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Curso: Técnico em Enfermagem


Modulo: III

Disciplina: Unidade de Terapia


Intensiva (UTI)

Prof. Enf°: Graziela Roberta


Prof.Enf°: Ariadna Holanda

NOME DO ALUNO:

2022
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SUMÁRIO

1- Terapia Intensiva. .................................................... 03


2- Transporte do paciente crítico ................................. 13
3- Bomba de Infusão Continua .................................... 18
4- Drogas vasoativas ................................................... 20
5- Balanço hídrico.........................................................23
6- Anotação de enfermagem ....................................... 26
7- Monitorização hemodinâmica ...................................26
8- Monitorização hemodinâmica não-invasiva .............. 28
9- Monitorização hemodinâmica invasiva ..................... 31
9.1- Acesso Venoso Central ....................................32
9.2- Débito cardíaco ............................................... 34
9.3- Pressão Venosa Central.................................. 35
9.4- Pressão intra-arterial (PIA) ...............................37
9.5- Cateter de Artéria pulmonar (CAP).................. 42
9.6- Pressão Intracraniana (PIC) ............................ 36
9.7- Derivação Ventricular Externo (DVE) ...............48
9.8- Derivação Ventricular Peritoneal (DVP)........... 49
10. Fisiologia respiratória. ............................................... 51
11. Ventilação Mecânica. ................................................ 52
12. Ventilação Mecânica Não-Invasiva (VMNI)................ 53
13. Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) .......................... 54
14. Referência Bibliográfica .............................................59
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1-Terapia Intensiva

As UTI’s altamente especializadas, tanto em recursos materiais quanto em recursos


humanos, possuem como função principal a restauração da saúde e da vida a partir da
combinação de cuidados intensivos de enfermagem com a constante atuação de médicos
intensivistas no atendimento ao cliente crítico.
Durante a história tivemos colaborações da Enfermagem durante o processo evolutivo
da arte de cuidar. As primeiras atuações na Terapia Intensiva iniciou com Florence Nightingale
que baseou nos conceitos de triagem (classificação dos doentes de acordo com o grau de
dependência), dispondo-os nas enfermarias, de tal maneira que os mais graves ficassem
próximos à área de trabalho da enfermagem e vigilância continua como determinantes na arte
do cuidar.
As primeiras unidades de Terapia Intensiva foram criadas a partir das salas de
recuperações pós-anestésicas quando os pacientes se submetiam a cirurgias neurológicas e
em 1926 foram criadas as primeiras UTIs em Boston, USA.
No Brasil, a implantação da primeira UTI foi na década de 70, no Hospital Sírio Libanês
em São Paulo. O surgimento da prática em UTI marcou um dos maiores progressos obtidos
pelos hospitais, visto que antes dela, o cuidado ao doente grave realizava-se nas próprias
enfermarias o que, muitas vezes, representava um risco à evolução do paciente.
Um grupo de médicos sentiu a necessidade de organizar uma unidade para cuidar de
pacientes graves, particularmente aqueles em períodos pós-operatórios de cirurgias degrande
porte. Como não havia ainda médicos com formação em terapia intensiva no Brasil, esses
cirurgiões operavam os pacientes e, depois, continuavam cuidando deles na recém-criadas
CTI. Nessa época, conhecia-se muito pouco das respostas do organismo às doenças graves,
os equipamentos disponíveis para o suporte avançado de vida eram limitados, assim como
eram escassos os medicamentos e os recursos de monitorização dos sinais vitais. As
mortalidades dos pacientes internados eram muito altas, disseminando-se a ideia de que ir
para um CTI era quase igual a uma sentença de morte.
Merece destaque o fato de que a organização da UTI é extremamente complexa, pois
trata-se de uma área que necessita de serviços de apoio, planta física adequada, recursos
humanos e materiais, recursos de assistência, gerenciamento de risco e avaliação
compatíveis com as exigências legais.
Torna-se obrigatória a existência da UTI em hospitais terciários e secundários com
capacidade superior a 100 leitos, bem como em hospitais especializados que atendam
pacientes de alto risco, graves e em estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) que
atendam gestantes e parto de alto risco (nesse caso, devem ter também UTI neonatal).
O mínimo preconizado é de cinco leitos, podendo existir quartos ou áreas coletivas, ou
ambos, a critério da instituição, lembrando que o número de leitos de UTI deve corresponder a
no mínimo 6% do total de leitos do hospital.
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Além de serviços médicos, enfermagem, fisioterapia e nutrição, cada unidade deverá


oferecer também serviços 24 horas por dia, como:

✓ Laboratório de análises clínicas;


✓ Agência transfusional ou banco de sangue;
✓ Diálise peritoneal;
✓ Ecocardiograma Doppler, no caso de unidade coronariana;
✓ Cirurgia geral e pediátrica, em se tratando de UTI pediátrica e neonatal.

Recursos Materiais:

UTI ADULTO:
✓ Cama hospitalar com ajuste de posição, grades laterais e rodízios;
✓ Equipamento para ressuscitação manual do tipo balão auto inflável, com reservatório e
máscara facial: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) para cada 02 (dois)
leitos;
✓ Estetoscópio
✓ Conjunto para nebulização;
✓ (04) equipamentos para infusão contínua e controlada de fluidos ("bomba de infusão"),
com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 03 (três) leitos:
✓ Fita métrica;
✓ Equipamentos e materiais que permitam monitorização contínua de:
frequência respiratória.
oximetria de pulso.
frequência cardíaca.
cardioscopia.
temperatura.
pressão arterial não-invasiva.

UTI PEDIATRICO/NEONATAL:

✓ Berço hospitalar com ajuste de posição, grades laterais e rodízios;


✓ Equipamento para ressuscitação manual do tipo balão auto-inflável, com reservatório e
máscara facial: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) para cada 02 (dois)
leitos;
✓ Estetoscópio;
✓ Conjunto para nebulização;
✓ (04) equipamentos para infusão contínua e controlada de fluidos ("bomba de infusão"),
com reserva operacional de 01 (um) para cada 03 (três) leitos;
✓ Fita métrica;
✓ Poltrona removível, com revestimento impermeável, destinada ao acompanhante: 01
(uma) por leito;
✓ Equipamentos e materiais que permitam monitorização contínua de:
frequência respiratória.
oximetria de pulso.
frequência cardíaca.
Cardioscopia.
Temperatura.
pressão arterial não-invasiva.
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Definições:

Centro de Terapia Intensiva (CTI): o agrupamento numa mesma área física, de mais
de uma unidade de Terapia Intensiva.
Unidade de Terapia Intensiva (UTI): unidade destinada a internação de pacientes
graves, que requerem atenção profissional especializada continua, materiais específicos e
tecnologias necessárias ao diagnósticos, monitorização e terapia.
Unidade de Terapia Intensiva Especializada: UTI destinada à assistência a pacientes
selecionados por tipo de doença ou intervenção, como cardiopatas, neurológicos, cirúrgicos,
entre outras. Exemplo: Unidade de Terapia Intensiva Coronariana – UCO, Unidade de Terapia
Intensiva Queimados UTI-q;
Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Mista (UTIPm): destinada a assistência a
pacientes recém-nascidos e pediátricos numa mesma sala, porém havendo separação física
entre os ambientes de UTI pediátrica e UTI Neonatal.
Através da Portaria Nº 895, DE 31 DE MARÇO DE 2017, normatiza que o cuidado
intensivo poderá ser realizado em Unidade de Terapia Intensiva - UTI ou Unidades de
Cuidados Intermediários – UCI.
Unidade de Cuidado Intermediário - UCI é um serviço hospitalar destinado a usuários
em situação clínica de risco moderado, que requerem monitorização e cuidados semi-
intensivos, intermediários entre a unidade de internação e a unidade de terapia intensiva,
necessitando de monitorização contínua durante as 24 (vinte e quatro) horas do dia, além de
equipamentos e equipe multidisciplinar especializada, podendo ser classificada como:
✓ Unidade de Cuidado Intermediário Adulto UCI-a.
✓ Unidade de Cuidado Intermediário Pediátrico UCI-ped.
✓ Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional – UCINCo.
✓ Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru – UCINCa.

Faixa etária

- Unidade de Terapia Intensiva - Adulto (UTI-A): destinada a assistência de pacientes


com idade igual ou superior a 18 anos, podendo admitir pacientes de 15 a 17 anos, se definido
nas normas da instituição.
- Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-N): destinada a assistência a pacientes
admitidos com idade entre 0 e 28 dias.
- Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI-P):destinada a assistência a pacientes
comidade de 29 dias a 14 ou 18 anos, sendo este limite definido de acordo com as rotinas da
instituição.
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Estrutura Física da UTI

A UTI deve ter uma área geográfica distinta dentro do hospital e, quando possível, com
acesso controlado, e sua localização deve permitir fácil acesso aos elevadores de serviço de
emergência, centro cirúrgico, sala de recuperação pós-anestésica, unidade de emergência,
unidades intermediarias (unidades semi-intensivas) e serviços de laboratório e radiologia
facilitando o deslocamento do paciente crítico.
O ambiente deve ser climatizado, com gerador próprio, iluminação adequada, paredes
laváveis e possuir visualização permanente dos pacientes, além de um lavatório para cada dois
leitos e poltronas para o acompanhante. No caso de observação por meio de monitorização
eletrônica, deverá ficar disponível uma central de monitorização na área de maior circulação e
presença da equipe interdisciplinar.
No Brasil, toda a normativa para o funcionamento e a elaboração da planta física de uma
UTI deverá estar de acordo com a RDC n° 7, de 24 de fevereiro de 2010, emitida pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regulamenta o planejamento, a programação, a
elaboração e a avaliação de projetos físicos, devendo a unidade:
• Proporcionar a internação de pacientes críticos, em ambientes coletivos ou individuais,
com requisitos de privacidade, conforme patologia, grau de risco e faixa etária (exceto
neonatologia).
• Executar e registrar assistência médica e de enfermagem intensiva.
• Prestar apoio diagnóstico de imagem e laboratoriais, além de hemoterápico, cirúrgico e
terapêutico 24 horas.
• Manter condições para assistência respiratória e monitoramento 24 horas.
• Prestar assistência nutricional e distribuir alimentação aos pacientes.
• Manter pacientes com morte cerebral em condições que permitam a retirada de órgãos
para transplantes, quando consentida.
• Prestar informações e assistência aos acompanhantes dos pacientes.

A área mínima do quarto é de 10 m2 e 9 m2 para a área coletiva, ambos com distância


de 1 m2 entre paredes e leitos, exceto cabeceira. Recomenda-se um posto de enfermagem de
6 m2 para cada área coletiva ou conjunto de quartos, independentemente do número de leitos.
A área de prescrição médica é de 1,5 m2 para a sala de entrevista sugere-se 6 m2 e para a
área de higienização e preparo de equipamentos e materiais, 4 m2, com dimensão mínima de
1,5 m2.

Quarto de isolamento, deve haver pelo menos um para cada dez leitos de UTI, ou fração.
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A planta física da UTI deverá contar ainda com os seguintes espaços:


✓ Área coletiva de tratamento ou quartos;
✓ Quarto ou boxe de isolamento;
✓ Posto\área de serviços de enfermagem;
✓ Área para prescrição médica;
✓ Sala administrativas; reuniões
✓ Copa; área de estar para equipe de saúde;
✓ Rouparia;
✓ Sala de preparo de equipamento\material;
✓ Depósito de equipamentos\material estéreis;
✓ Sanitário com vestiário para funcionários;
✓ Sanitário ou banheiro para clientes;
✓ Sala de espera para acompanhantes e visitantes;
✓ Sanitário público;
✓ Depósito de material de limpeza, DML;
✓ Quarto de plantão com banheiros;
✓ Expurgo.

Algumas observações também são pertinentes:


✓ Os boxes das áreas coletivas de tratamento devem possuir dispositivos que
permitam a privacidade dos pacientes, quando necessária.
✓ A sala de espera pode ser compartilhada com setores afins do hospital, desde
que seja dimensionada de forma a atender à demanda das unidades a que se destina.
✓ O posto de enfermagem deve estar instalado de forma a permitir observação
visual direta ou eletrônica dos leitos

Recursos Humanos

O atendimento ao paciente de UTI é desafiador para o profissional de enfermagem. Há


necessidade de raciocínio rápido, bom embasamento clínico, bem como capacidade para lidar
com situações que podem conduzir a morte em minutos.

Uma equipe de UTI deve responder a série de exigências:

✓ Competência;
✓ Habilidade e destreza;
✓ Disponibilidade para ficar confinada no ambiente hospitalar;
✓ Disposição para cuidar de cliente
✓ Preparação para adaptar-se aos ruídos dos aparelhos;
✓ Preparação para luta diária com a vida e com a morte;
✓ Conhecimento técnico e científico;
✓ Permanente atualização.
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Segundo a Resolução RDC nº 26, de 11 de maio de 2012, deve ser designada uma
equipe multiprofissional, legalmente habilitada a qual deve ser dimensionada,
quantitativamente e qualitativamente, de acordo com o perfil assistencial, a demanda da
unidade e legislação vigente, contendo, para atuação exclusiva na unidade, no mínimo, os
seguintes profissionais:

✓ Médico diarista: 1 para cada 10 leitos, nos turnos matutino e vespertino.


✓ Médico plantonista: 1 para cada 10 leitos em cada turno.
✓ Enfermeiro assistencial: 1 para cada 10 leitos em cada turno.
✓ Fisioterapeuta: 1 para cada 10 leitos em cada turno.
✓ Técnico em enfermagem: 1 para cada 2 leitos em cada turno.
✓ Auxiliar administrativo: 1 exclusivo da unidade.
✓ Funcionários exclusivos na limpeza um para cada turno.

Médicos plantonistas, enfermeiros assistenciais, fisioterapeutas e técnicos de


enfermagem devem estar disponíveis em tempo integral para assistência aos pacientes
internados na UTI, durante o horário em que estão escalados para atuação na UTI.
Todos os profissionais da UTI devem estar imunizados contra tétano, difteria, hepatite B e
outros imunobiológicos, de acordo com a NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços
de Saúde estabelecida pela Portaria MTE/GM n.º 485, de 11 de novembro de 2005.

Lei do Exercício Profissional na Prática em UTI

A enfermagem, assim como a maioria das profissões, desempenha suas atividades


respaldada em uma lei específica que trata do exercício profissional de cada área. No caso dos
profissionais de enfermagem, trata-se da Lei do Exército Profissional de Enfermagem, 7.498,
de 25 de junho de 1986, que regulamenta o exercício dessa profissão e dá outras providências.
Os aspectos mais relevantes para a prática de cuidado em UTI devem ser observados pelos
profissionais de enfermagem particularmente no que se refere aos seguintes artigos:

• Art. 2º: defende que a enfermagem e suas atividades auxiliares somente podem ser
exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem
com jurisdição na área onde ocorre o exercício. Além disso, esse artigo deixa claro que a prática
de enfermagem somente poderá ser exercida por profissionais devidamente inscritos seu
respectivo Conselho Regional de Enfermagem. Dessa forma, o profissional que não estiver inscrito
no conselho ou que esteja com sua franquia vencida exercerá ilegalmente a profissão.
Art 10°:diz que o técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio
técnico, atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe: assistir ao Enfermeiro na prestação
de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes em estado grave;
• Art. 11º: diz que o enfermeiro exerce todas as atividades, cabendo-lhe, privativamente os
cuidados diretos de enfermagem a clientes graves com risco de vida; e os cuidados de
enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e
capacidade de tomar decisões imediatas.
Este último artigo alerta para o fato de que os cuidados diretos prestados em Unidade de
Terapia Intensiva aos clientes críticos deverão ser prestados privativamente por enfermeiros.
Entretanto, sabe-se que na maioria das unidades de terapia intensiva essa norma não é
respeitada. Além é muito comum observar auxiliares e técnicos prestando cuidados diretos a
clientes nessas unidades.
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Direitos dos pacientes e familiares

Devem ser assegurados, por todos os profissionais que atuam na UTI, os seguintes itens:

✓ Preservação da identidade e da privacidade do paciente, assegurando um ambiente


de respeito e dignidade.
✓ Fornecimento de orientações aos familiares e aos pacientes, quando couber, em
linguagem clara, sobre o estado de saúde e a assistência a ser prestada desde a
admissão até a alta.
✓ Ações de humanização de atenção á saúde.
✓ Promoção de ambiente acolhedor.
✓ Incentivo á participação da família na atenção ao paciente, quando pertinente.
✓ Normatização da presença de acompanhantes em UTI estabelecida pela instituição,
com base na legislação vigente.
✓ Informação ao paciente consciente quanto aos procedimento
que será submetido e aos cuidados requeridos para a execução deles.
✓ Informação ao responsável legal pelo paciente sobre as condutas clínicas e os
procedimentos a que este serão submetidos.
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Indicações de internação

Os critérios e indicações para internação para internação em UTI são avaliados da


seguinte forma:

• Modelos de parâmetros objetivos:


SSVV alterados;
Valores laboratoriais alterados;
Achados em métodos de imagens (RX, Ultrassom, TC);
Achados físicos.

• Modelos de diagnósticos:

1- Distúrbios cardiovasculares:
-Infarto Agudo do miocárdio (IAM)
-Choque cardiogênico
-Arritmias complexas
-Insuficiência cardíaca com disfunção respiratória e\ou hemodinâmica
-Tamponamento cardíaco
-Dissecção da aorta
-Pós-Parada cardiorrespiratória
-Emergências hipertensivas
-Angina instável, com arritmias e instabilidade hemodinâmica e dor torácica persistente

2- Distúrbios respiratórios:
-Insuficiência respiratória aguda com necessidade de suporte ventilatório
-Insuficiência respiratória com intubação
-Embolia pulmonar com instabilidade hemodinâmica
-Pacientes na semi-intensiva que demonstram piora respiratória
-Hemoptise maciça

3- Distúrbios neurológicos:
-Acidente Vascular Encefálico (AVE) agudo com alteração do nível de consciência
-Coma
-Hemorragia intracraniana com potencial para herniação
-Hemorragia subaracnóidea aguda (HSA)
-Meningite com alteração do estado de consciência ou comprometimento respiratório
-Distúrbio do Sistema Nervoso Central ou Neuromuscular
-Morte cerebral (diagnosticada ou não) necessitando de controle para doação de órgãos
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-Traumatismo cranioencefálico (TCE) severo

4- Drogas ou overdoses:
-Instabilidade hemodinâmica
-Alteração do estado de consciência com inadequada proteção de vias aéreas
-Convulsões pós-ingestão de drogas

5- Distúrbios gastrointestinais:
-Hemorragias digestivas com hipotensão, angina, sangramentos contínuos ou
comorbidades
-Falência hepática fulminante
-Pancreatite severa

6- Distúrbios endócrinos:
-Cetoacidose diabética complicada: instabilidade hemodinâmica, alteração do estado
mental, insuficiência respiratória ou acidose severa
-Crise tireotoxica, disfunção suprarrenal ambos com instabilidade hemodinâmica
-Disturbios hidroeletrolíticos (K, Mg, Ca, P) com sinais ou sintomas

7- Cirurgias:
-Pós-operatorio necessitando de monitorização hemodinâmica, suporte ventilatório, ou
cuidados intensivos de enfermagem

8- Outros:
-Choque (séptico, distributivo, obstrutivo, hipovolêmico, cardiogênico) com instabilidade
hemodinâmica
-Monitorização hemodinâmica
-Condições que necessitam de cuidados de enfermagem
-Terapias novas ou experimentais com possibilidades de complicações
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 1

1-O que é UTI e qual a sua finalidade?


2-Quais os equipamentos básicos devem ter no box para admissão do paciente crítico.
3-Cite 5 exigências para compor a equipe de uma UTI
4-Explique:
UTIN:
UTIP:
UTIA:
UCO:
UTIPm:
5-Diferencie UCI e UTI.
6-Descreva qual o número mínimo determinado de pacientes para cada profissional que presta
assistência de qualidade na UTI.
7-Indique a Unidade de Terapia Intensiva para cada faixa etária a seguir:
a-Recém-nascido:
b- 31 dias de nascimento:
c- 13 anos:
d- 8 anos:
e- 22 anos:
f- 78 anos:
8- Para um hospital com seu número total de leitos disponível 700, deve dispor de uma UTI?
Caso resposta positiva, quantos leitos será de UTI?
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2- Transporte do paciente crítico

A movimentação de um paciente crítico da UTI, seja intra-hospitalar, seja extra-


hospitalar, por qualquer motivo e independentemente de sua estabilidade, implica muitos
riscos; em consequência, a decisão da transferência deve ser tomada após análise de seus
prós e contras.

A transferência de um paciente crítico requer equipamento adequado, equipe


treinada, coordenação e comunicação efetivas, ou seja, um planejamento antecipado,
razão pela qual é necessário seguir um protocolo para todo esse procedimento, de modo
que o transporte seja seguro
Todo paciente grave deve ser transportado com o acompanhamento contínuo, no
mínimo, de um médico e de enfermeiro, ambos com habilidade comprovada para o
atendimento de urgência e emergência.

O transporte de pacientes críticos tem sido um procedimento cada vez mais comum
no ambiente intra-hospitalar, sempre apoiado na aquisição de novas tecnologias de
monitorização e manutenção da vida como também no investimento em treinamento de
pessoal.

Transporte Paciente Crítico


É a transferência coordenada, segura e com pessoal treinado, do paciente em
estado crítico, dentro do hospital ou fora dele, com a finalidade de realizar exames e/ou
terapêuticas, ou porque o paciente necessita de tratamento e cuidado em um centro de
maior complexidade.

Indicação de Transferência
A indicação de transferência do paciente deve ser tomada após a análise das
vantagens ou desvantagens de tal procedimento. Isso é decidido pelo médico
responsável pela assistência ao paciente. Essa responsabilidade inclui:
✓ Avaliação e estabilização do paciente.
✓ Consentimento informado do paciente ou familiar.
✓ Coordenação com a área de destino, assegurando que o paciente tenha o que
necessita (conforme o motivo da transferência).
✓ Escolha e acionamento do meio de transporte com equipamento adequado.
✓ O informe clínico e de proposta de transferência.
✓ A notificação à equipe de saúde encarregada do transporte.
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Exemplos de fatores envolvidos no transporte do paciente crítico.

✓ Indicação do transporte
✓ Gravidade do paciente
✓ Condições próprias do meio de transporte, como equipe,
materiais e equipamentos
✓ Distância a ser percorrida
✓ Tempo gasto no transporte
✓ Condições de tráfego
✓ Relação custo-benefício para adequar a necessidade de transporte ao tipo de
recurso disponível
✓ Disponibilidade de recursos no local de origem
✓ Disponibilidade de recursos no local de destino
✓ Possibilidade de complicações durante o transporte

Classificação ou Tipos de Transportes:

De acordo com o objetivo de transporte:


✓ Transporte intra-hospitalar: realizado mediante a necessidade de testes diagnósticos
(radiografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassonografia,
angiografia etc.), intervenções terapêuticas (centro cirúrgico, radioterapia,
quimioterapia, hemodiálise) ou transferências para unidades de menor ou maior
complexidade (UTI).
✓ Transporte extra-hospitalar: realizado sempre que houver necessidade de maiores
recursos, sejam humanos, diagnósticos, terapêuticos e /ou de suporte avançado de
vida, que não estejam presentes no local onde se encontra o paciente.
✓ Transporte inter-hospitalar: realiza-se de um hospital a outro.

De acordo com a gravidade do paciente:


✓ Transporte de emergência: tem prioridade absoluta, pelo alto risco de morte do
paciente e/ou pela necessidade do diagnóstico e da terapêutica definitiva.
✓ Transporte de urgência: destinado a pacientes com possíveis riscos á vida, cuja
assistência diagnóstica e terapêutica pode aguardar alguns minutos ou horas para ser
estabelecida.
✓ Transporte eletivo: quando o paciente não necessita de ação imediata, podendo
aguardar programação para o transporte e agendamento junto á unidade de destino.

De acordo com o meio de transporte:


✓ Terrestre: ambulâncias.
✓ Aéreo: helicóptero de resgate ou ambulância aérea, que normalmente proporcionam
✓ tempos inferiores de transferência ou suprem o déficit de acesso terrestre ao centro
✓ hospitalar de alta complexidade.
✓ Fluvial: embarcação rápida, barco-hospital

Equipe de Transporte:
No mínimo são necessárias duas pessoas: médico e enfermeiro treinados em manejo
da via aérea, ressuscitação cardiopulmonar (RCP) básica e avançada, além de certificados
como médico ou enfermeiro de evacuação aero médica outorgado por instituição credenciada
em cada país.
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PROCEDIMENTOS PARA O TRANSPORTE:

✓ Comunicação e coordenação pré-transporte.


✓ A equipe acompanhante.
✓ O equipamento necessário.
✓ A monitoração durante o transporte.

MATERIAIS PARA TRANSPORTE:


O equipamento mínimo necessário para o transporte é:

✓ Monitor multiparamétrico para transporte: eletrocardiograma, pressão arterial não


invasiva, oximetria de pulso.
✓ Maleta para via aérea completa: todo o material para manejo de via aérea, dispositivos
de administração de oxigênio, aspiração de secreções.
✓ Balão de oxigênio: portátil, com capacidade e reserva adequadas conforme a
necessidade do paciente.
✓ Medicamentos básicos para ressuscitação: adrenalina, atropina, antiarrítmicos.
✓ Incluir também sedativos e analgésicos, solução salina, coloides, dextrose, antieméticos.
✓ Ventilador de transporte: com modos ventilatórios apropriados para a complexidade do
paciente. No caso de não contar com o ventilador de transporte, será utilizado um
reanimador manual (Ambu) com válvula de PEEP.

Os equipamentos elétricos devem ter carga de bateria completa e capacidade para


funcionar durante todo o transporte. É recomendável levar os cabos dos equipamentos
para serem conectados a fontes elétricas em caso de esgotamento da bateria.
É importante, também, contar com lugar e dispositivos necessários para colocar todo
o equipamento na cama do paciente.

Atenção especial deve ser dada aos materiais de manutenção de vias aéreas.

✓ O laringoscópio deve ser testado em todos os turnos, checando a capacidade das pilhas
e seu estado.
✓ Verificar cânulas de intubação e outros dispositivos como máscaras laríngea,
ressuscitador manual, máscaras faciais, cânulas de guedel etc., quanto a sua
integridade e validade.
✓ Verificar mochila de medicamentos, principalmente psicotrópicos e drogas vasoativas
quanto á quantidade correta e a sua validade.
✓ Um aspirador portátil é de grande valia para o transporte, sendo que a cânula de
aspiração de ponta rígida deve ser usada nos casos de trauma ou agitação psicomotora.

Monitoração do paciente durante o transporte

✓ O nível de atenção e vigilância durante o transporte deve ser similar ao que se tinha na
UTI, isto é:
✓ Realizar monitoração eletrocardiográfica contínua, oximetria de pulso e medição
periódica da pressão arterial, do pulso e da frequência respiratória.
✓ Verificar constantemente a posição correta dos dispositivos invasivos: cateteres
venosos, arteriais, tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia, sonda nasogástrica,
✓ sonda urinária e drenos.
✓ Verificar permanentemente o bom funcionamento dos equipamentos.
✓ Registrar os parâmetros de monitoração durante todo o transporte é importante e
✓ permitirá garantir a continuidade do tratamento, detectar complicações precocemente e
preveni-las, assim como observar a evolução do paciente durante o movimento e
✓ as transferências.
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Estabilização pós-transporte

A chegada do paciente é um dos momentos cruciais para o sucesso do transporte. A unidade


de destino deve estar devidamente preparada para receber o paciente, com todos os
equipamentos e materiais de reanimação prontos para utilização.
A documentação do procedimento de transporte se mostra obrigatória, tanto pelo médico
quanto pela equipe de enfermagem.
Deve-se documentar principalmente:
✓ Condição clínica do paciente antes do transporte.
✓ Equipe envolvida com o procedimento
✓ Parâmetros vitais antes, durante e depois do transporte.
✓ Decisão para o transporte.
✓ Intercorrências vivenciadas durante o processo
✓ Medidas instituídas (conduta)
✓ Passagem do caso.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 2

1 - Quais são os profissionais que deve acompanhar o paciente crítico no transporte:


2- Cite os tipos de transporte e exemplifique cada.
3- Cite 5 fatores que deve ser levado em consideração no momento do transporte.
4-Cite exemplo de transporte intra, inter e extra hospitalar.
5- O que deve ser realizado após o transporte.
6- Observe o check-list.e discuta com o colega.
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3 -Bomba de Infusão Contínua - BIC

As bombas de infusão continua são equipamentos hospitalares destinados a


administrar soluções para o interior dom organismos por meio de sondas e cateteres. São
principalmente utilizadas para realização da terapia intravenosa (TIV), infusão das drogas
vasoativas potentes, sedativos, NP, soros e hemoderivados que necessitam de uma
infusão segura com necessidade de velocidade de infusão (mililitros por unidade de
tempo) difícil de atingir pelo método gravitacional.
Antes de ser implementados as bombas de infusões continua, era usado o método
gravitacional com ajuste manual dos reguladores e com velocidade de fluxo variável,
podendo ocorrer por mudança de posicionamento do paciente, obstrução de cateter ou
fluxo livre.
Segundo a RDC n° 23 de 05 de maio de 2014 orienta ao seu uso observar a Boas
práticas do fabricante e atentar ao modelo do equipe conforme o uso "equipo de infusão
gravitacional" ou "equipo de infusão por gravidade"; "equipo de infusão para uso com
bomba de infusão"; "equipo de transfusão".

Tipos de Bombas

Bomba de infusão de seringa: Equipamento destinado a infusão de líquidos


administrado ao paciente por meio de uma seringa ou mais.
Bomba de infusão fluxométrica: Bomba que realiza a infusão a partir da contagem
de gotas que caem na câmara de gotejamento dos equipos. Necessita de um sensor de
gotas para funcionar.
Bombas de infusão volumétrica: Bomba de infusão que mede o volume de líquido a
ser infundido; não necessita de sensor de gotas para funcionar.

Terminologia para programação da bomba de infusão

Taxa de infusão: Quantidade de volume administrado em determinado período.


Volume infundido: Quantidade de determinada solução que foi administrada.
Volume Total: Quantidade de determinada solução que se encontra acondicionada
no reservatório para ser administrada.
Tempo de infusão: Período que se deseja realizar a infusão.

Erros de programação da Bomba de infusão


✓ Programação incorreta do equipamento, com doses inadequadas, extras ou
que não estão de acordo com o pedido médico
✓ Programação da dose errada, teve um dígito a mais cadastrado
✓ Programação das taxas erradas, ou seja, que estão em desacordo com o
pedido médico ou quando há uma infusão bolus que desequilibra essa
administração
19

✓ Falha de alarmes como de oclusão.


✓ Falha da bateria.
✓ Fluxo livre por falha do equipamento, ou seja, infusão rápida e descontrolada
da solução.
✓ Infusão de ar, não detectada pelo equipamento.
✓ Escolha inadequada da bomba de infusão para finalidade escolhida.
✓ Pacientes e familiares devem ser orientados sobre qual a finalidade de uso da
bomba de infusão para que não a manuseie.

Indicações de uso da Bomba de Infusão


É indicada para todo tipo de paciente com prescrição de infusão em via parenteral
ou enteral, nos casos em que se faz necessário a garantia rigorosa do gotejamento dos
medicamentos prescritos.
A bomba de infusão é um dos mais práticos recursos habitualmente disponíveis na
UTI e sala de emergência. Permite administrar de maneira confiável os fármacos mais
delicados de acordo com as dosagens de mg\min. ou ml\h.
Normalmente utilizadas em pacientes que precisam controle rigoroso do
gotejamento, tais como:
✓ Pacientes com ICC (insuficiência cardíaca congestiva),
✓ IRC (insuficiência renal crônica),
✓ Neonatos prematuros,
✓ Tratamentos com quimioterápicos,
✓ Drogas vasoativas para controle arterial,
✓ Drogas cardiovasculares,
✓ Anestésicos durante cirurgias,
✓ Administração de insulinas endovenosas e anticoagulantes,
✓ Algumas drogas que requer gotejamento controlado (dopamina, dobutamina,
nitroprussiato de sódio, noradrenalina, esquema de sedação fentanil-midazolam,
infusão de dietas).

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 3

1- O que é BIC e qual a sua finalidade.


2- Quais os tipos de Bomba de Infusão.
3- Cite 3 erros de programação da BIC.
4- O que é volume infundido?
5- Cite 5 indicações para o uso da BIC.
20

4- DROGAS VASOATIVAS

“A diferença entre o remédio e o veneno é a sua dose” Paracelsus.

São fármacos importantíssimos no manejo do paciente intensivo, usadas quando


precisamos induzir alterações hemodinâmicas intensas e rápidas em um paciente
infundidas por bomba de infusão continua.
São drogas que atuam direta ou indiretamente nos vasos sanguíneos. Podemos
classificá-las como vasopressoras, inotrópicas e vasodilatadoras.
Os agentes vasopressores constituem um grupo de drogas potentes que induzem
vasoconstrição, consequentemente, aumentos na pressão arterial média (PAM).
As drogas inotrópicas aumentam a contratilidade cardíaca e os agentes
vasodilatadores se definem pela sua nomenclatura, já que levam a vasodilatação arterial,
venosa ou de ambos. Muitas drogas vasoativas apresentam propriedades vasopressoras e
inotrópicas simultaneamente

As drogas Vasoativas atuam sobre parâmetros que regulam o débito cardíaco.


Débito Cardíaco: Quantidade de sangue bombeada do ventrículo esquerdo para a
aorta a cada minuto. VR: 5l/min.
Volume Sistólico: Quantidade de sangue ejetado em cada sístole ventricular.

Principais Drogas Vasoativas

Noradrenalina (Vasopressora)

Apresentação: Ampola 4 mg/4 ml.


Estabilidade: 24 horas após diluição.

Efeitos: Vasoconstrição arterial, aumentando a Resistência Vascular periférica.


Vasoconstrição venosa, aumentando o fluxo sanguíneo em órgãos nobres.Aumento do
Inotropismo, aumento da FC e aumento de condução (aumento do débito cardíaco).
Indicações: Estabilização da PA devido a hipotensão aguda, anestésica, IAM ou
parada cardíaca.
21

Dopamina (Vasopressora)

Apresentação: Ampolas de 50 mg/2ml ou 50 mg/10 ml


Estabilidade: 24 horas após diluição.

É o precursor natural da norepinefrina e possui efeitos hemodinâmicos distintos, que


variam de acordo com a dose utilizada.
Efeitos: Vasodilatação renal e mesentérica (aumento do débito urinário), aumento
da contratilidade miocárdica e da frequência cardíaca e vasoconstrição arterial e aumento
da PAM.
Indicação: Hipotensão arterial, trauma hemorragias, síndrome do baixo débito.

Dobutamina (Inotrópica)

Apresentação: Ampolas de 250 mg/20ml


Estabilidade: 24 horas após diluição.

É utilizada para melhorar a função ventricular e o desempenho cardíaco, em pacientes


nos quais a disfunção ventricular acarreta diminuição no volume sistólico e no débito
cardíaco.
Efeitos: Inotropismo e Cronotropismo
Indicação: Insuficiência Cardíaca moderada a grave, choque cardiogênico e
insuficiência cardíaca congestiva.

Vasopressina (vasopressora)

Apresentação: Ampolas de 20 ui/ml


Estabilidade: 24 horas após diluição.

Principal hormônio envolvido na regulação da osmolaridade dos líquidos corporais,


exerce potente efeito vasoconstritor nas arteríolas do sistema renal.
Efeitos: Aumento da pressão arterial.
Indicação: PC, choque séptico, Diabetes mellitus.

Nitroprussiato de sódio (vasodilatadora)

Apresentação: Ampolas 50 mg e diluente 2 ml.


Estabilidade: 24 horas após diluição no equipo fotossensível.
04 horas em solução fisiológica 0,9%.
Não administrar em “bolus” a medicação, e sempre diluir em SG5%.

De ação rápida, de forma semelhante a nitroglicerina (agente que leva a vasodilatação


generalizada por seus efeitos sobre o musculo liso vascular). Melhora o DC em pacientes
com insuficiência cardíaca descompensada (reduz pré carga cardíaca).
Efeito: Age em artérias e veias, sendo sua ação mais potente como vasodilatador
arterial.
Indicação: Emergências hipertensivas, na falência cardíaca descompensada e no
tratamento da insuficiência cardíaca grave devido a estenose aorta. Está atento a PA, pois
pode provocar uma hipotensão de forma rápida.
22

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 4

1- Explique o que são drogas vasoativas, inotrópicas, vasopressora e vasodilatação


2- Ligue a droga vasoativa a indicação e classifique.

INDICADAS PARA EMERGÊNCIAS


NORADRENALINA
HIPERTENSIVAS.

DOPAMINA INDICADAS PARA HIPOTENSÃO ARTERIAL,


TRAUMAS, HEMORRAGIAS.

DOBUTAMINA INDICADO PARA PARADA CARDIACA,


CHOQUE SÉPTICO.

VASOPRESSINA ESTABILIAZAÇÃO DA PA, HIPOTENSÃO


ARTERIAL, ANESTESICOS, IAM E PC.

NITROPRUSSIATO DE INDICADAS PARA IC MODERADA A GRAVE,


SÓDIO ICC E CHOQUE CARDIOGÊNICO
23

5-Balanço hídrico
Conceito:
É o procedimento que envolve a mensuração e registro do total de líquidos administrados,
ingeridos e eliminados pelo paciente em um período de 24 horas, com o objetivo de verificar
perdas e/ou ganhos de líquidos e eletrólitos.
O balanço hídrico diário representa o resultado dos líquidos administrados (por via oral,
soda, gastrostomia, via intramuscular, via endovenosa ou outras vias), e eliminados/coletados
por todas as vias (diurese, vômitos, evacuações líquidas, drenagens, sangramentos, coletas).
O BH deve ser equilibrado, de forma que o volume de líquidos administrados seja igual ou
muito próximo do volume de líquidos eliminados.
Quando as perdas são superiores aos volumes administrados, diz balanço hidrico negativo.
Quando as perdas são menores que os volumes administrados, diz balanço hídrico
positivo.

Objetivos:
Avaliar o equilíbrio hídrico e detectar possíveis alterações.
Controlar as quantidades exatas de líquidos administrados e eliminados pelo paciente no
período de 24 horas.
Obter dados para calcular a reposição hídrica e eletrolítica a ser administrada em 24
horas, conforme a necessidade do paciente.
Aferição fidedigna administrados ao paciente e eliminado por ele.

Indicações:
✓ Pacientes críticos
✓ Pacientes em uso de nutrição enteral e parenteral
✓ Pacientes em pós-operatório de cirurgias de grande porte, especialmente dos sistemas
Gênito urinário, digestivo e respiratório
✓ Pacientes portadores de enfermidades cardíacas, edemas, drenos, ascite
✓ Pacientes com restrições hídricas ou hiper-hidratação
✓ Pacientes com queimaduras extensas
✓ Pacientes com débito urinário diminuído
✓ Distúrbios hidroeletrolíticos (hipocalemia, hiponatremia, acidose e alcalose metabólica)
24

Descrição do procedimento:

Medir os líquidos a serem administrados VO, ou por sondas (dieta líquida água para
lavar a sonda, medicamentos VO) antes de oferecer ao paciente. Anotar a quantidade
ingerida administrada no formulário de controle hídrico.

Anotar de hora em hora os volumes de soro, hemocomponentes, medicações


contínuas e nutrição enteral e parenteral.

Anotar no horário da instalação do medicamento os volumes totais das medicações


administradas (somando o volume da dose mais a diluição mais o soro para lavar o equipo).

Medir e anotar no formulário de controle hídrico, os líquidos administrados em


irrigações (por ex.: diálise peritoneal)

Pesar as fraldas secas de pacientes que as utilizam (anotando o peso da fralda seca
na parte plástica delas)

Medir e anotar o volume de vômitos e fezes líquidas medidas na linha correspondente


do formulário, caso não seja possível medir anotar da seguinte forma (pesagem
diferencial):
+ para pouco, ++ para média quantidade, +++ para grande quantidade.

Medir e anotar os volumes das drenagens (de sondas, drenos) na linha correspondente.

Medir e anotar volume drenado de curativos ou sangramentos (pesagem diferencial).

Calcular o balanço hídrico parcial a cada 6 horas, quando houver necessidade.

Comunicar qualquer alteração no equilíbrio hídrico ao enfermeiro ou médico.

A fórmula de Mosteller, sendo a raiz quadrada de (peso × altura/3.600), com o peso


medido em kg e a altura em centímetro (peso × altura/3.600) VR: 12ml/kg

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 3

Um paciente internado numa UTI, teve a seguinte prescrição durante um plantão das 07
às 19h.
Entradas:
a) Dieta enteral por SNE 150ml de 3\3 horas contínuo iniciou as 07:00h.
b) Soroterapia venosa 30ml\hora contínuo, início as 13h
c) Omeprazol 6\6hrs (volume total 10ml), iniciou as 12h
d) Antibioticoterapia 8\8hrs (volume total 30ml), iniciou as 08:00.
Saidas:
a) As 13h apresentou estase gástrica de 100ml. O médico solicitou que suspender a dieta
do próximo horário (somente)
b) Diurese eliminada nas 12 horas do plantão foi 900ml

Diante dessas informações elabore o balanço hídrico e ao final verifique se ele foi positivo ou
negativo e explique o resultado.
25

2-A realização do balanço hídrico é fundamental para o acompanhamento do paciente


hospitalizado na terapia intensiva. Analise o caso clínico abaixo:
Paciente sedado, infundindo dieta enteral a 50 ml/h, em uso de cateter duplo lúmen recebendo:
propofol a 10 ml/h, SF 0,9% de 1000 ml a 90 ml/h. Diurese em uso de sonda vesical de demora
com drenagem nas últimas 6h de 500 ml, dreno abdominal em bolsa coletora com drenagem nas
últimas 6h de 100 ml.
Após a realização do cálculo, o técnico de enfermagem classificou o balanço hídrico de 6 horas
em:

3-O paciente E.C.A. de 68 anos encontra-se em UTI coronariana em uso de sonda nasoenteral
para infusão de dieta e sonda vesical de demora (SVD) para melhor mensuração do seu débito
urinário. A técnica de enfermagem lançou no balanço hídrico das últimas 24 horas, ganhos de
500ml de hidratação venosa, 1000ml de dieta, 2 frascos de água de 250ml cada e 4 medicações
de 10ml cada. Já nas perdas, foram lançados 585 ml de diurese e 60ml de resíduo gástrico. De
acordo com os dados contidos no balanço hídrico o paciente apresentou um resultado:
26

6-Anotações de enfermagem
✓ É atribuição do Técnico de enfermagem fazer diariamente, as anotações dos
clientessob suas responsabilidades.
✓ Escrever no prontuário ou checar na prescrição médica usando caneta azul e
vermelhano noturno.
✓ As anotações de enfermagem não podem conter rasuras ou serem inventadas.

Exemplo de como proceder:

✓ Colocar data e anotar a hora dos cuidados realizados;


✓ Verificação dos sinais vitais conforme horários definidos no plano de cuidados de
enfermagem;
✓ Eliminação fisiológicas, drenos e sondas;
✓ As seis refeições: desjejum, colação, almoço, lanche, janta e ceia;
✓ Incluir queixas

7- Monitorização hemodinâmica
É o estudo dos movimentos e pressões da circulação sanguínea através da observação
metódica de parâmetros clínico - laboratoriais, que permitirão a vigilância contínua de um
sistema do organismo de forma invasiva e não-invasiva
A monitoração hemodinâmica do paciente crítico consiste na observação de variáveis
diretamente relacionadas ao sistema cardiovascular, que, quando interpretadas corretamente,
orientam e otimizam a conduta da equipe de saúde para uma melhor evolução clínica e uma
assistência segura na unidade de terapia intensiva (UTI).
O A monitorização hemodinâmica é utilizada para diagnóstico, terapêutica, e até mesmo
fazer prognóstico com os dados obtidos. A finalidade é reconhecer e avaliar as possíveis
complicações do estado hemodinâmico do paciente e intervir em tempo hábil com terapia
adequada, prevenindo maiores complicações.
A monitorização de sinais vitais é uma das mais importantes e essenciais ferramentas no
manuseio de pacientes críticos na UTI. Hoje é possível detectar e analisar uma grande
variedade de sinais fisiológicos através de diferentes técnicas, invasivas e não-invasivas.

Monitorização Eletrônica

A monitorização clínica frequente e a avaliação repetida dos dados vitais continuam sendo
eficiente para acompanhar a evolução na maioria das situações clínicas.
A monitorização eletrônica contínua de um conjunto de dados não invasivos e invasivos.
Os monitores eletrônicos multiparâmetros apresentam vários dados em uma só tela de forma
residente ou pelo acréscimo de módulos e sensores correspondentes. Geralmente ficam
guardados na memória e podem ser acessados em formas de planilhas e de gráficos.
27

Ajustes do monitor multiparâmetros:


Essas configurações podem ser salvas pelo tipo de paciente (adulto, criança, neonatal).
Inserir dados do paciente: Nome, idade, leito, unidade e data de admissão.
Selecionar o tipo de paciente. Geralmente os monitores insuflam no máximo até 150
mmhg em neonatos,180 mmhg em crianças e 270 mmhg em adultos.
Volume do monitor conforme a gravidade do paciente.
Limítrofes do alarme para cada parâmetro.
Frequência da medida da pressão não invasiva.
Limpar memória de dados do paciente anterior.

Registro de dados: Dados Vitais, débito urinário, balanço hídrico, parâmetros de


monitorização eletrônica e de ventilação mecânica devem ser anotados em impressos
próprios conforme POP de cada instituição.

.
28

8-Monitorização hemodinâmica Não- Invasiva


A monitorização hemodinâmica não invasiva vem aumentando nas unidades de cuidados
críticos e centro cirúrgico. O objetivo principal de utilizar a técnica não invasiva é reduzir as
complicações associadas às técnicas de monitorização hemodinâmica invasiva. Paciente é
monitorizado por meio de eletrodos e dispositivos específicos e os dados são transmitidos
para um monitor.
O objetivo de utilizar a técnica não invasiva é reduzir as complicações associadas às
técnicas de monitorização hemodinâmica invasiva, menor morbidade, melhor tolerância para
pacientes.
A escolha do sistema de monitorização hemodinâmica não invasiva dá-se por ser uma
técnica, menos invasiva, com facilidade no manuseio, de menor custo e que em estados
clínicos duvidosos pode ser confirmada por exames complementares, além de se prevenir
uma possível infecção.
As desvantagens desse método é que os dados obtidos podem não ser tão confiáveis e
além de ser necessário à cooperação do paciente.

Meios pelos quais podemos monitorizar hemodinamicamente o paciente de forma não


invasiva:
Pressão arterial não invasiva: Verificação da Pressão Arterial, através do método
escutatório, com esfigmomanômetro e estetoscópio, ou através do método automatizado que
tem como base a medida da pressão arterial através de curvas de medidas, realizada por
software validado para tal fim.
Frequência cardíaca: Verificação dos batimentos cardíacos, representada pelo número
de vezes que o coração bate por minuto, através da colocação de eletrodos no tórax.
Temperatura: mensuração da temperatura corporal através dos termômetros. Essa pode
ser mensurada de três maneiras: a temperatura retal e neste caso o valor obtido é um grau
Celsius acima da temperatura axilar; a temperatura central, que pode ser obtida com
termômetro esofágico, cateter de pressão intracraniana com dispositivo de temperatura e com
cateter de artéria pulmonar através da termodiluição.
Frequência respiratória: é mensurada através da observação da expansão torácica
contando o número de inspirações por um minuto.

Valores de Referência de parâmetros não invasivos


Adultos e > de 7 anos 60 a 100 bpm
Crianças de 1 a 7 anos 70 a 120 bpm
FREQUÊNCIA CARDIACA Lactentes 80 a 140 bpm
Neonatos 80 a 160 bpm
Adultos e > de 10 anos 12 a 20 irpm
Crianças de 1 a 10 anos 20 a 30 irpm
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA Lactentes 30 a 50 irpm
Neonatos 35 a 55 irpm
Pressão arterial sistólica Adultos 100 a 140 mmhg
Pressão arterial diastólica Adultos 70 a 100 mmhg
29

Eletrocardiografia ECG: A monitorização eletrocardiografia é a representação gráfica


sobre uma tela ou papel da atividade elétrica do coração.
É utilizada para diagnostico, documentação e tratamento dos pacientes graves.
A análise do traçado permite a identificação de alterações como arritmias, isquemias e
distúrbios eletrolíticos graves. O impulso elétrico é detectado através de eletrodos colocados
em áreas do tórax. Os monitores de ECG podem utilizar três ou cinco eletrodos.

Cuidados de enfermagem:

Instalação do eletrodo:
✓ Preparação da pele, verificar se a pele está úmida ou oleosa;
✓ Se a superfície é muito pilosa;
✓ Irritação cutânea;
✓ Interferência do músculo;
✓ Movimentos;
✓ Tipo de eletrodo (infantil ou adulto);
✓ Gel do eletrodo seco;
✓ Posicionamento;
✓ Eletrodo com pouca aderência.

Realizar a limpeza da pele para a aplicação dos eletrodos, com água e sabão e secagem posterior
contribui para a adequada transmissão do impulso elétrico, o excesso de pelos no tórax de alguns
pacientes pode justificar a necessidade de tricotomia nos locais de colocação do eletrodo. Sendo
assim garantir monitorização cardíaca e livre de interferências.
30

Oximetria de pulso: A saturação de oxigênio é um indicador do percentual de


hemoglobina que se encontra saturada pelo oxigênio no momento da verificação, serve para
avaliar a troca gasosa dos pacientes.
A eficácia da monitorização da saturação de oxigênio depende de vários fatores, entre
eles: nível de hemoglobina, fluxo de sangue, temperatura do local onde o sensor está
posicionado ao paciente, capacidade do paciente em manter oxigenação, concentração da
fração inspirada de oxigênio.
A saturação normal do oxigênio varia entre 95-99% no individuo jovem saudável.
Valores próximos a 95% são clinicamente aceitáveis.
Detectar a presença de hipoxemia é a melhor maneira de medir quanto oxigênio seu
sangue está transportado, sem a necessidade de puncioná-lo com agulha.

Cuidados de enfermagem:

✓Remover esmaltes coloridos;


✓Posicionar o sensor em local com perfusão adequada: extremidade distal dos membros
superiores ou lóbulo da orelha;
✓Ter o cuidado em fazer a alternância do oxímetro nos dedos dos pacientes que fazem
uso deste diariamente, evitando assim ao risco de necrose da polpa digital;
✓Posicionar corretamente o sensor em contato com a pele, pois isso evita falsos valores.

Capnografia: É uma técnica importante, não invasiva que fornece informações sobre a
produção de CO² (dióxido de carbono), perfusão pulmonar e ventilação alveolar, padrões de
respiração, bem como a eliminação do CO² do circuito do aparelho e ventilador pulmonar. Nos
gases expirados, a capnografia indica a quantidade de CO² que é eliminada dos pulmões para o
equipamento. Indiretamente reflete a produção de CO² pelos tecidos e o transporte de CO² para
os pulmões pelo sistema circulatório.
A capnografia fornece um método rápido e confiável para detectar situações de ameaça a
vida do paciente (mau posicionamento de tubos, falhas não esperadas no ventilador pulmonar,
falha na circulação e problemas na respiração) e que possam causar sequelas.
Em condições normais a PaCO² varia de 35-45mmhg. Hipercapnia PaCO² maior que o
esperado.
Hipocapnia PaCO² menor que o esperado.
É o registro do gás carbônico no final da expiração. Os capnógrafos analisam e registram
a pressão parcial de co2 durante o ciclo respiratório por um sensor aplicado nas vias áreas do
paciente ou pela aspiração de uma amostra de ar nas vias aéreas processada por um sensor.

Débito urinário: Quantidade de urina eliminada pelos rins em um determinado período. O


paciente deverá estar consciente e orientá-lo sobre a importância para usar marreco e comadre,
sendo assim mensurado antes de ser desprezado.
31

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 4

1. Explique o que é monitorização hemodinâmica.


2. Quais são os meios de monitorizar hemodinamicamente não invasiva.
3. Cite duas vantagens e desvantagens de monitorizar o paciente não invasivamente.
4. Quais os cuidados que devemos ter no posicionamento dos eletrodos para a
monitorização cardíaca.
5. Para que serve o aparelho oxímetro.
6. O que é capnografia?

9-Monitorização Hemodinâmica Invasiva


Este tipo de monitoração é fundamental em UTI, é feita por meio da utilização de cateteres
e transdutores que ligados ao sistema, mostram os resultados encontrados em forma de ondas
no monitor cardíaco.

Os profissionais de saúde envolvidos nos cuidados com o paciente crítico são


responsáveis por garantir a validade da informação sobre a hemodinâmica do doente. A
monitorização hemodinâmica invasiva refere-se ao sistema arterial e venoso, utilizadas para
medir pressões intracardiacas, intrapulmonares, intravasculares e para determinar aeficácia
da terapia.

Meios pelos quais podemos monitorizar o paciente de forma invasiva:

1. Acesso Venoso Central (AVC) ou Cateter Venoso central (CVC)

2. Débito Cardíaco (DC) e Índice Cardíaco (IC)

3. Pressão Venosa Central (PVC)

4. Pressão Arterial Invasiva (PAI)

5. Pressão Pulmonar (Cateter de Swan-Ganz)

6. Pressão Intracraniana (PIC)


32

1.Acesso Venoso Central

Acessos venosos centrais são cateteres inseridos em veia central ou periférica cuja
extremidade distal atinja a veia cava superior ou inferior. São usados frequentemente quando
a via periférica é desaconselhada ou sítio não viável, tanto para infusão de forma segura de
medicamentos e soluções, como para coleta de sangue para exames em alguns tipos de
monitorização.
O acesso venoso central pode ser obtido por punções das veias:

✓ Antecubitais que conduzem ao sistema venoso profundo (veia cefálica ou basílica),


denominados atualmente de cateteres centrais de inserção periférica (PICC);

✓ Punção direta das veias jugulares ou subclávias por diferentes abordagens;

✓ Veia femoral.

Os acessos podem ser de curta permanência, raramente durando mais de 30 dias ou de


longa permanência para terapias venosas prolongadas.

A ocorrência de complicações nos acessos venosos está relacionada, na maioria das


vezes, a erros técnicos e os mais comuns são as múltiplas tentativas de punção, o
posicionamento inadequado do paciente e a realização de punções em emergências.
Lembrando que o acesso venoso central é um procedimento feito pelo médico cirurgião,
intensivista. O cateter central pode ser inserido pelo enfermeiro (cateter central de inserção
periférica – CCIP ou PICC) desde que tenha habilitação especifica.

A infecção relacionada ao cateter deve ser suspeitada quando houver bacteremia ou


secreções no local de inserção. A suspeita clínica de sepse relacionada ao cateter deve incluir
hemoculturas positivas colhidas em veias periféricas, com identificação de bactéria no
segmento de cateter. O diagnóstico é confirmado com o crescimento de agentes patogênicos
na hemocultura ou com a cessação da febre após a retirada do cateter.

Indicações para Acesso Venoso Central

• Monitorização de pacientes graves com instabilidade hemodinâmica;

• Nutrição parenteral;

• Administração de drogas vasoativas;

• Reposição hídrica;
33

• Colocação de cabo de marca-passo;

• Inacessibilidade de veias periféricas;

• Hemodiálise;

• Necessidade de infusão rápida de drogas, líquidos e hemocomponentes;

• Monitorização hemodinâmica: pressão venosa central (PVC), via para inserção


de umcateter de artéria pulmonar (swang-ganz).

Complicações do acesso venoso central

• Pneumotórax/hemotórax

• Perfuração vascular/cardíaca

• Infecção

• Lesão de nervo

Cuidados na obtenção e na manutenção dos acessos venosos

1. Prevenção de infecção.

-Assepsia adequada da pele.

-Disponibilidade de material apropriado

-Luvas, gorro e avental

-Campo cirúrgicos.

2. Correto posicionamento do paciente

3. Sedação prévia se necessário

4. Evitar punção em pacientes com coagulopatias ou infecção locais.

5. Fixação adequada do cateter

6. Cuidados na manipulação

7. Manter cateter somente pelo tempo necessário.

8. Retirar o cateter caso haja processo inflamatório ou trombose venosa


34

9. Trocar cateter só em caso de necessidade

10. Se houver suspeita de infecção, recomenda-se nova punção

11. Radiografia de controle pós-punção é obrigatória.

2- Débito cardíaco
Conceito: refere-se à quantidade de sangue ejetado pelos ventrículos por unidade de
tempo. O débito cardíaco não é uma medida de volume, mas sim uma medida de fluxo em
relação ao tempo medido em minutos.

Considerando que o sistema circulatório é um sistema fechado. O seu valor nos ajuda a
avaliar o desempenho cardíaco. Valor de referência: 5-6 l/mim.

O conceito de débito cardíaco não é o mesmo que volemia (entende-se que volemia é o
volume de sangue circulante).

DC = FC X VS

Índice cardíaco: Quando utilizamos o valor do débito cardíaco e relacionamos este a


massa corporal obtemos o índice cardíaco. Esta medida é mais precisa para avaliar a função
dos ventrículos. Os valores hemodinâmicos são calculados utilizando a massa corpórea do
paciente calculada através do seu peso e da sua altura. Valor de referência: 2.8 e 4.0 l/min.

IC = DC / IMC

ATIVIDADE DE FIXAÇÃO 5

1. Cite as indicações para puncionar Acesso Venoso Central

2. Quais as veias podem ser puncionadas para AVC

3. Conceitue Débito Cardíaco e seu valor de referência

4. Qual a diferença entre Débito Cardíaco e Volemia.


35

3-Pressão Venosa Central (PVC)


É a pressão medida na veia cava próximo a entrada do átrio direito através de um cateter
central, representa, na verdade a pressão de enchimento do átrio direito. A PVC é o
parâmetro indicador da função ventricular direita e, principalmente,do estado volêmico do
paciente.

A passagem de um cateter central em uma veia central nos permite a monitorização da


pressão venosa central (PVC). Os cateteres de PVC são utilizados para indicar as pressões
cardíacas direita (pressão do enchimento do lado direito ou pré-carga do ventrículo direito) e
do estado de hidratação.
A pressão na veia cava superior tende a ser igual a pressão em átrio direito, já que não
existe obstáculos entre esses dois compartimentos, portanto, o termo PVC geralmente refere-
se a ambos.
O valor normal da PVC é em torno 2-8 mmhg (adultos) e 2-6 mmhg (crianças).
Os principais sítios de inserção de cateteres venosos são: jugular interna, jugular
externa, subclávia, femoral e antecubital (cateteres centrais de inserção periférica, PICC).

A PVC pode ser medida também na veia femoral se a ponta do cateter estiver na veia cava
inferior com a cabeceira plana 0°.
A monitorização da pressão venosa é realizada através de um transdutor de pressão
descartável.
36

Fatores que interferem no valor real da PVC

Em relação ao paciente:

✓ Mudança de posição no leito;

✓ Mobilização excessiva; movimentos amplos (inspiratórios ou expiratórios;

✓ Pacientes conectados a ventiladores mecânicos, pois haverá diminuição do


retornovenoso e consequente níveis alterados de PVC.

Em relação ao cateter e aos sistemas de conexão:

✓ Deficiente posicionamento da ponta do cateter;

✓ Presença de coágulo no cateter;

✓ Cateteres excessivamente finos ou alta complacência;

✓ Presença de bolhas de ar no sistema

✓ Cateteres e conexões com vazamentos.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 6

1. Qual a finalidade da PVC e seu valor de referência.


2. Cite a localização do cateter da PVC e quais veias podem ser utilizadas para essa
monitorização invasiva.
3. Cite os fatores que interferem no valor real da PVC.
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4-Pressão Arterial Invasiva - PAI

Consiste basicamente na canulação de uma artéria (arterial, femoral, axilar, pediosa,


braquial ou temporal superficial) e na leitura da pressão por meio de um sistema transdutor
(que transforma um sinal analógico de pressão em um sinal digital que será amplificado e
transmitido para o monitor) faz-se por meio da introdução de um cateter em uma artéria e a
ligação deste cateter a um sistema de fluxo de alta pressão, com soro heparinizado.

O local ideal para a canulação deve apresentar circulação colateral adequada, ser fácil
acesso para se canular e para os cuidados de enfermagem, não promover dobras ou
obstrução do cateter inserido, não ser desconfortável ou distorcer a curva de pressão arterial
com movimentação do paciente, reproduzir fielmente a curva de pressão da aorta central e
ser livre de contraindicações relativas. A artéria radial é o sítio de canulação mais comum e,
junto com a artéria femoral, são os sítios selecionados em mais de 90% das vezes em unidade
de terapia invasiva.

300 mmhg
38

Indicações:

✓ Monitorização contínua da pressão arterial em pacientes com grave instabilidade


hemodinâmica.
✓ Coleta frequente de amostras sanguíneas em pacientes sob ventilação
mecânica e/oucom distúrbios metabólicos.
✓ Hipotensão ou hipertensão grave;
✓ Grandes cirurgias
Atenção aos cuidados:

✓ Artéria de calibre adequado para a medição da pressão arterial.


✓ O cateter jamais deve ocluir a artéria em seu diâmetro.
✓ Artéria com circulação colateral adequada para evitar necrose distal em caso de
trombose arterial
✓ Local de acesso fácil para manutenção do cateter e coleta de amostras de
sangue.
✓ Evitar áreas com alto risco de contaminação por microrganismos.
✓ Avaliar circulação radial e ulnar através da técnica de Allen ( privativo ao Enfermeiro)
A colocação e a manutenção de um cateter arterial exigem técnica extremamente
asséptica, pois a contaminação desse sistema implica a inoculação intra-arterial de
microrganismos.

Uma vez escolhido o local da punção arterial, o médico deve paramentar-se com gorro,
máscara, avental e luvas estéreis.

Sítio para punção arterial:

✓ Radial (1ª escolha)


✓ Femoral (2ª escolha)
✓ Pediosa dorsal \ braquial- avaliar risco benefício (3ª escolha).

Técnica de Allen

Para a punção da artéria radial deve-se avaliar a circulação colateral da mão pela
técnica de Allen:

1. Elevar a mão o paciente acima da cabeça comprimindo-se a artéria radial e a artéria


ulnar por alguns segundos, com o paciente em decúbito dorsal horizontal.

2. A mão deverá adquirir aspecto pálido.

3. Retornar a mão ao decúbito horizontal e descomprimir a artéria ulnar.

4. O aspecto pálido da mão deverá regredir em até seis segundos, demonstrando


circulação ulnar satisfatória.

5. Caso isso não ocorra a punção radial dessa mão está contraindicada.
39

Na presença de circulação ulnar satisfatória, proceder á punção da artéria radial:

1. Posicionamento da mão em dorso flexão de 60° em relação ao braço com um coxim


sob o punho.

2. Palpação da artéria radial proximal a cabeça do rádio.

3. Preparação do local de punção.

4. Realização da punção com agulha em ângulo de 30° em relação ao antebraço,


utilizando-se a técnica de Seldinger.

Principais complicações

✓ Trombose arterial
✓ Embolia
✓ Hematoma
✓ Hemorragia
✓ Infecção
✓ Aneurismas e fístulas arteriovenosas
✓ Dor e inflamação no local de punção
✓ Compreensão nervosa
✓ Comprometimento vascular
✓ Desconexão e exsanguinação
✓ Injeção acidental de medicamentos
✓ Sepse

Não existe tempo definido de permanecia do cateter arterial, contudo orienta-se que o
mesmo deve ser retirado o mais precocemente possível. (Ideal 48 horas, limite de 4-5 dias)
40

CÁLCULO PARA OBTER O VALOR MEDIO DA PRESSÃO ARTERIAL:

PAS: Pressão Arterial Sistólica


PAD: Pressão Arterial Diastólica
PAM: Pressão Arterial Média

Parâmetros de referência PAM: 70 a 100mmhg.

Gasometria Arterial

A gasometria arterial é um exame invasivo, que tem por finalidade medir as pressões
parciais de gases (O² e CO²), avaliar a saturação de O² pela hemoglobina, bem como o pH, e
calcular indiretamente a concentração do íon bicarbonato (HCO³) e o déficit de bases no
sangue arterial.
A detecção de alterações nas pressões parciais dos gases arteriais e do pH sanguíneo
não fornece um diagnóstico, mas indica a presença de um distúrbio causado por uma condição
clínica, conhecida ou não, o que auxilia no diagnóstico ou prognóstico da doença.
41

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 7

1- Qual a finalidade da PAI e seu valor de referência.


2- Cite as indicações da PAI.
3- Descreva como se realiza o teste de Allen e para que serve.
4- Calcule a PAM para um paciente que apresentou PNI de 172x98mmhg, 151x72mmhg,
98x42mmhg e 71x 39mmhg.
5- Qual a finalidade da gasometria arterial.
6- Qual o tempo limite para permanência da PAI.
7- Quais as possíveis complicações da monitorização da PAI.
8- Quais as artérias de escolha para inserção do cateter para mensurar a PAI
42

5- Cateter de artéria pulmonar (CAP)


Criado em 1970 para monitorização hemodinâmica a beira leito. Criado por Jeremy Swan
e Willian Ganz, por isso a nomenclatura de cateter de Swan ganz. com vários lumens e cada
um abre em um local específico ao longo do cateter.

A indicação para a cateterização da artéria pulmonar está indicada em pacientes nos quais
se pretende informações da pré-carga, pós-carga, contratilidade, consumo e oferta de
oxigênio. Após sua passagem, o cateter de Swan-Ganz deve permanecer locado na artéria
pulmonar

Descrição do cateter de Swan-Ganz:

✓ Via proximal (azul): o seu orifício situa-se a 29 cm da extremidade distal. Fica posicionado
ao nível do átrio direito ou veia cava superior. Permite a injeção de líquidos para medidas
hemodinâmicas e é utilizado também para medir a PVC e coleta de sangue;
✓ Via distal (amarela): o seu orifício situa-se na ponta do cateter, permitindo a medida das
pressões nas câmaras cardíacas, direitas, pressão arterial pulmonar e pressão capilar,
pulmonar, durante a inserção, além da coleta de amostra de sangue venoso ou misto, na
artéria pulmonar;
✓ Via do termistor: é usado para medir e mostrar a temperatura do sangue na artéria
pulmonar;
✓ Via do balão (vermelha): auxilia na migração do cateter pela flutuação dirigida pelo fluxo
sanguíneo, permitindo a ligação do cateter e a medida da pressão.
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Indicações do CAP:

Para diagnostico complementar ou diferencial;

Choque cardiogênico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva


refrataria, síndrome da angústia respiratória aguda.

Condições cardíacas complexas;

Hipotensão arterial que não responde a prova de volume, instabilidade hemodinâmica que
requer o uso de drogas vasoativas e suporte ventilatório mecânico-choque cardiogênico.

Pacientes críticos selecionados, que frequentemente desenvolvem disfunção


cardíaca no decorrer da internação;

Insuficiência renal aguda, processos dialíticos complicados, casos selecionados de


"overdoses" por drogas toxicas.

Pacientes cirúrgicos selecionados;

Cirurgia cardíaca, revascularização do miocárdio com baixa função ventricular,queimados


graves.

Vias de inserção do CAP:

As principais vias de inserção são as mesmas que as de outro acesso venoso central.
(Jugular, Subclávia e Femoral). Em relação a técnica de inserção, as principais vias de
introdução do CAP são as mesmas que as de outros acessos centrais. A escolha é feita de
acordo com a familiaridade e a técnica do indivíduo que realizara a punção.

Após a localização do vaso com uma agulha, introduz-se um guia metálico, o dilatador e
a bainha do cateter. A seguir, após os testes que comprovem o funcionamento adequado do
cateter, é introduzido envolto em uma capa plástica de proteção que será conectada a bainha
após seu adequado posicionamento. Introduz-se o cateter com o balonete desinflado através
da bainha e acompanha-se sua posição até chegar ao átrio direito. Nesse momento, insufla-se
o balonete e sua introdução é continuada até observar-se a curva do ventrículo direito,
caracterizada por aumento importante da pressão sistólica com pressão diastólica baixa. A
passagem do cateter pelo ventrículo direito predispõe a arritmias como extrassístoles ou
episódios de taquicardia ventricular não sustentada. O balonete é mantido insuflado e observa-
se o aumento da pressão diastólica, indicando que o CAP se encontra na artéria pulmonar.
Introduzindo o CAP na artéria pulmonar, observa-se um decréscimo nas pressões e um
achatamento da curva de pressão pulmonar, indicando a localização da pressão de oclusão de
artéria pulmonar. Nesse momento deve-se desinflar o balonete para obter-se o retorno da curva
de pressão da artéria pulmonar.

Como avaliar o adequado posicionamento do CAP


✓ Através da radiografia de tórax, identificação das ondas de pressão e analise gasométrica.
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O cateter de swan -ganz permite o registro das seguintes pressões:

✓ Pressão de átrio direito (PAD) ou pressão venosa central (PVC);

✓ Pressão de ventrículo direito:

✓ Pressões de artéria pulmonar sistólica: 15 a 25mmhg (PAPs);

✓ Pressões de artéria pulmonar diastólica: 8 a 15mmhg (PAPd);

✓ Pressão da artéria pulmonar ocluída: 6 a 12mmhg;

✓ Débito cardíaco (DC): 5 a 6 l/min.;

✓ Saturação venosa mista de O²: 70-75%.

Complicações:

✓ As complicações relacionadas ao CAP são as mesmas que para cateteres venosos


centrais, com exceção de algumas complicações especificas:
✓ Como a possibilidade de ocorrerem nós no cateter no ventrículo direito,
✓ Ruptura de artéria pulmonar principalmente se o balonete permanece insuflado por
mais de 20 segundos, presença de bloqueios de ramo,
✓ Bloqueio atrioventricular total, durante a passagem do cateter
✓ Lesão da valva tricúspide
✓ Embolia pulmonar
✓ Perfuração do ventrículo direito
✓ Infecções

EXERCICIO DE FIXAÇÃO 8
1-O que é cateter de Swan-ganz?
2- Quais as vias do Swan-ganz e quais as funções delas?
2-Qual o caminho percorrido pelo cateter após ser inserido e qual estrutura ele deverá alcançar
(relate também sobre a inflação e desinflação do balonete no decorrer desse caminho).
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6 - PIC (Pressão intracraniana)


A pressão intracraniana (PIC) é definida como a pressão exercida no interior da caixa
craniana., medida em mmhg, é descrita como a pressão que o crânio exerce sobre o tecido
cerebral, líquido cefalorraquidiano e sobre o sangue circulante no cérebro.

A cavidade craniana contém o cérebro, que pesa aproximadamente 1400g (80%), 75 ml


(10%) de sangue e 75 ml (10%) de líquido cefalorraquidiano (LCR). Estas quantidades
mantem-se relativamente constantes. Logo, em indivíduos saudáveis, o volume de sangue,
LCR e do cérebro não aumentam nem diminuem. O aumento de qualquer um desses
componentes poderá causar hipertensão intracraniana (HIC) e morte neuronal por isquemia
se não houver nenhum mecanismo compensatório ou tratamento.

O organismo consegue manter os valores da PIC dentro dos parâmetros normais através
de mecanismos de autorregulação.

A monitorização da pressão intracraniana faz-se por meio da implantação de um cateter


através do crânio, no espaço subaracnóideo ou no ventrículo cerebral. Este funciona por meio
de um sistema com transdutor que reúne dados que são apresentados continuamente, e é
utilizado para controlar as alterações na pressão dentro da cavidade craniana em doentes
com PIC instável ou que apresentem hipertensão intracraniana. Além disso, o
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cateter também pode ser utilizado para aspirar líquidos cefalorraquidianos para análise ou
exames bacteriológicos, e para aliviar a PIC elevada.

Valores de referências:

PIC Adulto:
0 a 10 mmhg- normal.
11 a 20 mmhg – Levemente elevada
= ou >15mmhg por mais de 10 minutos, necessita de avaliação e provavelmente de
tratamento.
21 a 40 mmhg – Moderadamente elevada
> 40 mmhg – HIC grave

= ou >15mmhg por mais de 10 minutos, necessita de avaliação e provavelmente de


tratamento.

PIC Crianças:3 -7mmhg

PIC Lactentes: 1,5 -6mmhg

Causas de Elevação da PIC:


✓ Alterações do LCR: hidrocefalia, edema, tumor.
✓ Alterações do sangue: hemorragia intracraniana, hematoma epidural, hipoxia.
✓ Alterações do componente parenquimatoso: lesão expansiva, lesão isquêmica, tumor
encefálico.
✓ Triade de cushing – bradicardia /hipertensão /bradpinéia. (compressão do bulbo devido
herniação do encéfalo)

Indicação da Monitorização da PIC:

✓ TCE

✓ Hidrocefalia

✓ Pós-operatório neurocirúrgico

✓ Encefalopatias metabólicas
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Cuidados essenciais ao cliente com monitorização da PIC:

-Posição da cabeça: A cabeça deve ser mantida em posição neutra para otimiza o retorno
venoso. Quando houver necessidade de mobilização do paciente, a cabeça deve ser mantida
em alinhamento com a coluna. Movimentos de rotação para a direita podem aumentar os
valores da PIC, do que movimentos para a esquerda. A posição de prona deve ser evitada,
por aumentar as pressões intra-abdominal e intratorácica, com consequente aumento da PIC.

- Temperatura corporal: O objetivo é a manutenção do paciente apirético, evitando


agressivamente a hipertermia, pois esta pode aumentar o metabolismo cerebral. Já a
hipotermia prolongada pode diminuir os leucócitos, aumentando o risco de infecção.

-Monitorização hemodinâmica: é recomendada a instalação de cateter de pressão arterial


invasiva (PAI) e medidas de PVC. A hipotensão deve ser tratada com o uso de drogas
vasoativas. Nas situações de perda da autorregulação cerebral, qualquer alteração de pressão
pode ser diretamente transmitida aos vasos cerebrais, com maior risco de edema ou isquemia,
por isso é necessário avaliar a pressão da perfusão cerebral (PPC) através das medidas da
PIC e PAM.

PPC = PAM - PIC

PPC VR: 50 e 60 mmHg

Quadro clínico da Hipertensão Intracraniana

✓ Cefaleia (apresentação típica: pior durante a manhã);


✓ Vômitos (apresentação típica: sem náuseas);
✓ Alteração do nível de consciência (agitação até coma);
✓ Convulsões;
✓ Sinais de herniação cerebral
✓ Postura de decorticação ou descerebração;
✓ Alterações cardiorrespiratória.

Tratamento da HIC:

✓ Monitoramento Invasivo da PIC


✓ Alívio da PIC (redução de LCR / Diminuição de volume sanguíneo cerebral) – Manutenção
da perfusão cerebral.
✓ Administração de diuréticos.
✓ Restrição de líquidos.
✓ Elevar a cabeceira do leito em 30°
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DERIVAÇÃO VENTRICULAR EXTERNA – DVE


É indicada para a redução e o controle temporário da pressão intracraniana (PIC), por
meio da drenagem do líquido cefalorraquidiano (LCR) acumulado nos ventrículos cerebrais
para uma bolsa coletora externa, em casos em que o implante de derivação interna não é
indicado.

O cateter é implantado no ventrículo cerebral e tem a finalidade de coletar o fluido


diretamente do interior do ventrículo cerebral, conduzindo-o para a bolsa de coleta através
de um tubo acompanhada de acessórios.

Contraindicações:

✓ Este sistema não deve ser utilizado quando houver infecções no couro cabeludo.

✓ Este dispositivo não deve ser utilizado em paciente em que estejam em tratamento de
anticoagulantes.
✓ Precauções:

✓ O tempo máximo de permanência do implante deve ser determinado pela avaliação do


médico responsável, não sendo superior a 30 dias.
✓ A pressão intracraniana é controlada pela altura da bureta em relação ao paciente. A bolsa
de drenagem deve ser colocada abaixo do nível em que o paciente se encontra.
49

DERIVAÇÃO VENTRICULAR PERITONEAL – DVP

A derivação ventrículo peritoneal (DVP) consiste em um sistema de drenagem liquórica


da cavidade ventricular para a peritoneal, conectado por uma válvula, para alívio da pressão
no cérebro causada pelo acúmulo de líquido.
A derivação consegue reduzir a pressão no cérebro da maioria das pessoas. As DVPs
provavelmente precisarão ser substituídas depois de alguns anos, especialmente em
crianças pequenas. A duração média de uma derivação para um bebê é de dois anos.
Adultos e crianças maiores podem não precisar substituir a derivação por oito anos ou mais.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 9

1 -O que é Hipertensão Intracraniana


2 -Cite a consequência caso não ocorra tratamento correto para HIC.
3 - Como é realizado a PIC e seu valor de referência.
4- Cite 5 sintomas clínico da HIC.
5- Qual a indicação da DVE e sua finalidade.
6 -Qual o tempo máximo de permanência para DVE.
7 -O que é DVP?
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Fisiopatologia da insuficiência respiratória


A respiração tem como objetivo final a hematose ou trocas gasosas, a transferência de
oxigênio (O²) e gás carbônico (CO²) entre o gás alveolar e o sangue.

A insuficiência respiratória é a incapacidade do sistema em atender as necessidades de


oxigênio dos tecidos causando hipoxemia.

Captação de oxigênio e eliminação de gás carbônico

Em cada inspiração, aproximadamente 500 ml de ar entram nos pulmões (volume


corrente) e, destes, aproximadamente 150 ml não participam das trocas gasosas (espaço
morto anatômico); O O² difunde-se dos alvéolos para os capilares alveolares, onde grande
parte se liga á hemoglobina e entra na circulação sistêmica. Cada hemácia atravessa a
circulação pulmonar em aproximadamente 0,75 segundo e a hemoglobina torna-se totalmente
oxigenada em um terço desse tempo, o que garante uma boa reserva funcional pulmonar.
O espaço morto fisiológico é definido como a quantidade de ar que entra durante a
inspiração e não participa de trocas gasosas. Ele é formado pelo espaço morto anatômico,
composto de vias aéreas condutoras, e pelo espaço morto alveolar, que compreende as
unidades alveolares que são ventiladas, mas não perfundidas. Nos pacientes em ventilação
mecânica, acrescenta-se ao espaço morto anatômico o tubo orotraqueal ou cânula de
traqueostomia.
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Terminologia em ventilação mecânica


Volume corrente: volume de ar trocado durante cada respiração.

Sensibilidade: ajuste ventilatório que regula a sensibilidade do aparelho ao esforço


respiratório do paciente.

Complacência pulmonar: é a medida da elasticidade pulmonar e da caixa torácica.

Resistencia: é resistência oferecida pelas vias aéreas a entrada do ar. Esta relacionada
com o calibre das vias aéreas e com o fluxo de ar.

Volume residual: é o volume de ar que permanece nos pulmões mesmo após uma
expiração forçada.

Espaço morto fisiológico: consiste na somatória do ar que permanece nas vias aéreas,
traqueia e nos brônquios (espaço morto anatômico) com o ar que preenche os alvéolos não-
perfundidos (espaço morto alveolar).

Ventilação Mecânica
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A Ventilação Mecânica (VM) ou o suporte ventilatório consiste na utilização de um


ventilador pulmonar artificial para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória
aguda ou crônica. Basicamente, a VM é empregada visando a melhora\manutenção das trocas
gasosas pulmonares, ou seja, correção da hipoxemia e\ou da acidose respiratória associada
á hipercapnia.

Classifica o suporte ventilatório em dois grupos:

✓ Ventilação Mecânica Invasiva

✓ Ventilação Mecânica Não Invasiva

Em ambas as modalidades se utiliza pressão positiva nas vias aéreas para garantir a
ventilação artificial. Porém, a forma de liberação dessa pressão é distinta, pois enquanto na
Ventilação Invasiva utiliza-se uma prótese introduzida na via aérea – um tubo oro ou
nasotraqueal, ou ainda uma cânula de traqueostomia, na Ventilação Não Invasiva, utiliza-se
uma máscara como interface entre o paciente e o ventilador artificial.

Ventilação Mecânica Não Invasiva

A ventilação mecânica não invasiva é uma técnica de ventilação mecânica em que não
é empregado qualquer tipo de prótese traqueal (tubo orotraqueal, nasotraqueal ou cânula de
traqueostomia), sendo a interface entre o ventilador e o paciente feita através do uso de uma
máscara.

A VNI tem por objetivo aumentar a ventilação alveolar e diminuir o trabalho respiratório.

O paciente submetido a VNI deve ser capaz de gerar ao menos parte do trabalho
respiratório para garantir uma ventilação alveolar adequada. O sucesso da técnica depende
da familiarização da equipe com a VNI, da seleção adequada do paciente, da adaptação da
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máscara ao paciente e principalmente de sua cooperação. São inúmeras as vantagens da


ventilação não-invasiva com pressão positiva descritas na literatura.

A ventilação não-invasiva pode ser oferecida em duas modalidades:

- Ventilação não-invasiva com pressão negativa: instituída por meio de uma pressão ao
redor do tórax e do abdome do paciente, o qual é mantido no interior de câmaras fechadas
("pulmão-de-aço" ou couraças mais flexíveis). Atualmente a ventilação não-invasiva com
pressão negativa é pouco utilizada na prática clínica;

- Ventilação não-invasiva com pressão positiva: o ar é administrado através de uma


máscara acoplada ao nariz (máscara nasal) ou ao nariz e a boca (máscara facial ou oronasal),
conectada a um respirador que emite um fluxo de ar que gera pressão positiva na via área do
paciente.

CRITÉRIOS INDICAÇÕES

• Pacientes cooperativos

- Dispnéia, taquipneia (> 24ipm)

- Aumento do trabalho respiratória

- Hipercapnia (ph 7.10 - 7.35)

- Hipoxemia

• Indicações por doenças:

- Doenças pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

- Edema agudo de pulmão cardiogênico

- Estados de imunossupressão

- Pneumonias adquiridas na comunidade

- Asma

- Descontinuação da ventilação mecânica invasiva

- Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)

- Fibrose cística

- Estados de dificuldade para intubação

CONTRA INDICAÇÕES
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• Diminuição da consciência, sonolência, agitação, confusão ou recusa do paciente

• Instabilidade hemodinâmica com necessidade de medicamento vasopressor, choque


(pressão arterial sistólica < 90 mmHg), arritmias complexas

• Obstrução de via aérea superior ou trauma da face

• Tosse ineficaz ou incapacidade de deglutição

• Distensão abdominal, náuseas ou vômitos

• Hemorragia digestiva alta

• Infarto agudo do miocárdio

• Pós-operatório recente de cirurgia de face, via aérea superior ou esôfago

Ventilação Mecânica Invasiva

A ventilação mecânica é um método artificial para manutenção da ventilação em pacientes


impossibilitados de respirar espontaneamente, feito através da introdução deprótese na via
aérea do paciente (tubos orotraqueais ou tubos traqueostomia) e mediante ventiladores
mecânicos, capazes de fornecer uma pressão positiva ao sistema respiratório para expansão
pulmonar.

PRINCIPAIS INDICAÇÕES DE VMI

Anormalidades da ventilação e oxigenação:

• Drive respiratório diminuído

• Fadiga da musculatura acessória


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• Necessidade de pressão + no final da inspiração

• Inadequada condução do comando respiratório

• Doenças neuromusculares/ paralisias

• Resistência aérea aumentada

• Complacência pulmonar diminuída

• Hipoxemia refrataria

• Instabilidade da parede torácica

• Excessivo trabalho respiratório

Outras situações clínicas:

• Possibilitar analgesia/ sedação/ BNM

• Diminuir consumo de O² miocárdio ou sistêmico

• Diminuir PIC através da hiperventilação

• Facilitar recrutamento alveolar e prevenir atelectasias

Cuidados em Enfermagem:
✓ Reconhecer o equipamento e seus acessórios;

✓ Assegurar o bom funcionamento do aparelho;

✓ Conferir parâmetros ventilatórios e ajustes de alarmes;

✓ Checar sincronismo ventilador\paciente;

✓ Monitorizar ventilação e padrão respiratório;

✓ Reconhecer sinais de hipoxemia e hipercapnia;

✓ Interpretar valores gasométricos;

✓ Prevenir complicações relacionadas a ventilação mecânica;

✓ Estabelecer e padronizar técnicas no cuidado com o paciente;


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✓ Reduzir a ansiedade do paciente e familiares;

✓ Manter comunicação por métodos alternativos;

✓ Manter conforto do paciente em suporte ventilatório;

✓ Evitar extubação.

O suporte ventilatório mecânico pode propiciar:

✓ Redução do trabalho respiratório, com aumento na oxigenação e diminuição do


acúmulo de dióxido de carbono nos pulmões e na circulação sanguínea;

✓ Prevenção de fadiga da musculatura respiratória;

✓ Proteção das vias aéreas.

PRINCÍPIOS DA CONFIGURAÇÃO DO VENTILADOR

CICLO RESPIRATÓRIO

• O ciclo respiratório na VMI é composto de: fase inspiratória, ciclagem


(mudança dafase inspiratória para expiratória), fase expiratória e disparo (transição da fase
expiratória para inspiratória).

MODO BÁSICOS DE VMI

• Os modos da VMI estão relacionados com a forma que o ventilador inicia a


inspiração. São 04 formas de disparo da fase inspiratória: a tempo, a fluxo, a pressão e de
disparo neural.

Modos de disparos

• A tempo: iniciado, controlando e finalizado exclusivamente pelo ventilador. A FR, o


volume ou pressão e fluxo inspiratório são fixados pelo profissional.

• A pressão: ocorre quando um nível de pressão estipulado é detectado pelo ventilador


(devido ao esforço inspiratório do paciente).

• A fluxo: quando detecta um fluxo determinado pela sensibilidade.

• Disparo Neural: pela detecção da variação da atividade elétrica do diafragma.


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Modalidades de ventilação

-Ventilação Mecânica volume controlada: Nesta modalidade, todos os movimentos


ventilatórios são gerados pelo aparelho e o paciente não é capaz de iniciar respirações
adicionais. Assim, a frequência respiratória é programada no próprio respirador e a
sensibilidade do aparelho não interfere em sua ciclagem. Essa modalidade só será possível
em pacientes incapazes de esforços respiratórios espontâneos, estando sincronizados com
o aparelho.

- Ventilação Mecânica assistida: Neste tipo de ventilação, o aparelho aguarda o esforço


inspiratório do paciente, que ao reduzir a pressão intratorácica, faz cair a pressão das vias
aéreas, determinando a frequência respiratória. O controle do nível de esforço é fornecido
através da sensibilidade ajustada de acordo com a finalidade inspiratória do paciente e tem
como finalidade diminuir o trabalho muscular durante a ventilação. Nesta modalidade, é
necessário que o paciente tenha drive respiratório, pois o ventilador não ciclo sozinho.

- Ventilação Mecânica assistida-controlada: Permite um mecanismo misto de disparo:


o ciclo do aparelho dependera do esforço respiratório do paciente, porém, com uma frequência
respiratória pré-determinada no aparelho, caso o paciente apresente apneia ou queda
importante da frequência respiratória.

- Ventilação Mecânica mandatória intermitente: Esta modalidade permite ao paciente


em respiração controlada, a possibilidade de respirar espontaneamente entre as ventilações
geradas pelo aparelho. Para isto, há manutenção de um fluxo de ar no circuito entre uma
injeção de ar e outra, permitindo que o paciente respire sozinho nestes intervalos, combinando
assim ventilação controlada e ventilação espontânea.

- Pressão Positiva continua nas vias aéreas (CPAP): É uma modalidade de ventilação
espontânea, na qual a expiração ocorre contra um obstáculo, acumulado ar nos pulmões
mesmo ao final da expiração e novas ventilações começam a partir desse novo volume.

Complicações

Barotrauma: aplicação de pressão positiva aos pulmões, com altos valores e pressão
média das vias aéreas levando a ruptura alveolar. É manifestado por pneumotórax e\ou
enfisema subcutâneo.

Pneumonia: habitualmente desenvolve-se 48 horas após iniciada a ventilação mecânica.


Observa-se um novo ou progressivo infiltrado pulmonar associado à febre, leucocitose e
secreção pulmonar purulenta.

Atelectasia: pode ser difusa por administração prolongada de volumes correntes


inadequadamente baixos, diminuição da complacência pulmonar, geralmente provocada por
acúmulo de secreções ou intubação seletiva.
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Desmame ventilatório
O termo desmame refere-se ao processo de transição da ventilação artificial para a
espontânea nos pacientes que permanecem em ventilação mecânica invasiva por tempo
superior a 24 horas.

O processo de desmame da ventilação mecânica se inicia com o reconhecimento da


recuperação total ou parcial do evento que levou a falência respiratória, para determinação
exata do momento em que o paciente se encontra apto para iniciar a retirada do suporte
ventilatório e posteriormente, realizar a extubação.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 10

1-O que é insuficiência respiratória.


2- Conceitue as seguintes terminologias a seguir:
• Volume corrente
• Sensibilidade
• Complacência pulmonar
• Resistencia
• Espaço morto fisiológico
3-O que é Ventilação Mecânica?
4- Qual a diferença entre Ventilação Mecânica não Invasiva e Ventilação
Mecânica Invasiva
5- Cite 10 cuidados de enfermagem com pacientes em uso de Ventilação
Mecânica
6-Explique com suas palavras cada modalidade ventilatória.
7- O que é desmame ventilatório?

“A missão tradicional da enfermagem é de aliviar o sofrimento humano, se puder curar,


cura; se não puder curar, alivia; se não puder aliviar, consola”.

(Autor Desconhecido)
60
61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

VIANA, D. L., LEÃO, E. R., FIGUEIREDO, N. M. A. Especializações em Enfermagem:


atuação, intervenção e cuidados de enfermagem. 2.ed. São Paulo: São Caetano do Sul:
Yendis 2012.

Manual de medicina intensiva \ Flavio Eduardo Nácul...[et al.]. – Rio de Janeiro:


Elsevier, 2009.

Knobel, E. Terapia intensiva: enfermagem \ Elias Knobel; co-autores Claudia


Regina Laselva, Denis Faria Moura junior. -São Paulo: Editora Atheneu, 2010.

Viana, Renata Andréa Pietro Pereira. II. Torre, Mariana. Enfermagem em


terapia intensiva I. práticas integrativas. -- Barueri, SP : Manole, 2017.

Oliveira, Reynaldo Gomes .Blackbook Enfermagem - Volume 1 Espiral 2


março 2016.

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