Você está na página 1de 52

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE

FACULDADE BARÃO DO RIO BRANCO – FAB

MARIA LIBERDADE DE SOUZA NASCIMENTO


SEMILLA CHAVES DE LIMA
VIVIAN PEREIRA DE SOUZA MATOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO NA ÊNFASE I


ÁREA DE PROCESSOS CLÍNICOS

RIO BRANCO – AC
2019
MARIA LIBERDADE DE SOUZA NASCIMENTO
SEMILLA CHAVES DE LIMA
VIVIAN PEREIRA DE SOUZA MATOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO NA ÊNFASE I


ÁREA DE PROCESSOS CLÍNICOS

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado como


parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel
em Psicologia, do Centro Universitário Uninorte, sob
orientação do Prof. Esp. Alexandre Araújo Cunha.

RIO BRANCO – AC
2019
Dedicamos esse trabalho aos nossos pais que tem nos dado força durante todo esse tempo de
academia, aos nossos amigos que tem sido como nossa família, aos professores que nos
orientam e nos dão suporte e a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a
realização desse sonho tão almejado por nós e que está perto de se concretizar.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus primeiramente, por nos sustentar e nos dar forças todos os dias, aos
nossos pais, amigos e esposos por serem nossa fortaleza e nosso apoio em todo o processo.
Ao professor e orientador Alexandre Cunha, por toda empatia exercida para conosco nesse
processo de estágio, por todo conhecimento nos passado a respeito da pratica em clínica
psicanalítica, por todas as orientações e por toda ajuda não somente dentro das supervisões,
mas também pelas orientações dadas a respeito do manejo prático, as quais foram de total
relevância para o desenvolvimento das tarefas, bem como pelas dicas e saberes a respeito das
técnicas que utilizamos e por todo carinho e apoio que tivemos durante todo o processo.
Agradecemos ainda a Fernanda como coordenadora institucional que sempre foi tão empática
e sempre se disponibilizou para nos ajudar, com as flexibilidades de horários e com o espaço
da clínica para os atendimentos. A nossa gratidão também as secretárias da clínica escola por
todo apoio e suporte desempenhado, aos nossos colegas e amigos da turma que nos auxiliam e
que proporcionam mais alegria e leveza a vida acadêmica. E por fim a nossa coordenadora de
curso professora Vera Alice, que tem dado suporte para que esse estágio continue sendo
desenvolvido. E cada um que contribuiu de forma direta e indiretamente para a realização do
processo de estágio da ênfase I.
“Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que
lutaste”
(Freud)
RESUMO

O presente trabalho diz respeito ao processo de estágio da ênfase I, desenvolvido na clínica


escola de psicologia do centro universitário Uninorte, junto aos acadêmicos que optaram pelo
campo da psicologia clínica, na ênfase da psicanálise, onde por meio dos saberes adquiridos
durante a academia e supervisionados pelo orientador de campo Alexandre Cunha, tais
acadêmicas prestam atendimentos a população de Rio Branco Acre, promovendo a orientação
para resolutividade e mapeamento de situação grave para encaminhamentos pontuais e
visando oferecer cuidados a saúde mental e atendimentos psicológicos ao sujeito que sofre,
por meio das psicoterapias e o uso de práticas e técnicas psicanalíticas. Além de acolhimento
de demandas, aconselhamento psicológico, tendo em vista o bem-estar e a saúde mental da
população que recorre aos serviços na instituição. Com isso, estes estão sendo preparados para
o mercado de trabalho por meio do desenvolvimento de saberes práticos, e adquirindo
conhecimento das técnicas e práticas psicanalíticas, associando a teoria com a prática da
ênfase em questão. A clínica psicanalítica trata do sujeito que sofre e para o qual não há
medicalizações, drogas milagrosas, qualquer outra ordem de recursos que possam garantir um
suporte a esse sofrimento. Onde por meio da escuta qualificada e das relações empáticas e
transferências se da o alívio ou cura de tal sofrimento, ou seja, pela ação da palavra, a cura na
psicanálise se estenderá entre o alcance e o limite de seu poder terapêutico.

Palavras-chave: Psicanálise; Escuta qualificada; Cura; Psicologia clínica; Saberes Práticos.


ABSTRACT

The present work concerns the internship process of emphasis I, developed in the clinical
school of psychology of the Uninorte University Center, with the academics who opted for
the field of clinical psychology, in the emphasis of psychoanalysis, where through the
knowledge acquired during the academy and supervised by the field advisor Alexandre
Cunha, these academics provide care to the population of Rio Branco Acre, promoting
orientation for resolution and serious situation mapping for punctual referrals and aiming to
offer mental health care and psychological care to the suffering subject through
psychotherapies and the use of psychoanalytic practices and techniques. In addition to the
reception of demands, psychological counseling, in view of the well-being and mental health
of the population that uses the services in the institution. With this, they are being prepared
for the labor market through the development of practical knowledge, and acquiring
knowledge of psychoanalytic techniques and practices, associating theory with the practice of
emphasis in question. The psychoanalytical clinic deals with the subject who suffers and for
whom there are no medicalizations, miracle drugs, any other order of resources that can
guarantee a support to this suffering. Where through qualified listening and empathic and
transferential relations the relief or cure of such suffering is given, that is, by the action of the
word, healing in psychoanalysis will extend between the range and the limit of its therapeutic
power.

Keywords: Psychoanalysis; Qualified listening; Cure; Clinical psychology; Practical


knowledge.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 9
2 PROJETO DE ESTÁGIO .................................................................................................................. 10
2.1 IDENTIFICAÇÃO ...................................................................................................................... 10
2.2 PERÍODO DO ESTÁGIO ........................................................................................................... 10
2.3 CARACTERIZAÇÕES DA INSTITUIÇÃO ________________________________________________ 10
2.4 OBJETIVOS ............................................................................................................................... 11
2.5 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS ATIVIDADES .................................................................... 12
2.5.1 Entrevista Inicial com o Paciente ________________________________________________________ 12
2.5.1.1 Adultos __________________________________________________________________________ 12
2.5.1.2 Crianças/Adolescentes _______________________________________________________________ 13
2.5.2 Entrevista Inicial com os Pais .................................................................................................. 13
2.5.3 Acompanhamento Psicológico ................................................................................................. 14
2.5.4Entrevistas Periódicas de Orientação com os Pais .................................................................... 14
2.5.5 Discussão dos Casos na Supervisão ......................................................................................... 16
2.5.6 Entrevista Devolutiva ............................................................................................................... 16
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................................... 18
3.1INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA CLÍNICA .............................................................................. 18
3.2 PSICOTERAPIA DE ORIENTAÇÃO PSICANALÍTICA ........................................................ 20
3.3 MANEJO DA PSICOTERAPIA ................................................................................................. 21
3.3.1 Para Crianças ............................................................................................................................ 23
3.3.2 Para Adolescentes .................................................................................................................... 24
3.3.3 Para Adultos ............................................................................................................................. 26
3.4 HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS/ PSICOPATOLÓGICAS ........................................................ 27
3.5 DESAFIOS DA FORMAÇÃO EM PROCESSOS CLÍNICOS .................................................. 28
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E ESTUDO DE CASO ........................................................... 30
4.1 PACIENTES ATENDIDOS, NÚMERO DE SESSÕES E ATIVIDADES REALIZADAS ...... 30
4.2 SUPERVISÕES E OUTRAS ATIVIDADES REFERENTES AO ESTÁGIO .......................... 30
4.3 ESTUDOS E DISCUSSÕES DE CASOS CLÍNICOS ............................................................... 31
4.3.1 Caso 1 – Mª Liberdade ............................................................................................................. 31
4.3.2 Caso 2 - Semilla ...................................................................................................................... 34
4.3.3 Caso 3 – Vivian ........................................................................................................................ 40
5 AVALIAÇÕES .................................................................................................................................. 45
5.1 DO ESTÁGIO ............................................................................................................................. 45
5.2 SUGESTÕES PARA A INSTITUIÇÃO .................................................................................... 45
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho justifica se pela necessidade apresentada ao acadêmico do curso


de psicologia, para que esse venha desenvolver todas as suas potencialidades no que diz
respeito ao seu futuro profissional, para que esse venha adquirir todas as ferramentas
disponibilizadas pela academia, sejam técnicas e práticas da clínica psicanalítica, ou as
questões éticas e empáticas que lhe serão indispensáveis para que se torne um bom
profissional, além disso, ao associar o conhecimento teórico a prática, permite o acadêmico
entrar em contato com as emoções, fazendo sentir sensações que lhe serão normais durante a
prática clínica e despertando no acadêmico os conteúdos que precisam ser trabalhados em si
mesmo, dentro da relação terapeuta-paciente e por meios das relações transferências o
acadêmico pode disponibilizar subsídios de não apenas de ajuda ao sujeito que sofre, mas
também de autoconhecimento para que ele esteja atuando como futuro terapeuta.
2 PROJETO DE ESTÁGIO

2.1 IDENTIFICAÇÃO

Acadêmico: Maria Liberdade de Souza ; Semila Chaves; Vivian Matos


Local de Estágio: Clínica escola de Psicologia Centro Universitário Uninorte.
Supervisor: Alexandre Araújo Cunha

2.2 PERÍODO DO ESTÁGIO

O período de estágio iniciou-se dia 19 de Agosto de 2019, com término no dia 15 de


Novembro de 2019, totalizando carga horária de 210 horas, conforme o planejamento da
grade curricular do Estágio Supervisionado em Ênfase I.
A acadêmica Maria Liberdade cumpriu sua carga horária dividindo há em dois dias,
as segunda-feira e terça-feira, ambos das 08h00min as 12h00min e das 13h00min as
17h00min. Sendo das 10h00min as 12h00min reservado para atendimento em consultório e os
demais horários para sala de estudo, em ambos os dias.
A estagiária Semilla cumpriu seu horário em dois dias, sendo eles na Quinta-Feira
das 13h00min às 21h00min horas Sexta-Feira das 13h00min às 21h00min horas, sendo que os
atendimentos clínicos dentro do consultório eram realizados na Quinta-Feira no horário de
17h00min até as 19h00min horas e na Sexta-feira de 15h00min até as 17h00min os demais
horários eram utilizados para a sala de estudos.
A acadêmica Vivian cumpriu seu horário dividindo-os em três dias, sendo eles na:
Terça-feira das 13h00min às 17h00min horas, Quinta-feira das 13h00min às 21h00min horas
e Sábado das 13h00min às 17h00min horas, sendo que os atendimentos clínicos dentro do
consultório eram realizados na Quinta-Feira no horário de 15h00min até as 17h00min horas e
no Sábado de 15h00min até as 17h00min os demais horários eram utilizados para a sala de
estudos.

2.3 CARACTERIZAÇÕES DA INSTITUIÇÃO

A clínica escola de psicologia Barão do Rio Branco – UNINORTE foi inaugurada


em abril de 2011. Foi criada para organizar, cumprir e fazer cumprir as normas referentes aos
estágios clínicos em psicologia. Através da clínica o estagiário vai praticar o que aprendeu
durante quatro anos na teoria, sendo assim também permite o primeiro contato com o
paciente, que é população de Rio Branco, exceto os acadêmicos do curso de psicologia da
Uninorte. Os estagiários do último ano de psicologia tem possibilidade de atender a população
e seguir as orientações contidas no Código de Ética do Psicólogo, respeitando assim os
preceitos éticos que norteiam o atendimento psicológico. Semanalmente o estagiário tem
supervisão, que é a discussão dos casos e as orientações que o estagiário precisa seguir no seu
próximo atendimento clínico.
Atualmente na clínica escola trabalham três secretarias (que se revezam entre os
turnos matutino, vespertino e noturno), e uma psicóloga que coordena todas as atividades da
clínica. Na clínica escola são realizados: Pronto atendimento psicológico; acompanhamento
psicológico; acompanhamento de casal e família; acompanhamento psicológico individual
com crianças, adolescentes, adultos e idosos; psicodiagnósticos e apoio psicopedagógico. A
faixa etária das pessoas que são atendidas na clínica é a partir de quatro anos de idade.
O espaço da clínica escola é possui a seguinte estrutura, são dez consultórios para
atendimento adulto, três salas de Ludo terapia para atendimento infantil, uma sala de grupo
terapia, uma sala do estagiário, uma sala para Psicologia Organizacional, uma sala para
supervisão/orientação, uma sala para recepção, uma sala da coordenação da Clínica, uma sala
de arquivos e uma sala destinada para o CAP- Centro de Apoio Psicopedagógico. Fazendo-se
assim que se torne a maior clínica escola de psicologia do estado do Acre.

2.4 OBJETIVOS

2.4.1 Objetivo Geral

Proporcionar conhecimentos e habilidades para que o futuro profissional reúna condições


para atuar de forma qualitativa no âmbito da psicologia clínica na abordagem psicanalítica e/ou
psicodinâmica.

2.4.2 Objetivos Específicos

 Desenvolver a capacidade crítica necessária para seu desenvolvimento profissional e atuação


profissional ética;
 Proporcionar conhecimentos de métodos e técnicas psicológicas para promover a saúde do
homem;
 Associar a prática psicológica com conteúdos teóricos apreendidos nos semestres anteriores.
2.5 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS ATIVIDADES

2.5.1 Entrevista Inicial com o Paciente

A psicologia se utiliza de diversas ferramentas para acessar o paciente, seja através


de entrevistas, aplicação de testes, observação sistemática, contudo no contato inicial o
profissional deverá investigar os aspectos relacionados às motivações que os fizeram recorrer
ao atendimento psicológico, suas vivências, aspectos relacionados à infância. Serão requeridas
também informações referentes à vida social e familiar.
A anamnese é o ponto de partida para a realização da psicoterapia e na clínica-escola
pode ser realizada em até três sessões. Com os dados compilados inicialmente é realizado o
planejamento inicial do caso, providências a serem tomadas, questões a serem investigadas,
desta forma entendemos que ela será a norteadora de todo o percurso psicoterápico. Neste
momento, é repassado ao paciente também o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido –
TCLE, onde estão descritas algumas questões referentes à clínica-escola e também o
indivíduo concede seu consentimento para utilização dos seus dados de atendimento
psicológico para realização de produção de pesquisas, artigos, entre outros. Sempre relembrar
o paciente que a identidade dele vai ser resguardada sempre, pois existe o sigilo que ampara
ele perante a lei.

2.5.1.1 Adultos

No atendimento com pacientes adultos, que são realizadas na clinica escola, o


manejo que foi trabalhado em questão é a teoria psicanalítica e técnicas que compõem a
abordagem, no primeiro contato com o paciente o terapeuta em formação precisa acolher
aquele paciente de forma que ele possa ver no terapeuta alguém possa auxiliá-lo e é durante
esse acolhimento que será feito o rapport que é a relação paciente-terapeuta que será criada
naquele momento, pois para que a psicoterapia possa ter um efeito significativo na vida do
paciente e para que ele resolva todos os seus conflitos/angústias é necessário existir um
vinculo terapêutico entre paciente e terapeuta.
Após o terapeuta em formação ter feito o rapport que começa a ser desenvolvido
após o primeiro contato que é o momento de acolhimento para aquele paciente na anamnese
que poderá ser feita em até três sessões, identificando assim demanda do paciente, na
anamnese consta a investigação do histórico de vida do paciente, que fazem referencia ao
âmbitos familiar, social, ocupacional, sexual, e físico, que são investigados por serem os
aspectos que estão em constante conflitos tanto internamente como externamente. (CUNHA,
2007)
Segundo Cunha, (2007) a pessoa em sofrimento chega para o primeiro contato com o
psicólogo premida pela necessidade de ajuda e pela necessidade de rendição de entrega, o
papel do terapeuta dentro do consultório é observar o paciente e escutá-lo atentamente para
que possa identificar as demandas do paciente, nesse processo o paciente precisa se sentir
confortável para que a terapia possa fluir, o terapeuta precisa demonstrar interesse pela fala do
paciente e escutá-lo atentamente para quando for necessário fazer uma interpretação, ou
feedback, seja feito de forma correta.

2.5.1.2 Crianças/Adolescentes

A entrevista inicial com criança é realizada através de várias denominações, sendo


elas à hora lúdica, observação lúdica, entrevista inicial com a criança, hora de jogo
diagnóstico, entrevista clínica com criança, e o ludo diagnostico. Toda essa entrevista inicial é
considerada como instrumentos de investigação clínica e na maioria das vezes são inseridos
nas técnicas expressivas, que são quase sempre usados como um processo de investigação e
embasados nos princípios da associação livre, onde o paciente é livre para se expressar como
quiser de uma forma que se sinta à vontade (AFFONSO, 2011)
A vantagem de coletar informações das próprias crianças é a possibilidade de acessar
diretamente a sua percepção sobre o que está acontecendo. As desvantagens encontram-se na
possível limitação de dados decorrentes da falta de conhecimento que a criança tem sobre sua
condição. Já no relato, a coleta das informações ocorre principalmente por meio dos pais e de
outros membros da família, professores, médicos, fonoaudiólogos, etc. (HUTZ ET AL, 2016).

2.5.2 Entrevista Inicial com os Pais

A orientação aos pais vai ter como grande objetivo minimizar a angustia, não só dos
pais, mas também das crianças. A partir daí será suficiente à orientação com os pais para que
haja um bom processo de psicoterapia, sendo que nem todos os casos serão usados as mesmas
formas de intervenção, o profissional que se apropria de cada caso que vai se responsabilizar
pela intervenção que melhor se encaixa, para se ter o encaminhamento necessário. (ARRUDA
2008).
Segundo ABERASTURY (1982), e necessário que essa entrevista seja dirigida e
limitada de acordo com o plano previamente estabelecido, porque não sendo assim, os, pais
embora consciente venham falar do filho, têm a tendência de escapar do tema, fazendo
confidencias sobre sua própria vida. A entrevista tem como objetivo de que nos falem sobres
as crianças e da relação com ela, não podemos abandonar este critério durante todo o
tratamento.
Algumas autoras têm posições diferentes em relação ao papel dos pais no
atendimento. Para Melanie Klein o melhor a se fazer é evitar contatos com os pais das
crianças, para que não houvesse uma interferência no acompanhamento ao filho. Já Ana Freud
defende, apontando que o contato com os pais é uma necessidade, podendo ser usado como
um método pedagógico. Na contemporaneidade é considerada de extrema importância a
participação desses pais, sendo que dessa forma a analise se torna melhor. (GASTOUD,
1982).

2.5.3 Acompanhamento Psicológico

O acompanhamento psicológico é de suma importância, pois, além de favorecer a


relação entre terapeuta em formação e paciente, colabora no aprendizado de ambos, quanto
mais o vínculo se fortalece mais o cliente se revela. Os primeiros atendimentos para o
terapeuta em formação são desafiadores, com necessidade de superação interior, por isso é
importante que este esteja sempre buscando o autoconhecimento, para que não influencie no
processo terapêutico.
Grossi (2017) o atendimento psicológico deve-se começar no momento em que o
paciente procura ajuda, a partir das primeiras entrevistas, podendo-se assim, avaliar as
condições psicológicas que o paciente se encontra através da anamnese ou até mesmo, a partir
do atendimento familiar.
Henklain (2017), um atendimento psicológico é primordial em momentos
conturbados, é necessário fazer um acompanhamento psicológico e às vezes também
psiquiátrico. No entanto, não é uma questão de cura, mas sim de conquista, do bem-estar e de
um equilíbrio. Na Clínica-escola o atendimento é feito por acadêmicos de Psicologia.
Entretanto, são ofertados serviços gratuitos de aconselhamento psicológico, ludo terapia, e a
psicoterapia individual á pessoas que não tem condições de pagar pelo serviço.

2.5.4Entrevistas Periódicas de Orientação com os Pais

A orientação aos pais vai ter como grande objetivo minimizar a angustia, não só dos
pais, mas também das crianças. A partir daí será suficiente à orientação com os pais para que
haja um bom processo de psicoterapia, sendo que nem todos os casos serão usados as mesmas
formas de intervenção, o profissional que se apropria de cada caso que vai se responsabilizar
pela intervenção que melhor se encaixa, para se ter o encaminhamento necessário.
Segundo Aberastury (1982), e necessário que essa entrevista seja dirigida e limitada
de acordo com o plano previamente estabelecido, porque não sendo assim, os pais embora
consciente venham falar do filho, têm a tendência de escapar do tema, fazendo confidencias
sobre sua própria vida. A entrevista tem como objetivo de que nos falem sobre as crianças e
da relação com ela, não podemos abandonar este critério durante todo o tratamento.
Algumas autoras têm posições diferentes em relação ao papel dos pais no
atendimento. Para Melanie Klein o melhor a se fazer é evitar contatos com os pais das
crianças, para que não houvesse uma interferência no acompanhamento ao filho. Já Ana Freud
defende, apontando que o contato com os pais é uma necessidade, podendo ser usado como
um método pedagógico. Na contemporaneidade é considerada de extrema importância a
participação desses pais, sendo que dessa forma a analise se torna melhor. (GASTOUD,
1982).
Em 1932, Melanie Klein, falando do ponto de vista de uma análise infantil, escreveu
sobre o dilema dos pais.

A criança e dependente deles e, portanto, eles estão


incluídos no campo da análise; ainda assim não são eles
que estão sendo analisados e, portanto, eles podem
somente ser influenciados por meios psicológicos
comuns. O relacionamento dos pais com o analista do
filho acarreta dificuldades de um tipo especial, já que
toca intimamente nos próprios complexos deles. A
neurose do deu filho sobrecarrega fortemente o
sentimento de culpa dos pais, e ao mesmo tempo em
que ele se volta à análise como prova de sua culpa em
relação à doença do eu filho. Além disso, para eles e
muito difícil ter detalhes de sua vida familiar revelados
ao analista. A isto se deve acrescentar, principalmente
no caso da mãe, ciúmes de confiança que se estabelece
entre a criança e seu analista. (KLEIN, 1932, p.114).

De acordo com a citação acima, há uma grande necessidade em deixar que a criança
seja espontânea sem a interferência dos pais, para que facilidade na procura da melhor
intervenção, esses pais também merecem uma atenção, fazendo com que não se sintam
julgados e nem substituídos pelo analista.

2.5.5 Discussão dos Casos na Supervisão

De acordo com Moreira, (2003), pode-se dizer que o processo de supervisão de


terapia ocorre por meio de relato da sessão terapêutica feitos pelo supervisionado. O
supervisor ouve o relato do terapeuta sobre os acontecimentos da sessão terapêutica, analisa o
comportamento do terapeuta e dá as orientações devidas. A discussão dos casos em
supervisão é feita semanalmente, ou a cada atendimento do terapeuta em formação, onde é
possível viabilizar as intervenções adequada a cada caso, onde são feitas as correções do
orientador e discutidos os possíveis diagnósticos e estruturas de personalidade em si, além
disso, são feitas as indicações de leitura especifica a cada caso.
A importância das discussões na Supervisão está em o terapeuta em formação,
receber os subsídios necessários para cada atendimento diante das demandas que lhe são
apresentadas, sendo que este pela falta de experiências pode desenvolver ansiedade e
insegurança, ao qual conta com as orientações para que estas sejam sanadas, e assim possa
obter mais conhecimento para desenvolver um trabalho efetivo e de forma ética.
Becker (2002), afirma que, a função do supervisor clínico é de muita
responsabilidade, já que é dupla, pois deve formar o terapeuta iniciante e, simultaneamente,
assegurar que o cliente receba um atendimento adequado. Assim na clínica-escola o aluno faz
sua escolha de orientador, e todas as demandas trazidas pelos seus pacientes, é debatida e
estudada, visando o melhor método para se trabalhar na sessão seguinte, além de elaborar
transcrições sobre o que foi dito e feito em cada sessão, onde este será guardado em sua pasta,
até mesmo para analisar qual foi à evolução do paciente nesse processo.

2.5.6 Entrevista Devolutiva

A entrevista devolutiva é o momento em que o terapeuta utiliza para dar alta para o
paciente ou fazer o desligamento por um período de tempo, essa sessão é exclusiva para dar
um feedback para o paciente, outra finalidade da entrevista devolutiva segundo Tavares
(2002) “é consentir ao entrevistado exprimir seus pensamentos e sentimentos em relação às
conclusões e recomendações do entrevistador”. O terapeuta em questão precisa informar o
paciente uma sessão antes que é a penúltima sessão dele e que na próxima sessão ele vai
encerrar o atendimento terapêutico com o paciente é importante avisar para que o paciente
possa elaborar o luto dele em relação ao período que eles não vão ter mais a relação paciente-
terapeuta. Pois o paciente pode reagir de forma positiva ou de forma negativa a essa
informação, então ele vai ter tempo suficiente (sete dias) para elaborar essa “perda”, apesar de
que muitos pacientes aceitam esse período de desligamento/alta terapêutica.
Segundo Cordioli (2008), a psicoterapia investiga a queixa do paciente e histórico de
vida o terapeuta faz as devidas interpretações para o paciente após a transferência, aos poucos
o paciente vai acessando o seu inconsciente e liberando-o para que o terapeuta acesse as suas
fantasias, angustias e possa estar trabalhando durante várias sessões, quando chega o
momento de dar o feedback, durante a sessão de devolução, é o momento em que terapeuta
vai informá-lo o quanto esse/essa paciente evoluiu, exaltando sempre os pontos positivos
durante todo o processo em que, os dois estiveram caminhando juntos, portanto o paciente
precisa incluir em suas atividades diárias algo que goste de fazer para que esse período que
ele/ela não estiver em análise não entre em crise/conflitos/angustia, o terapeuta precisa deixar
claro que vai estar à disposição quando ele precisar retornar para terapia ou do desligamento
que acontece por um período curto de tempo.
De acordo com Trinca, (2005) a entrevista devolutiva possibilita a forma que o
paciente vai lidar com o processo de separação entre paciente-terapeuta, como citado
anteriormente. A entrevista devolutiva é de suma importância para o processo terapêutico,
pois além de fechar um ciclo na relação paciente-terapeuta, é nesta etapa que se deve colocar
as impressões do terapeuta com relação ao paciente frente ao processo, como também a do
próprio paciente em relação ao processo psicoterápico. Cabe ao terapeuta ainda o papel de
disponibilizar ao paciente os mecanismos necessários para que este possa lidar com seus
próprios conteúdo, reafirmando a este os pontos funcionais e os disfuncionais diante de suas
relações psíquicas e emocionais.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA CLÍNICA

A psicologia possui um vasto campo de atuação, que vai desde a área escolar,
jurídica, social e comunitária, organizacional, do esporte e clínica. Neste trabalho, o foco
principal torna-se a psicologia clínica, visto que é o campo de atuação que se faz pertinente
para realização deste estágio. Retornando a história da psicologia clínica, pela primeira vez
em 1980 que falaram de psicologia clinica, pois do mesmo jeito em existiam as doenças
físicas existiam as doenças mentais, a partir de então o a ciência começou a estudar a mente
do ser humano, anteriormente à igreja em geral considerava doenças mentais como castigos
por parte de Deus, ou que espíritos do mal estavam fazendo parte do corpo do sujeito. Foi a
partir de então que surgiu a psicopatologia para estudar, definir e compreender a questão de
comportamento e anormalidade. (TRINCA, 2005)
Acrescenta-se ainda que os cientistas daquela época começaram a fazer seus estudos
a partir de psicodiagnósticos que segundo Cunha, (2007) “é uma avaliação psicológica feita
com propósitos clínicos... é um processo que visa identificar forças e fraquezas no
funcionamento psicológico, com um foco na existência ou não de psicopatologia”. Partindo
desse pressuposto para avaliar uma pessoa é necessário não apenas testes psicológicos e sim
que o sujeito seja ao todo analisado, como verificar se existe alguma psicopatologia e
identificar a estrutura de personalidade do paciente. No final do século XIX, que foi quando a
psicologia começou a ter espaço na ciência. No entanto foi no século XX, que houve uma
grande mudança na ciência psicológica se tratando de descobertas cientificas, para a partir de
então começar a entender as patologias, classificá-las e assim descrever o funcionamento de
cada doença mental.
Nesse ínterim nasce à psicologia clínica como forma de tratamento de traumas, alivio
do sofrimento psíquico e também profilaxia. Contando que os profissionais da época ainda
percebiam dificuldades em trabalhar com alguns pacientes, pois não existiam abordagens para
que esses profissionais tivessem um norte para seguir foi então que surgiu os modelos
psicrométricos que foram: modelo médico; modelo psicrométrico e o modelo behaviorista.
Não desmerecendo os modelos anteriores, e enfatizando o modelo behaviorista que foi o
momento marcante em que começaram a estudar o homem como fenômeno da natureza, e que
a partir de então, precisariam de um objeto de estudo observável que posteriormente seria a
análise do comportamento, pois eles viram o déficit que o homem precisava ser observado,
analisado e assim modelar o comportamento do individuo para que ele pudesse modificar o
comportamento posteriormente (TRINCA, 2005).
Conseqüentemente essas teorias apresentadas até o memento não eram
suficientemente boas para que o profissional pudesse trabalhar as demandas de diferentes
pacientes e personalidades, os filósofos também perceberam que o homem não poderia ser
estudado apenas como objeto de estudo e sim que precisava ser estudado e analisado por meio
de sua subjetividade, foi a partir desse momento que várias escolas surgiram (Humanismo, a
psicologia Fenomenológica-Existêncial e a psicanálise) que mesmo com pontos de vista
diferente, tiveram um novo olhar sobre o homem pois o corpo e mente não poderiam ser
estudados separadamente, pois a subjetividade de cada indivíduo é única e é construída a
partir de suas vivências socialmente no meio em que ele vive, partindo desse pressuposto a
subjetividade não é inata pois o homem está em constante construção e evolução, até o
momento de sua morte (TRINCA, 2005).
Ferenzi (1928 1993) define a empatia como o constituinte essencial da observação de
fenômenos psicológicos. A importância da empatia no processo clínico é crucial para
estabelecer uma função válida nesse processo. Ela acaba por melhorar as relações e aumentar
ao nível de satisfação de todos os elementos integrantes, envolvendo-a, pode haver
congruência que facilite a confiança e aceitação entre os vínculos terapêuticos. Kohut (1959)
refere-se à Breuer e a Freud como pioneiros no emprego científico da empatia onde é
conceituada como um processo de comunicação que, por si só, já apresenta efeito terapêutico
qualificado.
A ética tem um papel fundamental, já que o profissional com essa característica
ganha maior credibilidade na profissão. O alvo principal nesse âmbito primeiramente
compreender as demandas apresentadas e solidarizar com os pacientes se cumprida de forma
correta, à ética proporciona benefícios tanto para quem pratica quanto para quem recebe.
(DUTRA apud NEUBERN 2008). Abrange que o aprendizado de ser terapeuta seria tanto
através do ensino das teorias e das técnicas, quando da ética como valores morais. Destaca-se
também a importância do respeitar os valores como (liberdade, dignidade e integridade)
usando-a apenas para promover o bem. E como parte do processo ético é fundamental no
âmbito clínico a cotação do sigilo é inerente no processo, pois é guardando-o que ele protege
a integridade e a confidencialidade daqueles para os quais presta seus serviços.
3.2 PSICOTERAPIA DE ORIENTAÇÃO PSICANALÍTICA

O campo de estágio deste trabalho consiste na área de processos clínicos e mais


precisamente pautado no atendimento de orientação psicanalítica, esta que considera
importante para o processo psicoterápico os conteúdos mais primitivos do indivíduo,
geralmente trazidos da infância, desta forma a psicanálise enquanto teoria, visa trabalhar a
estrutura de personalidade do sujeito adoecido, e não apenas o sintoma que se apresenta, onde
por meio da escuta, a interpretação, e as relações transferências entre paciente e terapeuta ,
possa reforçar as defesas do ego do sujeito, levando em conta suas subjetividades e vivencias
pessoais. Para que seja gerado autonomia fazendo com o sujeito lide de forma funcional com
seus próprios conteúdos emocionais, diferenciando- se das demais orientações do âmbito
clínico que focam na sintomatização e no aqui e agora.
Conforme propõe Lacan (1977). embora as palavras não sejam capazes de
transformar aquilo que, no psiquismo, não é passível de simbolização, elas podem, contudo,
promover uma mudança na posição do sujeito frente aos desígnios de seu desejo. Contudo
para que haja êxito no processo, as relações transferências, quer seja enquanto paciente, ao
sentir na pele a intensidade e irracionalidade dos movimentos transferenciais os quais o
lançam entre o amor e o ódio pelo analista, suscitando paixões soterradas e sentimentos,
supostamente havia esquecido, quer seja no lugar do analista, ao ter que suportar com sua
presença todas nuances transferenciais e ainda possibilitar ao sujeito os mecanismos que irão
provocá-lo insight.
Conforme Freud (1970). Aos que decidiram ingressar no âmbito da clínica
psicanalítica, se faz necessário que saibamos a importância que tem, para o paciente, o
encontro de um alívio para seus sintomas. Ou seja, mesmo que tenhamos em mente que o
objetivo da análise, não seja o sintoma em si, não implica no fato que esse efeito deva ser
negligenciado ou desprezado.
Nestes adoecimentos tratados por Breuer e Freud não eram encontradas causas no
corpo biológico do indivíduo que justificasse o ocasionamento dos sintomas, e inicialmente a
hipnose funcionou como forma de desaparecimento dos sintomas iniciais, porém, percebeu-se
que o paciente retornava e desta vez com outra queixa, era como se o sintoma apenas mudasse
de lugar, o que levou Freud a indagar que o problema na verdade não era o sintoma e sim sua
causa. Assim, passou a realizar sessões de atendimento individual onde deixava o paciente
falar tudo que viesse a sua mente, da maneira tal qual se manifestou. Tal movimento
colaborava para o movimento de retorno do recalcado, o qual o conteúdo original retornava à
mente do paciente, muitas vezes de forma distorcida através de lembranças e até mesmo
sonhos. Muitas vezes o paciente transferia os conteúdos do trauma para a figura do analista,
fator que também contribuía para a elaboração dos traumas, já que cabia ao analista
reorganizar todo material decorrente da análise e repassar ao paciente de forma que ele
passasse pelo processo de catarse e posterior remissão dos sintomas. (ZIMERMAN, 2007)
Desta forma, Zimerman (2007) postula que “Freud define a psicanálise como um
procedimento de investigação dos processos mentais, um método de tratamento e uma
disciplina científica”. Em contrapartida, psicoterapia é o termo utilizado para
acompanhamento psicológico em qualquer linha teórica, de forma mais ampla, não se
abstendo apenas a psicanálise. E mais ainda Schultz e Schultz referem que:

O objetivo da psicanálise freudiana é trazer à percepção


consciente lembranças ou pensamentos reprimidos, que
ele supunha ser a fonte do comportamento anormal do
paciente. Ele acreditava que não havia nada de aleatório
no material revelado durante a livre associação, e que
esse material não estava sujeito à escolha consciente do
paciente. A informação revelada era predeterminada,
forçada a entrar em sua consciência ou a invadi-la pela
natureza dos seus conflitos (SCHULTZ, SCHULTZ
2005).

Assim, na clínica psicanalítica, os atendimentos são realizados em um consultório,


onde existe o divã que é utilizado pelo paciente e o analista senta-se de costas para o paciente,
para que não haja contato visual de forma a facilitar para o paciente falar de suas vivências ou
problemáticas de forma livre. Desta forma “a psicanálise utiliza habitualmente quatro sessões
por semana, podendo variar para três ou até cinco sessões semanais, que duram de 45 a 50
minutos. As sessões ocorrem sempre em horários preestabelecidos, podendo o tratamento
durar vários anos” (CORDIOLI, 2008).

3.3 MANEJO DA PSICOTERAPIA

Segundo Zimerman, (2008) “o setting resulta de uma conjunção de regras, atitudes e


combinações, contidas no “contrato analítico”, regras essas que serão os dias que ocorreram
as sessões e os horários, valor da sessão, férias, por fim todos essas regras serão discutidas em
conjunto com o paciente na sessão de contrato. Para que possa ter sucesso nas sessões é
necessário que a sala seja adequada para receber esse paciente e ele se sinta confortável,
sendo que é primordial que evite cores na parede que possam distrair o paciente ou deixá-lo
irritado ou estressado. Todos esse fatores citados podem impedir o sucesso terapêutico e até
mesmo se o psicólogo não deixar todas as regras pré-estabelecidas podem implicar no manejo
da psicoterapia.
O sucesso da terapia vai depender inicialmente do terapeuta pois ele precisa passar
confiança para o paciente e começar a formar vinculo com o paciente, quando o terapeuta
atinge essa meta proposta por Freud, é notável a melhora dos sintomas no primeiro
atendimento clínico.

“... permanece sendo o primeiro objetivo ligar o


paciente a ele (o tratamento) e à pessoa do médico. Para
assegurar isso, nada precisa ser feito , exceto conceder -
lhe tempo . Se demonstra um interesse sério nele , se
cuidadosamente se dissipam as resistências que vêm à
tona no início e se evitam cometer certos equívocos , o
paciente por si só fará essa ligaçaõ e vin culará o médico
a uma das imagens das pessoas por quem costumava ser
tratado com afeiçaõ ” (Freud, 1970).

O manejo dentro da clínica psicanalítica são voltadas para as estruturas clínicas que
são: neurose, psicose e a perversão. O terapeuta vai trabalhar com o paciente desde a sua
infância pois é onde começa o desenvolvimento da psique e o papel da infância nesse período
é primordial por que a partir do complexo de Édipo ou complexo de Electra apesar de que
Freud nunca aceitou esse termo, e a interação entre mãe-filho-pai que é formada
personalidade do indivíduo, a família tem um papel fundamental nesse ínterim, a criança não
nasce com essa personalidade pré-definida e sim é formada a partir de dessa relação, a partir
do momento em que o sujeito tem a personalidade formada ela nunca mudará. O individuo
pode apresentar sintomas de outras estruturas no entanto uma sempre será predominante
(ZIMERMAN, 2008)
A neurose, é a mais comum de todas, e a neurose se subdivide em três histeria,
obsessiva e fóbica pois ela age no sujeito com o recalque dos desejos proibidos e o seu
mecanismos de defesa é recalque. A psicose, opera a foraclusão, ao conflitar com a realidade.
Reconstrói para o sujeito uma realidade delirante ou alucinatória. Por outro lado, a perversão,
mantida através da negação da castração “denegação ou desmentindo” faz com que o sujeito,
ao mesmo tempo, aceite e negue a realidade, com uma fixação na sexualidade infantil. Isso
não quer dizer que as estruturas são uma forma de enquadrar doenças, mas o resultado do
agravamento dos sintomas, que resulta da relação com que cada sujeito faz em suas vivencias
é que se podem produzir os adoecimentos (ZIMERMAN, 2008).

3.3.1 Para Crianças

Segundo a teoria de Freud, o desenvolvimento humano ocorre no início da vida nos


primeiros seis anos da criança, no qual ocorrem três fases, que são caracterizadas como: (fase
oral) que ocorre na primeira infância, no qual o prazer da criança é voltada para a boca, a
criança nessa fase tem a tendência de levar todos os objetos para a boca, até mesmo porque o
seio materno nos primeiros anos de vida é a principal forma de alimentação e nutrição para a
criança. Mais tarde a criança vai passar pela (fase anal) onde o prazer da criança é reter as
fezes, pois nessa fase o ânus é o foco do prazer, essa fase ocorre por volta de 1 até os 3 anos
de idade. A partir dos 3 até os 6 anos de idade a criança vai passar pela (fase fálica), nesse
período ela está nos primeiros anos escolares, a parte mais importante de prazer dos meninos
é o pênis e as meninas não entendem o porquê não tem o falo. A partir de 7 anos até os 11
anos a criança vai passar pela latência, que não é caracterizada como uma fase propriamente
dita, porem nesse período as atividades sexuais vão estar adormecidas, e a energia vai se
voltar para atividades do dia-a-dia, como por exemplo brincadeiras, esporte e atividades
escolares (BERGER, 2016).
Para Erikson as fases se caracterizam por desafios ou crise que a criança passa pelo
desenvolvimento, no primeiro ano de vida a criança passa pela confiança vs desconfiança,
pois é nesse período que as crianças estão conhecendo o ambiente em que elas convivem, e
em quem eles deve confiar. De um três anos a criança passa pela autonomia vs vergonha e
dúvida, essas crianças nesse período vão aprender a ir ao banheiro sozinha, caminhar,
explorar os ambientes se mostrando auto-suficientes. Dos três aos seis anos as crianças
passam pelo período da iniciativa vs culpa, que é onde eles vão gastar as suas energias em
muitas atividades ao mesmo tempo e por eles não ter a noção dos limites, vão ultrapassá-los e
após sentirão culpa. De sete a onze anos de idade é o período da diligência vs inferioridade,
pelo fato das crianças ter alta capacidade de aprender rápido, elas vão se sentir inferiores e
incapazes de fazer algumas atividades que demandem o raciocínio (BERGER, 2016).
Voltando-se para o manejo da psicoterapia infantil, em qualquer faixa etária para ser
bem sucedida ela precisa passar por três fases. A primeira é o início do tratamento que é o
momento em que o terapeuta vai conhecer a criança e os pais, nesse período será realizado a
anamnese e o terapeuta precisa fazer o rapport para estabelecer o vínculo com a criança,
partindo do pressuposto que é raro uma criança ser trazida à consulta por vontade própria,
provavelmente os pais observam algum problema, por recomendação da escola, pediatra ou
até mesmo por orientação da justiça para que a criança tenha acompanhamento psicológico e
entre outros. A partir da observação e analise o terapeuta vai ter uma queixa para trabalhar e é
nesse momento que começa a fase intermediária. A entrevista com a criança é denominada
hora de Jogo e o objetivo é o conhecimento da criança por meio de atividades lúdicas que
incluem a utilização de brinquedos, jogos e materiais gráficos, que acontecem na sala de ludo
terapia. Através das brincadeiras a criança vai expressar conflitos, angústias, fantasias e
capacidade de simbolizar. Após a avaliação da criança o terapeuta vai para a terceira fase que
é o término, o terapeuta precisar fechar o diagnóstico para que auxilie os pais no tratamento
com a criança, lembrando que a psicoterapia para chegar nessa fase não tem um tempo pré-
determinado, e é considerada a fase mais delicada de todo o percurso da psicoterapia e deve-
se fazer a devolutiva para a criança e seus familiares de forma que eles entendam e
compreendam de forma mais detalhada possível (CASTRO, 2009).

3.3.2 Para Adolescentes

Segundo Freud por volta dos 12 anos de idade e vai durar até a vida adulta do
individuo, da-se-a o inicio a fase final, que é a (fase genital), os órgãos genitais voltam a ser o
foco do prazer, nesse período os adolescentes tentem a ter pulsões, que estão envolvidos com
redefinição da imagem corporal, ressignificações identificatórias e atividades masturbatórias
que vão dar início a vida sexual. Segundo Erikson nessa fase os adolescentes são acometidos
pela crise da identidade vs isolamento, pois eles estão em constante procura para saber quem
eles são, os jovens procuram sempre estar em companhia de alguém ou o ter o amor do outros
e se isolam por temerem a rejeição do outro. Essa fase da adolescência é o período mais
conturbado da vida do ser humano, pois existem as mudanças biológicas como por exemplo a
chegada da puberdade tanto para meninos quanto para meninas, e o corpo começa a se
modificar. Todos nesse período da adolescência para a idade adulta se esforçam para alcançar
a maturidade emocional e independência financeira, essa mudança pode ocasionar sofrimento
psíquico, angústia, medo do futuro entre outros (BERGER, 2016).
Segundo Castro (2009), “As idéias de Aberastury, juntamente com Eduardo Kalina e
Mauricio Knobel, tiveram forte influência sobre a psicoterapia de crianças e adolescentes na
década de 1970 no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul”. A
partir de um trabalho que foi publicado na época, intitulado como “o mundo adolescente”,
iniciou-se os estudos em relação à forma de manejar os adolescentes na clínica psicanalítica.
Esses estudos surgiram na década de 1970 em meio a ditadura militar onde os jovens não
podiam expressar suas angustias, medos e sofrimentos. Esses jovens estavam encontrando
apoio nas drogas e na sexualidade pois não havia outros meios para que eles expressassem as
suas angustias.
Os adolescentes ao contrário das crianças, possui iniciativa pessoal, pedem para os
pais ou responsável para que o levem para a terapia, esse movimento começou a ocorrer a
partir de 1990, nas décadas anteriores os pacientes adolescentes eram mais resistentes quanto
a fazer psicoterapia. Essa mudança se dá pelo avanço da tecnologia e até mesmo pelo que foi
citado anteriormente sofrimento psíquico, angustias e o medo, pois atualmente a
individualidade das pessoas está em alta e isso faz com que esses adolescentes se isolem e
como eles possuem o acesso a informação procuram ajuda profissional. Para fazer manejar a
psicoterapia é necessário conhecer a dinâmica do processo com adolescente para perceber o
que está acontecendo, em que momento do desenvolvimento o jovem se encontra, e se os
sinais que estão se apresentando são típicos fase, é necessário diferenciar o que é próprio da
fase , se esses sintomas já se tornaram uma psicopatologia e a intensidade que ocorrem esses
sintomas (CASTRO, 2009).
Nos atendimentos com adolescentes, que pode-se considerar como a fase mais difícil
e a mais complicada para manejar. No setting terapêutico será trabalhado as ressignificaçõese
a identidade do adolescente em todos os âmbitos. A psicoterapia se inicia com a Anamnese
com os pais, os pais devem ser ouvidos com atenção e se sintam acolhidos para que se sintam
à vontade no consultório, da mesma forma deve ocorrer com o adolescente. Após é necessário
fazer um contrato com normas pois eles precisam se responsabilizar e cooperar para que o
adolescente possa melhorar de seus sofrimentos/angustias e aprender a elaborar seus
conteúdos de uma melhor forma, os pais precisam levar o adolescente, buscar, cumprir o
horários das sessões e estarem disponíveis sempre que solicitado, salvo aqueles adolescentes
que possuem autonomia para ir sozinha para a psicoterapia. Após serão estabelecidos normas
com o adolescente que são: os dias de psicoterapia serão sempre no mesmo dia da semana,
horário e sempre ocorreram no mesmo consultório, tudo isso vai gerar no paciente o vínculo
terapêutico após algumas sessões. Durante as sessões serão trabalhadas com esse adolescente
a associação livre e será interpretado para ele todos os conteúdos que ele for trazendo através
de insights para que ele possa se aceitar e se tornar um ser biopsicossocial (CASTRO, 2009).
O manejo com adolescentes na abordagem psicanalítica é uma das mais difíceis áreas
de atuação dentro da clinica para o terapeuta, pois em alguns casos o problema em questão
não está no adolescente que está sendo analisado e sim na família do adolescente pois ainda
existem adolescentes que não tem a autonomia para impor suas idéias, seus gostos, vontades,
mostrar sua própria personalidade e até mesmo buscar ajuda profissional como foi citado no
parágrafo anterior. Percebe-se então que o terapeuta precisa ter o cuidado na hora da escuta
para que ele de a devida importância para a demanda do adolescente que de tal forma se
desvincule sua demanda dos pais ou responsável pelo encaminhamento, se houver
necessidade é possível trabalhar juntamente com a família para que possa ter uma aceitação
desse adolescente da maneira que ele é, e com o adolescente será trabalhado a auto-aceitação,
elaboração de conteúdos através da associação livre, quanto à demanda que foi trago pela
família ou responsável durante as sessões o terapeuta faz questionamentos sobre o tema para
que o adolescente possa produzir seus próprios conteúdos e expressar sua opinião a respeito.

3.3.3 Para Adultos

Segundo Cordioli, (2007) o inicio da psicoterapia pode gerar diversos sentimentos


em um paciente pois para uma pessoa adentrar a porta do setting terapêutico é muito difícil,
pelo fato de que, a pessoa vai falar para o outro (terapeuta) que nunca viu seus segredos mais
íntimos, vontades, desejos, fantasias, entre outros. Então essa variedade de sentimentos no
paciente pode gerar expectativa, dúvida, esperança, simpatia, rejeição, pena, desesperança,
desse modo se o terapeuta não souber manejar a sessão provavelmente o paciente não vai
retornar, ele precisa nesse primeiro momento criar o rapport, e fortalecer essa aliança
terapêutica para que ele possa obter um bom resultado. Até o momento discorremos sobre o
cuidado que o terapeuta deve ter com o paciente ao manejar a sessão, no entanto se o
terapeuta não estiver bem resolvido em sua vida pessoal, ele pode trazer esses conteúdos para
a sessão e isso segundo o autor pode prejudicar o andamento da sessão Para evitar a
contratransferência, é importante trabalhar a auto-análise e fazer supervisão.
A psicoterapia psicanalítica se divide em três fases, inicial que é a mais crítica de
todas as três, nesse ínterim que o terapeuta vai estabelecer o vinculo com o paciente então é
necessário ter todo cuidado com o que se fala na sessão para que o paciente não interprete de
forma errada e pode durar dias ou meses , intermediário a partir desse momento é utilizado à
escuta qualificada e o método de livre associação que é uma técnica criada por Freud para que
o paciente possa trazer os seus conteúdos e sendo assim trazer o que está no inconsciente para
o consciente. O que foi citado anteriormente acontece após a aliança terapêutica estar
estabelecida, nessa fase ele já é capaz de elaborar as interpretações feitas pelo terapeuta que
precisa ter a atenção flutuante para escutar tudo que acontece na sessão durante a associação
livre e o final da terapia é momento de dar alta para o paciente e fazer a devolutiva que é
mostrar os pontos positivos que ele evoluiu durante o processo psicoterapêutico (CORDIOLI,
2007).
Segundo Cordioli, (2007) “A psicoterapia é um empreendimento con junto, um
trabalho colaborativo , em que naõ cabe ao terapeuta a imposiçaõ de concepções e de
estratégias”. O autor se refere-se a pacientes que por muitas vezes procura a psicoterapia para
que o terapeuta fale os passos que se deve seguir para obter sucesso, para se obter sucesso é
necessário que os dois caminhem juntos na mesma direção com um único objetivo que é
resolver a demanda que a paciente chegou trazendo para o consultório.

3.4 HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS/ PSICOPATOLÓGICAS

Segundo Dalgalarrondo, (2008) Psicopatologia é uma área do conhecimento que tem


por objetivo estudar as patologias que levam o sujeito ao sofrimento mental cujo enfoque é
clínico e nesse presente trabalho é voltado para a psicopatologia psicanalítica em que o
individuo é observado por ser dominado, por desejos, angustias e conflitos inconscientes e a
teoria psicanalítica da importância para esse tipo de “afeto”, pois são sintomas que
demonstram conflitos mal resolvidos e desejos internos que ainda não foram realizados ou
não podem por conta de fatores externos, em forma de patologias. Para a psicanálise, se a
mente não estiver bem o corpo e a mente demonstram esses sintomas em forma de patologias.
De acordo com Zimerman, (2008). No passado a maioria dos pacientes eram
caracterizados por neuróticos, e a maioria eram pessoas do sexo feminino que buscavam
atendimentos com Freud. Com o passar dos anos observou-se que a necessidade dos pacientes
tinham sido ampliados e a clínica psicanalítica começou a receber crianças, adolescentes e
homens, com novas queixas e demandas que são praticamente universais pelo fato que são
problemas com a identidade, auto aceitação, baixa auto-estima entre outras, a psicanálise
evoluiu junto com o passar dos anos e juntamente surgiram novos transtornos para tratar esses
paciente que não elaboram bem seus conflitos internos, como por exemplo transtornos
narcisistas, psicoses, borderlines, perversos, somatizadores, transtornos alimentares e esse
aumento vem ocorrendo especialmente em jovens.
Para finalizar o terapeuta precisa ter feeling para que possa identificar a queixa e no
decorrer das sessões identificar qual é a estrutura personalidade do paciente, para que seja
possível fazer essa identificação é necessário voltar à atenção flutuante para o paciente e
observar a linguagem dele/dela para identificar a definição de estrutura em seu
funcionamento. Freud definiu como estrutura a neurose, psicose e perversão, no entanto é fato
que o sujeito sempre vai flutuar pelas estruturas porque o ser humano sempre vai ter desejos
internos que não estão em evidência naquele momento que ele está em analise
(FIGUEIREDO e MACHADO, 2000).

3.5 DESAFIOS DA FORMAÇÃO EM PROCESSOS CLÍNICOS

Dentre os muitos desafios encontrados na formação em processos clínicos, é


importante ressaltamos a mudança de paradigmas no que diz respeito, ao discente que outrora
vivenciava os pressupostos teóricos da psicologia, sendo inserido no contexto da prática, ao
qual serão exigidos um relacionamento direto com o cliente/paciente. O que requer um
processo de autoconhecimento do aluno em formação, onde este precisará está
constantemente voltando o olhar para dentro de si, conforme afirma Dutra(2004).
Ferreira Neto e Penna (2006), trazem a discussão sobre a clínica tirando o olhar em si
da epistemologia e voltando para as questões da ética, voltando a compreensão para as
questões éticas da subjetividade do sujeito e menos como um modo de intervenção. Levando
em consideração que a prática na Psicologia clínica vai implicar uma nova construção do
exercício da prática profissional, na qual a terapeuta em formação precisará recorrer as
relações entre a realidade social, sua atuação profissional e a obtenção do conhecimento de
instrumentos, teorias, técnicas, a fim de vincular o saber teórico ao saber prático.
Os autores supracitados contribuem ainda, em como o contexto da prática podem
provocar angústia, posto que não há neutralidade no ambiente clínico, sendo que o terapeuta
colabora com essa atividade inteiramente. Tendo em vista que, o que ele diz tem uma
importância sensível para o paciente, e ambos são afetados por essa experiência, fazendo se
necessário ressaltar importância da ética do cuidado nas relações terapeuta e paciente, afim de
que este não seja afetado e venha confundir suas próprias questões e vivências com as que o
paciente lhe traz.
Além disso é necessário que o terapeuta em formação, venha se desprender dos seus
próprios julgamentos morais, bem como suas crenças, afim de que este não submeta seu
paciente a seus julgamentos morais, mas que no emprego do conhecimento cientifico obtido,
o terapeuta em formação venha acolher as demandas apresentadas, buscando dentro da teoria
os mecanismos práticos para reestabelecer a saúde mental do seu paciente entendo seus
processos psíquicos, e respeitando subjetividade do sujeito adoecido, desfazendo-se de suas
impressões pessoais e de qualquer julgamento.
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E ESTUDO DE CASO

4.1 PACIENTES ATENDIDOS, NÚMERO DE SESSÕES E ATIVIDADES


REALIZADAS

Maria Liberdade
Quantidade de
Paciente Atividades Realizadas
Sessões
Anamnese, escuta qualificada e
L.V. S 10ª
devolutiva.
Anamnese, escuta qualificada, ludo
K.R.S. S 11ª
terapia, DF-E e devolutiva.
V.D. S 3ª Anamnese

Semilla
Quantidade de
Paciente Atividades Realizadas
Sessões
J.V.S.A 1ª Anamnese
M.E.O.S 3ª Anamnese e sala de ludo
Anamnese e Escuta qualificada e
M.V.G.S 6ª
devolutiva.
G.T.C.V.R 4ª Anamnese e devolutiva.
P.P.C 1ª Anamnese

Vivian
Quantidade de
Paciente Atividades Realizadas
Sessões
Anamnese e Escuta qualificada e
C. R. C. V. 9ª
devolutiva.
E. C. N. B. 6ª Escuta qualificada e devolutiva.
T.S.M 3ª Anamnese e Escuta qualificada.

4.2 SUPERVISÕES E OUTRAS ATIVIDADES REFERENTES AO ESTÁGIO

As supervisões de estágio de ênfase I, no semestre 2019.2 aconteceram na clínica


escola de psicologia, na segunda-feira de 14:00 horas até as 17:00 horas e na sexta-feira de
14:00 horas até as 17:00 horas. Sendo que a supervisão era realizada individualmente com
cada estagiário, e a duração de cada supervisão dependia de cada caso e de quantos pacientes
a pessoa tinha. Nas supervisões eram discutidos os casos e o supervisor em questão, sempre
avaliava as formas que o terapeuta em formação fazia seu atendimento, lendo a transcrição,
fazendo os feedbacks em alguns pontos que poderíamos melhorar e sempre destacava os
pontos positivos e os pontos negativos que precisariam ser aperfeiçoados.
O orientador durante a supervisão ainda sugeria livros ou artigos para que
pudéssemos compreender como manejar os nossos atendimentos de acordo com cada caso
dentro da abordagem psicanalítica, ele auxilia na compreensão do casos para que possamos
conduzir o próximo atendimento da melhor maneira possível. Após todas as orientações, se a
transcrição que é a ficha de acompanhamento do paciente estivesse com todas as informações
corretas o orientador assina para que o estagiário(a) leve para a secretária da clínica escola
arquive na pasta do paciente em questão.

4.3 ESTUDOS E DISCUSSÕES DE CASOS CLÍNICOS

4.3.1 Caso 1 – Mª Liberdade

Paciente: L.V.S.

Profissão: Trabalha em uma empresa de contabilidade.

Queixa: tentativa de suicídio, engordou 20 kg, mordendo os dentes durante todo dia,
ansiedade, tristeza, acha que não pertence a esse mundo, não consegue sentir nada, nem afeto
apelas pessoas do trabalho, ver as pessoas se abraçando e não entende, acha que é fria, não ver
sentido na vida, sem esperança e sem sonhos e objetivos para o futuro.

Caso clínico:L.V.S tem 30 anos de idade, sexo feminino, se encontra em uma união instável,
tem um filho de 12 anos, fruto de seu primeiro casamento, está na terceira graduaçãosuperior,
sendo que as duas primeiras trancou por fata de afinidade e a terceira está trancada por falta
de recursos financeiros. atualmente reside com o esposo e o filho em apartamento nos fundos
da casa da mãe adotiva. E avó paterna. Após uma tentativa de suicídio e consequentemente
uma internação no pronto socorro de Rio Branco- Acre, a paciente foi direcionada pela chefe
do setor onde trabalha a buscar atendimento psicológico, A paciente chegou ao consultório,
dizendo não pertencer a esse mundo e que tudo deu errado na vida inteira, diz ter sida
abandonada pelos pais biológicos desde criança e foi criada pela avó materna, está no terceiro
casamento e diz que os dois casamento anteriores a traíram e que todos a decepcionam, que
não faz sentido viver, e que mesmo amando muito o filho, crer que a única solução é tentar
suicídio, pois diz não haver esperança.
Zetzel (1968), propõe quatro subtipos de pacientes com traços histéricos. Entre esses
encontram-se aquelas pacientes que manifestam sintomas histéricos,que embora transmitam
uma fachada de pessoa histérica, na verdade, encobre uma condição latente, bastante
depressiva, sendo que essas pessoasnão se completam em nenhuma área da vida.
A paciente relata, que o filho é tudo que tem na vida e que é por ele que ela faz tudo,
mesmo continuar num casamento que não a faz feliz, traz ainda que a pior coisa que
aconteceu na sua vida foi o abuso do filho que na época tinha sete anos e hoje se encontra
com 12, o abuso levou a brigas familiares por o suporto abusador ser sobrinho da paciente,
além disso o abuso fez com que a paciente sentisse ódio por todos os homoafetivos, sendo que
o suporto abusador é homossexual. Conforme postulou Freud, sobre seus estudos sobre
histeria, dentre outras sequencias a mulher procuraria satisfazer-se pormeio de algum filho;
além de outros aspectos afins, como a procura do esposo sendo segundo seu ideal do eu, além
de sua preferência sem ser amada ou invés de amar. A paciente diz está com o casamento
ameaçado, pois traiu o esposo por ele não correspondia seus desejos sexuais, que a traição foi
culpa do esposo por ele não a satisfazer sexualmente, e que o amante a fazia se sentir
desejada, além de corresponder as suas fantasias sexuais, e que nos últimos dois casamentos
foi traída então sente que mais cedo ou mais tarde o esposo irá trai-la ou abandona-la, assim
como fez a pai e mãe.
Zimerman (2007), afirma que a sexualidade da pessoa histérica quase sempre está
prejudicada e apresenta algum tipode transtorno podendo ser caracterizado, por uma mulher
“frígida” ou inverso, ou seja, pode ser uma pessoa hipersexualizada, promíscua ou até
plenamenteorgástica, porémainda assim está sempre insatisfeitacom os seus relacionamentos
sexuais. Podendo assim usa o mecanismo de defesa da negação afim, de negar suas próprias
debilidades, projetando no outro, seus desejos inconscientes, e mantendo assim suas fantasias,
livres de faltas e falhas.
A paciente expõe, que sua infância foi a única fez que foi feliz e que sua adolescência foi a
pior fase da vida, pois foi expulsa de casa, as tias a espancaram e jogaram na rua com roupas
intimas, uma vizinha a acolheu, porem começou a beber e usar drogas, e iria ser entregue ao
conselho tutelar então voltou a morar com avó. Durante as sessões a paciente trazia questões
familiares nas quais se sentia traída e abandonada por todos, sentia está só e por isso pensava
em se matar por não sentir esperança, tal como o abandono do pai, que conheceu aos 4 anos e
que em seguida, foi embora e nunca quis manter um relacionamento, trouxe ainda que o pai
foi suspeito de matar algumas pessoas, e que a mesma não se importa, o que importa é que ele
não se fez presente. Para isso as impressões de Freud sobre a formação da personalidade da
criança são, de um pai que costuma ser sedutor e frustrador, ao mesmo tempo,erotizando-a e
permanentemente rejeitando-a. Negando a criança o processo da castração. o que na vida
adulta resulta em ansiedades, sendo que além da clássica angústia de castração das histéricas,
podem se juntara outras angústias levando o indivíduo a um estado de desamparo e de baixa
autoestima.
L.V.S queixava se de sua aparência, dizia se sentir feia, principalmente depois de
engordar 20 kg e que não sentia mais vontade de cuidar de sí mesma, apresentou-se as
primeiras sessões com cabelos desarrumados e sujos, unhas mau cuidadas e roupas largas, não
fazia uso de maquiagens e nem de acessórios. Ao que Zimerman (2007), postula que a
aparência externa do indivíduo tambémé levada a extremos, sendo por vezes desfaçado por
enorme desleixo, à medida que são tão marcantes o desamparo dos legítimos valores internos,
do sujeito, lhe restao recurso da aparência externa como garantiade reconhecimento e
valorização.
Dentro do processo terapêutico foram feitos os acolhimentos as demandas trazidas
pela paciente por meio da relação empática e assim a possibilitando as funções do ego da
paciente, para que a mesma produzisse insight, com isso por meio das interpretações pontuais,
foi possível o desenvolvimento do caso, ao qual a paciente apresentou mudança na forma
como percebia os seus conteúdos emocionais, se desfazendo dos pensamentos de suicídio, e
tomando uma postura de autoconhecimento e auto confiança, por meio disso a paciente
perdeu 6kg em 9 semanas e trouxe melhorias ,a aparência na forma de vestir, e também nos
relacionamentos interpessoais, seja com os esposo, o filho, as pessoas do trabalho ou outros
familiares. Diante da entrevista devolutiva a paciente demostrou insegurança, porém dizia
sentir que conseguirá esperar o recesso para dar continuidade ao processo terapêutico.
É indispensável dentro da prática psicanalítica, a interpretação do terapeuta diante das
demandas conscientes e inconscientes do sujeito e tratando-se da histeria,
ZIMERMAN(2007), pontua alguns aspectos inerentes a essa atividade interpretativa como:
levar o paciente a confrontar sehá semelhança em como ele se vê, e como os outros o vêem.
No qual o paciente troca de lugar, papel e função com outras pessoas que esse trás por
discurso, podendo algumas vezes haver transferências com próprio analista, e com isso o
terapeuta pode trabalhar as funções conscientes do ego do paciente, em como ele se percebe
,pensa, julga, se descreve como transmite os seussentimentos de ódio e de amor. O
terapeutater por funçãojuntar os conteúdos desassociados do paciente histérico,afim de
agrupar, possibilitando que o paciente assuma a responsabilidade pelo que acontece nassuas
inter-relações humana, sem deixar de se atentar aos mecanismos de defesa que englobam
psiquismo do paciente histérico.

4.3.2 Caso 2 - Semilla

Nome:João (fictício)
Idade: 21
Sexo: Masculino
Escolaridade: Ensino médio completo

História Clínica e Queixa

O Paciente informou que havia procurado a clinica há um ano e que na época estava
mais tranquilo, hoje diz ter certeza que precisa de ajuda. Relatou que na semana que decidiu
procurar ajuda a questão era ansiedade, que sempre foi bastante ansioso, mas que o motivo
não era somente a ansiedade e sim outras preocupações, o referido disse ainda quenão estava
conseguindo resolver quase nada da sua vida, como alguns assuntos particulares, situações na
igreja e em relação ao seu filho, disse que às vezes quando está sozinho fica deprimido e tem
medo de depressão.
Ao todo, esta terapeuta em formação realizou com o mesmo o total de quatro
atendimentos clínicos, haja vista queem duas oportunidades o mesmo não compareceu, mas
justificou sua ausência, todas as sessões o paciente chegou no horário marcado e se mostrou
empenhado a dar continuidade as sessões. Nos atendimentos foram investigados aspectos da
personalidade e dos relacionamentos do mesmo. E motivos que o levaram procurar ajuda
além da ansiedade, que sempre foi bastante ansioso mas que o motivo não era somente a
ansiedade e sim vários outros acontecimentos. Ao ser questionado sobre quais são os
acontecimentos o mesmo relata que está no final da faculdade e tem muitas preocupações, e
não estava conseguindo resolver quase nada da sua vida, como alguns assuntos particulares,
situações na igreja e em relação ao seu filhofruto de um relacionamento passado, que vem
causando conflito com a ex, que entrou com uma ação para restringir as visitações ao seu
filho, quando questionado sobre seus sentimentos, ressaltaesta em conflito entre a raiva e a
tristeza pelo ano difícil que vem passando. Afim de conhecer mais sobre a personalidades são
feitas perguntas sobre sua infância, para que o mesmo discorra de suas lembranças.
Quando questionado sobre seu comportamento desde a infância, o mesmo relata em
suas palavras “ estou ansioso desde sempre ”,não conseguia ficar parado, mas sempre tirava
boas notas, os professores diziam que o mesmo tinha hiperatividade, “Eu tenho bastante
dificuldade, por exemplo, em assistir filme com meus amigos, quando percebo que vou
atrapalhar me retiro do local”. Salientasse por parte do terapeuta que as lembranças o deixa
inquieto e balança as pernas na cadeira. Ao questioná-lo do relacionamentos com os
familiares, João faz uma pausa e sorri com os olhos paralisados relatou não ter mantido muito
contato com sua mãe ao decorrer da vida, completa “ ela é usuária de drogas” no máximo viu
ela seis vezes em toda sua vida, mas que tem contato com ela e com seu irmão que mora com
ela em Brasília pelo Facebook, disse que ela teve depressão pós-parto e tentou mata-lo e a
guarda do mesmo ficou com seu pai, que provavelmente seu pai se separou da sua mãe por
conta da depressão, ressaltou que nunca morou com seu pai, e no momento seu pai mora em
outro estado e foi criado pela sua tia e avó paterna.Ao ser questionado sobre seus sentimentos
com relação a sua mãe, o mesmo relata com a voz engasgada “abusou de mim quando tinha
10 ou 9 anos”. João relatou ainda que sua mãe teve depressão pós-parto e tentou mata-lo e a
guarda do mesmo ficou com seu pai, mas que nunca morou com seu pai, foi criado pela sua
tia e pela sua avó paterna.
Pergunta para o mesmo o que o deixava com raiva, o mesmo responde “pessoas que
não se controlam, por exemplo, se você está tendo um dia ruim eu vou ser vítima do seu dia
ruim” a terapeuta em formação pergunta se o paciente é uma pessoa controlada, o mesmo
responde que já foi uma pessoa muito descontrolada, hoje em dia é bem mais controlado, diz
ainda “depois você que vai dizer, por enquanto é o que eu digo”. A terapeuta pergunta para o
paciente o que deixava ele preocupado ou ansioso o mesmo responde que várias situações o
deixava ansioso, no momento era a segunda fase da prova da OAB, e que antigamente ele se
preocupava em encontrar uma pessoa certa , “esse ano viajei para visitar meu pai, que mora
em Curitiba, foi quando percebi que o mundo não se resume aqui nessa cidade, nem na
faculdade, e nem na igreja, em Curitiba tem muita gente bonita, tudo bem que aqui também
tem”.
A terapeuta pergunta para o paciente o que o deixava feliz, o mesmo responde que
gosta muito de escrever, que escrevia muito no ensino médio. A terapeuta pergunta o que o
deixava com medo, o mesmo diz que não tinha medo de nada, que não tinha medo demorrer,
“ eu acho que tenho de ter que lidar com algumas perdas, penso muito na minha vó eu não sei
como seria, não sei como seria minha reação, penso também no meu pai, uma hora vai
acontecer é algo muito assustador para se pensar.” A terapeuta pergunta se o mesmo tinha
algo para acrescentar, ou se queria falar de algo que não foi perguntado, o mesmo disse que
não estava lembrando, mas no momento que a terapeuta perguntou se imaginou no lugar da
terapeuta fazendo perguntas para a mesma, “do tipo do que você tem medo?” a terapeuta
responde que isso era completamente impossível pois ele era o paciente. O mesmo responde
que era muito paciente, que tinha muita paciência.
Questionado sobre por que, o mesmo repete o que a terapeuta disse “você disse que
eu sou o paciente, e eu disse que eu sou paciente e tenho paciência” logo em seguida diz que
estava nervoso,a terapeuta pergunta por que o paciente estava nervoso o mesmo diz que não
sabia, mas que se recordou de uma vez que ficou muito nervoso que chegou a chorar, foi
quando discutiu com sua ex namorada que na época não estava mais com a mesma, se recorda
que discutiu e ficou muito nervoso, lembrou que não deu certo com ela pois mentia e traia.
Mas depois ficou pensando que podia ser diferente, disse também que não tem contato com a
mesma, inclusive ela está namorando e que não tem nenhum tipo de contato pois acho que o
namorado dela é muito ciumento. A terapeuta pergunta se o mesmo é ciumento, ele responde
que sim, que tem muito ciúme, que se achava doente, que tinha ciúme até da família, mas
acreditava que tinha melhorado no seu último relacionamento.
A cada minuto, acontece dentro de nós um conflito incessante entre o id e o
superego. Na medida em que essa luta se desenvolve, que inicia na infância vai se verificando
o surgimento do nosso Ego, vamos sentindo que nosso Eu está se formando, começamos a
perceber que temos uma personalidade própria e passamos a usar a palavra Eu todas as vezes
que queremos nos referir a nós mesmos. Nosso Ego é o nosso Id disciplinado, melhorado,
educado, civilizado, graças à ação do superego.

Desenvolvimento e manejo da Psicoterapia

Para Adultos
Diversos estudos têm enfatizado diferentes habilidades terapêuticas necessárias ao
psicólogo clínico. Feldman e Miranda (2002) se referem a acolher, estimular, escutar,
compreender, ser empático. Torres (1997) acrescenta a assertividade, a expressividade
emocional e a habilidade de perceber aspectos de si durante o atendimento, descritas em
termos de auto sensação, auto percepção, auto-observação e autoconhecimento.
A Psicoterapia Breve de adulto na abordagem psicanalítica tem grande diferença em
relação s sua técnica, buscando compreender como funciona a dinâmica de vida do paciente,
as diferentes técnicas utilizadas que vão decidir se a psicoterapia será bem aplicada e eficaz a
ponto de estabelecer ou não mudanças, assim respondendo as demandas trazidas pelos
pacientes, a psicoterapia vai ter critérios assim como as técnicas utilizadas. A avaliação inicial
sendo bem orientada e conduzida vai ser um passaporte para o planejamento do restante das
sessões. Todos os estágios de mudanças e a forma como esse paciente se adapta tem que ser
percebido. Dessa forma iremos saber como se estabeleceu a aliança terapêutica e se a relação
é de qualidade, podendo direcionar o foco e os objetivos principais da psicoterapia.
(KOUYOUMDJIAN et al., 2009).

HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS/ PSICOPATOLÓGICAS

Valente (2013). As patologias eram consideradas efeitos de alguns sentimentos,


como por exemplo, da paixão e dos pecados que abitava no campo da imoralidade, assim
fazendo com que algumas alterações psíquicas se tornassem elevadas e de uma certa forma
reduzissem a liberdade.
As hipóteses são criadas no início do encontro com o paciente, muito difícil ser
gerada muitas hipóteses diagnosticas, sendo na verdade uma base de cinco no máximo. As
hipóteses têm uma grande função, elas vão estruturar um problema clinico, dessa forma e
nesse contexto o problema irá se restringir as possíveis explicações mais prováveis, focando
suas ações à procura da melhor solução. A hipótese vai ser baseada em observações e
informações dadas pelo paciente nas sessões iniciais, e isso vai depender muito da habilidade
cognitiva que o profissional tem em saber relacionar experiências, pois estas irão fazer com
que as hipóteses criadas tenham uma melhor qualidade. (NETO, 1998).
A psicopatologia é considerada como o saber sobre o adoecimento mental, esse ramo
vai incluir fenômenos humanos que se associam as doenças mentais, sendo elas, vivencias
estados mentais e padrões de comportamento. São também grandes conexões com psicologia
da normalidade “o mundo da doença mental não é um mundo totalmente estranho ao mundo
das experiências psicológicas normais”. (DALGALARRONDO, 2000).
De acordo com o que as teorias falam sobre hipóteses, abaixo serão citadas as
hipóteses diagnosticas dos casos atendidos.

Violência sexual
A violência sexual é um tema que está cada dia mais presente na realidade de muitos
lares, embora seja um assunto com um vasto campo de pesquisa, quando exposto a esse
acontecimento muitas das vezes a vítima e a família não sabemcomo lidar com tal
acontecimento e nem tem o conhecimento das diversas áreas que serão afetadas e
prejudicadas por conta disto. De acordo com (HABIGZANG ET AL 2006) A experiência de
abuso sexual pode afetar o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social de crianças e
adolescentes de diferentes formas e intensidade.
Crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual podem apresentar alterações
comportamentais, cognitivas e emocionais. Entre as alterações comportamentais destacam-se:
conduta hipersexualizada, abuso de substâncias, fugas do lar, furtos, isolamento social,
agressividade, mudanças nos padrões de sono e alimentação, comportamentos
autodestrutivos, tais como se machucar e tentativas de suicídio. As alterações cognitivas
incluem: baixa concentração e atenção, dissociação, refúgio na fantasia, baixo rendimento
escolar e crenças distorcidas, tais como percepção de que é culpada pelo abuso, diferença em
relação aos pares, desconfiança e percepção de inferioridade e inadequação. As alterações
emocionais referem-se aos sentimentos de medo, vergonha, culpa, ansiedade, tristeza, raiva e
irritabilidade (Cohen &Mannarino, 2000b; Cohen et al., 2001; Habigzang&Koller, 2006;
Haugaard, 2003; Jonzon&Lindblad, 2004).
Com a presença deste acontecimento a vítima e a família tem sua realidade alterada e
com isso toda a estrutura de segurança, tanto no quesito afetivo, socialé rompida abrindo
espaços para muitas dúvidas e vulnerabilidade em diversos aspectos, sendo estes segundo:
Segundo Habigzanget al 2006, o impacto da violência sexual está relacionado a três
conjuntos de fatores: fatores intrínsecos à criança, tais como vulnerabilidade e resiliência
pessoal; fatores extrínsecos, envolvendo a rede de apoio social e afetiva da vítima; e, fatores
relacionados com a violência sexual em si, como por exemplo, duração, grau de
parentesco/confiança entre vítima e agressor, reação dos cuidadores não-abusivos na
revelação e presença de outras formas de violência.
E dentre todos estes aspectos existe as possibilidades de desenvolvimento de
transtornos que surgem decorrentes ao abuso sexual e suas consequências, todos os fatores
que ocorrem e como são tratados esses fatos são questões determinantes para o aparecimento
de possíveis transtornos: Crianças e adolescentes podem desenvolver quadros de depressão,
transtornos de ansiedade, alimentares e dissociativos, enurese, encorpe-se, hiperatividade e
déficit de atenção e transtorno do estresse pós-traumático.
Dentro da possibilidade do surgimento dessas patologias, e necessário se atentar para
as possíveis alterações do comportamento da pessoa vítima do abuso além disso alteração nas
emoções e cognição são passiveis de acontecer consequente da violência sofrida .

AGRESSIVIDADE
Conceitualmente, a violência pode ser considerada toda ação danosa à vida e à saúde
do indivíduo, caracterizada por maus-tratos, cerceamento da liberdade ou imposição da força.
A criança e o adolescente, por sua maior vulnerabilidade e dependência, são vítimas
frequentes de atos abusivos (Eisenstein & Souza, 1993). Agressão é qualquer forma de
conduta direcionada visando prejudicar ou ferir outra pessoa (Kaplan &Sadock, 1993).
A agressividade faz parte do processo de conhecer, pode mediatizar-se, está dentro do
nível simbólico, ao passo que a agressão não está mediatizada e, muitas vezes, encontra-se a
serviço da destruição do pensamento (Fernandez, 1992).
Os conceitos de agressão e agressividade, assim como o de violência, envolvem
múltiplos enfoques e direcionamentos. Podem estar inseridos dentro de marcos referenciais
biologistas, comportamentalistas, dentro de modelos exclusivamente psiquiátricos ou de
abordagens mais amplas, como a da violência estrutural, proporcionada pelo próprio sistema
social com suas iniquidades.
Autores adeptos das doutrinas biologistas e comportamentalistas da agressão
percebem-na como “instintiva à natureza humana, tão natural e irresistível como a fome e o
instinto sexual. Eles tendem a transferir as regularidades do nível biológico para o social e a
extrapolar os dados referentes aos animais para as relações humanas em sociedade” (Minayo,
1990a:19).
Assim, a agressividade humana seria mediada geneticamente, resultante da natureza
instintiva do homem que teria uma tendência irreprimível à violência e ao domínio dos outros,
numa analogia à teoria da seleção natural. Autores da linha psicanalítica (Chess&Hassibi,
1982; Osório, 1982) tentaram identificar aspectos determinantes da agressividade na
adolescência.
Alguns consideram que o problema acontece devido a uma carência emocional
experimentada pela criança que se sente ferida; outros acreditam que a criança não teve
fixados os seus limites. Perceberam que crianças e adolescentes desvantajosos, expostos ao
abandono, morte ou doença dos pais, ou submetidos à intensa ansiedade gerada pelo ambiente
das ruas, podem apresentar conduta agressiva (Fagan&Wexler, 1987)
DESFECHO DO CASO

Foi realizado a entrevista com o paciente Joãono qual pode-se observar que o mesmo
possui algumas características de traumas com possíveis diagnósticos conclusivos a longo
prazo, devido a clínica escola de psicologia encerrar os atendimentos previamente, sendo
necessário fazer o encaminhamento para continuar a terapia.

4.3.3 Caso 3 – Vivian

Paciente: C. R. C. V.
Profissão: Atualmente desempregada, está concluindo o ensino superior de História.
Queixa: C. R. C. V., 22 anos e sexo feminino, chega ao consultório relatando que o pai
faleceu há 4 meses, e a partir da perca recente do pai assumiu a responsabilidade de cuidar da
irmã mais nova de 14 anos, a paciente relatou ainda que a mãe faleceu a 9 anos por causa de
uma parada cardíaca, e o pai faleceu em decorrência de pneumonia e por ele ser portador de
HIV, o sistema imunológico dele estava fraco. Atualmente a irmã enfrenta problemas na
escola e por diversas vezes a irmã da paciente automutilou-se e ingeriu medicamentos para se
suicidar. A paciente não consegue lidar com todos esses acontecimentos que vem ocorrendo
em sua vida e com a responsabilidade que ela precisa lidar por ser tão jovem.

Caso Clínico: C. R. C. V. nasceu em Rio Branco, no entanto na infância ela foi para Porto
Velho – RO, residir com sua família, após o falecimento da mãe a família voltou novamente
para Rio Branco onde é a sua residência juntamente com a irmã mais nova. Ela tem três
irmãos sendo uma mais velha de 31 anos, que é fruto de outro relacionamento com o pai dela,
ela é a segunda filha de uma prole de três, que são frutos do mesmo relacionamento, o irmão
de C. R. C. V. tem 28 anos, e ainda reside na cidade de Porto Velho com sua esposa e filho, a
irmã mais nova tem 14 anos, ela informou durante os primeiros atendimentos que a irmã é a
sua maior preocupação no momento por conta de uma possível depressão que a paciente
desconfia que a irmã tem. Durante 3 sessões trabalhamos para que ela pudesse ver a gravidade
de orientar a irmã para que pudesse procurar ajuda profissional, 1 mês antes de desligar a
paciente para as férias ela trouxe a informação que a irmã procurou ajuda profissional no
pronto socorro de Rio Branco e dela a encaminharam pra o CAPS.
Durante a anamnese a paciente relata que teve uma infância muito boa no entanto
nunca teve um bom relacionamento com a mãe pois ela era autoritária segundo a paciente,
percebe-se que a mãe era quem sempre impôs regras dentro de casa então a genitora fazia o
papel do objeto de autoridade, então a paciente escolheu o pai para que ele fosse o seu objeto
de amor, segundo a paciente ele nunca bateu nela, e ele sempre foi mais amoroso, o pai após
um período trabalhando fora de casa precisou se afastar e se aposentou por um problema na
coluna que a paciente não soube especificar, sendo assim ele quem cuidava da casa e dos
filhos, e a mãe era quem levava o sustento da casa.
Após o falecimento da mãe, C. R. C. V. se retraiu por conta do luto e assim
permaneceu por um longo período na sua adolescência, ela relata ainda que durante esse
período ela tinha problemas com o corpo e com a alimentação, pois segundo a paciente ela
comia mais do que o normal, e isso fazia com que as pessoas não se aproximassem tanto
dela, por estar com sobrepeso. Percebe-se então que a paciente já apresentava a estrutura de
personalidade histérica que segundo Zimerman (2007), a Histeria esta ramificada dentro das
três estruturas clínicas (neurose, psicose e perversão), mais precisamente dentro da neurose
que se divide em neurose obsessiva, fóbica e a histérica, no entanto percebe-se que a paciente
se encaixa na histeria, como citado anteriormente, pelo fato de que a libido é investida no
corpo e para a paciente nesse período da adolescência se apresentava pela fase oral, isso se da,
por conta da triage que é a psicodinâmica que acontece entre o ID – EGO – SUPEREGO, o
ID na paciente era representado pelo pai, pois ele sempre foi o objeto de amor, e o
SUPEREGO sempre foi representado pelo mãe, pelo fato dela ser o falo da relação, ela quem
possuía a autoridade e não o pai que na maioria das vezes é a autoridade na relação entre mãe
e filha/o. Após o falecimento da mãe de C. R. C. V. o pai em nenhum momento nunca as
repreendeu e isso é um dos motivos que a paciente pensa que sua irmã é tão rebelde porque
seu pai nunca impôs limites nelas.
Ao fim da anamnese a paciente trouxe uma informação que segundo ela nunca
conseguiu falar com ninguém pois era algo proibido, a paciente relata “quando eu era pequena
e morava com meu irmão que é mais velho que eu uns 5 anos eu acho. Nós dormíamos juntos
no mesmo quarto, só que em cama separada, sabe, a gente cresceu tomando banho juntos,
nossos pais que colocavam para gente adiantar e ficar logo pronto e ai fomos crescendo. Um
dia ele me chamou para tomar banho com ele, eu fui à inocência e ai quando cheguei ele tava
com o “negócio dele duro”, eu me assustei”(SIC), ela informa que esse episódio aconteceu
durante a sua adolescência e que fora esse momento do banho, as vezes o irmão a pegava no
colo, isso ainda na infância, porem nunca aconteceu nenhum tipo de penetração segundo ela.
Nessa fala da paciente percebe-se que ela se sentia culpada e como medo de julgamentos por
ser uma menina que cresceu em lar cristão e esse episódio ocorreu com seu irmão, para a
sociedade e principalmente para a religião o incesto é algo errado, e principalmente é pecado
essa prática. Além desse episódio a paciente relata que não era mais virgem e isso a
incomodava bastante, ela é uma mulher que se culpa por tudo que ela ja práticou e gostou no
entanto se preocupa com a opnião das pessoas e ela necessita de aceitação para se colocar
perante os outros.
Algumas sessões após ela volta a falar sobre o irmão e que sentava em seu colo pois
ele pedia e ficava se “esfregando”, em um primeiro momento ela não afirma gostar daqueles
movimentos em que fazia com o irmão. A paciente sempre trazia para a sessão esses
conteúdos sexuais com o irmão nos últimos minutos da sessão próvavelmente essa era uma
forma de reprimir os conteúdos. Após alguns dias a paciente acessa novamente os conteúdos e
diz que gostava dos movimentos que fazia com o irmão e que por muitas vezes nunca gostou
nem de pensar sobre, pois para ela sempre foi algo proibido, quando indaguei a paciente se
aconteceu algo mais entre os dois ela fala que “não lembro e se aconteceu algo provavelmente
eu bloqueei pelo fato dos serem serem irmãos”(Sic), a partir dessa fala da paciente
começamos a trabalhar com a associação livre para que ela pudesse acessar esses conteúdos
livremente e assim começar a elaborar esses conteúdos através das interpretações, e nessa
mesma sessão a paciente fala que desde pequena ela se masturbava e que era algo
incontrolável, e ela se sentia culpada em relação a masturbação, pois ela sempre foi
evangélica e para a religião e sociedade existe um tabu em relação a sentir prazer, segundo a
paciente isso era algo que ela nunca conseguiu se controlar mesmo sabendo ser errado. Pode-
se observar que a paciente está parada na base da pirâmide de maslow que é onde estão as
necessidades mais urgentes, relacionadas às nossas necessidades fisiológicas, de segurança,
amor e autoestima, e por ela não conseguir elaborar suas questões internas, não consegue se
sentir realizada em nenhuma área de sua vida e será possível após ela resolver todos esses
conflitos internos (FERREIRA e DEMUTTI, 2010).
Posteriormente ela trazer todos esses conteúdos para o setting terapêutico, pode-se
observar uma grande evolução na paciente na sessão seguinte pois ela sempre aparecia com a
aparência desleixada, e nesse dia ela veio totalmente diferente, apareceu maquiada, unhas
feitas, cabelo arrumado e com salto alto, nesta sessão ela estava muito comunicativa e assim
permaneceu por 2 semanas, sendo que nesse intervalo ela chegou à terapia faltando 5 minutos
para o fim do atendimento, não foi possível realizá-lo e ela foi informada, na sessão seguinte a
paciente regrediu, e ela indagou o porquê dela sempre quando está melhorando, dar dois
passos para trás, porém essa fala foi fora do consultório e após esse atendimento aconteceram
imprevistos que a impediram de voltar a sessão por 2 semanas. Atualmente a paciente está
passando por problemas financeiros pois está desempregada e recebe ajuda de outras pessoas,
ela e a irmã estão aguardando um processo que está em andamento na justiça para que a irmã
receba uma pensão do pai que faleceu.
Sintomas que chamaram bastante atenção na paciente é que segundo ela durante o
período menstrual a aproximadamente 4 meses, ela se sente triste durante o periodo, tem
insônia, não sente fome, fica estremamente nervosa com a irmã, perde a paciência fácil, não
sente vontade de fazer nenhum tipo de atividade, segundo esses sintomas que ela relatou pedi
para que procurasse ajuda profissional, pois no último atendimento ela faltou por que quando
estava a caminho desmaiou por não se alimentar direito. A paciente tem todos os sintomas
para se encaixar em um transtorno do DSM-V. No entanto para a psicanalise ela é uma
paciente histérica, pois reprime o seus desejos por conta da culpa que ela carrega de um
possivel trauma sexual infantil que até o momento a paciente não acessou esse conteúdo em
detalhes, porém ela demonstra sentir ciumes do irmão com a esposa e com a irmã mais nova,
quando a questionei em relação a uma possível paixão ela não aceita em um primeiro
momento porém após uma tentativa de negação, ela assume essa paixão e ai posteriormente
falta as 2 sessões seguintes ela retornou apenas na devolutiva, e segundo ela o relacionamento
com o irmão melhorou nesse período, pois anteriormente ele era agressivo e ela não o
considerava como irmão, ela percebeu que não pode mudar o que aconteceu no passado.
Segundo Zimerman (2007), quando falamos em sintoma, estamos nos referindo a
um estado de sofrimento que o paciente está sentindo e ao mesmo tempo tempo quer se livrar
desse sentimento, esse parte que o autor cita trás exatamente a parte em que a paciente relata
que se sente desconfortavél falando sobre o trauma dela e ela acaba projetando tudo no
periodo menstrual que faz com que os sintomas dela fiquem mais visíveis, pois ela não sente
cólicas menstruais e muito menos os sintomas mais comuns de um periodo menstrual
considerado normal, os sintomas dela vão além ao ponto dela desmaiar, segundo C. R. C. V.
esses desmaios ocorreram 3 vezes em toda sua vida e sempre ocorre no periodo menstrual.
Zimerman (2007) cita que, Freud Freud descreveu dois tipos de neurose atual: a
neurose de angústia e a neurastenia que é uma excessiva descarga de substâncias sexuais, que
é o que acontece com a paciente, ela relata em uma das sessões que não consegue se controlar
quanto a prática da masturbação, e ela se culpa por isso por conta da religião, foi trabalhado
com a paciente por meio de interpretações uma forma dela deixar de se culpar pelos seus
desejos internos e começar a colocar-los em prática e assim a paciente começou a se arrumar,
usar maquiagem, colocar um salto alto que era algo que ela não conseguiria antes de começar
a psicoterapia, no dia da devolutiva ela informou ainda que tinha eliminado 4 KG e estava
conhecendo uma pessoa, que nesse momento estava apoiando ela. Anteriormente a paciente
meio que fazia algumas atividades estereotipadas, só ia para a igreja, faculdade e voltava para
casa, ela evoluiu nessa parte também nessa parte pois tinha vontade de sair com amigas para
lugares diferentes porém se culpava antecipadamente por apenas pensar em ir, atualmente ela
sai com as amigas sem culpas e se diverte. A paciente preocupou-se em relação a ela não ter
os encontros semanais portanto falou que vai procurar fazer alguma atividade fisica para
manter o corpo e se aproximar mais da irmã mais nova e que no periodo que vem ela retorna
para o atendimento, pois ela entendeu que ela é a única responsavel pelo que pode acontecer
em sua vida.
5 AVALIAÇÕES

5.1 DO ESTÁGIO

O período de estágio em processos clínicos foi de extrema importância para a


graduação pois assim confirmamos a área que almejamos atuar em futuro próximo,
infelizmente o período é muito curto para que possamos aproveitar realmente adquirir
experiências prática, curta pelo fato de que os prazos são muito pequenos pra entregar um
trabalho eficiente e o que aprendemos na teoria em sala acaba que muita das vezes não são
aplicados na clínica por conta do tempo. A prática clínica, nos permite superar a nós mesmo,
desde as primeiras ansiedades em conhecer o nosso paciente, até criar um vínculo e então
perceber que o paciente está progredindo, o estágio da ênfase vai muito além de um
pressuposto para a obtenção de notas, ele nos leva a desenvolver nossa identidade como
terapeuta, ou futuros terapeutas, a quebrar nossos próprios paradigmas e a experenciar as
emoções e sensações que a atuação clínica pode nos trazer. Além de fortalecer nosso caráter
ético e nos aprimorar em obtenção de conhecimento teórico e técnico.
Como já citado encontramos alguns desafios, como a quantidade de tempo, onde de
alguma forma dificulta nossa atuação e o desenvolvimento dos casos, ou seja, dentro do
processo terapêutico esse intervalo de recesso vivenciado na clínica escola pode interferir no
progresso do paciente e este pode regredir, no entanto embora na prática profissional essa
situação não venha a ser comum, também contribuem para que tanto o terapeuta em
formação, quanto o paciente sejam resiliente em seus próprios processos.
Por fim, a estágio da ênfase prepara o profissional para sua futura atuação, e
vivenciar todos os processos que a prática clinica em psicologia nos traz, torna-se menos mais
fácil quando há uma supervisão profissional, com experiências e saberes, ao qual são suporte
para os que ainda estão ingressando, por isso a importância de um orientador ao qual pode nos
subsidiar nas nossas inexperiências, e nos levar a ter um maior conhecimento da nossa
profissão e por vezes de nós mesmos.

5.2 SUGESTÕES PARA A INSTITUIÇÃO

Sugerimos para a clínica escola de psicologia que possam providenciar o concerto


das instalações elétricas do ar-condicionado, pois por diversas vezes estávamos atendendo e o
ar desligava, e isso acabava influenciando diretamente no atendimento pois a sala começava a
ficar muito quente e o terapeuta em formação tinha que sair da sala para ligar e a sessão
acabava sendo prejudicada, pois existem pacientes que são resistentes e pode acontecer que
em que ele não queira mais falar sobre determinado conteúdo.
Em relação a divisão de pacientes, acontece muitas vezes de um paciente que precisa
ser atendido por determinada abordagem e é encaminhado para outra abordagem, e o
terapeuta em formação acaba ficando sem saída pois não pode aplicar técnicas de outras
abordagens dentro do consultório.
Sugerimos também que possa ter sempre alguém na sala de estudos para monitorar,
pois muitos vão pra ficar fazendo barulho e atrapalhando quem realmente vai para a sala para
estudar, pois fora da faculdade existem outras atividades e o único tempo para estudar é na
sala, já que precisamos cumprir 4 horas que seja para determinado fim. Em relação a sala do
estagiário que está com o ar muito antigo ou por ficar muito tempo fechada acaba proliferando
fungos e para quem tem renite e sinusite acaba sofrendo com a alergia e muitas das vezes
prefere ficar na outra sala que fica em frente a clínica para não ter crises alérgicas, seria
interessante deixar a sala sempre aberta por algumas horas durante o dia.
REFERÊNCIAS

ABERASTURY, Arminda. Psicanálise da criança teoria e técnica- 8° ed. Porto Alegre:


Artmed, 1982.

AFFONSO. R.M.L. Ludodiagnóstico. Investigação clínica através do brinquedo./ Rosa


Maria Lopes Affonso (Organizadora). 1 ed. – Porto Alegre: Artmed, 2012.

ALMEIDA, Nemésio Vieira de. A entrevista psicológica como um processo dinâmico e


criativo. Psic, São Paulo , v. 5, n. 1, p. 34-39, jun. 2004 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167673142004000100005&ln
g=pt&nrm=iso>. acesso em 08 nov. 2019

BECKER, Ana Paula Sesti; ROCHA, Natália Lorenzetti;ROISEMBERG, Bruna Berger –


Fundamentos sobre o psicodiagnóstico e suas implicações terapêuticas – santa catariana,
2015.

BERGER, Katheleen Stassen. O desenvolvimento da pessoa da infância à terceira idade. 5


ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

BENSENOR, Isabela. - O papel da anamnese, do exame clínico e dos exames


complementares no diagnóstico clínico [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo, 2003.

BRITO, Claudia Vannozzi. – Questões técnicas em consultas com os pais na psicanalise de


crianças e adolescentes: uma visão winnicottiana. Mestrado em psicologia clínica, São
Paulo, 2016.

CAMPOS, N.S.; FIOCHI, P.I.C.Q. O brincar como instrumento terapêutico. Faculdades


Integradas de Ourinhos- FIO/FEMM. Ourinhos- SP, 2011. Disponível em:
<http://revistafarol.com.br/index.php/farol/article/view/50>. Acesso em: 15 de Set. 2019.

CASTRO. L.K.; CAMPEZATTO, P.M.; SARAIVA, L. A. As etapas da psicoterapia com


crianças. In: Crianças e adolescentes em psicoterapia: A abordagem psicanalítica./ Maria da
Graça Kern Castro, AnieStürmer e cols. 1 ed. – Porto Alegre: Artmed, 2009.

CASTRO, Maria da Graça Kern. STÜRMER, Anie. Crianças e adolescentes em


psicoterapia: a abordagem psicanalítica. Porto Alegre : Artmed, 2009.

CORDIOLI, A.V. As principais psicoterapias: fundamentos teóricos, técnicas e contra


indicações. In: Psicoterapias: abordagens atuais./ Aristides VolpatoCordioli e cols. 3 ed. –
Porto Alegre: Artmed, 2008.

CHAHINE. M.A. Psicoterapia psicanalítica com crianças. In: Encontros na psicologia.


Andrea Simone Schaack Berger, Marien Abou Chahine, Denise Hernandes Tinoco
(Organizadores). – Londrina: EdUnifil, 2011. Disponível em: . Acesso em: 05 de Nov. de
2019.
CHESS, S. & HASSIBI, M., 1982. Distúrbios de conduta. In: Princípios e Práticas de
Psiquiatria Infantil. pp. 91-166. Porto Alegre: Artes Médicas. Acesso em
<http://www.scielo.br/pdf/csp/v14n2/0110.pdf> Em: 14 de Nov. de 2019.

CUNHA, Jurema Alcides. - Psicodiagnóstico V – 5° ed. Porto Alegre : Artmed, 2007.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2° ed.


Porto Alegre : Artmed, 2008.

DUTRA, E. Considerações sobre as significações da psicologia clínica na


contemporaneidade. Natal, 2004. 381-387.

EISENSTEIN, E. & SOUZA, R. P., 1993. Situações de Risco à Saúde de Crianças e


Adolescentes. Rio de Janeiro: Vozes. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/csp/v14n2/0110.pdf> Acesso em: 14 de Nov. de 2019.

FERNANDEZ, A. A agressividade: qual o teu papel na aprendizagem? In: Paixão de


Aprender (E. Grossi, ed.), pp. 168-180. Rio de Janeiro: Vozes. 1992. Acesso em
<http://www.scielo.br/pdf/csp/v14n2/0110.pdf> Em: 14 de Nov. 2019.

FERREIRA, Andre. DEMUTTI, Carolina Medeiros. GIMENEZ. Paulo Eduardo Oliveira. A


teoria das necessidades de Maslow: A influência do nível educacional sobre a sua percepção
no ambiente de trabalho. XIII SemeAd. Set. De 2010. Disponível em:
https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/39156478/Teoria_de_Maslo.pdf?respons
e-content-disposition=inline%3B%20filename%3DTeoria_de_Maslo Acesso em: 14 nov de
2019

FIGUEIREDO, Ana Cristina; MACHADO, Ondina Maria Rodrigues. O diagnóstico em


psicanálise: do fenômeno à estrutura. Ágora (Rio J.), Rio de Janeiro , v. 3, n. 2, p. 65-86,
2000. Disponivel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
14982000000200004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 17 Nov. 2019.

Freud S. Sobre o início do tratamento In: Freud S. Novas recomendações sobre a t écnica da
psicanálise I . Rio de Janeiro : Imago; 1970. p.164-187. ( Obras psicológicas completas de
Sigmund Freud; vol 12)

GONÇALVES, S. Construção de uma cartilha informativa sobre Psicoterapia Infantil.


Monografia (Bacharelado em Psicologia)– Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí- SC, 2009.
Disponível em: Acesso em: 03 de Outubro de 2019.

HENKLAIN, Marcelo. - Serviço de Atendimento Psicológico (SAP) - Roraima, 2017.


Disponível em:
<http://ufrr.br/psicologia/index.php?option=com_content&view=article&id=16&Itemid=177
> Acesso em: 02 de Nov. de 2019.

HUTZ, C. S. et al. (Org.). Psicodiagnóstico. Porto Alegre. Artmed, 2016

KAPLAN, H. & SADOCK, B., 1993. Condições não atribuíveis a um transtorno mental.
In: Compêndio de Psiquiatria (H. Kaplan & B. Sadock, eds.), 6a ed., pp. 577-587. Porto
Alegre: Artes Médicas. Acesso em <http://www.scielo.br/pdf/csp/v14n2/0110.pdf> Em: 14 de
Nov. de 2019.

MATTOS, P. No Mundo da Lua: perguntas e respostas sobre Transtorno do Déficit de


Atenção com Hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. 4 ed., São Paulo: Lemos
Editorial, 2005.

MINAYO, M. C. A violência na adolescência – em foco a adolescência descamisada.


Cadernos de Saúde Pública. 1990. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/csp/v14n2/0110.pdf> Acesso em: 14 de Nov. de 2019.

NUNES E GROSSI - A Importância do Acompanhamento Psicológico para a Saúde


Mental, Santos, 2017. Disponível em: <http://www.nunesegrossi.com.br/importancia-do-
acompanhamento-psicologico-para-saude-mental/>Acesso em: 01 de Out. de 2019.
PEIXOTO, A. L. P.; RODRIGUES, M. M. P. Diagnóstico e tratamento de TDAH em crianças
escolares, segundo profissionais da saúde mental. Aletheia. núm. 28, julho-dezembro, pp. 91-
103, 2008.

PINHEIRO. Nadja Barbosa. Psicanálise, teoria e clínica: reflexões sobre sua proposta
terapêutica. REVISTA; Psicol. cienc. prof. vol.19 no.2 Brasília 1999. Disponível
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141498931999000200004.>
Acesso em 17 de nov. 2019.

PRISZKULNIK, Léia. A criança e a psicanálise: o "lugar" dos pais no atendimento


infantil. Psicol. USP, São Paulo , v. 6, n. 2, p. 95-102, 1995 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-
51771995000200006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 17 de Nov. 2019

ROHDE, L. A., BARBOSA, G., TRAMONTINA, S., POLANCZYK, G. Transtorno de


déficit de atenção/ hiperatividade, Revista Brasileira Psiquiatria. 22 (Supl II), 7-11, 2000.

ROHDE, L. A.; HALPERN, R. Transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade:


atualização. Jornal de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria. 0021-7557/04/80-
02-Supl/S61, 2004.

SADALA, Glória; MARTINHO, Maria Helena. A estrutura em psicanálise: uma


enunciação desde Freud. Ágora (Rio J.), Rio de Janeiro , v. 14, n. 2, p. 243-258, Dec.
2011 . Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
14982011000200006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 15 Nov. 2019.

SCHNEIDER, Daniela Ribeiro - Uma Breve História da Clínica e da Psicologia Clínica,


São Paulo: PUC/SP, 2002.

SERRANO, S. M. JUNIOR, C. A. P. Sobre o trauma: contribuições de Ferenczi e


Winnicott para a clínica psicanalítica. Tempo psicanal., Rio de Janeiro , v. 46, n. 1, p.
161-183, jul. 2014. Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
48382014000100012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 15 nov. 2019.
SILVA, A. B. B. Mentes Inquietas - Entendendo melhor o mundo das pessoas Distraídas,
Impulsivas e Hiperativas. São Paulo: Editora Gente, 2003.

SILVA, Julia Montazzolli; REIS, Maria Elizabeth Barreto Tavares dos. Psicoterapia
psicanalítica infantil: o lugar dos pais. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 25, n. 1, p. 235-
250, mar. 2017 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X2017000100015&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 17 de Nov. de 2019.

SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da psicologia moderna. Ed. 9. São Paulo:


Cultrix, 2005.

TAVARES, M. A entrevista clínica. In: J. A. Cunha, Psicodiagnóstico - V (5ª ed., rev. e


ampl.). Porto Alegre - RS. Artmed. 2002.

TRINCA

ZIMERMAN, David E. - Fundamentos psicanalíticos, teoria, técnica e clínica - uma


abordagem didática. Porto Alegre : Artmed, 2007.

ZIMERMAN, David E. Manual de técnica psicanalítica. uma re-visão. Porto Alegre :


Artmed, 2008.

Você também pode gostar