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Pós- Graduação

Prática Clínica em
Fisioterapia
Cardiorrespiratória
Pós- Graduação

Fisioterapia cardiorrespiratória
no pré e pós-operatório de
cirurgias
Bloco 1
Renata Pletsch Assunção
Fisioterapia na cirurgia cardíaca

Complicações das cirurgias cardíacas:


• Provocar alterações hemodinâmicas. - Aumento no tempo
• Na mecânica ventilatória. de internação.
• Nas trocas gasosas. - Aumento dos custos
• Arritmias cardíacas. Hospitalares.
• Hemorragias.

(IRWIN, 2003; CARVALHO et al., 1998)


Implicações pós-operatórias
Quadro 1 – Complicações do pós-operatório

Alterações Pulmonares Complicações pulmonares


• Alterações da mecânica pulmonar. • Atelectasias (50% a 92% dos pacientes).
• Alteração do padrão respiratório. • Derrame pleural (42% a 87% dos pacientes).
• Alteração na troca gasosa. • Lesão do nervo frênico (11% a 22% dos pacientes).
• Alteração no mecanismo de defesa pulmonar. • Pneumonia (4% dos pacientes).
• Diminuição dos volumes e capacidades em até 40%
a 50% dos valores de pré-operatório e pode
permanecer de 7 a 10 dias.

Implicações neurológicas
Implicações motoras • Acidente Vascular Cerebral.
• Tempo de internação prolongado = imobilismo no leito • Convulsões.
= enfraquecimento da musculatura global. • Paresias.
• Lesões do plexo braquial.

Fonte: Latado (2010).


Objetivos da fisioterapia

• Prevenir e/ou tratar a deteriorização da função pulmonar.


• Prevenir e/ou tratar as incapacidades físicas.
• Promover melhora nas condições físicas e psicológicas do paciente,
otimizando a alta hospitalar.

(LATADO, 2010)
Fisioterapia no pré-operatório de cirurgia cardíaca

a. Avaliação.
• Sintomatologia.
• Exames complementares.
• Parâmetros ventilatórios.
• Medidas de saturação periférica.
• Ausculta pulmonar.

(COSTA; PIRES; ABDO, 2016)


Fisioterapia no pré-operatório de cirurgia cardíaca

b. Atendimento fisioterapêutico.
Exercícios respiratórios visando diminuir os fatores de risco para
complicações no pós-operatório que aumentam o tempo de internação
e cuidados intensivos.
Estímulo a tosse: ensinar o paciente a realizar a manobra de tosse de
forma a minimizar a dor durante sua realização no pós-operatório.
Cinesioterapia motora visando manutenção da funcionalidade do
paciente.
(GNOATTO et al., 2012; BORGES, et al., 2016)
Fisioterapia no Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca

a. Avaliação no período pós-operatório.


• Inpeção: drenos e cateteres, presença de fluidos na incisão cirúrgica,
padrão respiratório e presença de edemas.
• Palpação: sinais de instabilidades no esterno.
• Ausculta pulmonar: atelectasias, pneumonias, derrames pleurais,
pneumotórax, secreção brônquica ou outras eventuais complicações.

(COSTA et al., 2013)


Fisioterapia no pós-operatório de cirurgia cardíaca
b. Atendimento fisioterapêutico.
Quadro 2 – Esquema de atendimento no período de internação na Unidade de Terapia Intensiva

Fisioterapia respiratória Fisioterapia motora

Manutenção da ventilação espontânea após a extubação Mobilização precoce a fim de evitar problemas
do paciente (ARCÊNCIO et al., 2008; FRANCO et al., circulatórios (CAVENAGHI et al., 2009):
2011):
- Exercícios de membros superiores e membros inferiores.
- Manobras de higiene brônquica.
- Estimular ortostatismo e deambulação.
- Manobras de expansão pulmonar.
- Cicloergômetro quando disponível.
- Uso de ventilação mecânica não-invasiva.

- Uso de respiração com pressão positiva intermitente


(RPPI).

- Uso de inspirometria de incentivo.


Fonte: Menezes et al. (2016).
Fisioterapia na cirurgia pulmonar

• Fatores de risco para complicações.


• Doenças respiratórias prévias.
• Estado nutricional.
• Tabagismo.
• Idade.
• Tempo de cirurgia acima de 210 minutos.

(SAAD et al., 2003)


Fisioterapia na cirurgia pulmonar

• Alterações fisiológicas:
• Diminuição da capacidade vital.
• Diminuição da capacidade pulmonar total.
• Diminuição da complacência pulmonar.
• Diminuição da capacidade residual funcional.
• Diminuição da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial.
• Diminuição do volume corrente.
(PAZZIANOTTO; NALETO; GIGLIOLI, 2002)
Fisioterapia no pré-operatório de cirurgia pulmonar

• Promover a redução no número de complicações.


• Preparar o paciente para o procedimento cirúrgico por meio de
técnicas fisioterapêuticas de higiene brônquica.
• Otimizar a função pulmonar.

(BEHR, 2001)
Fisioterapia no pré-operatório de cirurgia pulmonar

Atendimento fisioterapêutico.
Fisioterapia reduz de 16,7% para 3% o número de complicações.
Exercícios respiratórios.
Exercícios aeróbicos.

(JONES et al., 2011)


Fisioterapia no pós-operatório de cirurgia pulmonar

a. Atendimento fisioterapêutico.
• Exercícios respiratórios como: inspirometria de incentivo, expiração
forçada, tosse.
• Mobilização precoce.

(GOSSELINK et al., 2000; AGOSTINI et al., 2013)


Pós- Graduação

Fisioterapia
cardiorrespiratória no pré
e pós-operatório de
cirurgias pulmonares,
cardíacas e abdominais
Bloco 2
Renata Pletsch Assunção
Fisioterapia na cirurgia abdominal

De 5% a 30% apresentam alguma complicação pulmonar no período


pós-operatório. Essas complicações aumentam, consequentemente, o
tempo de internação hospitalar, uso de medicação e, portanto, o custo
hospitalar.
Cirurgias supra umbilicais apresentam mais complicações pós-
operatórias quando comparadas às cirurgias infra umbilicais.
Atelectasia e pneumonia são duas das complicações mais frequentes em
cirurgias abdominais supra umbilicais.
(DRONKERS et al., 2008; MIMICA et al., 2007; WESTWOOD et al., 2007; OVEREND et al., 2001)
Fisioterapia no pré-operatório de cirurgia abdominal

Sucesso na redução das complicações = abordagem precoce.


Fisioterapia:
Eficaz na perda de massa corpórea.
Desempenho cardiorrespiratório.
Manutenção da força muscular respiratória.
Melhora na qualidade de vida.

(FERREIRA; ALVES, 2013)


Fisioterapia no pré-operatório de cirurgia abdominal

Sugestão de protocolo:
Aquecimento.
Exercícios de membros superiores.
Exercícios de reexpansão pulmonar por meio de
padrões ventilatórios e inspirometria de incentivo.
Esteira.
Alongamentos.
Relaxamento. (FERREIRA; ALVES, 2013)
Fisioterapia no pós-operatório de cirurgia abdominal

Objetivos do atendimento pós-operatório dos pacientes em pós-


operatório de cirurgia abdominal:
• Mobilização e eliminação de secreção.
• Melhorar a ventilação e promover a reexpansão pulmonar.
• Melhorar a oxigenação e as trocas gasosas.
• Diminuir o trabalho respiratório e o consumo de oxigênio.
• Aumentar a mobilidade torácica e diafragmática.
• Aumentar a endurance e a força muscular respiratória.
(ABREU et al, 2007)
Fisioterapia no pós-operatório de cirurgia abdominal

Sugestões de técnicas:
• Higiene brônquica: oscilação de alta frequência, vibrocompressão,
drenagem postural.
• Expansibilidade: inspirometria de incentivo, padrões ventilatórios,
pressão positiva expiratória (EPAP).
Pós- Graduação

Teoria em prática
Bloco 3
Renata Pletsch Assunção
Reflita

Paciente J.A.B. vai se submeter, em poucos dias, a uma cirurgia de


revascularização do miocárdio após ter sofrido um infarto agudo do
miocárdio. Está internado para realizar exames pré-operatórios. O
médico assistente prescreveu fisioterapia no período pré-operatório.
Quais os objetivos da fisioterapia neste período e quais as condutas
que você traçaria para este paciente?
Pós- Graduação

Dica da professora
Bloco 4
Renata Pletsch Assunção
Dica da professora!

Leitura:

Manual de Fisioterapia na Reabilitação Cardiovascular


Umeda, I. I. K. São Paulo: Manole, 2. ed, 2014.

Recursos em Fisioterapia Cardiorrespiratória


Sarmento, G. J. V. São Paulo: Manole, 2012.
Referências

ABREU, L. Z. et al. Uma visão da prática da fisioterapia respiratória: ausência de


evidência não é evidência de ausência. Arq. Med. ABC, v. 32, n. 2, p. 76-78, 2007.
AGOTINI, P.; SINGH, S. Incentive spirometry following thoracic surgery: what should
we be doing? Physiotherapy, v. 95, n. 2, p. 75-82, 2009.
ARCÊNCIO, L. et al. Cuidados pré e pós-operatórios em cirurgia cardiotorácica: uma
abordagem fisioterapêutica. Revista Brasileira de Cirurgias Cardiovasculares, v. 23, n.
3, p. 400-410, 2008.
BEHR, J. Optimizing preoperative lung function. Current Opinion in Anaesthesiology,
v. 14, n. 1, p. 65-69, 2001.
Referências

BORGES, D. L. et al. Influência da atuação fisioterapêutica no processo de ventilação


mecânica de pacientes admitidos em UTI no período noturno após cirurgia cardíaca
não complicada. Revista Fisioterapia e Pesquisa, v. 23, n. 2, p. 129-135, 2016.
CARVALHO, A. C. C.; OLIVEIRA, E. M.; SOUZA, J. A. M. Pós-operatório de cirurgia
cardíaca. In: KNOBEL, E. Condutas no paciente grave. São Paulo: Atheneu, 1998.
CAVENAGHI, S. et al. Importância da fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia
cardíaca pediátrica. Revista Brasileira de Cirurgias Cardiovasculares, v. 24, n. 3, p.
397-400, 2009.
Referências

COSTA, T. M. Atuação da fisioterapia respiratória no pré e pós-operatório de cirurgia


cardíaca em pediatria: uma revisão bibliográfica. 2013. 23 f. Trabalho de Conclusão
de Curso (Aprimoramento em Fisioterapia Cardiorespiratória) – Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2013.
Disponível em: <http://ses.sp.bvs.br/lildbi/docsonline/get.php?id=3880>. Acesso em:
11 set. 2019.
COSTA, C. C.; PIRES, J. F.; ABDO, S. A. Protocolo de reabilitação cardiopulmonar em
pacientes submetidos a cirurgias cardíacas em um hospital de Novo Hamburgo: um
estudo-piloto. Revista da AMRIG, v. 60, n. 1, p. 1-6, 2016.
Referências

DRONKERS, J. et al. Prevention of pulmonary complications after upper abdominal


surgery by preoperative intensive inspiratory muscle training: a randomized
controlled pilot study. Clin Rehabil, v. 22, n. 2, p. 134-42, 2008.
FERREIRA, L. L.; ALVES, S. A. Fisioterapia respiratória no pré-operatório de
colicistectomia. ABCS Health Sci, v. 38, n. 1, p. 47-51, 2013.
FORGIARINI JUNIOR, L. A. et al. Atendimento fisioterapêutico no pós-operatório
imediato de pacientes submetidos à cirurgia abdominal. J. Bras. Pneumol, v. 35, n. 5,
2009.
FRANCO, A. M. et al. Avaliação da ventilação não-invasiva com dois níveis de pressão
positiva nas vias aéreas após cirurgia cardíaca. Revista Brasileira de Cirurgias
Cardiovasculares, v. 26, n. 4, p. 582-590, 2011.
Referências

GASTALDI, A. C. et al. Benefícios da cinesioterapia respiratória no pós-operatório de


colecistectomia laparoscópica. Rev. Bras. Fisioter., v. 12, n. 2, p. 100-106, 2008.
GNOATTO, K. et al. Capacidade funcional e dor em idosos nos períodos pré e pós-
operatório de cirurgia cardíaca. Revista ConScientiae Saúde, v. 11, n. 2, p. 305-311,
2012.
IRWIN, S.; TECKLIN, J. S. Fisioterapia cardiopulmonar. 2. ed. São Paulo: Manole, 1994.
JONES, L. W. et al. Safety and feasibility of aerobic training on cardiopulmonary
function and quality of life in postsurgical nonsmall cell lung cancer patients: a pilot
study. Cancer, v. 113, n. 12, p. 3420-3429, 2008.
Referências

LATADO, A. Fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca na unidade de


internamento. Diretrizes Clínicas: Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgar
Santos. Jun 2008/2010.
MIMICA, Z. et al. Effect of surgical incision on pain and respiratory function after
abdominal surgery: a randomized clinical trial. Hepatogastroenterology, v. 54, p.
2216-2220, 2007.
OVEREND, T. J. et al. The Effect of incentive spirometry on postoperative pulmonary
complications. Chest., v. 120, p. 971-978, 2001.
Referências

PAZZIANOTTO, E. M.; NALETO, M. C. C.; GIGLIOLI, M. O. A eficácia da aplicação de


pressão positiva continua nas vias aéreas (CPAP), com utilização do bird mark 7, em
pacientes em pósoperatório de cirurgia de revascularização do miocardio. Revista
Brasileira de Fisioterapia, v. 6, p. 31-35, 2002.
SAAD, I. A. B. et al. Clinical variables of preoperative risk in thoracic surgery. Sao Paulo
Med J, São Paulo, v. 121, n. 3, p. 107-110, 2003.
WESTWOOD, K. et al. Incentive spirometry decreases respiratory complications
following major abdominal surgery. Surgeon. v. 5, p. 339-342, 2007.
Pós- Graduação

Bons estudos!

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