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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS1)

INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL


UTILIZADOS NA FISIOTERAPIA TRAUMATO-
ORTOPÉDICA

JÉCICA SILVA 18101310


HUGO XAVIER 20200514
MILENA ATHAYDE 18202001

RIO DE JANEIRO
SETEMBRO / 2022
INTRODUÇÃO

Na fisioterapia, os instrumentos de avaliação tem se tornado funcional e


fundamental, para determinar o impacto de uma doença na vida do indivíduo, uma vez
que existe a necessidade de se conhecer a consequência de uma doença, e não se restringir
apenas ao diagnóstico clínico, destacando-se assim os questionários de avaliação
funcional, além de testes, escalas e instrumentos aos quais se consegue oferecer ao
terapeuta informações sobre o nível de função do paciente e o que realmente lhe importa,
auxiliando e contribuindo para tomada de decisões clínicas.
DESENVOLVIMENTO

Shoulder Pain and Disability Index

O questionário Shoulder pain and disability index (Índice de dor e incapacidade


no ombro), ou SPADI, é um questionário de qualidade de vida desenvolvido para avaliar
a dor e a incapacidade associadas às disfunções de ombro.
Esse questionário contém 13 itens de avaliação subdivididos em duas etapas, a
primeira etapa com cinco itens onde mede a dor, e uma segunda etapa contendo oito itens
onde mede a incapacidade.
O questionário passou por diversas versões sendo essa apresentada a última onde
foi desenvolvida para tornar mais fácil de administrar e pontuar.
Cada subescala é somada e transformada em uma pontuação de 100. Uma média
é obtida das duas subescalas para dar uma pontuação total de 100, a pontuação mais alta
indica maior deficiência ou incapacidade. Porém a escala não apresenta grandes variações
se aplicada em dois momentos diferentes, uma na avaliação e outra na alta do paciente,
estudos demonstraram apenas uma variação de 18 pontos, com isso torna-se sua aplicação
cautelosa.

Shoulder Pain and Disability Index – Versão original em inglês


Índice de dor e incapacidade no ombro (SPADI) – Versão traduzida e adaptada à língua
portuguesa

Odi-Oswestry Disability Index (Índice De Capacidade Oswestry)

O Índice de Capacidade Oswestry é utilizado para mensurar a capacidade


funcional da coluna lombar, que associa dor e atividade física. Este questionário é
composto por dez itens no qual o primeiro avalia a intensidade da dor, e os outros nove
avaliam as dificuldades para realizar as atividades de vida diária (AVD’s).
O ODI é um questionário no qual, são analisados 10 critérios com seis alternativas
de resposta para cada critério. A contagem total varia de 0 a 100, sendo que zero
corresponde à função normal e 100 indica grande inabilidade. Para cada questão, zero são
a normalidade, e cinco é a maior alteração funcional.
A soma dos dez itens divididos por cinco multiplicados pelo número de questões
respondidas, e multiplicando por cem, constitui o ODI.Cada um dos itens possui seis
alternativas de respostas, com valores que variam entre 0 e 5. A pontuação é dividida pelo
número de questões respondidas e multiplicada 41 pelo número 5. O resultado dessa
divisão é multiplicado por 100 e os valores finais são apresentados em porcentagem,
assim: ([escore ÷ (nº questões respondidas x 5)] x 100).
Considera-se incapacidade mínima quando o resultado fica entre 0 e 20%,
incapacidade moderada quando fica entre 21 e 40%, incapacidade severa entre 41 e 60%,
invalidez entre 61 e 80% e indivíduo restrito ao leito quando o resultado está entre 81 e
100%. O tempo necessário para aplicação é de aproximadamente 10 minutos.
Índice De Capacidade Oswestry – Versão adaptada para a língua portuguesa
Odi-Oswestry Disability Index – Versão original em inglês

Harris Hip Score Modificado Por Byrd

O Harris Hip Score Modificado Por Byrd é uma Escala de avaliação de dor e
função em afecções do quadril, que costumeiramente é utilizada pós cirurgias de
artroscopia.
O questionário foi traduzido e adaptado à língua portuguesa e é uma ferramenta
importante para o acompanhamento da evolução do paciente e também é utilizado como
critério para alta no pós-operatório.
A escala original criada por Harris continha em 100 pontos para avaliação da dor,
função, mobilidade e deformidade, na qual dor e função possuíam mais peso (44 e 47
pontos no máximo) e mobilidade e deformidade, menos peso (5 e 4 pontos no máximo).
A modificação proposta por Byrd excluiu mobilidade e deformidade da escala por
não serem considerados fatores de indicações cirúrgicas, mantendo apenas dor e função
com 44 e 47 pontos máximos.
Para se chegar ao valor máximo de 100, multiplica-se a pontuação (44 e 47) pela
constante 1,1.
A função é avaliada através de perguntas sobre atividades de vida diária como
claudicação, uso de dispositivos auxiliares e distâncias em testes de marcha.
Pontuações menores que 70 indicam resultado ruim, entre 71 e 80 razoável, entre 81 e 90,
bom e entre 91 e 100, excelente.
Devido à necessidade de avaliação dos resultados pós cirúrgicos, Byrd propôs a
modificação do "Harris Hip Score", avaliando dor (44 pontos) e função (47 pontos). A
multiplicação por constante "1,1" resulta em escore total possível de 100 pontos. Os
critérios de deformidade (4 pontos) e amplitude de movimento (5 pontos) foram
eliminados porque nenhum desses dois parâmetros são indicações principais de
artroscopia do quadril.
Harris Hip Score Modificado Por Byrd – versões original em inglês e traduzidas à
língua portuguesa

Lysholm Knee Scoring Scale

O Lysholm knee scoring scale, ou apenas Lysholm, é um questionário específico


para afecções do joelho, que foi traduzido, adaptado e validado para a língua portuguesa
para pacientes com lesões no menisco, lesão do ligamento cruzado anterior,
condromalácia ou artrose de joelho. A escala é composta por 8 questões que dentro dela
são descritas: claudicação, agachamento, uso de apoio, subida de escadas, instabilidade,
bloqueio, dor e edema.
O resultado é descrito em pontos de 0 a 100, sendo considerada “ruim” uma pontuação
inferior a 64, “regular” de 65 a 83 pontos, “boa” de 84 a 94 pontos e “excelente” de 95 a
100 pontos.

Lysholm knee scoring scale – versão original em inglês


Lysholm knee scoring scale – versão traduzida à língua portuguesa
Testes de Ruptura dos Ligamentos Anterior

O ligamento cruzado anterior é uma importante estrutura que tem como principal
função a estabilização do joelho. Portanto, pacientes que tem uma lesão (ruptura) desse
ligamento, frequentemente apresentam dificuldade de realizar determinadas atividades
físicas, em especial, aquelas que exigem movimentos rápidos e que envolvem mudança
de direção, tais como o futebol, basquete, artes marciais, entre outras. Devido à
instabilidade articular decorrente da ruptura ligamentar, o paciente fica mais suscetível a
apresentar outras lesões no joelho lesionado, como as lesões de menisco e da cartilagem.

• Teste de Lachman (laceração do LCA)

1) O paciente é posicionado em decúbito dorsal com os joelhos flexionados


a 15°.
2) O examinador estabiliza o fêmur distal com uma mão e segura a tíbia
proximal por trás com a outra mão.

3) O examinador então aplica à tíbia proximal dirigida anteriormente.


4) O teste positivo para ruptura do LCA é indicado por um maior
deslocamento anterior da tíbia no lado afetado em comparação com o lado não afetado.
Há também, um outro teste direcionado para laceração do LCA denominado:

• Teste de gaveta anterior (laceração do LCA)

1) Paciente é posicionado em decúbito dorsal com os joelhos flexionados a


90°, de modo que o pé fica em posição plana apoiada sobre a maca.
2) O examinador se senta sobre o pé do paciente e segura por trás da Tíbia
proximal, com os polegares palpando o platô tibial e os indicadores palpando os tendões
dos músculos isquiotibiais medial e lateralmente.

3) O examinador aplica uma força à tíbia dirigida anteriormente.


4) O teste positivo para a ruptura do LCA é indicado por maior deslocamento
anterior da tíbia no lado afetado quando comparado com o lado não afetado.
• Teste de Lachman ativo (Laceração do LCA)

1) O paciente é posicionado em decúbito dorsal com apoio sob o fêmur distal,


de modo que o joelho fique flexionado entre 30° e 40°.
2) Solicita-se ao paciente, que estenda ativamente o joelho envolvido e, em
seguida, relaxe e retorne à posição inicial.
3) Um teste positivo para ruptura do LCA é indicado pelo deslizamento
anterior da Tíbia proximal.
CONCLUSÃO

Concluímos então, que os instrumentos de avaliação como escalas, questionários


e testes são capazes de oferecer ao terapeuta informações sobre o nível de função do
paciente e o que realmente lhe importa, com isto percebemos que os mesmos, facilitam e
contribuem para a tomada de suas decisões clínicas, auxiliando não só em seu prognóstico
como em seu tratamento.
REFERÊNCIAS:

- Polesello, Giancarlo C., et al. "Tratamento artroscópico do impacto


femoroacetabular." Revista Brasileira de Ortopedia 44 (2009): 230-238.
- Ghizoni, Marcos Flávio, et al. "Aplicação da Escala de Oswestry em pacientes com
doença degenerativa da coluna lombar submetidos à artrodese Application of the
Oswestry Scale in patients with degenerative lumbar spine underwent arthrodesis." Arq
Catarinenses Med 40.1 (2011): 19-24.
- Guimarães, Rodrigo Pereira, et al. "Tradução e adaptação transcultural do" Harris Hip
Score modificado por Byrd"." Acta Ortopédica Brasileira 18 (2010): 339-342.
- Neto, Hugo Pasin. Escalas e testes funcionais em fisioterapia ortopédica, neurológica e
respiratória. São Paulo: Eduniso, 2021.
- Dutton, Mark. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. Porto Alegre:
Artmed, 2010.
- Cook, Chad E.; Hegedus, Eric J. Testes ortopédicos em fisioterapia. São Paulo: Manole.
- Breckenridge, John D.; Mcauley, James H. Shoulder pain and disability index
(SPADI). Journal of physiotherapy, v. 57, n. 3, p. 197-197, 2011.

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