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CRI SE FEBRIL
Milton Genes
10% se houver dois ou mais fatores de risco. O risco geral de Q R G P U U DO DGR UR Q UDP Q PD Q R
epilepsia, na idade de 7 anos, é de 1,5%.2,6,9 contribuem para o diagnóstico nem para o tratamento.
Estudos de neuroimagem em ressonância magnética cere O tratamento da CF é baseado em três aspectos funda
bral (RM) com espectroscopia mostram uma relação entre di mentais:
I U Q JUD G O UR P DO PSRUDO PD D D IU • tratamento da fase aguda;
Q G S O S D IR DO Q RP D U IUD U D D GURJD • pro laxia da recorrência das crises;
antiepilépticas) e CF prolongadas em crianças. • RU Q D R IDP O DU
Existe ainda artigos referentes a uma relação mal entendi
da entre crises febris na infância e desenvolvimento de epilep A maioria das crianças já chega ao pronto‑socorro no período
sia de lobo temporal na idade adulta.5,6,10 Aventa‑se a hipótese pós‑ictal. Nos casos em que a criança está em convulsão, o tra
de que as alterações hipocampais preexistentes possam:9,11 DP Q R DJ GR J DO D DO U U S O S D QG S Q
• deixar o hipocampo mais vulnerável aos efeitos lesivos da febre; G Q P Q G D RORJ D Q O QR U I U DP
• facilitar as CF que causarão a esclerose hipocampal com pos G GD J UD
terior epilepsia; 1R PRP Q R GD DGP R QR RU GR SURQ R R RUUR D
• predispor a criança inicialmente à CF e posteriormente à epilepsia. PS UD UD G U P G D DP Q DI U GD QGR QG D
do controle da febre por meios físicos (compressas frias) e
Crianças com CF têm risco discretamente aumentado para cri antitérmicos. Nas situações em que há recorrência da CF, po
ses focais complexas, da mesma forma que outros tipos de de‑se recomendar o uso de benzodiazepínicos (diazepam,
epilepsia, quando comparadas com a população geral. Entre clonazepam e nitrazepam) durante o episódio febril. O clo
tanto, somente pequena porcentagem de crianças com CF de QD SDP R Q UD SDP IRUDP O DGR RP R P
senvolveram crises focais complexas e não foi ainda bem esta GR Q R RQ URODGR PD RPR R GURJD SU GRP QDQ
belecida uma relação causal.9,12 temente sedativas e miorrelaxantes, devem ser usadas com
parcimônia.15‑18
Genética A Academia Americana de Pediatria (AAP) revisou evidên
A ocorrência de epilepsia ou de CF em familiares de pacientes cias em relação ao tratamento da CF simples e, com base nos
com CF, bem como a constatação de CF em pacientes com for riscos e benefícios das terapêuticas e cazes, não recomenda o
PD G RS D G S O S D G PRQ UDP R DU U J Q R GD uso contínuo ou pro lático de anticonvulsivantes na CF sim
CF. A história familiar de CF em parentes de 1º grau é comum, e ples. O tratamento pro lático da CF não altera o risco de epi
observa‑se uma porcentagem bem maior de concordância de CF O S D I UD 12,19,20
entre gêmeos monozigóticos (31 a 70%) que dizigóticos (14 a Na CF complexa e com alta recorrência, podem‑se utilizar
18%). Existem estudos da ligação de CF com vários cromosso benzodiazepínicos durante os episódios febris. Cada caso
mos, como 2q, 5q, 5, 8q e 19, que parecem alterar o funciona deve ser avaliado individualmente, embora, de modo geral,
mento de canais de sódio neuronais. Estudos referem a ocor U DQ D Q URORJ DP Q D G RP U S GD U S UD
rência de crises epilépticas em 7% dos familiares em geral e em ção da consciência e sem dé cits neurológicos focais, geral
7% dos pais e 12% de irmãos de crianças com CF. A incidência mente não necessitem de internação hospitalar.
de CF varia também de acordo com a região geográ ca. Em cer
tos países da Ásia, há uma elevada frequência de CF. A diferença Diagnóstico diferencial
de frequência de CF em famílias da Ásia em comparação com O principal diagnóstico diferencial é a P Q QJ DO P G DO
aquelas da Europa ou América do Norte sugere um efeito popu guns processos que simulam as crises convulsivas, como sín
OD RQDO D DO J Q DP Q G UP QDGR copes febris, que se comportam como crises atônicas, delírios
febris, calafrios e tremores.
Diagnóstico e tratamento É importante informar à família que:
O diagnóstico da CF é predominantemente clínico. 1. A crise febril tem um caráter benigno, não tendo sido observa
O exame do líquido cefalorraquidiano, diante de uma pri do, até os dias atuais, nenhum estudo em que houvesse mor
meira convulsão febril, está indicado nas seguintes condições: te causada pela CF, pois a crise para os pais está associada à
• menos de 6 meses de vida; G D G PRU
• sintomatologia de infecção do SNC; 2. O controle rigoroso da febre é o aspecto mais importante do tra
• recuperação lenta ou alteração neurológica pós‑ictal; tamento, com o uso de antitérmicos e/ou banhos típicos. As
• uso de antibióticos (lembrar que os sintomas de meningite RPSU D IU D SRG P U SR UJDGD SDUD R D R P D
SRG P U PD DUDGR PS UD UD Q R G P Q RP R R GD P G GD DQ U RU
3. O risco de um novo episódio convulsivo durante o mesmo
Os demais exames laboratoriais são direcionados para a inves quadro febril é raro, embora possa ocorrer.
JD R GR IR R QI R R Q R ID QGR SDU GD Q JD R 4. Uma vez que as convulsões febris são associadas a elevações rá
rotineira da CF simples ou complexa. pidas de temperatura corporal acima de 38°C, a crise pode ser o
Eletroencefalograma (EEG), mapeamento cerebral, tomo primeiro sinal de um processo infeccioso, não havendo tempo
gra a computorizada (TC) de crânio e RM cerebral também SDUD D DGP Q UD R G DQ UP R DQ OD R RUUD
CRISE FEBRIL • 1317
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