/dia até completar 1 ano
● Pirimetamina 2mg/kg/dia VO a cada 12 horas por 2 dias, após esse período
1mg/kg/dia dose única por 6 meses, após 3x/semana (seg, qua, sex) até 1 ano
● Ácido folínico 15mg 3x/semana, mantendo-se por 1 semana após retirada da
pirimetamina, aumentar para 15mg/dia se neutropenia
● Prednisona (se proteínas no LCE igual ou superior a 1g/dL e/ou coriorretinite em
atividade) 0,5mg/kg/dose VO a cada 12 horas por 4 semanas, ou até proteína <
1g/dL ou melhora da coriorretinite
● Atovaquona
CASO CLÍNICO 02
Gestante 14s + 1d vem a sua consulta pré-natal de rotina trazendo exames. Relata ter ficado
assustada com resultado de um exame pois tinha dado positivo para rubéola e citomegalovírus. Estava
assustada e com medo do que isso poderia significar para ela e seu bebê. Além disso, durante a
consulta comentou sobre uma viagem que planejava fazer com sua família para o Nordeste. Você
prosseguiu com a entrevista clínica, identificou que se trata de um pré-natal de baixo risco, sem outras
queixas no momento. Realizou exame físico de rotina, sem particularidades. Abaixo, o resultado dos
exames que preocupavam a gestante.
Citomegalovírus: IgG 142,5 (VR reagente > 6,0) IgM 0,21 (VR não reagente < 0,85)
Rubéola: IgG 146 (VR reagente > 10,0) IgM 0,62 (VR não reagente < 1,20)
➔ É uma infecção causada por vírus RNA, transmitida ao recém-nascido por via
transplacentária. A taxa de infecção fetal é em torno de 54% nas primeiras 8 semanas,
34% da 9ª a 12ª semana e de 10% da 13ª a 24ª semana de gestação. Cerca de 85% das
malformações aparecem quando a infecção ocorre nas primeiras 12 semanas, 54% da
13ª a 16ª semana e 25% no final do 2º trimestre.
RUBÉOLA - PREVENÇÃO
● Como medidas profiláticas é indicada a imunização ativa para mulheres
susceptíveis que não estejam grávidas ou imunização passiva com
gamaglobulina 0,55ml/kg IM para a mãe exposta susceptível.
MÉDICO TERAPIA
OCUPACIONAL
FONOAUDIOLOGIA FISIOTERAPIA
ZIKA VÍRUS
● O vírus Zika é um Flavivírus capaz de causar
infecção em humanos; o primeiro caso
diagnosticado no Brasil ocorreu no ano de 2015, na
Região Nordeste.
● A maioria das pessoas infectadas apresentará a
forma assintomática. Em pessoas sintomáticas, os
principais sinais e sintomas são rash cutâneo,
febre, conjuntivite, cefaleia, dores articulares e
mialgia.
● As anomalias congênitas associadas à infecção pelo
vírus Zika foram observadas logo após a entrada do
vírus no território nacional.
● A microcefalia foi o acometimento mais frequente
do SNC e desencadeou situação de alerta no Brasil
naquele momento, por ter sido considerado uma
Situação de Emergência em Saúde Pública de
Importância Nacional (2016).
ZIKA VÍRUS
● A principal medida de combate à infecção é a prevenção, com medidas de controle do vetor e
medidas protetivas individuais (uso de repelentes e de roupas com mangas longas e calças
compridas), de modo a diminuir a chance de picada pelo mosquito. Além do uso do preservativo.
Ainda não há vacinas para prevenir a infecção pelo vírus Zika e nem tratamento específico.
ZIKA VÍRUS
● Em áreas endêmicas, casais que desejam a concepção devem ser orientados quanto aos riscos
da infecção pelo vírus Zika e a possibilidade de malformações fetais.
● Para áreas endêmicas, a recomendação para uso contínuo do preservativo durante toda a
gestação deve fazer parte do aconselhamento durante as consultas de pré-natal.
● Até o presente momento, não há casos de transmissão por meio da reprodução assistida, mas se
recomenda que, nos tratamentos de fertilidade, os prazos acima citados sejam considerados.
● O diagnóstico precoce da infecção pelo vírus Zika na gestante, por meio de exames de detecção
do RNA viral mediante PCR e/ou sorologias, auxilia no rastreamento das gestações de alto risco.
Esses exames também são utilizados no seguimento especializado para a criança que tenha
nascido com alguma anomalia congênita.
CITOMEGALOVÍRUS (CMV)
Embora a maioria dos recém-nascidos seja assintomática ao nascimento, entre 5
e 15% podem ter anormalidades tardias meses a anos após o nascimento,
principalmente surdez neurossensorial, que pode ser bilateral em até 50% dos
casos.
● Embora os testes sorológicos disponíveis comercialmente sejam os exames mais comumente solicitados,
eles têm papel limitado no diagnóstico da infecção congênita por CMV, pela baixa sensibilidade e
especificidade quando comparados ao isolamento viral.
● A detecção de IgM anti-CMV sérica no RN é sugestiva de infecção congênita por esse vírus, mas deve ser
sempre confirmada por meio de sua detecção na urina e/ou saliva.
● Por outro lado, a ausência de IgM anti-CMV não exclui o diagnóstico de infecção congênita. Dependendo
do teste sorológico utilizado apenas 30 a 80 % dos RN com infecção congênita confirmada pela detecção
viral apresentam teste IgM anti-CMV positivo ao nascimento.
● Com relação aos anticorpos IgG anti-CMV, a interpretação é difícil, porque a maioria das crianças recebe
esses anticorpos passivamente da mãe, pela elevada prevalência dessa infecção na população geral.
Testes sorológicos seriados podem demonstrar aumentos significativos dos títulos de anticorpos IgG, não
permitindo, entretanto, diferenciar a infecção congênita daquela que ocorreu após o nascimento.
CMV - INVESTIGAÇÃO
CMV - TRATAMENTO
CMV - POR QUE NÃO É ROTINA NO PRÉ-NATAL?
– Não existe uma vacina capaz de prevenir a infecção em gestantes soronegativas.
– Nas gestantes soropositivas é difícil diferenciar entre infecção primária e recorrência ou determinar
o tempo de infecção, que pode ter acontecido antes da gestação;
– Não há evidências de que o tratamento da infecção primária materna previna ou reduza sequelas da
infecção no feto;
– Apesar de a infecção do feto poder ser detectada, não há um método que mostre o desenvolvimento
ou não de sequelas importantes.
Maior risco se
primoinfecção
Taxa de transmissão
no parto vaginal chega
a 50%
Se infecção
recindivante:
3-5%
HERPES-SIMPLES: Manifestações clínicas
INFECÇÃO DO SNC
INFECÇÃO DE PELE, Encefalite: líquor com
OLHO E BOCA pleocitose e concentração
Vesículas, pápulas elevada de proteínas; com
eritematosas e pústulas, ou sem envolvimento de
que evoluem para crostas pele, olhos e boca
hemáticas
INFECÇÃO
DISSEMINADA
Hepatite, pneumonite e/ou
coagulação intravascular
disseminada, com ou sem
encefalite ou doença de pele
● Nesses dois casos, as crianças serão notificadas para sífilis congênita e submetidas à punção
lombar para estudo do LCR com análise do VDRL, contagem celular e proteína, devendo ser
tratadas durante dez dias com penicilina parenteral (a escolha do tratamento dependerá da
presença ou não de neurossífilis), mesmo quando houver histórico de tratamento prévio.
SÍFILIS
CONGÊNITA
E AGORA?
NEUROSSÍFILIS NA SC
A infecção do sistema nervoso central pelo T. pallidum, ou neurossífilis, pode ser sintomática ou assintomática nas
crianças com sífilis congênita.
A neurossífilis é de ocorrência mais provável em crianças que nascem sintomáticas do que nas assintomáticas; portanto,
o benefício do teste deve ser considerado, especialmente em razão da necessidade de internação para administração de
benzilpenicilina potássica/cristalina.
Acredita-se que a neurossífilis ocorra em 60% das crianças com sífilis congênita, com base na presença de alterações no
líquor, como reatividade no VDRL, pleocitose e aumento na proteinorraquia.
TRATAMENTO DA SÍFILIS CONGÊNITA
● O tratamento apropriado de sífilis congênita dentro dos primeiros três meses de vida é capaz de
prevenir algumas manifestações clínicas (não todas, como a ceratite intersticial e as
deformidades ósseas).
● Até o momento, não há evidências científicas da eficácia do uso da ceftriaxona no tratamento de
sífilis congênita e, portanto, reforça-se que essa medicação poderá ser utilizada como
alternativa somente em situações de indisponibilidade das benzilpenicilinas potássica
(cristalina) e procaína.
TRATAMENTO - SÍFILIS CONGÊNITA
● Na ausência de neurossífilis, a criança com sífilis congênita pode ser tratada com
benzilpenicilina procaína fora da unidade hospitalar, por via intramuscular; OU com
benzilpenicilina potássica/cristalina, com internação hospitalar.
● Como existem evidências de que os níveis de penicilina no líquor são menores com penicilina
procaína, é recomendado o uso de benzilpenicilina potássica/cristalina para os casos de
neurossífilis, com necessidade de internação hospitalar.
CASO CLÍNICO 05
Recém-nascido, sexo masculino, parto vaginal, com IG 39+8, pesando 3,375 kg, apgar
9/9. A mãe apresentou VDRL positivo no primeiro trimestre de gestação, com valor de 1/64.
No segundo trimestre esse resultado passou a ser 1/32. A mãe relata tratamento com três
doses do medicamento dado no posto e informa que seu parceiro foi também medicado. O
recém-nascido foi admitido ao alojamento conjunto em bom estado geral, recebendo
aleitamento materno exclusivo e com suas funções fisiológicas preservadas.
Sífilis congênita
3. Qual o tratamento para o RN?
Penicilina cristalina 50.000UI/kg IV 12/12h até 7 dias de vida, após 8/8h até 10 dia.
4. Necessita de acompanhamento pós alta?