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MANUAL DO ESTUDANTE TÉCNICO MÉDIO DE


SAÚDE - ENFERMAGEM

SEBENTA DE TÉCNICA DE
ENFERMAGEM-II

Autor:
Constantino

Estudante:__________________________

Nº:______

Vol. 2
APRESENTAÇÃO

Este manual foi elaborado pela Comissão Coordenadora do Projecto “Enfermagem


Humanizada” Coordenada por professores formados na área de Ciências da Saúde
“Enfermagem”, juntamente com os subsídios de outros profissionais formados nos
demais campos da saúde, a partir da constatação da necessidade da melhoria e
aprimoramento dos conhecimentos dos estudantes voltados às ações ligadas as
Técnicas e Procedimentos em Enfermagem na 12ª Classe, por parte dos discentes do
Curso Técnico Médio de Saúde - Enfermagem, contribuindo para o processo de ensino
e aprendizagem e melhoria das práticas aplicadas.
As actividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem, enfermeiros, técnicos
e auxiliares exprimem um conjunto de acções administrativas e técnicas que visão
qualificar a assistência prestada ao paciente.
A fim de que se obtenham óptimos resultados em todo o processo que envolve o
atendimento realizado pela equipe de enfermagem ao paciente, sendo necessário que
haja um regime de trabalho, normas e rotinas, agilizando e facilitando o cumprimento
das actividades de forma ordenada, alem de ser necessário e fundamental a presença
de uma equipe treinada e tecnicamente habilitada.
Este volume é composto pelos aspectos básicos a serem assimilados em
enfermagem desde os conceitos mais básicos até as primeiras técnicas a serem
realizadas pelos estudantes durante o período de formação, traz também informações
sobre a administração segura de medicamentos, os tipos de curativos, técnicas especiais
e outras técnicas bem como pontos fundamentais a serem observados e anotados pelos
estudantes e profissionais de enfermagem.
Este manual sugere modelos, mas não dita regras, apenas pretende auxiliar os
estudantes e profissionais de enfermagem a cada dia, para que reconheça sua
importância dentro das instituições hospitalares, desempenhando o seu trabalho do
melhor modo, assegurando a qualidade da assistência prestada ao paciente.

II
SUMÁRIO
UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS........................................................................ 1
SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS ........................................ 1
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS MEDICAMENTOS ................................................................. 5
UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS........................................................................ 6
SUMÁRIO: VIA ORAL.................................................................................................................. 6
SUMÁRIO: VIA SUBLINGUAL ..................................................................................................... 7
SUMÁRIO: VIA OCULAR ............................................................................................................. 8
SUMÁRIO: VIA AURICULAR ....................................................................................................... 9
SUMÁRIO: VIA VAGINAL .......................................................................................................... 10
SUMÁRIO: VIA RETAL .............................................................................................................. 11
SUMÁRIO: VIA INTRAMUSCULAR ............................................................................................ 12
SUMÁRIO: VIA INTRADÉRMICA ............................................................................................... 17
SUMÁRIO: VIA SUBCUTÂNEA .................................................................................................. 18
SUMÁRIO: VIA INTRAVENOSA ................................................................................................. 20
SUMÁRIO: CÁLCULOS DE MEDICAMENTOS ............................................................................ 25
CÁLCULO DE GOTEJAMENTO E SOLUÇÕES ............................................................................. 25
SUMÁRIO: OXIGENIOTERAPIA ................................................................................................. 26
SUMÁRIO: NEBULIZAÇÃO........................................................................................................ 29
UNIDADE: TÉCNICA DE APLICAÇÃO DE PENSOS/ LIGADURAS .................................................... 31
SUMÁRIO: FERIDAS ................................................................................................................. 31
SUMÁRIO: CURATIVOS ............................................................................................................ 34
SUMÁRIO: PENSOS OU COBERTURAS ..................................................................................... 36
SUMÁRIO: LIGADURAS E ATADURAS ...................................................................................... 43
UNIDADE: COLETA DE AMOSTRA PARA ANÁLISES ...................................................................... 45
SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A COLETA DE AMOSTRA PARA ANÁLISES ....................................... 45
UNIDADE: TRANSFUSÃO SANGUINEA ......................................................................................... 51
SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A TRANSFUSÃO SANGUINEA .......................................................... 51
UNIDADE: TÉCNICAS ESPECIAIS ................................................................................................... 55
SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A SONDAGEM VESICAL................................................................... 55
SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A SONDAGEM GÁSTRICA................................................................ 58
SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A SONDAGEM RETAL (ENEMA DE LIMPEZA) .................................. 61
MATERIAL AUXILIAR .................................................................................................................... 65
SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A REALIZAÇÃO DA MÚMIA ............................................................. 66
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 68

III
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS


DEFINIÇÃO
Administração de medicamentos: é o conjunto de técnicas usadas para aplicação
e distribuição de um determinado fármaco a um paciente realizado por um profissional
de enfermagem ou outro profissional capacitado e autorizado.
INDICAÇÕES PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Fins diagnósticos (avaliação da função hepática);
Fins profiláticos (heparina para prevenir tromboses);
Fins terapêuticos (antibióticos para combater as infecções);
Obs: O principal Objectivo da actualização e conhecimento da administração de
medicamentos é proteger os pacientes e os profissionais de enfermagem de possíveis
erros no manuseio e administração dos mesmos.
CONCEITOS GERAIS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Medicamento: É toda substância química (droga) capaz de desencadear uma ação
terapêutica, aliviar sintomas, prevenir doenças e auxiliar nos diagnósticos;
Posologia: Descreve a quantidade de um medicamento, que deve ser administrado
de uma só vez ou de modo fraccionado num intervalo de tempo determinado.
Dose: É a quantidade de droga administrada para fins terapêuticos;
Dose terapêutica: É a concentração de um fármaco capaz de produzir o efeito
terapêutico;
Soluto: É a droga usada para administração na sua forma inicial (comprimido;
suspensão; ampola);
Solvente: É a substância usada para dissolver ou diluir a droga na sua forma inicial
(água destilada ou soro fisiológico);
Acção sistêmica: É a acção desencadeada por um fármaco, absorvido pela corrente
sanguínea e posteriormente distribuído pelo organismo;
Acção localizada: É a acção desencadeada por um fármaco absorvido em um local
especifico e que desencadea a sua acção no mesmo local;
Sinergismo: É a associação das drogas, onde uma potencializa o efeito da outra;
Antagonismo: É a associação das drogas onde uma anula ou minimiza o efeito da
outra;
Reações de hipersensibilidade ou alergia: São reações que ocorrem em pacientes
sensíveis a determinados tipos de substância, mesmo quando o medicamento é
administrado na sua dose habitual.
Tolerância: é a diminuição gradual da resposta a um medicamento, devido ao seu
uso prolongado, causando a falta de sensibilidade dos receptores, sendo necessário
aumentar a dose para atingir o efeito farmacológico desejado;

1
Taquifilaxia: É a diminuição rápida da resposta de um fármaco quando este é
administrado repetidas vezes, também conhecida como tolerância a curto prazo.
Efeito tóxico: É o efeito que surgi quando há altas doses do medicamento no
organismo, ou mesmo quando há doses habituais mas ocorre uma falha no processo
farmacocinético, que chamamos de sobre dose relativa.
Fenômeno rebote ou de retorno: É o fenômeno que acontece quando retiramos
bruscamente o medicamento, causando uma rápida inversão do efeito terapêutico
inicial, manifestando-se com sintomas mais intensos do que os apresentados pelo
paciente antes da administração do medicamento;
CUIDADOS NA PREPARAÇÃO SEGURA DOS MEDICAMENTOS
Boa iluminação no local de preparo;
Concentração;
Não interromper a tarefa antes de finalizá-la;
Manter a prescrição médica sempre à frente enquanto é preparada;
Ler e conferir o rotulo antes de retirar o medicamento do armário, antes de preparar
o medicamento e antes de repor o medicamento no armário;
Verificar a data de validade do medicamento;
Nunca administrar o medicamento sem rótulo;
O medicamento deve conter etiqueta com o nome do paciente, número do leito,
nome do medicamento, dosagem, diluição, via de administração e nome de quem
preparou.
MATERIAIS USADOS NA ADMINISTRAÇÃO DOS MEDICAMENTOS
Seringas - É um material utilizado no preparo e
administração do medicamento, composta por um corpo
cilíndrico e graduado com duas falanges; um êmbolo, uma
rolha de retenção e um bico.

Tipos de seringas - A escolha da seringa deve ser


realizada levando-se em conta a via de administração e o
volume a ser administrado e para tal encontramos as
seguintes seringas mais comuns e utilizadas na
administração de medicamento como (20 ml; 10 ml; 5 ml;
3 ml e 1 ml)

Agulhas - É um material componente da seringa


utilizado de igual modo no preparo e administração do
medicamento, composta por canhão que conecta ao bico
da seringa, haste metálica por onde passam as substâncias
e bisel que é a abertura exterior da agulha ou porção
inicial;

2
Tipos de agulhas - A escolha da agulha deve ser realizada levando-se em conta via
de administração, o local, o cliente, o volume e a viscosidade do medicamento e para
tal encontramos as seguintes agulhas mais comuns e utilizadas na administração de
medicamento:
Agulha 40/12 e 40/10: Utilizadas para aspiração e preparo de medicações.
Agulha 30/7 e 25/7: Utilizadas para aplicação intravenosa em cliente adulto, em
geral punções venosas é mais seguros o uso de cateteres.
Agulha 30/8 e 25/8: Utilizadas para aplicação intra-muscular (IM) em cliente
adulto com massa muscular normal.
Agulha 13/4,5 e 13/4: Utilizadas para aplicação intra-dérmica (ID) e subcutânea
(SC).
Cateter Jelco Periférico: É um material usado para terapias intravenosas
periféricas, estando indicado para infusões de média duração em todo tipo de paciente
- neonatos, pediátricos e adultos.
Tipos Jelco periféricos: com agulha siliconizada, bisel
trifacetado, cânula em fluoroetilenopropileno, para maior
conforto do paciente e minimização da ocorrência de
flebites, facilitando assim a visualização do refluxo
sanguíneo e com os seguintes calibres: 14G, 16G, 18G,
20G, 22G e 24G
Cateter Agulhado (escalpe): É um material usado para terapias intravenosas
periféricas, de curta duração estando indicado para infusões de média duração em todo
tipo de paciente - neonatos, pediátricos e adultos.
Tipos Escalpe periféricos: tubo transparente, atóxico
e epirogénico, que permite a visualização do refluxo do
sangue e da infusão da medicação, possui asas flexíveis
que facilitam a punção e a fixação do dispositivo durante a
permanência na veia, com agulha siliconizada, com bisel
trifacetado e com os seguintes calibres: 19G, 21G, 23G,
25G e 27G.
Equipo de Infusão: É um material utilizado para
terapias intravenosas periféricas composto por um tubo
extenso de plástico especial, composto por várias partes
essenciais como:
Ponta perfurante utilizada para perfurarem o orifício do frasco de soro; câmara
de gotejamento utilizada para acondicionar e gotejar o líquido infundido; regulador de
fluxo utilizado para dosar e controlar a quantidade de líquido infundido; mangueira é
por onde o líquido irá correr; conector que é local para conectar Jelco, cateteres,
torneirinhas, etc.

3
Cortador de comprimidos: É um material utilizado para
cortar com precisão o comprimido pela metade
demarcada pelo sulco.

OS 9 CERTOS DA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS


A medicação certa; Registo certo
A dose certa; Acção certa
A via certa; Forma farmacêutica certa
A hora certa; Monitoramento certo
O paciente certo.
CUIDADOS PARA ADMINISTRAÇÃO SEGURA DE MEDICAMENTOS
Conhecer as normas institucionais;
Administrar apenas medicamentos prescritos pelo médico;
Consultar o enfermeiro chefe ou o médico quando tiver dúvidas em relação à
prescrição;
Certificar-se que os dados no registro de medicamentos correspondem
exatamente ao rótulo do medicamento do paciente;
Solicitar sempre ao enfermeiro ou colega para conferir os cálculos de diluição de
medicamentos;
Não conversar durante o preparo e administração de medicamentos, (atenção é
o aspecto mais importante da segurança);
Manter-se junto do paciente até que tome o medicamento;
O profissional que preparou, administre o medicamento;
Repor todo o material e/ou medicamento retirado do estoque;
PRESCRIÇÃO MÉDICA
A prescrição de medicamentos é uma obrigação legal do médico e por esse motivo
o profissional de enfermagem deve ter a certeza daquilo que está a lendo para ser
administrado e nos casos de dúvidas de pedir esclarecimento para quem prescreveu.
A prescrição médica deve ser composta pelos seguintes itens:
Nome do hospital, unidade ou centro médico;
Nome completo do paciente;
Idade do paciente;
Nome do medicamento;
Dosagem e intervalo das doses;
Via de administração do medicamento;
Tempo de infusão;
Assinatura e carimbo contendo o seu registro no conselho do médico;
odontólogo, ou de outro profissional qualificado;

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TIPOS DE PRESCRIÇÃO OU RECEITA MÉDICA
Prescrição padrão: contém o quanto de medicamento o paciente deve receber e
por quanto tempo, permanece em efeito por tempo indefinido ou por período
especificado.
Prescrição única: deve conter a prescrição de um medicamento que o paciente
deve usar apenas uma vez.
Prescrição imediata: deve conter a prescrição de um medicamento o qual o
paciente deve receber imediatamente, em geral usada em problema urgente.
Prescrição permanente: contém a prescrição de forma permanente, essas
prescrições são elaboradas e executadas por equipes de uma determinada
instituição de saúde, sendo nos dias atuais bem difundidas como protocolos.
Prescrição verbal ou telefônica: não é o tipo de prescrição médica correta, deve
ser evitada, pois este tipo traz riscos iminentes de erros. Pode ocorrer em
situações de urgência e deve ser transcrita pelo médico o quanto antes.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS MEDICAMENTOS


Tipos de Vias de
Formas de Administração Método
Administração
Via Oral Deglutição/Gavagem
Via sublingual Sublingual
Enteral Irrigação ou lavagem
Via Retal Enema ou clister
Supositórios
Intra-arterial
Intravenosa
Intra-muscular
Intra-dermica
Directa Injetável
Intra-peritonial
Intra-cardiaca
Intra-esternal
Subcutanea
Inalação
Instilação nasal
Respiratória
Nebulização
Parenteral Vaporização
Irrigação ou lavagem
Instilação vaginal
Vaginal
Ovulos ou comprimidos
Indirecta Supositórios
Instilação ocular
Ocular Lavagem
Aplicação tópica
Instilação auricular
Auricular
Lavagem
Fricção
Cutânea
Aplicação tópica

5
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: VIA ORAL


DIFINIÇÃO
Via Oral: É a via através da qual os medicamentos
são introduzidos pela cavidade oral e são deglutidos com o
auxílio da língua e a ingestão de água.
Vantagens: É uma via prática e satisfatória; o próprio paciente pode administrar;
não é dolorosa; possibilidade de reverter o processo em caso de superdosagem ou erro
de medicação.
Desvantagens: Estimula a automedicação; pode causar irritação no TGI;
impossibilidade de administrar a droga em pacientes inconscientes; interação do
medicamento com o alimento; perda de parte do medicamento para o fígado e intestino
(efeito de primeira passagem).
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA ORAL
Bandeja contendo;
Medicamento prescrito
1 recipiente descartável (copinho);
1 caneta e papel para anotação;
TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA ORAL
Lavar as mãos;
Conferir a prescrição médica a ser administrada;
Identificar os copinhos com nome do paciente, nome da medicação, dose, via de
administração, hora e o número do leito;
Levar bandeja de medicação junto ao paciente;
Perguntar o nome do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Oferecer o remédio;
Diluir o medicamento se necessário;
Levar a bandeja e organizar o material;
Anotar a data, hora, e a via de administração no prontuário do paciente;

Notas Importantes
Sendo necessário verificar a PA novamente, manter o manguito no braço sem
compressão;

6
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: VIA SUBLINGUAL


DIFINIÇÃO
Via Sublingual: É a via através da qual os
medicamentos são introduzidos pela cavidade oral e são
colocados sob a língua sendo absorvidos com o auxílio das
glândulas salivares.

MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA SUBLINGUAL


Bandeja contendo;
Medicamento prescrito
1 recipiente descartável (copinho);
1 caneta e papel para anotação;
TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA SUBLINGUAL
Lavar as mãos;
Conferir a prescrição médica a ser administrada;
Identificar os copinhos com nome do paciente, nome da medicação, dose, via de
administração, hora e o número do leito;
Levar bandeja de medicação junto ao paciente;
Perguntar o nome do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Oferecer o remédio;
Diluir o medicamento se necessário;
Levar a bandeja e organizar o material;
Anotar a data, hora, e a via de administração no prontuário do paciente;

Notas Importantes

Sempre que possível pedir ao paciente a sua colaboração no sentido de abster-se


de engolir a saliva para diluição e absorção do medicamento;

7
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: VIA OCULAR


DIFINIÇÃO
Via Ocular: É a via através da qual os medicamentos
são introduzidos ou aplicados na conjuntiva ocular sendo
absorvidos com o auxílio das glândulas lacrimais.

MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA OCULAR


Bandeja contendo;
Medicamento prescrito;
1 pacote de compressas de gaze;
1 par de luvas de procedimento;
1 caneta e papel para anotação;
TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA OCULAR
Lavar as mãos;
Conferir a prescrição médica a ser administrada;
Identificar na prescrição o nome do paciente, nome da medicação, dose, via de
administração, hora e o número do leito;
Levar bandeja de medicação junto ao paciente;
Perguntar o nome do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Calçar luvas de procedimento
Com a ajuda dos dedos indicador e polegar abrir a cavidade ocular mantende em
contacto com a conjuntiva;
Pedir ao paciente que olhe para cima, e aplicar o medicamento na porção média
da pálpebra inferior;
Solicitar ao paciente que feche as pálpebras e faça movimentos giratórios do globo
ocular;
Retirar o excesso de pomada com gaze;
Levar a bandeja e organizar o material;
Anotar a data, hora, e a via de administração no prontuário do paciente;

8
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: VIA AURICULAR


DIFINIÇÃO
Via Auricular: É a via através da qual os
medicamentos são introduzidos ou aplicados na cavidade
auricular.

MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA AURICULAR


Bandeja contendo;
Medicamento prescrito;
1 recipiente com bolas de algodão;
1 par de luvas de procedimento;
1 caneta e papel para anotação;
TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA AURICULAR
Lavar as mãos;
Conferir a prescrição médica a ser administrada;
Identificar na prescrição o nome do paciente, nome da medicação, dose, via de
administração, hora e o número do leito;
Levar bandeja de medicação junto ao paciente;
Perguntar o nome do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Calçar luvas de procedimento
Com a ajuda dos dedos indicador e polegar abrir a cavidade auricular puxando
para baixo o lóbulo inferior da orelha;
Aplicar o medicamento na cavidade auditiva;
Tamponar a cavidade com a ajuda de uma bola de algodão;
Levar a bandeja e organizar o material;
Anotar a data, hora, e a via de administração no prontuário do paciente;

9
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: VIA VAGINAL


DIFINIÇÃO
Via Vaginal: É a via através da qual os medicamentos
são introduzidos pela cavidade vaginal.

MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA VAGINAL


Bandeja contendo;
1 Unidade de aplicador vaginal
1 Unidade de compressas de gaze
1 Par de luvas de procedimento;
1 Unidade de papel higiênico
1 Unidade de vaselina
1 Cuba rim
Medicamento prescrito
Saco de plástico para resíduo

TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA VAGINAL


Lavar as mãos;
Conferir a prescrição médica a ser administrada;
Identificar na prescrição o nome do paciente, nome da medicação, dose, via de
administração, hora e o número do leito;
Levar bandeja de medicação junto ao paciente;
Perguntar o nome do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Cobrir o leito com o biombo e colocar o paciente em posição Ginecológica;
Calçar as luvas de procedimento
Afastar os grandes lábios com o auxílio de uma gaze e introduzir o medicamento
na cavidade vaginal de acordo o seu estado físico (óvulo, pomada, supositório,
etc.);
Deixar a paciente confortável;
Levar a bandeja e organizar o material;
Anotar a data, hora, e a via de administração no prontuário do paciente;

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LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: VIA RETAL


DIFINIÇÃO
Via Rectal: É a via através da qual os medicamentos
são introduzidos pela cavidade anal e depositado no reto.
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA RETAL
Bandeja contendo;
Medicamento prescrito
1 cuba rim
1 par de luvas de procedimento;
1 unidade de papel higiênico;
TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA RETAL
Lavar as mãos;
Conferir a prescrição médica a ser administrada;
Identificar na prescrição o nome do paciente, nome da medicação, dose, via de
administração, hora e o número do leito;
Levar bandeja de medicação junto ao paciente;
Perguntar o nome do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Colocar o paciente em posição de Sims, decúbito lateral esquerdo e perna direita
ligeiramente flectida;
Calçar as luvas de procedimento
Afastar a prega interglútea e introduzir o supositório na cavidade anal até a região
retal;
Fazer pressão no ânus para que o medicamento não seja expelido;
Deixar o paciente confortável;
Levar a bandeja e organizar o material;
Anotar a data, hora, e a via de administração no prontuário do paciente;

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LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: VIA INTRAMUSCULAR


DIFINIÇÃO
Via Intramuscular: É a via através da qual os
medicamentos são introduzidos no tecido muscular
através da pele.
Vantagens: É uma via prática, facilita a absorção de
grande número de medicamentos.
Desvantagens: É dolorosa pela introdução da
agulha, origina infecções quando mal administrada,
absorção lenta.
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA
INTRAMUSCULAR
Bandeja contendo;
1 unidade de seringa de 3 ml, 5ml ou 10 ml
1 unidade de agulha 30/06, 30/07 ou 30/08
1 recipiente com algodão seco
1 recipiente com álcool a 70%
1 par de luvas de procedimento
Medicamento prescrito
CUIDADOS A TER NA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA INTRAMUSCULAR
Manter a técnica asséptica durante todo procedimento e se houver dúvida quanto
a possível contaminação do material ou medicamento considere-o contaminado;
Trocar de agulha após a aspiração da solução na seringa ou se a solução for
aspirada do frasco-ampola;
Utilizar uma agulha de comprimento suficiente para atingir o músculo escolhido e
de adequado calibre;
Ao escolher o local de aplicação, observe a condição do músculo;
Assegure a privacidade do paciente, sem expô-lo desnecessariamente;
Não hesitar em aplicar a injecção;
Injectar lentamente as soluções;
Fazer uma pressão no local administrado com a extremidade dos dedos, para
auxiliar na absorção da droga;
Administrar apenas o volume prescrito sendo que o ideal é de 2 a 3 ml, variando
entre 2 e 5 ml;

12
CALIBRE DA AGULHA PARA ADMINISTRAÇÃO NA VIA INTRAMUSCULAR

Espessura Solução oleosa ou


Faixa Etária Solução aquosa
subcutânea suspensão
Magro 25×7 25×8
Adulto Normal 30×7 30×8
Obeso 40×7 40×8
Magra 20×7 20×8
Criança Normal 25×7 25×8
Obesa 30×7 30×8

REGIÃO DORSOGLÚTEA

Os três músculos da região glútea são o


glúteo máximo, médio e mínimo e um dos
locais da região glútea que pode ser utilizado
para injecção IM é o quadrante superior
externo (região dorsoglútea), no qual a solução
é introduzida no músculo máximo.
A área de aplicação pode ser delimitada traçando uma linha imaginaria horizontal
que parta do final prega glútea à espinha ilíaca e uma linha vertical no meio dessa linha
horizontal, de modo que o glúteo se divida em quatro quadrantes, sendo contra-
indicada em crianças de 0 a 2 anos, adultos excessivamente magros e adultos com mais
de 69 anos.
É uma via onde podem ocorrer acidentes, como lesão do nervo ciático causando
paralisia do músculo dorsoflexor do pé, necrose da área glútea, formação de nódulos e
infiltrados subcutâneos

REGIÃO DA FACE LATERAL DA COXA

Na face ântero-lateral da coxa, encontramos o


músculo vasto lateral, o maior dos componentes do
grupo quadrícepes, sendo uma região de grande
massa muscular e extensa área de aplicação por
estar livre de vasos, veias e nervos.
Sua aplicação pode ser determinada superiormente, respeitando a distância de 12
a 15 cm abaixo do trocânter maior e inferiormente, com a distância de 9 a 12 cm acima
do joelho numa faixa de 7 a 10 cm de largura.
Essa região é contra-indicada em recém-nascidos de 0 a 28 dias, podendo ser
aplicada em qualquer idade e o risco de lesões é mínimo.

13
REGIÃO VENTRO-GLÚTEA OU HOCHSTETTER

Esse local é muito adequado pois possui grande espessura muscular constituída
pelos músculos glúteo médio e mínimo, sendo limitada pelo osso ilíaco que a separa das
estruturas profundamente situadas.
Possui feixes musculares com direcções que
previnem o deslizamento da solução injectada em
direcção ao nervo ciático, podendo ser aplicada em
qualquer faixa etária e em qualquer paciente, magro
ou obeso, mas o incómodo é relacionado á
ansiedade do paciente quando vê a via de
administração e o profissional de enfermagem deve
ser altamente treinado para esta prática.

REGIÃO DELTOIDE
Esse músculo possui formato triangular, tendo sua base inserida na clavícula e
escápula, devendo ser aplicada a injecção respeitando a distância de 3 a 5 cm abaixo do
acrômio ou 3 a 5 cm de margem inferior do deltóide na inserção do bíceps.
É contra-indicada em crianças de 0 a 10 anos,
pois é um músculo muito pequeno e de espessura
reduzida, contra-indicada também em pacientes
com pequeno desenvolvimento muscular local,
substâncias irritantes, volume superior a 2 ml e
injecções consecutivas.

TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA INTRAMUSCULAR


Lavar as mãos;
Conferir a prescrição médica a ser administrada;
Identificar na prescrição o nome do paciente, nome da medicação, dose, via de
administração, hora e o número do leito;
Levar bandeja de medicação junto ao paciente;
Perguntar o nome do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Calçar as luvas de procedimento
Realizar antissépsia da pele de cima para baixo, removendo a sujidade para longe
do local da punção;
Fazer a administração profunda do medicamento e com um ângulo de 90°;
Aspirar antes de injectar o medicamento verificando se algum vaso foi atingido;
Administrar lentamente o líquido;
Fazer leve compressão no local após administração
Levar a bandeja e organizar o material;
Anotar a data, hora, e a via de administração no prontuário do paciente;
14
NOTAS IMPORTANTES
Injecções volumosas e dolorosas devem ser aplicadas na região glútea (Benzatacil,
Voltarem etc.);
Não administrar medicações intramusculares em pacientes que estão fazendo o
uso de anticoagulantes;
Nos casos de medicamentos em pó, fazer assepsia da ampola e frasco antes de
diluir a água destilada no frasco contendo o pó;

15
DIRETRIZES GERAIS DA VIA INTRAMUSCULAR
Posição do Cuidados
Região Faixa Etária Contra-indicações
paciente Especiais
-Crianças de 0 a 10
anos.
Adulto ou
Deitado ou -Adulto com
criança acima Na aplicação
sentado e braço pequena massa
Deltoide de 10 anos utiliza-se
flexionado e muscular.
como última ângulo de 90°
relaxado -Volumes acima de
escolha
2ml.
-Injeções repetidas
Adolescente
-Crianças de 0 a 10
ou adulto.
anos.
Excecionalmen Na aplicação
De preferência -Adultos muito
te em crianças utilize ângulo
decúbito ventral magros.
Dorso- com mais de 2 de 90°. Agulha
ou lateral com o -Idosos com pouca
glútea anos de idade de
membro inferior massa muscular.
e com bom comprimento
flexionado. -Posição do
desenvolvimen adequado.
paciente em pé
to de massa
para aplicação.
muscular.
Na aplicação a
Segundo vários
angulação da
autores essa região
Ventroglút Qualquer Qualquer agulha deverá
não apresenta
ea idade posição ser dirigida
contra-indicações.
ligeiramente à
É bastante segura.
crista ilíaca.
Agulha curta
compatível
com a camada
-Lactentes e
de tecido
crianças (29 Decúbito dorsal Utilização em
Vasto adiposo e
dias 10anos) horizontal e recém-nascidos (0-
lateral angulação de
-Adolescentes sentado. 28 dias).
45°-60°, em
e adultos
direção
podálica (do
pé).

16
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: VIA INTRADÉRMICA


DIFINIÇÃO
Via Intradérmica: É a via através da qual
os medicamentos são introduzidos na derme
por meio da pele, sendo dificilmente usada
para tratamentos e geralmente usada na
dessensibilização e vacinas.
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA INTRADERMICA
Bandeja contendo;
Medicamento prescrito
1 unidade de seringa de 3 ml, 5ml ou 10 ml
1 unidade de agulha 30/07
1 recipiente com algodão seco
1 recipiente com álcool a 70%
1 par de luvas de procedimento
TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA INTRADERMICA
Lavar as mãos;
Conferir a prescrição médica a ser administrada;
Identificar na prescrição o nome do paciente, nome da medicação, dose, via de
administração, hora e o número do leito;
Levar bandeja de medicação junto ao paciente;
Perguntar o nome do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Calçar luvas de procedimento;
Realizar antissépsia da pele de cima para baixo, removendo a sujidade para longe
do local da punção (geralmente essa injecção é feita sem antissépsia;
Fazer a administração superficial do medicamento e com um ângulo de 15° em
relação a superfície da pele;
Introduzir a agulha com o bisel para cima de modos a formar uma pápula;
Levar a bandeja e organizar o material;
Anotar a data, hora, e a via de administração no prontuário do paciente;

Notas Importantes
O volume máximo para ser administrado é de 0,5 cc, tendo como acidentes mais
comuns a dor no momento da aplicação como uma picada de inseto e necrose na
região;
17
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: VIA SUBCUTÂNEA


DIFINIÇÃO
Via Subcutânea: É a via através da qual
os medicamentos são introduzidos no tecido
subcutâneo por meio da pele, tendo uma
absorção mais lenta que a via intramuscular.
LOCAIS DE APLICAÇÃO DO MEDICAMENTO NA VIA SAUBCUTÂNEA

MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA SUBCUTÂNEA


Bandeja contendo;
Medicamento prescrito
1 unidade de seringa de 1 ml;
1 unidade de agulha 13/25
1 recipiente com algodão seco
1 recipiente com álcool a 70%
1 par de luvas de procedimento
TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA SUBCUTÂNEA
Lavar as mãos;
Conferir a prescrição médica a ser administrada;
Identificar na prescrição o nome do paciente, nome da medicação, dose, via de
administração, hora e o número do leito;
Levar bandeja de medicação junto ao paciente;
Perguntar o nome do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Calçar luvas de procedimento;

18
Realizar Antissépsia da pele de cima para baixo, removendo a sujidade para longe
do local da punção;
Fazer a administração superficial do medicamento e com um ângulo de 30° a 60°
em relação a superfície da pele;
Introduzir a agulha com o bisel para cima;
Em indivíduos magros levantar a pele mantendo-a suspensa e introduzir a agulha
paralela a pele;
Levar a bandeja e organizar o material;
Anotar a data, hora, e a via de administração no prontuário do paciente;

Notas Importantes

É indicada para drogas que não necessitam de absorção imediata e sim quando se
deseja uma absorção continua;
Podem ocorrer lesões inflamatórias locais, sendo importante massagear a zona;
O volume máximo para ser administrado é de até 1,5 ml;

19
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: VIA INTRAVENOSA


DIFINIÇÃO
Via Intravenosa: É a via através da qual os medicamentos são introduzidos
directamente na veia do paciente por meio de uma punção na veia escolhida.
É indicada quando há necessidade de uma acção rápida e imediata do
medicamento, em casos de medicamentos altamente irritantes e dolorosos.
Vantagens: Absorção rápida, volume maior de medicamentos, administração de
substâncias que poderiam ser irritantes por outras vias, possibilidade de administrar
medicamentos em pacientes impossibilitados de deglutir.
Desvantagens: Risco potencial de infecções.
ACIDENTES MAIS COMUNS NA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA INTRAVENOSA
Esclerose da veia: aplicação sucessiva no mesmo local;
Abscessos: administração de medicamentos fora da veia, assepsia inadequada no
local da punção e material contaminado;
Hematomas: extravasamento de sangue da veia no espaço intersticial por
transfixação;
Flebites: longa permanecia de dispositivos endovenosos ou drogas irritantes;
Êmbolos: deslocamento de resíduos de medicamentos mal diluídos ou coágulos
de sangue podem agir como êmbolos;
Infiltração; passagem do liquido para fora do tecido subcutâneo, ocorre por
deslocamento da agulha ou pela sua penetração na parede do vaso;
Choque: quando se aplica determinado medicamento, pode ocorrer vasodilatação
geral, palidez, vertigem, agitação, cianose, ansiedade, tremores.
Choque pirogênico: ocorre quando existe pirogênio no medicamento produzindo
reações como febre e alergias;
Choque anafilático; ocorre devido a susceptibilidade do paciente ao
medicamento;
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA INTRAVENOSA
Bandeja contendo;
1 unidade de seringa de 3 ml, 5ml ou 10 ml
1 unidade de agulha 30/06, 30/07 ou 30/08
1 recipiente com algodão embebido com álcool a 70%
1 par de luvas de procedimento
1 unidade de garrote;
1 unidade de cateter intravenoso;
1 pacote de gaze
30 cm de esparadrapo ou micropore;
Medicamento prescrito

20
CUIDADOS A TER NA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA INTRAVENOSA
O local escolhido deve ser seguro, de fácil acesso, confortável ao paciente;
O segmento escolhido deve ser mais longo que a agulha;
Nunca puncionar uma veia com um membro do mesmo lado em que foi feita uma
mastectomia, existam paresias ou paralisias ou fístulas arteriovenosas;
Dar preferência as veias da mão, cefálica, basílica, radial e antecubital;
Quando estiver previsto para que o paciente faça uma terapia intravenosa
prolongada, iniciar a punção pelas veias periféricas menores, recorrendo as veias
maiores e mais centrais após ter utilizado os locais periféricos;
O calibre da agulha deve ser escolhido considerando a finalidade da infusão sendo
que para agentes irritantes (antibióticos), deve-se usar uma agulha de pequeno
calibre em uma veia de grande calibre, para melhor diluir a solução infundida;
Quando a necessidade de infundir uma grande quantidade de volume
rapidamente, deve-se usar uma agulha de grande calibre em veia grande;
Evitar palmadas sobre o local a ser puncionado, pois permitem o rompimento da
veia no momento da punção;
Compressas mornas sobre o local a ser puncionado auxiliam na punção;

LOCAIS USADOS PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA INTRAVENOSA

21
CALIBRE DO CATETER PARA ADMINISTRAÇÃO NA VIA INTRAVENOSA

Faixa Etária Escalpe Jelco


19 G 14 GA
Adulto 21 G 16 – 18 GA
23 G 20 – 22 GA
25 G 22 GA
Criança
27 G 24 GA

TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO PELA VIA INTRAVENOSA


Lavar as mãos;
Conferir a prescrição médica a ser administrada;
Identificar na prescrição o nome do paciente, nome da medicação, dose, via de
administração, hora e o número do leito;
Preparar a medicação fazendo a assepsia da ampola e após aspiração do
medicamento proteger a seringa;
Levar bandeja de medicação junto ao paciente;
Perguntar o nome do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Calçar luvas de procedimento;
Proteger a cama com papel toalha;
Garrotear o membro um pouco acima do local a ser puncionado;
Realizar antissépsia da pele de cima para baixo, removendo a sujidade para longe
do local da punção;
Fixar a veia e Introduzir a agulha com o bisel para cima num ângulo de 45° em
relação a superfície da pele;
Na observação do refluxo sanguíneo, retirar o garrote;
Fazer a administração do medicamento lentamente observando as reacções do
paciente;
Retirar a agulha e comprimir o local com uma bola de algodão embebido em álcool
a 70%;
Levar a bandeja e organizar o material;
Anotar a data, hora, e a via de administração no prontuário do paciente;

22
SOROTERAPIA - VENÓCLISE

Definição: É a técnica usada para administração de medicamentos pela via


intravenosa com o auxílio de uma substância permanentemente liquida, directamente
na veia do paciente por meio de uma punção na veia escolhida.
É uma técnica muito utilizada uma vez que é indicada quando há necessidade de
uma infusão de grandes quantidades de substâncias como sais orgânicos solúveis,
electrólitos e substâncias com propriedades osmóticas (reidratação rápida e imediata)
bem como a administração de medicamento que sejam irritantes e dolorosos por outras
vias.
CUIDADOS A TER NO CONTROLE E MANUTENÇÃO DE SOLUÇÕES
INTRAVENOSAS - SOROTERAPIA
Observar atentamente o gotejamento do soro, pois uma infusão mais lenta do que
o prescrito pode resultar em um retardo da restauração do equilíbrio hidro-
eletrolítico e uma infusão mais rápida do que a prescrita pode sobrecarregar o
organismo;
Quando houver atraso ou adiantamento no tempo de infusão, não se deve alterar
o gotejamento para que chegue ao horário certo, mas apenas corrigi-lo e
comunicar á enfermeira;
O gotejamento deve ser controlado de hora em hora pelo técnico, auxiliar ou
enfermeiro;
Se o soro parar de gotejar, verificar se não há dobra no sistema tubular ou
pinçamento e observar também as características do local puncionado (edema,
hiperemia) e caso houver retirar a agulha;
Se houver sinais de coagulação de sangue na agulha causando obstrução, tentar
desobstruir aspirando com uma seringa contendo solução salina;
Se o gotejamento estiver irregular, pode ser que o bisel da agulha esteja encostado
na parede do vaso, basta remover a fixação e depois fixa-la novamente;
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA SOROTERAPIA
Bandeja contendo;
1 unidade de seringa de 10 ml
1 unidade de agulha 40/12
1 recipiente com algodão embebido com álcool a 70%
1 par de luvas de procedimento
1 unidade de garrote;
1 unidade de equipo de infusão múltiplo de duas vias ou torneira de três vias;
1 unidade de cateter intravenoso (escalpe ou jelco);
30 cm de esparadrapo ou micropore;
Medicamento prescrito
Rotulo para identificação

23
TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DA SOROTERAPIA

Lavar as mãos;
Conferir a prescrição médica a ser administrada;
Identificar na prescrição o nome do paciente, nome da medicação, dose, via de
administração, hora e o número do leito;
Levar bandeja de medicação junto ao paciente;
Perguntar o nome do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Calçar luvas de procedimento;
Proteger a cama com papel toalha;
Pendurar o soro sobre o suporte e retirar o ar do equipo;
Garrotear o membro um pouco acima do local a ser puncionado;
Realizar antissépsia da pele de cima para baixo, removendo a sujidade para longe
do local da punção;
Fixar a veia e Introduzir a agulha com o bisel para cima num ângulo de 45° em
relação a superfície da pele;
Na observação do refluxo sanguíneo, retirar o garrote e introduzir até ao fim o
cateter;
Usar o esparadrapo para fixar o cateter;
Pressionar o vaso e retirar a tampa do cateter para conectar com o equipo;
Fazer o cálculo do gotejamento e controlar o número exato de gostas por minuto;
Rotular o soro e certificar-se não existência de anomalias como extravasamento,
edemas, interrupção do gotejamento entre outros;
Levar a bandeja e organizar o material;
Anotar a data, hora, e a via de administração no prontuário do paciente;

24
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: CÁLCULOS DE MEDICAMENTOS


DIFINIÇÃO
Cálculo de Medicamentos: É um conjunto de exercícios realizados para garantir a
administração de medicamentos de forma segura e eficiente.
REGRAS GERAIS SOBRE CÁLCULO DE MEDICAMENTOS
1kg = 1000 g
1g = 1000 mg
1 mg = 1000 mcg
1 L = 1000 ml
1 ml = 1000 militros
1 colher de chá = 5 ml
1 colher de sopa =15ml
1 ml = 20 gotas = 60 microgotas
1 gota = 3 microgotas
Gts = gotas
Mgts = microgotas
V = volume a ser infundido
T = tempo estipulado para infusão em horas ou minutos
H = horas
Min = minutos
CÁLCULO DE GOTEJAMENTO E SOLUÇÕES
O cálculo de gotejamento deve ser realizado para controle dessa infusão contínua,
que no geral é prescrita em horários que determinarão seu tempo de infusão e quantas
gotas deverão ser infundidas por minuto e esse gotejamento pode ser me gota ou em
microgota.
As medidas importantes para esse cálculo são descritas juntamente com as
fórmulas aplicadas para a realização do cálculo de gotejamento.
FORMULAS PARA O CÁLCULO DE GOTEJAMENTO EM HORAS
𝑽
Calculo para gostas - 𝒈𝒕𝒔 = 𝑻 𝒙 𝟑 = nº de gts/hora

𝑽
Calculo para gostas - 𝒎𝒈𝒕𝒔 = 𝑻 = nº de mgts/hora

FORMULAS PARA O CÁLCULO DE GOTEJAMENTO EM MINUTOS


𝑽 𝒙 𝟐𝟎
Calculo para gostas - 𝒈𝒕𝒔 = = nº de gts/minutos
𝑻

𝑽 𝒙 𝟔𝟎
Calculo para gostas - 𝒎𝒈𝒕𝒔 = = nº de mgts/minutos
𝑻

25
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: OXIGENIOTERAPIA
DIFINIÇÃO
Oxigenioterapia: É a administração de
oxigénio suplementar, com objectivo de
aumentar ou manter a saturação de oxigénio
acima de 90%, corrigindo os danos causados
pela hipoxemia.
Objectivo: Essa técnica possui como principal objectivo aumentar o nível de
oxigénio que é trocado entre o sangue e os tecidos.
INDICAÇÕES PARA OXIGENIOTERAPIA
Alteração do estado de consciência - (quando o cérebro não é oxigenado
corretamente);
Alteração da ventilação - (ventilação rápida e superficial ou difícil);
Alterações do pulso - (o oxigénio transportado pelo sangue pode não chegar em
quantidade suficiente aos órgãos);
Aparecimento da cianose - (principal indicador da falta de oxigénio no organismo);
Dor torácica - (pode aparecer por enfarte, distensão muscular, etc.);
Traumatismos da região do tórax - (quer por lesão dos pulmões ou simplesmente
pela dor);
Hemorragias - (perda de sangue que leva inevitavelmente à diminuição do oxigénio
nos órgãos);
Intoxicações - (podem levar a alterações das funções vitais e impedir que o
oxigénio seja transportado pelo sangue);
MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÉNIO
Insuflação: Quando o oxigénio é forçado a entrar nos pulmões do doente, sendo
este utilizado quando se está a ventilar artificialmente por meio de um ambú ou
respiração boca a boca (com o auxílio de máscara ou lenço de bolso);
Inalação: Método utilizado unicamente em vítimas que ventilam, ou seja, é o
próprio doente que, através da respiração, vai inalar o oxigénio através da cânula
nasal ou máscara de Venturi;

a) Insuflação b) Inalação

26
ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÉNIO POR CÂNULA NASAL (ÓCULOS NASAL)
Definição: É o método de oxigenioterapia empregado por meio de uma cânula
quando o paciente requer uma concentração média ou baixa de O2.

VANTAGENS
Conforto maior;
Economia, não necessita ser removida;
Convivência - pode comer, falar, sem obstáculos;
Facilidade de manter em posição.
DESVANTAGENS
Não pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais;
Concentração de O2 inspirada desconhecida;
De pouca aceitação por crianças pequenas;
Não permite nebulização
MATERIAL NECESSÁRIO PARA ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÉNIO POR CÂNULA
NASAL
Cânula nasal dupla estéril;
Umidificador de bolhas estéril;
Extensão de borracha;
Fluxômetro calibrado por rede de oxigênio;
50 ml de água destilada.
TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÉNIO POR CÂNULA NASAL
Lavar as mãos;
Certificar se da prescrição medica;
Levar o material para a unidade do paciente;
Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente;
Elevar a cabeceira do paciente;
Instalar o fluxômetro e testá-lo;
Colocar água no copo do umidificador, fechá-lo e conectá-lo ao fluxômetro;
Conectar a extensão ao umidificador;
Identificar o umidificador com etiqueta (data, horário e volume de água);
Instalar a cânula nasal do paciente e ajustá-la, sem tracionar as narinas;
Conectar a cânula à extensão, abrir e regular o fluxômetro (conforme prescrição 3-6
L/min);
Observar o paciente durante o tratamento;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário
Notas Importantes:
Trocar a cânulas nasal diariamente;
Trocar o humidificador e extensão plástica a cada 48 horas.

27
ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÉNIO POR MÁSCARA (MÁSCARA DE VENTURI)
Definição: É o método de oxigenioterapia empregado por meio de uma máscara
quando o paciente requer uma concentração média ou alta de O2.

VANTAGENS
Maior segurança e fixação;
Pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais
Permite a nebulização;
DESVANTAGENS
Menos econômica, necessita ser removida;
Diminuição da realização das necessidades – não pode comer nem beber
De pouca aceitação por crianças pequenas;
MATERIAL NECESSÁRIO PARA ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÉNIO POR MÁSCARA
Máscara simples, ou “Venturi”, de formato adequado esterilizada;
Umidificador de bolhas estéril;
Extensão de borracha;
Fluxômetro calibrado por rede de oxigênio;
50 ml de água destilada.
TÉCNICA PARA ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÉNIO POR MÁSCARA
Lavar as mãos;
Certificar se da prescrição medica;
Levar o material para a unidade do paciente;
Explicar o procedimento e sua finalidade ao paciente;
Elevar a cabeceira do paciente;
Instalar o fluxômetro e testá-lo;
Colocar água no copo do umidificador, fechá-lo e conectá-lo ao fluxômetro;
Conectar a extensão ao umidificador;
Identificar o umidificador com etiqueta (data, horário e volume de água);
Conectar a máscara a extensão de borracha, e esta ao fluxómetro;
Colocar a máscara no rosto do paciente e ajustá-la, evitando compressões;
Abrir e regular o fluxômetro (conforme prescrição 3-6 L/min);
Observar o paciente durante o tratamento;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário
Notas Importantes:
Trocar a água do nebulizador de 6/6hs, desprezando toda a água do copo e
colocando nova etiqueta;
Trocar o conjunto a cada 48 horas.

28
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

SUMÁRIO: NEBULIZAÇÃO
DIFINIÇÃO
Nebulização: É a técnica utilizada para
aliviar os processos inflamatórios, desobstruindo
as vias respiratórias facilitando a respiração sendo
considerada broncodilatadora (desobstrui vias
aéreas).
Objectivo: Essa técnica possui como principal objectivo de humidificar as vias aéreas
superiores, fluidificar secreções e pode servir para administração de medicamentos
inalatórios prescritos pelo médico.

INDICAÇÕES PARA NEBULIZAÇÃO


Obstruções importantes das vias aéreas respiratórias;
Sinusite aguda ou crônica
Humidificação as vias aéreas
Fluidificação das secreções
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA NEBULIZAÇÃO
Bandeja contendo;
Fluxômetro;
Máscara simples, ou “Venturi”, de formato adequado esterilizada;
Frasco nebulizador;
Extensão plástica corrugada (traqueia);
250 ml de água destilada esterilizada;
Medicamento prescrito (se necessário)
Etiqueta e folha de anotações de enfermagem.

TÉCNICA PARA PARA NEBULIZAÇÃO


Lavar as mãos;
Certificar-se da prescrição medica;
Colocar água destilada estéril até metade da capacidade do nebulizador e datar;
Reunir o material e levá-lo até junto do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Acoplar o fluxômetro ao nebulizador com a respectivo tubo, a saída de oxigênio;
Conectar a máscara ao final da extensão com o tubo na posição adequada ao
paciente;
Abrir o oxigênio regulando o fluxo segundo a prescrição médica (6 a 10 l/m);
Posicionar a máscara na face do paciente fixando-a com elástico por trás da
cabeça;
Deixar o paciente confortável;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário.

29
Notas Importantes
Trocar no máximo a cada 72 horas o conjunto da nebulização;
Observar sinais de irritação da pele, comunicando a enfermeira;
Manter nebulizador sempre com água bidestilada.

30
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: TÉCNICA DE APLICAÇÃO DE PENSOS/ LIGADURAS

SUMÁRIO: FERIDAS
DEFINIÇÃO
Ferida: É uma lesão corporal que envolve rupturas na continuidade dos tecidos ou
das estruturas corporais em maior ou menor extensão.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS QUANTO A EXPOSIÇÃO
Feridas Abertas: Quando a continuidade da pele é interrompida e há perda de
líquido corporal, entrada de partículas estranhas e de organismos potencialmente
patogénicos.
Feridas Fechada: Quando a continuidade da pele não é violada e a quantidade de
tecidos danificados não é visível a olho nu.

CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS QUANTO A INTENCIONALIDADE


Feridas Intencionais – Feridas cirúrgicas.
Feridas Acidentais – Feridas traumáticas.

CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS QUANTO A ETIOLOGIA


Feridas cirúrgicas ou operatórias (Assépticas);
Feridas Patológicas (Sépticas);

CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS QUANTO O AGENTE CAUSAL


Incisas ou cortantes – provocadas por agente perfuro-cortante apresentando
comprimento maior do que a profundidade (lâminas ou bisturis);
Corto-contusas - provocadas por agente perfuro-cortante apresentando
penetração do instrumento (machado);
Perfurante – Provocadas por agentes longos e pontiagudos, atravessando o órgão
de forma transfixante (prego ou alfinete);
Pérfuro-contusas – Provocadas geralmente por armas de fogo tendo como
resultado um ou dois orifícios, um de entrada e um de saída (bala);
Lácero-contusas – Provocadas por compressão ou esmagamento da pele, tração,
rasgo ou retirada de tecido, apresentando bordas irregulares com mais de um
ângulo (mordida de um cão);
Pérfuro-incisas – Provocada por instrumentos pérfuro-cortantes que apresenta
um gume e uma ponta provocando externamente uma pequena lesão mais com
grande profundidade (facas ou espadas);

31
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS QUANTO AO GRAU DE CONTAMINAÇÃO
Limpa – Produzidas em ambiente cirúrgico sem contato com os sistemas digestivo,
respiratório, ou gênito-urinário com baixo risco de infecção de 1 a 5%.
Limpa-contaminada - Produzidas em ambiente não cirúrgico geralmente por
objetos como faca de cozinha ou com sujidade ou ainda em situações cirúrgicas
onde ocorre abertura dos sistemas digestivo, respiratório, ou gênito-urinário com
risco de infecção de 3 a 11%.
Contaminada com inflamação – Quando há contato da ferida como a terra, fezes
ou lama a mais de 6 horas após o ato com alto risco de infecção de 10 a 17%
Infectada – Que apresenta sinais nítidos de infecção como edemas, calor, rubor,
dor e presença de secreções sanguinolentas ou purulentas.

CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS – OUTRAS CLASSIFICAÇÕES

Escoriação – Ocorrem tangencial à superfície cutânea, com arrancamento ou


retirada da pele;
Equimose - Quando há ruptura de capilares sem perda da continuidade da pele;
Hematoma – Quando há ruptura de capilares com extravasamento formando uma
cavidade da pele;
CICATRIZAÇÃO DE FERIDA

Definição: É a reparação das lesões dos tecidos que se perderam no local da ferida
realizada pelo organismo, podendo ser por primeira ou por segunda intenção.

Cicatrização por primeira intenção é uma cicatrização rápida que se observa


quando os bordos da ferida se justapõem facilmente e não passa pela infecção (dá-se
mais nas feridas incisas).

Cicatrização por segunda intenção Cicatrização de feridas que se estendem para


o interior da derme ou das camadas mais profundas, sendo a cicatrização lenta, onde os
bordos estão muito separados e não se podem juntar (Ex. ferida infectada que não se
pode suturar, queimaduras, etc).

FASES DE CICATRIZAÇÃO DE UMA FERIDA

Fase inflamatória (0-3 dias)


Fase destrutiva (2-5 dias)
Fase proliferativa ou reconstrutiva/fibroplastia (3-24 dias)
Fase de remodelação ou maturação (24 dias em diante)

32
FACTORES QUE ATRASAM A CICATRIZAÇÃO DE UMA FERIDA

Perda excessiva de tecido;


Falta de repouso;
Dieta débil (pobre em proteínas, vitaminas…);
Falta de irrigação na zona afetada;
Debilidade de organismo consequente de outras doenças (diabetes mellitus, hemofilia…)
Hemorragia
Infecção
Deiscência
Gangrena da pele
Necrose da pele

PRINCIPIOS DE LIMPEZA DAS FERIDAS


O objectivo da limpeza de uma ferida é de ajudar a criar condições locais óptimas
para cicatrização da mesma, removendo-se os resíduos em excesso, o exsudado, o
material estranho e necrótico, os componentes tóxicos, a fonte de alimentação de
potenciais microrganismos e bactérias infecciosos e de outros microrganismos.
TABELA PARA AVALIAÇÃO DAS FERIDAS

Factor Variáveis
Etiologia; localização; presença de hematoma; seroma; edema;
Geral
quantidade de necrose; exposição; número de curativos necessários.
Quantidade; na altura da mudança do penso; só quando
Dor traumatizado; intermitente; continua; hora do dia; tipo de dor (aguda,
persistente).
Perda de tecido original; quantidade de granulação e de tecido
Fase de
epitelial; área, volume e profundidade da ferida; temperatura;
cicatrização
sensibilidade, inflamação.
Drenagem Cor; consistência; natureza/tipo; volume ao longo do tempo; odor.
Cor; edema; eritema; sensibilidade; turgescência; outros problemas
Área ao redor
de pele
Quantidade de pus e de exsudado; dor; temperatura; cultura positiva;
Infecção
inflamação; tecido granulado friável odor.

33
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: TÉCNICA DE APLICAÇÃO DE PENSOS/ LIGADURAS

SUMÁRIO: CURATIVOS
DEFINIÇÃO
Curativo: É o meio terapêutico usado para limpeza e proteção de uma ferida,
realizado com o auxílio de uma solução estéril.
TIPOS DE CURATIVOS
Simples: realizado por meio da oclusão com gaze estéril no local da lesão, mantendo
seca e limpa.
Oclusivos: realizado na lesão com sua total cobertura, evitando o contacto com o meio
externo.
Úmidos: usados para proteger drenos e irrigar a lesão com determinada solução tópica
Abertos: consiste na limpeza da lesão manteno-a exposta ao meio externo.
Compressivos: Promovem a hemostasia local, previnindo a hemorragia.
PRINCIPAIS FINALIDADES DOS CURATIVOS
Manter Leito da ferida humedecido
Remover o excesso de exsudação
Permitir a troca gasosa
Fornecer isolamento térmico
Ser impermeável às bactérias
Estar isenta de partículas e tóxicos contaminadores de ferida
Permitir a retirada sem provocar trauma
Promove cicatrização
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR O CURATIVO
Bandeja contendo;
2 pinças hemostáticas;
1 pinça anatómica ou dissecção;
1 pinça de Kelly;
1 pacote de gaze ou compressas estéreis;
1 espátula;
Esparadrapo ou micropore (conforme a extensão da ferida);
Soro fisiológico 0,9% (conforme a extensão da ferida);
Solução tópica prescrita;
Ataduras, ligaduras e outros materiais necessários;

34
TÉCNICA PARA REALIZAR O CURATIVO
Lavar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente;
Reunir o material e levá-lo até junto do paciente;
Colocar biombos, se necessário;
Preparar o ambiente de forma organizada;
Prepara o material esterilizado, colocando-o em um campo estéril;
Colocar o paciente n posição adequada;
Expor a região;
Proteger o paciente e a cama com forro ou impermeável, para manter o paciente e o
seu leito secos e confortáveis;
Retirar o curativo anterior caso haja, se estiver aderido a pele, molhar a gaze com
solução salina estéril;
Com a mão enluvada, estéril não contaminada, fazer a inspeção da lesão, se achar
necessário e colher material para cultura caso for preciso;
Desprezar a luva contaminada e colocar outro par estéril;
Pegar a pinça e a gaze elevando a extremidade a ser pega por baixo do pacote com as
mãos limpas, evitando a contaminação do material;
Limpar a lesão com S.F. 0,9% da área menos contaminada para a mais contaminada;
Ocluir o local conforme a característica da lesão e a solução tópica prescrita;
Cuidar do material, desprezando o lixo contaminado descartável num saco plástico e
colocando o material permanente em solução desinfetante ou desencrostante por 30
min, conforme determinação do centro de esterilização do hospital;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário o aspecto da lesão e queixas do paciente durante o
procedimento e a evolução da lesão;

Notas Importantes
Não cruzar o material nem conservar sobre a lesão durante o procedimento usando
os lados limpos da gaze;
Fazer movimento circulares na limpeza da ferida;

35
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: TÉCNICA DE APLICAÇÃO DE PENSOS/ COBERTURAS

SUMÁRIO: PENSOS OU COBERTURAS


DEFINIÇÃO
Penso: Também conhecido como cobertura é toda substância ou material
aplicado sobre a ferida formando uma barreira física.
CLASSIFICAÇÃO DOS PENSOS/COBERTURA
QUANTO AO DESEMPENHO
Pensos Passivos: Que servem para proteger e cobrira ferida.
Pensos Interativos: Que mantém o ambiente húmido, facilitam a cicatrização.
Pensos bioativos: Que estimulam a cicatrização.
QUANTO A RELAÇÃO COM A FERIDA
Pensos Primários: Que são colocados diretamente sobre a ferida.
Pensos Secundários: Que são colocados sobre os pensos primários
CRITÉRIOS A SEGUIR PARA SELECÇÃO DO PENSO/COBERTURA
Aspectos da Ferida
Localização da ferida
Tamanho da ferida
Profundidade da ferida
Conforto do paciente
Custo/Efetividade
Mobilidade do paciente
AÇÕES E ASPECTOS RELEVANTES NO TRATAMENTO DE FERIDAS
Factores individuais do paciente
Recursos materiais e humanos
Indicação, contra-indicação e custo
Fornecimento de explicações claras sobre o tratamento
Promoção da participação do paciente e/ou familiar no processo de tratamento
Orientação para o paciente sobre a importância do acompanhamento com os (os)
profissionais de vínculo na Unidade de Saúde
Estimular o auto cuidado

36
TIPOS DE PENSOS/COBERTURA
TELA DE SILICONE
Composto por película de silicone suave unida a uma rede
Composição
de poliamida elástica, transparente e atraumática
Estrutura porosa permite ao exsudato passar para um
Acção curativo absorvente externo;
Previne que o curativo fique aderido à ferida
Feridas crónicas em geral, queimaduras, ulcerações, fixação
Indicação e Benefício de enxerto
Minimiza risco de maceração das borbas da ferida
Contra-Indicação Não possui contra-indicação.
Remover o filme de proteção;
Aplicar sobre a ferida mantendo alguns centímetros sobre a
pele íntegra;
Aplicar o curativo secundário estéril;
Aplicação e Troca Avaliação diária para troca de curativo;
Presença de secreção - trocar curativo secundário e irrigar
com SF morno;
Presença de tecido de granulação - trocar o curativo
secundário e se o curativo estiver limpo, manter, podendo
permanecer até 7 dias sem retirar e lavá-lo.
MALHA IMPREGNADA COM PARAFINA
Curativo estéril composto por gaze de algodão impregnada
Composição com parafina;
Apresentação individual em cartela ou rolo.
Protege a lesão evitando a aderência e impedindo a
Acção
desidratação do tecido de granulação.
Queimaduras e escaldaduras, áreas doadoras e receptoras
de enxerto, lacerações e abrasões e úlceras de perna;
Indicação e Benefício Protege e possibilita a passagem de exsudato para a
cobertura secundária, pode ser recortado para tamanho
adequado
Contra-Indicação Não possui contra-indicação
Aplicar o curativo sobre o leito da lesão;
Ocluir com cobertura secundária estéril de gaze, compressa
seca
ou outro tipo de cobertura adequada;
Aplicação e Troca
Trocar curativo secundário sempre que estiver saturado;
Primário a cada 24hs em lesões infectadas;
Primário a cada 48-72hs nas demais lesões;
Nunca deixar a gaze parafinada secar no leito da ferida.
37
ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGE)
Óleo vegetal composto por ácido linoléico, ácido caprílico,
Composição
ácido cáprico, vitamina A, E e lecitina de soja.
Promove angiogênese, mantém meio úmido e acelera
processo de granulação;
Pode ser usado em qualquer período de cicatrização;
Acção
Auxilia o desbridamento autolítico;
Promove formação de película protetora quando aplicado
em pele íntegra.
Tratamento de feridas abertas com ou sem infecção;
Indicação e Benefício
Prevenção de ulceras de pressão.
Não existe contra indicação , a não ser em casos de hiper –
Contra-Indicação
sensibilidade.
Aplicar em gaze estéril que entrará em contato direto com
a lesão e umedecer com soro, seguido de curativo oclusivo
Aplicação e Troca com gaze estéril seca;
O curativo deve ser trocado sempre que a cobertura
secundária estiver saturada, ou em 24hs no máximo.
GEL HIDROATIVO
Gel transparente composto por água,
Composição
carboximetilcelulose(CMC) e propilenoglicol(PPG).
Promove desbridamento autolítico;
Acção Mantém meio úmido ideal ;
Favorece angiogênese.
Contribui na remoção de tecidos de necrose de coagulação,
utilizar em feridas com pouco exsudato;
Feridas limpas, superficiais, como lacerações, cortes;
Indicação e Benefício
Áreas doadoras e receptoras de enxerto;
Úlceras diabéticas e úlceras de pressão;
Úlceras em MsIs (arteriais, venosas e mistas).
Não utilizar em pele íntegra, incisões cirúrgicas fechadas,
Contra-Indicação
feridas com muito exsudato, feridas colonizadas por fungos.
Aplicar o gel com espátula no local desejado;
Ferida infectadas trocar o curativo no máximo em 24hs ;
Aplicação e Troca
Ferida com necrose trocar em 24hs.
Necessita de cobertura secundária

38
SULFADIAZINA DE PRATA
Composição Sulfadiazina de prata 1% hidrofílico.
Exerce ação bactericida e bacteriostática residual pelas
Acção
pequenas quantidades de prata iônica
Utilizado em queimaduras , lesões infectadas ou com tecido
Indicação e Benefício
necrótico
Contra-Indicação Hipersensibilidade ao produto
Utilizar somente com indicação e prescrição médica;
Aplicar camada fina do produto, colocar gaze de contato
umedecida com SF e cobrir com cobertura secundária estéril
Aplicação e Troca
. Permanece no máximo 12 horas ou quando saturar.
*Cuidado: o uso indiscriminado da sulfadiazina de prata
pode causar citotoxicidade e levar a resistência microbiana
NEOMICINA BACITRACINA
O sulfato de neomicina + bacitracina contém dois antibióticos,
Composição
a neomicina e a bacitracina
Tratamento de infecções da pele e/ou de mucosas, causadas
por diferentes bactérias, como por exemplo: nas “dobras” da
Acção
pele, ao redor dos pelos, na parte de fora da orelha, nos
furúnculos, nas lesões com pus, na acne infectada etc.
juntos inibem o crescimento de vários tipos de bactérias,
principalmente as que costumam causar infecções de pele e
Indicação e Benefício de mucosas. Na maioria dos casos, pode-se observar a
melhora da lesão cerca de dois ou três dias após o início do
tratamento.
Não deve usar sulfato de neomicina + bacitracina se:
 Tiver alergia à neomicina, aos antibióticos
aminoglicosídeos e outros componentes da
fórmula;
Contra-Indicação  Tiver perda da função dos rins (insuficiência renal
grave);
 Você já teve ou tem problemas de audição ou de
equilíbrio (sistema labiríntico);
 For gestante ou estiver amamentando.

uma fina camada do produto, 2 a 5 vezes ao dia com o auxílio


de uma gaze. Mantenha o tratamento por mais 2 a 3 dias, após
os sintomas terem desaparecido. Para que não ocorra um
Aplicação e Troca excesso da absorção do medicamento para o sangue, quando
você aplicar sulfato de neomicina + bacitracina em grandes
áreas ou queimaduras, o tratamento deve ser feito por poucos
dias (no máximo 8 a 10 dias).

39
HIDROCOLÓIDE
Placa: camada externa de poliuretano, camada interna de
Composição partículas hidroativas compostas por CMC, Gelatina e
Pectina; Pasta: partículas hidrocolóides naturais.
Em contato com o exsudato forma gel hidrofílico que
mantém o meio úmido
Acção
Estimula a angiogênese e desbridamento autolítico.
Acelera processo de granulação tecidual.
Prevenção e tratamento de feridas abertas não infectadas;
Indicação e Benefício Úlceras de pressão não infectadas;
Pouca ou moderada exsudação.
Feridas infectadas, tecido desvitalizado e queimaduras de 3°
Contra-Indicação
grau;
Na utilização da placa, aplicar segurando pelas bordas e
pressionar as bordas massageando a placa;
Aplicação e Troca Na utilização da pasta, preencher depressões na ferida
aplicando com auxílio de espátula;
A placa pode permanecer até 7 dias
MEMBRANAS OU FILMES SEMIPERMEÁVEIS
Filme de poliuretano, transparente , semipermeável,
Composição
aderente a superfícies secas

Acção Mantém ambiente úmido e favorável a cicatrização,


permeabilidade seletiva;
Impermeável a fluídos e microorganismos
Lesões superficiais de queimadura;
Fixação de catéteres;
Escoriações;
Indicação e Benefício
Incisões cirúrgicas,;
Permite visualização direta da ferida;
Não requer cobertura secundária
Feridas com muito exsudato, infectadas e em caso de hiper-
Contra-Indicação
sensibilidade.
A troca deve ser realizada quando a membrana perder sua
transparência, ou em sinais de infecção;
Aplicação e Troca
A membrana pode permanecer até 7 dias;
Pode ser utilizado como curativo secundário.

40
FIBRAS DE ALGINATO DE CÁLCIO
Sais de polímero natural, o ácido algínico derivado de algas
Composição marinhas.
Apresentação em placa ou fita
Promove hemostasia e a granulação, absorve exsudato,
Acção mantém leito umedecido e auxilia o desbridamento
autolítico .
Feridas exsudativas com ou sem sangramento, cavitárias
com ou sem infecção;
Indicação e Benefício Auxilia no desbridamento autolítico;
Hemostático;
Diminui exsudação e odor
Contra-Indicação Feridas superficiais com pouco exsudato, queimaduras.
Irrigar 0 local com SF 0,9% morno em jato;
Realizar desbridamento se necessário;
Modelar o produto no interior da lesão umedecendo a o
produto com SF0,9% morno;
Aplicação e Troca
Não ultrapassar as bordas da lesão
Cobertura secundária ( tela de silicone, hidrocolóide)
Troca a cada 24hs em feridas infectadas;
Troca a cada 48hs em feridas exsudativas ou até saturar
CARVÃO ATIVADO COM PRATA
Carvão ativado impregnado com prata 0,15% envolto por
Composição
película de nylon

Acção Filtra odor e possui ação bactericida e bacteriostática,


diminui odor e exsudação

Indicação e Benefício Feridas infectadas ou colonizadas, exsudativas com ou sem


necrose e odor

Contra-Indicação Feridas limpas e lesões por queimaduras, exposição óssea e


de tendões
Colocar a cobertura sobre a ferida e ocluir com curativo
secundário estéril;
*Importante: a cobertura de carvão ativado não pode ser
cortada.
Aplicação e Troca Trocar cobertura de a cada 48 a 72hs dependendo da
absorção, se ferida sem infecção a troca deverá ser feita de
3 a 7 dias;
Trocar cobertura secundária sempre que estiver saturada;
Requer curativo secundário.
41
PAPAÍNA
Complexo de enzimas proteolíticas
10% - feridas com necrose
Composição 6%- feridas com exsudato purulento
2%- utilizado em tecido de granulação
Apresenta-se em pó ou gel
Desbridamento químico, ação bactericida e bacteriostática,
Acção acelera processo cicatricial, promove granulação e
epitelização
Feridas abertas secas ou exsudativas, ferida colonizada ou
Indicação e Benefício infectada; tecido desvitalizado, necrótico, feridas com
tecido de granulação
Contato com metais devido poder de oxidação, tempo
Contra-Indicação
prolongado de preparo devido a instabilidade da enzima
Aplicar no tecido necrosado fina camada de papaína ocluir
com curativo secundário;
A troca do curativo deve ser realizada no máximo a cada 24
Aplicação e Troca
hs de acordo com a saturação do curativo secundário.
*A validade é conforme fabricante, deve-se manter na
geladeira e não manipular com objetos metálicos.

42
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: TÉCNICA DE APLICAÇÃO DE PENSOS/ COBERTURAS

SUMÁRIO: LIGADURAS E ATADURAS


DEFINIÇÃO
Ligadura: É uma tira de pano de qualquer largura ou comprimento, que serve para
fixar curativo-proteção contra fatores externos nocivos, dar suporte a membros lesados,
corrigir defeitos ou agir como hemostético para deter hemorragia e favorecer a
circulação.
TIPOS DE LIGADURAS OU ATADURAS
Gaze: comumente usada para fixar curativos, feita de material fino e maleável, o que
facilita sua aplicação em qualquer superfície.
Crepom: mais usada para fixar curativos e imobilização, por promover maior
segurança devido a sua elasticidade.
Elástico: mais indicada nos casos de hemorragia e varizes.
Flanela: serve como isoladora entre a epiderme e a atadura gessada, Conserva o calor
facilitando a circulação.
Tartalana, escócia ou crinolina: é uma gaze torcida com fios frouxos que são
endurecidos por meio de uma goma (ataduras gessadas).
FORMAS DE APLICAÇÃO DE LIGADURAS OU ATADURAS
Ligadura Circular: é enrolada em
volta da parte afetada, sobrepondo-
se uma volta completa à volta
anterior. Locais: dedos, pescoço,
tórax, abdômen, punho, tornozelo
Ligadura Espiral: enrolada obliquamente de maneira que a volta posterior recubra
metade ou 2/3 de sua largura.
Ligadura Espiral Ascendente:
Começa na parte inferior do
segmento corporal, de baixo para
cima. Locais: punho, dedos e tronco.
Ligadura Espiral Descendente:
começa na parte superior do
segmento corporal, de cima para
baixo.
Ligadura Espiral Inversa: faz-se uma
volta em espiral ascendente,
fazendo-se o inverso na metade de
cada volta. Local: braço, antebraço,
coxas e pernas;
43
Cruzada, em oito ou espica: consiste
em se fazer voltas obliquas passando
uma sobre as outras que ascendem e
descendem alternadamente, sendo
que cada uma segue a precedente e
assim parece uma figura em oito.
Local: joelho, cotovelo, tornozelo e
punho
Capacete ou recorrente: consiste em
se fazer voltas recorrentes, iniciando
e terminando em circular. Local:
cabeça, dedos, artelhos cotos após
amputação.
TÉCNICA PARA APLICAÇÃO DE UMA LIGADURA OU ATADURA
Preparar todo o material antes da realização do procedimento;
Lavar as mãos antes e após contato com paciente;
Orientar o paciente sobre a necessidade do procedimento, antes de realiza-lo;
Aplicar a atadura sempre da esquerda para direita;
O corpo da atadura deve estar sempre voltado para cima;
Fixar a parte inicial com o polegar, fazer a lacínia (pequena dobra):
Fixar bem o extremo inicial e final;
Não ajustar muito para evitar transtornos circulatórios;
Evitar pregas e rugas, use a atadura sempre esticada (evitar escoriações da pele);
Deixar, sempre que possível, a extremidade do membro descoberta, a fim de verificar
condições da circulação;
Cobrir apenas 1/3 ou ½ da atadura em cada volta;
Não deixar duas superfícies em contato (evitar escoriações da pele);
Dar apoio ao local onde está sendo aplicada a atadura;
Verificar a largura da atadura de acordo com o diâmetro da superfície do corpo a ser
enfaixada;
Encerrar a atadura fazendo 2 ou 3 circulares, afim de impedir o deslocamento;
Cortar parte da atadura quando a mesma sobrar;
Fazer uma pequena dobra na extremidade terminal para fixação;
Fixar com esparadrapo ou fita crepe.
Notas Importantes
Não fazer fixação sobre;
- Local ferido;
- Saliências ósseas ou face inferior do membro;
- Lado em que paciente durma ou repouse;
- Qualquer local que cause desconforto ao paciente.
Para retirar a atadura;
- Cortar com tesoura apropriada (ponta arredondada);
- Desenrolar para aproveita-la posteriormente;
- Nunca aproveite ataduras de feridas ou em situações que estiverem muito sujas.

44
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: COLETA DE AMOSTRA PARA ANÁLISES

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A COLETA DE AMOSTRA PARA ANÁLISES


DIFINIÇÃO
Coleta de amostra: É a técnica que se dedica a coleta de materiais clínicos como
sangue, fezes, urina, escarro e outros para realização de exames diagnóstico
complementares.
Objectivos: A coleta de materiais tem como objectivo ajudar o profissonal de
saúde a:
- Compreeder as fases de um exame laboratorial;
- Conhecer quais os principais cuidados para facilitar a coleta;
- Evitar desconforto ao paciente;
- Conhecer a quantidade necessária de material biológico a ser coletado;
- Saber como armazenar as amostras até a análise;
- Saber as atribuições da equipe de enfermagem para essa atividade;
- Obter o resultado clínico para acompanhar as próximas intervenções;
TIPOS DE EXAMES LABORATORIAS COMPLEMENTARES PARA COLETA
Hematologia; Coprologia;
Imunohematologia; Parasitologia;
Bioquímica; Urinálises;
Hemoglobina glicada; Escarro;
Glicemia; Secreção vagina;
Imunoquímica; Hanseníase;
Sorologia; Anatomia patológica;
FASES OU ETAPAS DA COLETA AMOSTRA PARA ANÁLISES
Fese Pré-Analítica;
Identificação correta do paciente e dos exames que serão realizados;
Confirmação da amostra que deveria ter sido coletada;
Verificação de sua condição de viabilidade;
Preparo do paciente conforme as instruções prévias;
Ausência do jejum solicitado;
Tabagismo;
Atividade física;
Uso de medicamentos;
Horário da coleta;
Fese Analitica;
Realização do exame propriamente dito;
Preparo dos reagentes e materiais a serem utilizados;
Encaminhamento ao laboratório para análise;
Programação para a coleta de sangue;
45
Fese Pós-Analítica;
Ao final da análise laboratorial, o profissional emitirá um laudo contendo todas as
informações relacionadas à identificação do paciente, ao tipo de exame que a amostra
foi submetida, ao equipamento usado para essa questão e à conclusão do documento.

Esse documento deve ser datado, assinado e carimbado pelo profissional


responsável, podendo ser aceita a versão eletrônica, encaminhado ao profissional
solicitante para que o mesmo possa fazer a leitura e orientar um tratamento adequado;
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA COLETA DE SANGUE
Bandeja contendo;
1 par de luvas de procedimento
1 unidade de escalpe nº 21 ou 23 ou agulha 30x06 ou 30x07;
1 unidade de seringa de 10 ml;
1 recipiente com algodão embebido com álcool a 70%
1 unidade de garrote;
Tubos para coleta de acordo com o pedido de exame de sangue;
TÉCNICA PARA COLETA DE SANGUE
Lavar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente;
Identificar o tubo de coleta (nome, data, hora, RG);
Calçar luvas de procedimento;
Proteger a cama com papel toalha;
Garrotear o membro um pouco acima do local a ser puncionado;
Realizar antissépsia da pele de cima para baixo, para longe do local da punção;
Colher o material;
Coletar nos tubos previamente identificados;
Encamiar junto com o pedido para o laboratório;
Cuidar do material, desprezando o lixo contaminado descartável;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário;
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA COLETA DE HEMOCULTURA
Bandeja contendo;
1 par de luvas de procedimento;
1 unidade de escalpe nº 21 ou 23 ou agulha 30x06 ou 30x07;
1 unidade de seringa de 10 ml;
1 recipiente com algodão embebido com álcool a 70%;
1 unidade de garrote;
1 frasco de hemocultura;

46
TÉCNICA PARA COLETA DE HEMOCULTURA
Lavar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente;
Conferir o pedido de exame;
Identificar o frasco de coleta (nome, data, hora, RG);
Calçar luvas de procedimento;
Garrotear o membro um pouco acima do local a ser puncionado;
Realizar antissépsia da pele de cima para baixo, para longe do local da punção;
Colher o material sendo 5 ml de sangue para adultos e 1 à 2 ml de sangue para
as cianças;
Desinfetar a boca do frasco de Hemocultura com alcool a 70%;
Trocar a agulha antes de introduzir o sangue no frasco;
Coletar no inicio do pico febril co intervalos de 15 a 30 min ou conforme a
prescrição médica;
Encamiar junto com o pedido para o laboratório;
Cuidar do material, desprezando o lixo contaminado descartável;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário;
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA COLETA DE URINA
Bandeja contendo;
1 par de luvas de procedimento;
1 recipiente com algodão embebido com álcool a 70%;
1 frasco de Urinálises;
TÉCNICA PARA COLETA DE URINA EM PACIENTE NORMAL
Lavar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente;
Conferir o pedido de exame;
Identificar o frasco de coleta (nome, data, hora, RG);
Calçar luvas de procedimento;
Realizar antissépsia da pele com água e sabão;
Desprezar o primeiro jato;
Coletar o jato intermediário;
Colher de preferência a primeira urina da manhã;
Encamiar junto com o pedido para o laboratório;
Cuidar do material, desprezando o lixo contaminado descartável;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário;
TÉCNICA PARA COLETA DE URINA EM PACIENTE COM SONDA VESICAL
Lavar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente;
Conferir o pedido de exame;

47
Identificar o frasco de coleta (nome, data, hora, RG);
Calçar luvas de procedimento;
Realizar assépsia da sonda com álcool a 70%;
Realizar a punção com agulha fina;
Colher de preferência a primeira urina da manhã;
Encamiar junto com o pedido para o laboratório;
Cuidar do material, desprezando o lixo contaminado descartável;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário;
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA MENSURAÇÃO DA GLICÉMIA CAPILAR
Bandeja contendo;
1 par de luvas de procedimento;
1 Glicômetro;
1 unidade de fita de glicoteste;
1 unidade de agulha 13x4,5 ou lanceta;
1 recipiente com algodão embebido com álcool a 70%;
TÉCNICA PARA MENSURAÇÃO DA GLICÉMIA CAPILAR
Lavar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente;
Conferir o pedido de exame;
Calçar luvas de procedimento;
Posicionar um dos dedos em que será realizado o teste, de maneira que a gota
de sangue pingue na fita reagente.
Passar algodão com álcool no dedo;
Comprimir o dedo acima do local a ser puncionado;
Fazer um pequeno furo com agulha ou lanceta;
Esperar a gota de sangue pingar sobre a fita (não esfregar o dedo na fita);
Aguardar por 30 segundos;
Fazer leitura do resultado comparando com os valores de referência;
Limpar o dedo do paciente;
Encamiar junto com o pedido para o laboratório (se necessário);
Cuidar do material, desprezando o lixo contaminado descartável;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário;

48
TABELA DE EXAMES LABORATORIAIS COMPLEMENTARES

UNIDADE
EXAME UNIDADE SI
CONVENCIONAL
EXAME DE SANGUE
Albumina 3,5–5,4 g/dL 35–54 g/L
Acetoacetato < 1 mg/dL < 0,1 mmol/L
Fostafase alcalina (ALP) 36–150 U/L 0,5–2,5 mckat/L
Alfa-1 antitripsina (AAT) 83–199 mg/dL 15,3–36,6 mcmol/L
Alfafetoproteína (AFP) 0–20 ng/dL 0–20 pg/L
Aminotransferase, alanina (ALT) 0–35 U/L 0–0,58 pkat/L
Amônia 40–80 mcg/dL 23–47 mcmol/L
Amilase 0–130 U/L 0–2,17 mckat/L
Hormônio antidiurético (ADH; arginina) < 1,7 pg/mL < 1,57 pmol/L
Bicarbonato 23–28 mEq/L 23–28 mmol/L
Bilirrubina 0,3–1,2 mg/dL/dia 5,1–20,5 mcmol/L
Plasma
28–43 mL/kg do peso corporal 0,28–0,43 L/kg do peso corp.
* Mulheres 25–44 mL/kg do peso corporal 0,25–0,44L/kg do peso Corp.
* Homens
Eritrócitos
25–30 mL/kg do peso corporal 0,25–0,30 L/kg do peso corp.
* Mulheres 25–35 mL/kg do peso corporal 0,25–0,35L/kg do peso Corp.
* Homens
Cálcio 9–10,5 mg/dL 2,2–2,6 mmol/L
Dióxido de carbono (CO2) 23–28 mEq/L 23–28 mmol/L
Caroteno 75–300 mcg/L 1,4–5,6 mcmol/L
Contagem de células T CD4+ 640–1.175/mcL 0,64–1,18 x 109/L
Contagem de células T CD8+ 335–875/mcL 0,34–0,88 x 109/L
Cloro 98–106 mEq/L 98–106 mmol/L
Colesterol HDL (HDL-C) ≥ 40 mg/dL ≥ 1,04 mmol/L
Colesterol LDL (LDL-C) ≤ 130 mg/dL ≤ 3,36 mmol/L
Fatores de coagulação I 150–300 mg/dL 1,5–3,5 g/L
Cobre 70–155 mcg/L 11–24,3 mcmol/L
Creatinina 0,7–1,3 mg/dL 61,9–115 mcmol/L
Glicose 70–105 mg/dL 3,9–5,8 mmol/L
Hematócrito
* Mulheres 36–47%
* Homens 41–51% ----
Hemoglobina
* Mulheres 12–16 g/dL 120–160 g/L
* Homens 14–17 g/dL 140–170 g/L
Imunoglobulina
* IgA 70–300 mg/dL 0,7–3,0 g/L
* IgM 20–140 mg/dL 0,2–1,4 g/L
Insulina 1,4–14 mcUI/mL 10–104 pmol/L
Ferro 60–160 mcg/dL 11–29 mcmol/L
Chumbo < 40 mcg/dL < 1,9 mcmol/L
Magnésio 1,5–2,4 mg/dL 0,62–0,99 mmol/L
pH 7,38–7,44 -----
Contagem de plaquetas 150–350 x 103/mcL 150–350 x 109/L
Contagem de eritrócitos 4,2–5,9 x 106 células/mcL 4,2–5,9 x 1012 células/L
Contagem de leucócitos 4,5–11 x 103 células/mcL 4,5–11 x 109 células/L
Ácido pirúvico 0,08–0,16 mmol/L ------
Sódio 136–145 mEq/L 136–145 mmol/L
Proteína 6–7,8 g/dL 60–78 g/L
Progesterona:
* Mulheres < 1 ng/mL < 0,03 nmol/L
* Homens 3–30 ng/mL 0,1–0,95 nmol/L

49
Testosterona:
* Mulheres 20–75 ng/dL 0,7a 2,6 nmol/L
* Homens 300–1.200 ng/dL 10–42 nmol/L
Ureia 8–20 mg/dL 2,9–7,1 mmol/L
Ácido úrico 2,5–8 mg/dL 0,15–0,47 mmol/L
Neutrófilos segmentados 2,6–8,5 x 103 células/mcL 2,6–8,5 x 109 células/L
Linfócitos 0,77–4,5 x 103 células/mL 0,77–4,5 x 109 células/L
Monócitos 0,14–1,3 x 103 células/mL 0,14–1,3 x 109 células/L
Eosinófilos 0–0,55 x 103 células/mcL 0–0,55 x 109 células/L
Basófilos 0–0,22 x 103 células/mcL 0–0,22 x 109 células/L

UNIDADE
EXAME UNIDADE SI
CONVENCIONAL
EXAME DE URINA
Aminoácidos 200–400 mg/24h 14–29 nmol/24 h
Microalbumina < 30 mg/24 h ------
Amilase 6,5–48,1 U/h ------
Cálcio 100–300 mg/dia 2,5–7,5 mmol/dia
Cloro 80–250 mEq/dia 80–250 mmol/dia
Cobre 0–100 mcg/24 h 0–1,6 mcmol/24 h
Creatinina
* Mulheres 0–100 mg/24 h 0–763 mmol/24 h
* Homens 4–40 mg/24 h 30–305 mmol/24 h
pH 5-7 -----
Ácido úrico 250–750 mg/24 h 1,48–4,43 mmol/24 h
Sódio 100–260 mEq/24 h 100–260 mmol/24 h
Proteína Negativo --------
Glicose Negativo --------
Bilirrubina Negativo --------
Sangue Negativo --------
Nitritos Negativo --------
Urobilinogênio 0,2–1,0 UE --------

UNIDADE
EXAME UNIDADE SI
CONVENCIONAL
EXAME DE FEZES
Gordura < 5 g/dia ------
Nitrogênio < 2 g/dia ------
Urobilinogênio 40–280 mg/24 h 68–473 mcmol/24 h
Peso < 200 g/dia ------

50
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: TRANSFUSÃO SANGUINEA

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A TRANSFUSÃO SANGUINEA


DIFINIÇÃO
Transfusão Sanguinea: É a técnica que consiste na administração de sangue
interio ou de qualquer um dos seus componentes para corrigir ou tratar uma anomalia
clinica.
INDICAÇÕES PARA TRANSFUSÃO SANGUINEA
Recuperar o volume de sangue perdido devido a hemorragia maciça
Corrigir uma deficiência em glóbulos vermelhos;
Melhorar a capacidade de transporte de oxigênio no sangue;
Corrigir anemias sempre que o aumento do volume de sangue não seja tolerado;
Tratar choque hipovolêmico ou hipoproteinemia devido a queimaduras,
traumatismos, cirurgias ou infecções;
Corrigir distúrbios hemorrágicos;
TIPOS DE TRANFUSÃO DE SANGUINEA
Transfusão Autóloga: É o método terapêutico que consiste na reintrodução do
sangue do paciente em suas próprias veias, ou seja, é uma transfusão realizada com
o sangue previamente retirado (2 a 3 semanas), também chamada e autotransfusão.
Transfusão Homóloga: É o método terapêutico que consiste na administração/
infusão de sangue no paciente conseguido através da doação, processado,
fracionado, submetido a testes sorológicos e imunohematológicos.
TIPOS DE GRUPOS SANGUINEOS
A tipificação do sangue é a determinação do tipo ou grupo de sangue, que é
realizada de acordo com a classificação ABO (sangue A, B, AB e O) e com a presença do
fator rhesus (Rh+ e Rh-) e tendo em conta estes 2 grupos de antigénios, os grupos de
sangue podem ser:
A Rh+ (ou A+);
A Rh- (ou A-);
B Rh+ (ou B+);
B Rh- (ou B-);
AB Rh+ (ou AB+);
AB Rh- (ou AB-);
O Rh+ (ou O+);
O Rh- (ou O-).
A importância da tipificação do sangue nas transfusões deve-se ao facto de nem
todos os tipos de sangue serem compatíveis entre si, pois os tipos de sangue
classificados de acordo com o sistema ABO têm as seguintes características:

51
Tipo A: possui antigénios A nos glóbulos vermelhos e anticorpos anti-B no plasma;
Tipo B: possui antigénios B nos glóbulos vermelhos e anticorpos anti-A no plasma;
Tipo AB: possui antigénios A e B nos glóbulos vermelhos e não possui anticorpos no
plasma;
Tipo O: não possui antigénios A ou B nos glóbulos vermelhos e possui anticorpos anti-
A e anti-B no plasma.
E tendo em consideração os grupos A, B, AB e O, existem as seguintes limitações
nas transfusões:
As pessoas com sangue do tipo A só podem receber sangue dos tipos A e O;
As pessoas com sangue do tipo B só podem receber sangue dos tipos B e O;
As pessoas com sangue do tipo O só podem receber sangue do tipo O;
As pessoas com sangue do tipo AB podem receber sangue dos tipos A, B, AB e O;
Como as pessoas que possuem
sangue de tipo AB podem ser recetoras
de qualquer um dos outros tipos, são
chamadas recetoras universais ao passo
que as pessoas que possuem sangue de
tipo O podem ser dadoras para qualquer
um dos outros tipos, são chamadas
dadoras universais.
Tendo em consideração a presença do fator rhesus, existem as seguintes
limitações nas transfusões:
As pessoas com sangue Rh+ só podem receber sangue Rh+;
As pessoas com sangue Rh- só podem receber sangue Rh-;
TIPOS DE TRANSFUSÃO SANGUINEA DE ACORDO A NECESSIDADE
As transfusões de sangue e componentes sanguíneos podem ser de vários tipos,
sendo estas prescritas em função das características individuais de cada pessoa e da sua
situação particular.
Relativamente aos componentes do sangue, existem transfusões de glóbulos
vermelhos, de plaquetas e de plasma, mas não existem transfusões isoladas de glóbulos
brancos.
TRANSFUSÃO DE GLÓBULOS VERMELHOS
As transfusões de glóbulos vermelhos são usadas em pessoas que não têm
glóbulos vermelhos suficientes, pós sem estas células, o sangue não tem capacidade
para transportar oxigénio em quantidade adequada para a manutenção das funções dos
vários órgãos.
TRANSFUSÃO DE PLAQUETAS
As transfusões de plaquetas podem ser usadas em doentes com hemorragia ativa
ou perigo de hemorragia, seja porque têm poucas plaquetas ou porque a função destas
células está comprometida.

52
TRANSFUSÃO DE PLASMA
As transfusões de plasma permitem fornecer proteínas importantes para a
coagulação, pelo que também podem ser necessárias em situação de hemorragia, assim,
a transfusão de plasma é usada para ajudar a controlar hemorragias e para tratamento
de doenças autoimunes.
TIPOS DE FILTROS PARA TRANFUSÃO DE SANGUINEA
Filtros Standard: Com capacidade de filtração de 170 e 220 micra, é usado para
todos os hemocomponentes transfundidos, sendo estes estéreis, apirogênicos e
descartáveis após uso único, sendo necessário fazer a troca, em transfusões seqüenciais,
se cada equipo permanecer por mais de 2 horas.
Filtros de Microagregados: Com capacidade de filtração 10 a 40 micras, podem
ser utilizados em bolsas de sangue com período de estocagem superior a cinco dias, com
formação de microagregados e estão indicados em transfusões maciças.
Filtros para Leucorredução: Utilizados para retenção de leucócitos dos
componentes eritrocitários, plaquetários e plasmáticos.
ALTERNATIVAS À TRANSFUSÃO DE SANGUE
A administração de minerais ou de hormonas que estimulam a medula óssea a
produzir células, constitui uma das alternativas a substituição da transfusão sanguinea,
bem como o tratamento da causa do problema que justifica a necessidade de uma
transfusão.
No entanto, os efeitos assim conseguidos não são imediatos, podem levar
semanas a meses e desta forma, estas alternativas não constituem uma boa opção em
situações súbitas de perda de sangue.
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA TRANSFUSÃO SANGUINEA
Bandeja contendo;
1 unidade de Hemocomponentes (sangue) conforme a prescrição médica;
1 unidade de seringa de 10 ml;
1 recipiente com algodão embebido com álcool a 70%;
1 par de luvas de procedimento;
1 unidade de garrote;
1 unidade de equipo de infusão com filtro standard ou outro;
1 unidade de cateter intravenoso (escalpe ou jelco) 18-19 G;
30 cm de esparadrapo ou micropore;
Rotulo para identificação;

53
TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DA SOROTERAPIA
Lavar as mãos;
Conferir a prescrição médica a ser administrada;
Identificar na unidade o nome completo, enfermaria do receptor, o número de
identificação do hemocomponente, seu grupo ABO e Rh (D); e do profissional;
Levar bandeja de medicação junto ao paciente;
Perguntar o nome do paciente;
Explicar o procedimento ao paciente;
Calçar luvas de procedimento;
Verificar e registrar os sinais vitais antes da instalação da transfusão;
Escolher uma via de acesso, na mão não dominante usando agulhas de calibre 18-19 G;
Buscar inicialmente as veias distais das mãos ou braços para a venopunção;
Fazer inspeção da rede venosa com o uso de garrote (se necessário);
Realizar antissépsia da pele de cima para baixo, removendo a sujidade do local;
Puncionar a veia, penetrando primeiramente a pele com o bisel voltado para cima e
depois perfurar a veia;
Verificar o fluxo e o refluxo;
Proceder a fixação do dispositivo com esparadrapo ou micropore;
Realizar o procedimento com a abertura do roler do equipo;
Os primeiros 25/50 ml devem ser transfundidos lentamente 2 ml/minuto e, caso não
se detecte nenhuma reação durante este período, aumentar o ritmo;
Obedecer o tempo máximo de infusão do hemocomponente equivalente a 4 horas;
Em caso de absoluta necessidade interromper a transfusão e lavar a linha de infusão
com soro fisiológico.
Verificar os sinais vitais do paciente e anotar no prontuário,
Desligar a venopunção;
Fazer compressão do local com algodão, cerca de três minutos;
Bloquear o acesso com curativo transparente ou esparadrapo ou micropore;
Observar atentamente o paciente nos 15 a 30 minutos após o término da transfusão;
Orientar pacientes ambulatoriais quanto a eventuais reações adversas nas primeiras
24 horas após o procedimento transfusional;
Orientar e observar pacientes internados nas primeiras 24 horas após termino da
transfusão;
Observar e tratar as eventuais reações adversas transfusionais;
Levar a bandeja e organizar o material;
Anotar a data, hora, e a via de administração no prontuário do paciente;
Notas Importantes:
As transfusões sanguíneas devem ser realizadas, normalmente no período diurno;
A infusão de grande quantidade de hemocomponentes gelados deve ser evitada;
É obrigatória a observação do paciente nos dez minutos iniciais após instalação da
Transfusão;
Devem se evitar na mesma via o uso de soluções glicosadas; Lactato de Ringer e
medicamentos (antibióticos, quimioterápicos e outros);

54
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /
UNIDADE: TÉCNICAS ESPECIAIS

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A SONDAGEM VESICAL


DIFINIÇÃO
Sondagem Vesical: É a técnica que consiste introdução de um cateter ou sonda
estéril através da uretra até a bexiga, com o objetivo de drenar a urina.
FINALIDADES DA SONDAGEM VESICAL
Esvaziar a bexiga para procedimentos cirúrgicos principalmente abdominais;
Coletar urina estéril para exames;
Controlar o débito urinário;
Permitir irrigação vesical;
Aliviar a retenção urinária;
Drenar urina de pacientes com incontinência urinária;
INDICAÇÕES PARA SONDAGEM VESICAL
Quando houver indicação absoluta do seu uso;
Quando o paciente apresenta retenção urinária;
Quando é necessário enviar ao laboratório uma amostra de urina (urina asséptica);
Antes de determinado exame ginecológico e urológico;
Se o paciente não consegue urinar espontaneamente antes do exame.
Pacientes com manifestações crónicas de, incontinência ou deficiência física.
Pacientes que necessitam de cirurgia da bexiga ou com obstrução urinária
TIPOS DE SONDAGEM VESICAL
Sondagem vesical de alívio.
Sondagem vesical de demora;
SONDAGEM VESICAL DE ALÍVIO
Sondagem Vesical de Alívio: É a técnica que consiste introdução de um cateter ou
sonda estéril através da uretra até a bexiga, sendo logo após, retirada a sonda.
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA SONDAGEM VESICAL DE ALÍVIO
Bandeja contendo;
1 Cuba Rim;
1 Cúpula;
1 Pinça;
1 Unidade de compressas de gaze;
1 par de luvas estéreis;
1 unidade de sonda de Nelaton;
Xilocaína gel ou vaselina natural (para lubrificação);
20 ml de solução antisséptica;
Biombo (se necessário);
Material para Higienização íntima (1 jarro com água; 1 arrastadeira; 10 ml de
Sabão líquido; 1 unidade de compressas de gaze; toalha);

55
TÉCNICA PARA SONDAGEM VESICAL DE ALÍVIO
Lavar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente;
Realizar higiene íntima antes do procedimento, se necessário;
Colocar o paciente em posição dorsal e com os joelhos fletidos se for do sexo F;
Expor os genitais;
Expor o masterial evitando a contaminação;
Calçar luvas estéreis;
Realizar antissépsia do local seguindo os princípios científicos;
Introduzir a sonda no meato urinário e observar a drenagem da urina na C. Rim;
Retirar a sonda após a drenagem de toda a urina;
Cuidar do material, desprezando o lixo contaminado ou descartável;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário o volume drenado, aspecto, cor da urina e anomalias;
SONDAGEM VESICAL DE DEMORA
Sondagem Vesical de Alívio: É a
técnica que consiste introdução de um
cateter ou sonda estéril através da uretra
até a bexiga, sendo logo após, retirada a
sonda.
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA SONDAGEM VESICAL DE DEMORA
Bandeja contendo;
1 Cuba Rim;
1 Cúpula;
1 Pinça;
1 Unidade de compressas de gaze;
1 par de luvas estéreis;
1 unidade de sonda de Folley;
1 unidade de seringa de 20 ml;
20 ml de água destilada;
1 unidade de saco coletor;
Xilocaína gel ou vaselina natural (para lubrificação);
20 ml de solução antisséptica;
Biombo (se necessário);
Material para Higienização íntima (1 jarro com água; 1 arrastadeira; 10 ml de
Sabão líquido; 1 unidade de compressas de gaze; toalha);
TÉCNICA PARA SONDAGEM VESICAL DE DEMORA
Lavar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente;
Realizar higiene íntima antes do procedimento, se necessário;
Preencher o rótulo do colector de urina com o nome e data;

56
Colocar o paciente em posição dorsal e com os joelhos fletidos se for do sexo F;
Expor os genitais;
Expor o masterial evitando a contaminação;
Calçar luvas estéreis;
Testar o balão da sonda insuflando com o auxilio da seringa de 20 ml com ar;
Realizar antissépsia do local seguindo os princípios científicos;
Introduzir a sonda no meato urinário pela técnica asséptica;
Insuflar o balão da sonda com água destilada (quantidade determinada - sonda)
Introduzir totalmente a sonda e após insuflação , tracionala até obter resistência;
Observar drenagem da urina na Cuba Rim;
Fixar a sonda na parte interna da coxa do paciente;
Conectar a sonda ao saco colector;
Cuidar do material, desprezando o lixo contaminado ou descartável;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário o volume drenado, aspecto, cor da urina e anomalias;
TÉCNICA PARA REMOÇÃO DA SONDA VESICAL DE DEMORA
Lavar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente;
Reunir o material (luva de procedimento, seringa de 20 ml, gaze, saco para lixo);
Colocar o paciente em posição dorsal e com os joelhos fletidos se for do sexo F;
Expor os genitais;
Expor o masterial evitando a contaminação;
Calçar luvas de procedimento;
Retirar a fixação o esparadrapo;
Conectar a seringa na válvula da sonda e esvaziar o balão;
Retirar a sonda, e desprezar no saco de lixo;

Notas Importantes
A sonda de demora tem um período de validede de 72 horas (caso não haja sinais
de má higienização, sangramento ou desconforto ao paciente);
Fechar a sonda por 2 horas antes de retirá-la;
Observar se ocorre micção espontânea após a retirada da sonda.

57
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: TÉCNICAS ESPECIAIS

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A SONDAGEM GÁSTRICA


DIFINIÇÃO
Sondagem Gástrica: É a técnica que consiste introdução de um cateter ou sonda
estéril através da via nasal ou oral até ao estômago do paciente com a principal
finalidade de alimentar pacientes impossibilitados de deglutuir.
INDICAÇÕES PARA SONDAGEM GÁSTRICA
Preparo pré-operatório de algumas cirurgias;
Lavagem gástrica;
Coleta de material para exame de suco gástrico;
Alívio das distensões abdominais;
Alimentação e medicação nos pacientes impossibilitados de deglutir
TIPOS DE SONDAGEM GÁSTRICA
Sondagem Nasogástrica.
Sondagem Orogástrica (Pouco comum);
SONDAGEM NASOGÁSTRICA
Sondagem Nasogástrica: É a técnica que consiste introdução de um cateter ou
sonda estéril através da via nasal até ao estômago do paciente permitindo a infusão de
dietas e medicamentos aos pacientes impossibilitados de deglutuir.
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA SONDAGEM NASOGÁSTRICA
Bandeja contendo;
1 Unidade de Sonda nasogástrica;
1 Unidade de Seringa de 20 ml;
1 Unidade de compressas de gaze;
20 cm de esparadrapo ou micropore;
100 ml de água filtrada;
1 Unidade de Toalha;
1 par de luvas de procedimento;
10 ml de Xilocaína gel ou vaselina natural (para lubrificação);
1 Unidade de saco coletor;
1 Unidade de estetoscópio;
1 Cuba Rim;

58
TÉCNICA PARA SONDAGEM NASOGÁSTRICA
Lavar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente;
Preparar o material;
Colocar o paciente em posição de fowler ou sentado, com a cabeça ligeiramente
inclinada para frente;
Proteger o paciente com a toalha;
Calçar luvas de procedimento;
Medir a sonda da boca ao lobo inferior da orelha e deste até ao apêndice xifoide;
Lubrificar a sonda com Xilocaína gel ou vaselina natural;
Introduzir a sonda pela narina, pedindo para que o paciente degluta (engole) a
sonda e respire pela boca;
Oferecer água ao paciente, para facilitar a deglutição e introdução;
Verificar se a sonda está corretamente posicionada no estômago;
Conectar a sonda ao saco colector (em caso de SNG aberta);
Fixar a sonda em T, protegendo a base até a ponta do nariz com o esparadrapo;
Cuidar do material, desprezando o lixo contaminado ou descartável;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário tipo e número de sonda, aspecto da drenagem e reações do
paciente durante o procedimento;

TÉCNICA DE VERIFICAÇÃO DA SONDAGEM NASOGÁSTRICA


Técnica de aspiração: Consiste na aspeiração do conterudo gastrico com o
auxilio da seringa de modos a se observar a existencia ou não do mesmo.
Técnica do Borbulhamento: Consiste na colocação da sonda na cuba rim com
água e a observação da presença ou não de bolhas de água.
Técnica da auscutação: Consiste na colocação do difragma do estetoscópio
sobre a região inferior ao apêndice xifoide, introduzindo na sonda água de
modos a auscutar a passagem da mesma sobre a sonda no esôfago;

59
ALIMENTAÇÃO POR MEIO DA SONDA NASOGÁSTRICA (GAVAGEM)
Gavagem: É o processo de introdução de uma sonda via nasal ou oral que passa
pelo estômago e fica introduzida até o duodeno, permitindo a infusão de dietas e
medicamentos aos pacientes impossibilitados de deglutir.
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA GAVAGEM
Bandeja contendo;
1 Unidade de Sonda nasogástrica com fio guia;
1 Unidade de Seringa de 20 ml;
1 Unidade de compressas de gaze;
20 cm de esparadrapo ou micropore;
100 ml de água filtrada;
1 Unidade de Toalha;
1 par de luvas de procedimento;
10 ml de Xilocaína gel ou vaselina natural (para lubrificação);
TÉCNICA PARA ALIMENTAÇÃO POR MEIO DA SONDA NASOGÁSTRICA
GAVAGEM
Lavar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente;
Preparar o material;
Colocar o paciente em posição de fowler ou sentado, com a cabeça ligeiramente
inclinada para frente;
Proteger o paciente com a toalha;
Calçar luvas de procedimento;
Medir a sonda da boca ao lobo inferior da orelha e deste até ao hipogastro;
Lubrificar a sonda com Xilocaína gel ou vaselina natural;
Introduzir a sonda pela narina, com fio guia previamente testado na sonda;
Oferecer água ao paciente, para facilitar a deglutição e introdução;
Verificar se a sonda está corretamente posicionada;
Retirar fio guia;
Fixar a sonda em T, protegendo a base até a ponta do nariz com o esparadrapo;
Cuidar do material, desprezando o lixo contaminado ou descartável;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário tipo e número de sonda, aspecto da drenagem e reações do
paciente durante o procedimento;
Aguardar três horas para infundir a dieta;

Notas Importantes
O médico deve solicitar um RX de rotina para verificar o posicionamento da sonda
antre de autorizar a infusão da dieta;

60
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: TÉCNICAS ESPECIAIS

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A SONDAGEM RETAL (ENEMA DE LIMPEZA)


DIFINIÇÃO
Enema de Limpeza: É a técnica que consiste na lavagem intestinal introduzindo
um líquido no intestino através do ânus com a finalidade de provocar a expulsão de fezes
ou gazes.
FINALIDADES DO ENEMA DE LIMPEZA
Alívio da constipação;
Eliminar ou evitar a distensão abdominal ou flatulência;
Remover o sangue nos casos de melena;
Preparo do cólon para pré-operatório, exames do trato gastrintestinal;
Administrar medicamentos;
Facilitar eliminação fecal;
INDICAÇÕES PARA O ENEMA DE LIMPEZA
Antes de uma intervenção cirúrgica;
Antes de um parto
Antes de um clister de retenção
Antes de certos exames no intestino
Antes do tratamento do trato intestinal
Antes de uma radiografia do trato intestinal
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA O ENEMA DE LIMPEZA
Bandeja contendo;
1 Unidade de Sistema irrigador completo;
1 Unidade de Sonda retal;
1 Unidade de compressas de gaze;
1 Unidade de saco para o lixo;
1 Unidade de Fraldas descartáveis;
1 Arrastadeira;
20 cm de esparadrapo ou micropore;
1 par de luvas de procedimento;
10 ml de Xilocaína gel ou vaselina natural (para lubrificação);
Solução Prescrita;
Suporte e biombo (se necessário)

61
TÉCNICA PARA O ENEMA DE LIMPEZA
Lavar as mãos;
Explicar o procedimento ao paciente;
Preparar o material;
Colocar o paciente em posição de decúbito ventral;
Preparar o irrigador com a solução indicada
Colocar o irrigador numa altura de 80cm, acima do nível da cama;
Adaptar a sonda a torneira e retirar o ar e a primeira porção de água fria
Colocar o impermeável de baixo do paciente
Desdobrar a colcha em leque e colocar o paciente em posição de Sims
Colocar a Xilocaina numa gaze e lubrificar a ponta da sonda;
Levantar a ponta do lençol, afastar a prega interglútea e introduzir cuidadosamente
a sonda no reto, a qual deve ser vagarosa;
Introduzir cerca de 10 cm no adulto e 5 a 7 cm na criança;
Terminado, fechar a torneira e retirar cuidadosamente a sonda rectal;
Deixar se possível o paciente na mesma posição, durante 10 à 15 minutos
Levar a bandeja, deixando o papel higiénico sobre a mesa
Colocar o paciente na arrastadeira e oferecer o papel higiénico
Fazer irrigação externa;
Retirar a arrastadeira juntamente com impermeável
Oferecer uma bacia com agua para o paciente lavar as mãos
Retirar os biombos e completar a bandeja.
Cuidar do material, desprezando o lixo contaminado ou descartável;
Lavar as mãos;
Anotar no prontuário tipo e número de sonda, aspecto da drenagem e reações do
paciente durante o procedimento;

Notas Importantes

A quantidade de solução usada, causa uma pressão mecânica que estimula as


terminações nervosas e por ação reflexa, os músculos são forçados a contrair, a fim
de expulsar a solução, juntamente com o conteúdo do intestino;
A solução quente e as substâncias irritantes como o sabão etc. estimulam o
peristaltismo;
Comumente introduz - se 8 aos 10 centímetros a sonda rectal;
A sonda não pode ir além da alça Sigmoide;
O líquido corre por acção da gravidade para o colon descendente;

62
TERMINOLOGIAS BÁSICAS
Abscesso: acúmulo de pús numa cavidade
Afasia: dificuldade em falar
Anorexia: falta de apetite
Anúria: Supressão de secreção urinária. Volume urinário menor que 100 ml em 24h;
Albuminúria: Presença de albumina na urina;
Caquexia: emagrecimento intenso e generalizado
Cefaleia: dor de cabeça
Cianose: coloração arroxeada de pele e mucosas
Colostomia: abertura cirúrgica da parede abdominal com exteriorização do cólon;
Colúria: Presença de pigmentos biliares na urina, de coloração escura;
Constipação ou Obstipação: Evacuação difícil ou infrequente.
Débito bilioso: débito esverdeado (bile)
Disúria: Dificuldade ou dor a micção;
Diarreia: Aumento do numero de evacuação, com alteração da consistência das fezes.
Diurese: volume urinário
Disfagia: dificuldade para deglutir
Disúria: dor á micção
Evacuação: fezes
Enterorragia: Saída de sangue vivo pelo reto.
Êmese: vômito
Enterorragia: fezes com presença de sangue vivo
Flatulências: Gases existentes nos intestinos
Glicosúria: Presença de glicose na urina.
Hematomas: manchas arroxeadas por extravasamento de sangue abaixo da epiderme
Hematúria: Presença de sangue na urina;
Hematemese: vômito com presença de sangue
Hemoptise: escarro com sangue
Hiperemia: rubor, em uma região do corpo
Icterícia: coloração amarelada de pele e mucosas
Incontinência urinária: Impossibilidade de controlo a micção;
Incontinência fecal: Incapacidade de controlar o esfíncter que regula o reto.
Fezes acólicas: Fezes esbranquiçadas.
Flebite: inflamação de uma veia
Meteorismo: Retenção de gases
Melena: fezes com presença de sangue digerido
Micção: ato de urinar
Necrose: morte do tecido com apresentação de tecido enegrecido
Nictúria: Micção frequente a noite;
Oligúria: diminuição do débito urinário (100 a 500 ml / 24 horas)
Poliúria: aumento do volume urinário
Polaciúria: aumento das micções
Piúria: urina com presença de pús
Proteinuria: Presença de proteínas na urina;
Retenção: Urinaria Incapacidade de eliminar urina;
Sialorréia: salivação em excesso
Sinais flogísticos: sinais de infecção (rubor, calor, dor, presença de secreção, edema)
Tenesmo: Tentativa inútil de evacuação.
Úlcera: perda de substância do revestimento cutâneo ou mucoso
63
SIGLAS PADRONIZADAS
AD – Água Destilada
SSVV – sinais vitais
PA – pressão arterial
P – pulso
T – temperatura
R – respiração
MMSS – membros superiores
MMII – membros inferiores
MSD – membro superior direito
MSE – membro superior esquerdo
SVD – sonda vesical de demora
SVA – sonda vesical de alívio
SNG – sonda nasogástrica
SNE – sonda nasoenteral
BI – bomba de infusão

64
MATERIAL AUXILIAR

65
LIÇÕES Nº ____________ DATA: / /

UNIDADE: TÉCNICAS ESPECIAIS

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO A REALIZAÇÃO DA MÚMIA

CUIDADOS COM O CORPO APÓS A MORTE (MÚMIA)


A doença é uma experiência de fragilidade que provoca na situação terminal a
consciência aguda da mortalidade, uma ideia da finitude da existência.

No momento de achamos que estamos no fim, ficamos perante a experiência-


limite da existência e isto faz com que essa experiência tenha um misto de angústia,
mistério e profunda intimidade consigo mesmo.

SINAIS DA MORTE
A morte significa a cessação da vida onde há uma interrupção irreversível das
funções vitais do organismo sendo de seguida o óbito anunciado pelo médico ou outro
proficional competente, e logo após deve-se iniciar o preparo do corpo (múmia).
A morte é caracterizada por: esfriamento do corpo, manchas generalizadas de
coloração arroxeada, relaxamento dos esfíncteres, rigidez cadavérica
FINALIDADES DA REALIZAÇÃO DA MÚMIA
Manter o corpo limpo e identificado para entregá-lo à família com melhor aspeto
possível;
Evitar odores e saída de excreções, sangue;
Dispor o corpo em posição adequada, antes da rigidez cadavérica.
MATERIAL NECESSÁRIO PARA REALIZAÇÃO DA MÚMIA
1 Bacia com água;
1 Unidade de cuba rim;
1 Unidade de Pinça de Cheron;
1 Unidade de tesoura
1 cúpula com algodão;
1 Unidade de atadura de crepe;
1 Unidade de esparadrapo;
4 Unidades de ligaduras
1 Unidade de luvas de procedimentos
1 Unidade de luvas de banho (manápula)
1 Saco de plástico para os sujos.
1 Maca sem colchão;
3 Lençóis: 1 para forrar a maca, 1 para envolver o corpo e 1 para cobrir;
1 Biombo;
2 Etiquetas para identificação, preenchida e assinada pelo enfermeiro.
Avental de isolamento

66
TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DA MÚMIA
Trazer o material, colocando a bandeja na mesa de cabeceira;
Cercar o leito com biombo s/n;
Colocar o avental de isolamento e calçar as luvas;
Retirar todos os travesseiros, deixando o cadáver em posição plana;
Retirando drenos, sondas, cateteres e outros objetos que forem necessários;
Soltar a roupa da cama;
Retirar - lhe a roupa do corpo;
Lavar o corpo, mantendo - o coberto com lençol;
Tamponamento de cavidades com boa quantidade de algodão (usando a pinça) se for
rotina da unidade (ouvido, boca, nariz, ânus e vagina) antes do enrijecimento do
corpo;
Manter os olhos vedados;
Fixar o queixo, pés e mãos usando ataduras de crepe;
Colocar a etiqueta de identificação presa ao pulso;
Virar o corpo em decúbito lateral e estender o lençol em diagonal sobre o colchão.
Cobrir o corpo com lençol;
Colocar a etiqueta de cartão presa com alfinete de segurança no lençol a altura do
peito.
Colocar o corpo sobre a maca e transportar-lo para o necrotério, morgue ou capela
mortuária.
Providenciar a limpeza, e a ordem do material.
Tirar o avental, as luvas e lavar as mãos.
Anotar no prontuário o óbito, horário e demais informações.
Notas Importantes

Anotar no prontuário: hora, causa da morte e nome do médico que constatou óbito.
Deve ser precedido pela anotação à hora da parada, manobras de reanimação e
medicamentos usados;

A oclusão dos olhos poderá ser feita: por compressão das pálpebras ou colocando-se
pequena quantidade de algodão sobre as pálpebras;

Posição anatômica do corpo em decúbito dorsal, com os braços sobre o tórax

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Mariana Achcar - Enfermeira TécnicaTags: hospitalar, Mariana Achcar, Máscara Nebulizadora,
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