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Epilepsias

Definição de Epilepsias

➔ Predisposição duradoura a crises de epilepsias ou crises epilépticas


➔ Sendo isso: ter 2 ou mais crises, sendo que elas não podem ser provocadas em um intervalo de 24 horas
(hipoglicemia etc.)
Ou
➔ Crise com alta chance de recorrência (aquele paciente que tem uma crise, sofre um TCE, algo do tipo que
predispõe que ocorra novamente)
Ou
➔ Síndromes epilépticas

O que é Crise Epiléptica

➔ É o curto-circuito que está acontecendo no SNC, dependendo de onde ocorrer no encéfalo – pode acamar
a pessoa, dar manifestação sensorial (ela pode não ser motora, por exemplo)
➔ São as descargas elétricas neuronais excessivas

Classificação

➔ As classificações variam se acontecem em um hemisfério, se elas descem para o sistema reticular


(alterando a consciência), podem começar direto dos dois hemisférios, chegando ao sistema reticular e
apagar o paciente
➔ Pode começar em um hemisfério só: essa é a crise FOCAL
➔ Ela pode se manifestar com abalo motor: como a crise é unilateral, o abalo será somente de um lado
➔ Caso essa crise não atinja o Sistema Reticular Ativador Ascendente – a pessoa, necessariamente, mantém
a consciência
➔ Quando a pessoa mantém sua consciência, chamamos de Crise focal perceptiva
➔ A crise focar que chega ao SRAA ativa o mesmo e o paciente apaga/perde a consciência
➔ Chamamos isso de crise focal DISPERCEPTIVA (parcial complexa) – quando o paciente perde a consciência
em uma crise unilateral
➔ Quando é unilateral → abalo motor unilateral → pega o SRAA → pessoa perde a consciência → ocorre a
ascensão do estímulo → paciente se apresenta com abalo motor generalizado, completamente apagado
➔ Essa crise chamamos de Focal para Tônico Clônica bilateral (focal com generalização secundária)
➔ Quando sai de um lado e vai para o outro, normalmente se pega o SRAA

➔ Por isso, para determinar qual crise é → deve se perguntar sobretudo


➔ Se começa de um lado + mantém: perceptiva
➔ Se começa de um lado + apaga: disperceptiva
➔ Se começa + apaga + pega o outro lado: focal para tônico clônica bilateral
José Geraldo Araújo Junior – Medicina UniAtenas
Crise Epiléptica generalizada

➔ Aqui os curtos são gerados dos dois lados e, portanto, normalmente eles irão pegar o SRAA → geralmente,
o paciente vai apagar
➔ Ela pode ser não motora ou motora
1. Não motora
➔ É a paciente que fica afásica do nada – chamada crise de ausência
➔ Normalmente acontece em crianças entre 3-12 anos (pico 5-8 anos)
➔ Eventualmente, a criança apaga de olhos abertos, mas acorda depois de alguns segundos, como se nada
houvesse acontecido
➔ Isso gera dificuldade de aprendiz
➔ Hiperventilação e privação de sono são estímulos provocativos
➔ EEG: espícula onda de 3 Hz (padrão de ponta onda de 3Hz)
➔ Na epilepsia de ausência, as drogas de escolha são: etossuximida, valproato ou lamotrigina
➔ A carbamazepina piora as crises de ausência, mesmo em doses baixas (quem tem crise de ausência NÃO
pode usar carbamazepina)
➔ É a crise não motora mais comum
2. Motora
➔ Atônica: atonia muscular súbita → é a criança que cai do nada (normalmente ela apaga do nada)
➔ Mioclônica: contrações musculares súbitas → é quando a criança está acordada, mas simplesmente
contrai algum grupo muscular de uma vez
➔ Tônico-clônica: 1ª fase tônica com flexão ou/e extensão dos dois lados; 2º devido à fase tônica, ocorre o
espasmo da musculatura respiratória, fazendo com que o ar passe por uma VA semicerrada (Grito/Urro
epiléptico)

➔ Geralmente há perda de consciência

Tratamento

➔ Depende do tipo de crise que apresenta


➔ Focal: lamotrigina ou valproato ou carbamazepina
➔ Generalizada: lamotrigina ou valproato
➔ Situações especiais:
1. Paciente tabagista que passa a tomar a bupropiona (diminui limiar convulsivo)
2. Não se pode usar o valproato em gestantes (teratogênica – espinha bífida) → usar lamotrigina mesmo
em mulheres em idade fértil, porque se engravidar usando o valproato, trará esse risco a ela
➔ Normalmente, só se inicia o TTO para epilepsia em monoterapia e dose baixa → aumenta devagar de
acordo com a resposta
➔ Nunca suspender subitamente → só se pensa em suspender no paciente que tolera 2 anos sem crise com
a droga e com sua retirada muito gradual

José Geraldo Araújo Junior – Medicina UniAtenas


➔ A pessoa PRECISA ter 2 crises não provocadas – se o paciente tiver somente uma crise, ainda não se trata
até que a 2ª crise ocorra

Principais Síndromes Epilépticas

Síndrome de West

➔ Paciente com 4-7 meses de vida que começa a fazer espasmos, apresentando atraso no
neurodesenvolvimento
➔ Possuem prognóstico ruim
➔ EECG: aparece com hipsarritmia
➔ TTO: ACTH ou viagbatrina

Síndrome de Lennox-Gastaut

➔ Crianças pré-escolares
➔ Pode ter qualquer tipo de crise + atraso no DNPM
➔ EEG: complexo ponta onda até 2,5 Hz (menor que o da crise de ausência)
➔ TTO: normalmente refratário, mas pode tentar usar a lamotrigina
➔ West pode evoluir para Lennox-Gastaut

Status Epilepticus

➔ É a crise que está durando ≥30 minutos, mas existem as definições operacionais, onde:
1. 1 crise por ≥5 minutos
2. ≥2 crises sem recuperação completa da consciência

Abordagem

➔ Normalmente, é um tônico clônica generalizada


➔ Porém, antes da conduta farmacológica, tem de se fazer a conferência antes:
1. ABC + MOV
2. Aferir GC para descartar hipoglicemia, caso tenha: glicose 50% e tiamina EV (se paciente adulto, com
história de consumo de álcool)
3. Benzodiazepínico: usar aquele disponível
➔ Midazolam: IM (importante para os casos em que não se consegue o acesso) e EV
➔ Diazepam: IV ou via real
➔ É importante lembrar que ele funciona rápido, mas ele não se sustenta – portanto, não previne a próxima
crise
➔ Pode-se repetir de 1 a 2 vezes, avaliando a resposta antes de usar a próxima droga
4. Anticonvulsivante
José Geraldo Araújo Junior – Medicina UniAtenas
➔ Fenitoína a 20mg/kg (a 50mg/min – não pode fazer rápido)
➔ Se repetir, deve-se usar ½ da primeira dose
➔ No caso do adulto que não responde, vai visar anestesiar
5. Anestesiar
➔ Fazer IOT porque você vai querer que o paciente rebaixe aqui (as outras medidas não deram certo)
➔ Pode usar:
1. Midazolam EV
2. Propofol EV
3. Pentobarbital/tiopental EV
➔ Na pediatria, antes de anestesiar, normalmente eles tentam o fenobarbital
➔ Na pediatria, não se usa Propofol porque em infusão contínua em crianças faz a Síndrome de Infusão do
Propofol (acidose + rabdomiólise)

Crise febril

➔ A crise mais comum na infância (6-60meses)


➔ Gera normalmente tônico-clônica generalizada (valor de febre mais alto,
➔ Período pós-crise com recuperação rápido
➔ Segundo dia de febre (principalmente, avaliando-se a velocidade da variação dessa febre)

José Geraldo Araújo Junior – Medicina UniAtenas


Manejo na Urgência

José Geraldo Araújo Junior – Medicina UniAtenas

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