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FISIOTERAPIA

PREVENTIVA
E PRIMEIROS
SOCORROS
Atuação da
fisioterapia no pré
e pós-cirúrgico
Aline Andressa Matiello

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Identificar o papel da fisioterapia em eventos pré e pós-cirúrgicos.


> Explicar os principais recursos e procedimentos fisioterápicos no pré e
pós-operatório.
> Descrever o tratamento fisioterápico ambulatorial de pacientes pré e pós-
cirúrgicos.

Introdução
Os profissionais de fisioterapia podem atuar em conjunto com os demais profis-
sionais de saúde na atenção aos pacientes que precisam realizar procedimentos
cirúrgicos. Nesses casos, a fisioterapia pode contribuir com a redução de com-
plicações, a melhoria do processo de reparo tecidual e a prevenção e manejo de
comprometimentos funcionais que podem se instalar em decorrência das cirurgias.
Neste capítulo, você vai ver como os fisioterapeutas podem atuar junto aos
pacientes cirúrgicos nas fases pré e pós-cirurgia. Além disso, vai conhecer os
recursos que costumam ser empregados e as particularidades de cada fase de
intervenção.
2 Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico

Finalidade e impactos dos procedimentos


cirúrgicos
A fisioterapia tem uma ampla área de atuação, assim como as áreas de neu-
rologia, pediatria, cardiovascular, oncologia, ortopedia, dermatofuncional,
geriatria, uroginecologia, etc. Ela atua no cuidado e na atenção à saúde de
diferentes públicos, de todas as faixas etárias. Em geral, em praticamente
todas as áreas de atuação, o fisioterapeuta pode se deparar com pacientes
submetidos a cirurgias e, nesses casos, pode atuar em prol do cuidado desses
pacientes.
Deliberato (2017) cita que as cirurgias podem ser realizadas por diversas
razões, como reparo tecidual, remoção de tecido doente e criação de uma
abertura artificial para fins de inspeção dos tecidos. Além disso, em alguns
casos, as cirurgias podem ser realizadas em situações de emergência. Veja
a seguir um pouco mais sobre essas cirurgias.

„ Reparo tecidual: são procedimentos destinados à restauração da


funcionalidade e/ou anatomia de algum tecido ou órgão. Exemplos:
cirurgias de artroplastias, cirurgias para reconstrução de tecidos após
traumas ou queimaduras, entre outras.
„ Remoção de tecido doente: destinam-se à remoção de tecidos, órgãos
ou glândulas. São exemplos os procedimentos para a retirada de tu-
mores, como nos casos de mastectomia por câncer de mama (remoção
da glândula mamária), e as cirurgias para remoção parcial ou completa
de segmentos corporais, como nos casos de amputações.
„ Criação de uma abertura artificial: são procedimentos realizados por
meio de uma incisão, que serve de abertura artificial para a manutenção
de alguma função dos sistemas. Deliberato (2017) cita a traqueostomia
(abertura feita na traqueia para auxiliar na respiração) e a gastrostomia
(abertura realizada no estômago para possibilitar a alimentação).
Aberturas artificiais também podem ser necessárias em casos de
edemas, como o edema cerebral, em que a abertura artificial serve
para drenar o líquido acumulado.
„ Inspeção: são procedimentos realizados para permitir uma maior visu-
alização dos tecidos que podem estar afetados por alguma disfunção.
Um exemplo é a laparotomia, realizada para inspecionar o conteúdo
da região abdominal.
Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico 3

„ Procedimentos de emergência: são procedimentos realizados em


condições de risco à vida, visando a salvar o paciente e a manter a
homeostasia do organismo. Exemplos: cirurgias realizadas para manejo
de hemorragias internas e para reversão de quadros de infarto agudo
do miocárdio.

Apesar de as cirurgias trazerem inúmeros benefícios ao organismo humano,


elas representam uma agressão aos tecidos, ou seja, um trauma. Nesse caso,
é um trauma induzido, uma vez que a incisão cirúrgica e a manipulação teci-
dual durante o procedimento lesionam estruturas anatômicas importantes
(DELIBERATO, 2017).
Desse modo, após o procedimento cirúrgico, independentemente da fi-
nalidade, todos os pacientes passam por um processo de reparo tecidual,
visando a gerar a formação de um novo tecido na região e a reestabelecer
as funções teciduais comprometidas. Após a cirurgia, os tecidos passam
inicialmente por uma fase inflamatória, seguida da fase de proliferação. Por
fim, vem a fase de remodelamento tecidual, proporcionando a formação de
uma cicatriz e o reestabelecimento das funções locais.
Aliado ao processo de reparo tecidual, o paciente submetido ao proce-
dimento cirúrgico apresenta predisposição a algumas complicações, que
podem acometer o sistema respiratório, cardiovascular, neurológico, mus-
culoesquelético, digestivo, renal, entre outros.
Conforme Deliberato (2017), as complicações respiratórias, mais comuns
em procedimentos cirúrgicos, costumam surgir durante ou imediatamente
após a cirurgia. Elas incluem o desenvolvimento de pneumonias, atelectasias,
insuficiências respiratórias, tromboembolismo pulmonar (TEP) e descompen-
sações de doenças pulmonares crônicas, como a doença pulmonar obstrutiva
crônica (DPOC).
Dentre as complicações cardiovasculares, citam-se as descompensações
cardíacas e a trombose venosa profunda (TVP). Sobre a TVP, Deliberado (2017)
comenta que se trata de uma complicação pós-operatória prevalente, causada
por uma associação de fatores, como a desaceleração do fluxo sanguíneo
(redução da mobilidade no pós-operatório, paciente deitado) e o aumento
de fatores de coagulação, que predispõem a essa disfunção, especialmente
em cirurgias abdominais baixas e pélvicas.
4 Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico

As complicações tegumentares estão relacionadas, em sua maioria, ao


desenvolvimento de úlceras de pressão, também chamadas de escaras, es-
caras por pressão ou úlceras de decúbito. São áreas localizadas de necrose
celular, causada pelo aumento de pressões em pequenas áreas de tecidos
localizadas próximas a proeminências ósseas (DELIBERATO, 2017).
Outras complicações comuns acometem o sistema musculoesquelético
e são decorrentes, dentre outros fatores, da imobilidade pós-operatória. A
redução das atividades físicas após algumas cirurgias é necessária e tem ação
benéfica, considerando o tipo de cirurgia, o tempo e a intensidade da redução
das atividades. Todavia, o imobilismo traz uma série de efeitos deletérios ao
organismo, que não se restringem apenas ao sistema musculoesquelético,
abarcando também os demais sistemas do organismo, conforme mostra o
Quadro 1.

Quadro 1 .Efeitos adversos do imobilismo sobre o organismo

Sistema Efeitos adversos

Musculoesque- Retrações e contraturas dos tecidos moles, diminuição da


lético força e da resistência muscular, diminuição do trofismo,
osteoporose.

Cardiovascular Hipotensão ortostática, diminuição do volume plasmá-


tico, alterações tromboembólicas, descondicionamento
cardiovascular.

Tegumentar Alterações cutâneas (desidratação e atrofia), úlceras de decúbito.

Respiratório Diminuição do mecanismo de tosse reflexa, diminuição da ati-


vidade ciliar brônquica, diminuição do volume corrente e do
volume-minuto, pneumonia hipostática, embolia pulmonar.

Geniturinário Cálculos renais, infecções do trato urinário e estase urinária.

Nervoso Privação sensorial, presença de ansiedade e depressão,


diminuição do equilíbrio e da coordenação motora, con-
fusão mental e desorientação, diminuição da capacidade
intelectual.

Gastrointestinal Diminuição do apetite, constipação.

Metabólico e Diminuição da espermatogênese, alteração dos níveis de


hormonal hormônio de crescimento, balanço negativo dos níveis de
cálcio, potássio, magnésio, fósforo e sódio.

Fonte: Adaptado de Deliberato (2017).


Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico 5

Em geral, essas complicações têm um impacto significativo na saúde dos


pacientes, uma vez que elevam os índices de mortalidade e de morbidade,
além de prolongarem o período de internação e retardarem a recuperação
do paciente. Considerando os impactos trazidos por essas complicações, é
essencial que os profissionais de saúde, incluindo os fisioterapeutas, de-
sempenhem estratégias voltadas a todos os níveis de prevenção e ao manejo
precoce dessas complicações, minimizando os prejuízos sobre a saúde dos
pacientes.

Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico


A atuação da fisioterapia nessa área tem como objetivo a prevenção e o manejo
de complicações, a minimização do declínio das condições físicas, o incentivo
ao reparo tecidual e ao posterior restabelecimento das funcionalidades. Para
isso, Deliberato (2017) enfatiza que o profissional fisioterapeuta deve estar
preparado para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, incluindo o nível
de atenção à saúde primário, secundário e terciário, com ações preventivas
aplicadas em todos esses níveis. Nesse sentido, o fisioterapeuta deve esta-
belecer ações junto ao paciente na fase que antecede a realização da cirurgia
e nas fases intra e pós-operatória, incluindo a fase em que o paciente se
encontra em internação e a fase após a alta hospitalar.
A atuação deve estar pautada em uma avaliação fisioterapêutica detalhada
que, quando possível, deve ser realizada antes da cirurgia, com o objetivo de
compreender as condições de saúde e de funcionalidade do paciente, além
de identificar os pacientes com maiores riscos de complicações. Informações
como idade, índice de massa corporal e presença de doenças associadas (como
diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, obesidade, cardiopatias e
doenças pulmonares) são fatores que predispõem o paciente a complicações
na fase pós-operatória. Aliado a isso, Méndez et al. (2014) comentam que a
investigação de hábitos de vida é necessária, pois hábitos como tabagismo,
etilismo e sedentarismo estão relacionados a maiores riscos de complicações
após cirurgias.
Quando a avaliação não é possível de ser realizada na fase pré-operatória,
ela deve ser feita imediatamente após a cirurgia, associando à avaliação físico
funcional do paciente. Destaca-se ainda que a avaliação fisioterapêutica deve
ser realizada de forma rotineira, a fim de acompanhar a evolução do paciente
em todas as fases de recuperação, servindo para nortear a elaboração do
planejamento terapêutico.
6 Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico

Considerando essas informações, é possível notar que, ao mesmo tempo


em que as cirurgias são empregadas com importantes finalidades, elas são
eventos que trazem certos prejuízos aos tecidos do organismo, podendo gerar
o aparecimento de complicações. Esses prejuízos ou complicações podem
ser evitados, minimizados ou até tratados mediante intervenções fisiotera-
pêuticas pautadas, inicialmente, em uma avaliação detalhada do paciente.

Abordagens fisioterapêuticas no pré


e pós-operatório
Para realizar as intervenções junto aos pacientes em tratamentos cirúrgicos, o
fisioterapeuta tem à sua disposição uma série de recursos e técnicas que podem
ser aplicadas nas fases pré ou pós-operatória. Dentre os recursos, é possível
mencionar as técnicas de fisioterapia motora (incluindo os exercícios terapêuti-
cos), os recursos manuais, os recursos físicos, de termoterapia, de eletroterapia
e de fototerapia, as técnicas de fisioterapia respiratória e as medidas educativas.
A fisioterapia motora é empregada nos pré e pós-operatório, prevenindo
os efeitos deletérios na imobilização (MÉNDEZ et al., 2014). Ela inclui ações
de mobilizações, exercícios de fortalecimento, treino de marcha e outras
abordagens, a fim de reestabelecer as funcionalidades. Sobre as mobilizações,
Fruges, Silva e Lopes (2012) elencam as diferentes possibilidades a seguir.

„ Passiva: realizada quando o paciente não pode contribuir ativamente


com o movimento, como em alguns casos de pós-operatório (conforme
recomendações médicas). O profissional executa o movimento dentro
de uma amplitude de movimento permitida, visando a reduzir os efeitos
do imobilismo, prevenir contraturas e aderências capsulares, restaurar
o movimento e estimular a regeneração tecidual pós-cirúrgica.
„ Passiva-assistida: realizada pelo paciente com auxílio do fisioterapeuta.
É indicada quando o paciente apresenta uma situação mais favorável,
mas ainda depende parcialmente de auxílio para realizar o movimento.
„ Ativa: realizada voluntariamente pelo paciente, com o objetivo de
manter a amplitude de movimento e a contração muscular, aumentar
a força muscular e estimular o condicionamento cardiorrespiratório.

Os exercícios para fortalecimento muscular são recursos empregados quando


o paciente apresenta uma contração ativa, e é feita uma progressão natural de
exercícios com resistência à medida que a recuperação cirúrgica evolui.
Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico 7

O treino de marcha pode ser necessário na abordagem motora, visando a


restabelecer a função de deambulação. Isso pode ser feito com o uso de dispo-
sitivos auxiliares de marcha, como muletas, andadores ou outros dispositivos.
Um exemplo de aplicação dessa abordagem é o pós-operatório de cirurgias de
membros inferiores em que, em alguns casos, o paciente deve permanecer um
período sem realizar a descarga de peso em um dos membros. Nessa situação,
o uso de andador pode ser indicado, junto ao treino de deambulação.
Sobre os recursos físicos, a crioterapia, a termoterapia, a eletroterapia e
a fototerapia são os mais utilizados na abordagem fisioterapêutica nas fases
de pré e pós-cirurgia.
A crioterapia refere-se à aplicação de recursos que promovem o res-
friamento superficial dos tecidos, como o uso de gelo. É utilizada na fase
pós-operatória imediata, pois, nessa fase, a crioterapia atenua os sinais
cardinais da inflamação, que incluem a dor, o edema, a hiperemia, o aumento
da temperatura tecidual e a redução da função. Segundo Fruges, Silva e
Lopes (2012), o uso da crioterapia na fase inflamatória no pós-cirúrgico é
indicado principalmente para a diminuição da dor, do espasmo muscular
e do metabolismo tecidual, ao mesmo tempo em que não reduz a resposta
inflamatória, uma vez que ela deve ocorrer para que o processo de reparo
tecidual se desenvolva de forma adequada.
A redução do metabolismo promovida pela crioterapia ameniza os efeitos
deletérios causados pela isquemia tecidual no pós-operatório (decorrente
dos danos mecânicos aos vasos sanguíneos) e possibilita restringir a área do
trauma, uma vez que os efeitos terapêuticos do frio ocorrem tanto no local
exato do trauma cirúrgico quanto em regiões próximas.
A analgesia, considerado o principal efeito da crioterapia, é desencadeada
pela redução na transmissão nervosa do estímulo de dor, pela redução da
excitabilidade dos sensores terminais e pela redução do metabolismo. Fruges,
Silva e Lopes (2012) citam que a crioterapia, além de ter efeito analgésico
(redução da dor), pode desencadear ainda o efeito anestésico, por induzir a
redução da sensibilidade.
A redução do espasmo muscular, por sua vez, acontece pela diminuição
na velocidade da condução pelos nervos motores e sensitivos, resultando
em uma diminuição da atividade motora (por mecanismo reflexo), além de
aliviar o espasmo pela quebra do ciclo espasmo-dor e pelo efeito analgésico
do gelo (FRUGES; SILVA; LOPES, 2012). Além desses efeitos, a crioterapia auxilia
na prevenção e no tratamento do edema agudo, ajudando no controle da
hemorragia e na prevenção de hemartrose, em razão da vasoconstrição que
gera (SILVEIRA et al., 2020).
8 Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico

A crioterapia não deve ser aplicada em regiões com déficits sensitivos,


hipersensibilidade ao frio, em pacientes com fenômeno de Raynaud, crioglo-
bulinemia, insuficiência circulatória, lesão vascular periférica ou em feridas
abertas. O profissional deve restringir sua utilização de 10 a 20 minutos e
proteger a pele do paciente, para que ela não fique em contato direto com
o agente crioterápico.
A termoterapia, por sua vez, refere-se à aplicação terapêutica de moda-
lidades que promovem o aquecimento dos tecidos. Quando empregada de
forma adequada, ela contribui para o processo de reparação tecidual. Por
isso, é um recurso aplicado na fase de pós operatório tardio, quando os sinais
inflamatórios já não estão presentes.

A aplicação de calor muito precocemente nos tecidos operados


pode exacerbar danos aos tecidos quando estes se encontrarem
em uma fase aguda. Isso pode, inclusive, retardar o processo de recuperação
pós-operatória (FRUGES; SILVA; LOPES, 2012).

O calor nos tecidos é indicado na segunda fase do processo de reparo


tecidual, após o término da fase inflamatória (aguda), pois é capaz de pro-
mover aumento da circulação, vasodilatação tecidual, aumento da remoção
de catabólicos, elevação do metabolismo celular, redução do edema crônico,
aumento da permeabilidade capilar, redução da rigidez articular e melhora da
extensibilidade do tecido conjuntivo. Além disso, tem efeito analgésico e de
redução do espasmo muscular, sendo efetivo em condições pós-operatórias
subagudas ou crônicas (SILVEIRA et al., 2020).
A termoterapia pode ser aplicada por meio de recursos que geram o
aquecimento profundo dos tecidos (até 5 mm de profundidade), como o
ultrassom, as ondas curtas e as micro-ondas, ou por meio de recursos que
promovem apenas o aquecimento superficial (agem em até 3 mm de pro-
fundidade), como o uso de compressas quentes, bolsas de gel ou banhos de
imersão (FRUGES; SILVA; LOPES, 2012). Uma aplicação prática do calor pode
ser no pós-operatório tardio de cirurgias ortopédicas, quando se objetiva
aumentar a extensibilidade do tecido conjuntivo, a fim de melhorar a ampli-
tude de movimento articular. Nessa situação, aplica-se o calor previamente
aos exercícios terapêuticos. Segundo Silveira et al. (2020), o calor não deve
ser aplicado em afecções agudas, na insuficiência vascular, em áreas com
alteração de sensibilidade ou com hemorragias.
Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico 9

A eletroterapia envolve a utilização de correntes elétricas com finalidades


terapêuticas. Ela é empregada com diferentes funções, como a analgesia, o
estímulo à cicatrização e o estímulo à contração muscular.
Para a analgesia, sugere-se a utilização da estimulação elétrica nervosa
transcutânea (TENS), que usa eletrodos superficiais para promover alívio e
modificar a percepção de dor. O TENS é indicado em condições dolorosas
agudas e crônicas. Seu uso está indicado no pós-operatório imediato, para
alívio tanto da dor na região da incisão cirúrgica quanto das dores musculo-
esqueléticas, oncológicas, neurais, entre outras. No pós-operatório, o TENS
reduz as citocinas pró-inflamatórias, que se encontram elevadas na fase pós-
-operatória aguda em razão das lesões teciduais desencadeadas (SILVEIRA et
al., 2020). O TENS também pode ser utilizado para manejo da dor nos quadros
de pós-operatório tardios e para analgesia pré-operatória, quando o paciente
apresenta queixa importante da dor antes da realização do procedimento
cirúrgico, como em alguns casos de dor de origem oncológica ou traumática.
Pacientes com marca-passo, implantes elétricos ou com epilepsia não
devem utilizar esse recurso. Sua aplicação não deve ser feita diretamente sobre
regiões neoplásicas, sobre áreas de pele lesionadas ou com descontinuidade
e sobre o seio carotídeo. Assim, você pode se questionar: como aplicar o TENS
no pós-operatório para dor na incisão cirúrgica se, nesses casos, o recurso
não deve ser aplicado sobre a pele em descontinuidade? Os eletrodos devem
ser posicionados nas áreas próximas à incisão, não sobre ela.
Para estimular a cicatrização, o fisioterapeuta pode utilizar recursos
como a microcorrentes, que atua no reestabelecimento da bioeletricidade
tecidual e na maior produção de ATP (adenosina trifosfato), contribuindo
para a aceleração da cicatrização, além de ter efeito na redução da dor. Essa
aplicação é feita após a fase inflamatória.
Para Borges (2010), a microcorrentes aplicada na fase pós-operatória
contribui para o fechamento adequado da ferida cirúrgica. Ainda, ela pode
ser empregada em feridas abertas, com retardo da cicatrização, situação em
que é feita a aplicação ao redor da ferida, com ação bactericida, evitando
a instalação de infecção. Além da microcorrentes, o profissional pode em-
pregar a iontoforese e a alta frequência, por exemplo, visando a melhorar a
cicatrização dos tecidos.
Essas correntes que melhoram a cicatrização dos tecidos têm em comum
a característica de melhorarem o funcionamento dos tecidos e, consequen-
temente, a qualidade da pele. Por isso, além de serem empregadas após a
cirurgia para estimular a cicatrização, elas podem ser aplicadas nas fases
que antecedem o procedimento cirúrgico, a fim de garantir uma pele mais
10 Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico

saudável. Por exemplo, Mauad et al. (2009) citam que algumas correntes elé-
tricas podem ser empregadas para melhorar a qualidade da pele das mamas
antes da realização de mamoplastias de aumento, proporcionando uma pele
mais hidratada, elástica e com melhor metabolismo, o que contribui para o
resultado estético do procedimento.
As correntes elétricas podem ainda ser utilizadas para estimular a con-
tração muscular, minimizando os efeitos da imobilidade sobre o tecido mus-
cular. Nesse caso, destaca-se a utilização da corrente russa, uma corrente
excitomotora que simula a contração muscular e previne e ameniza as perdas
do tecido muscular no pós operatório tardio. Além disso, essas correntes
excitomotoras podem ser aplicadas em tratamentos pré-operatórios quando
o objetivo for melhorar a qualidade do tecido muscular. Por exemplo, em
pacientes que vão se submeter à cirurgia de lipoaspiração, a cirurgia remove
o tecido adiposo, sem melhorar o funcionamento do tecido muscular. Por
isso, esse procedimento não auxilia no tratamento da flacidez muscular.
Nessas situações, quando o paciente apresenta um quadro de hipotrofia
muscular além de gordura localizada, o profissional pode utilizar as correntes
excitomotoras para estimular a melhora do tônus muscular antes mesmo da
cirurgia; melhorando o resultado estético final.
A fototerapia é outra abordagem voltada aos tratamentos fisioterapêuticos
em cirurgias. Ela inclui o uso do laser de baixa potência e do LED (light-emitting
diode). Esses recursos utilizam a energia luminosa como meio terapêutico.
Silveira et al. (2020) citam que o laser promove efeitos fisiológicos, como a
analgesia e o incremento da microcirculação (reduzindo a isquemia tecidual),
e pode ser utilizado na cicatrização de feridas pós-operatórias por acelerar o
processo de reparo tecidual. Seu uso deve ser evitado em tecidos infectados,
na região anterior do pescoço, sobre as carótidas, em região abdominal e
sobre órgãos reprodutivos. Além disso, é contraindicado para pacientes em
uso de medicamentos fotossensíveis.
O LED também promove esses efeitos fisiológicos, tendo resultados se-
melhantes ao uso do laser. Meyer et al. (2010) sugerem a utilização do LED de
cor vermelha e do verde para os tratamentos pós-operatórios, uma vez que
eles atuam com finalidade anti-inflamatória. Nesse sentido, Borges (2010)
enfatiza o uso do LED nos casos de feridas pós-operatórias abertas por
deiscência, evitando processos infecciosos. O uso dos recursos de fototerapia
permite ainda a formação de uma cicatriz de melhor qualidade, por isso eles
são utilizados no pós-operatório, em diferentes fases. Assim como alguns
recursos de eletroterapia, eles podem ser utilizados na fase pré-operatória,
quando o objetivo for melhorar a qualidade da pele.
Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico 11

A fisioterapia respiratória envolve a realização de técnicas manuais e


instrumentais e têm como objetivo mobilizar secreções, aumentar o volume
pulmonar, melhorar a oxigenação, promover reexpansão pulmonar, reduzir o
trabalho respiratório, reeducar a função respiratória e prevenir complicações
no pós-operatório (GIOVANETTI, 2012).
Quanto aos tipos de técnicas respiratórias, o profissional pode utilizar
manobras de higiene brônquica, que favorecem a remoção da secreção das
vias aéreas (exemplos: drenagem postural, percussão, compressão torácica,
aspiração, bag squeezing), e manobras de reexpansão pulmonar, que visam
a aumentar o volume e a capacidade pulmonar, melhorando a complacência
e as trocas gasosas (exemplos: exercícios de inspiração profunda, inspiração
nasal profunda, exercícios diafragmáticos e uso de incentivador respiratório).
Aliados a essas técnicas, existem os equipamentos, como os que promovem
a respiração com pressão positiva intermitente, pressão expiratória positiva e
a oscilação oral de alta frequência (GIOVANETTI, 2012). Esses recursos manuais
e instrumentais podem ainda ser associados a técnicas de posicionamento
do paciente, que utilizam a gravidade para contribuir com a melhoria da
função respiratória.
Essas técnicas de fisioterapia respiratória podem ser aplicadas na fase
pré-operatória, para que o paciente tenha uma condição pulmonar adequada
para a realização da cirurgia, considerando que o procedimento cirúrgico traz
prejuízos para esse sistema. Desse modo, as técnicas utilizadas no período
que antecede a cirurgia devem permitir que o pulmão fique livre de secreções,
com boa ventilação, com trocas gasosas efetivas e com a preservação de uma
biomecânica pulmonar adequada. Assim, o paciente pode realizar a cirurgia
com menor risco de complicações.
Na fase pós-operatória, as técnicas utilizadas devem, a princípio, respeitar
o procedimento cirúrgico realizado. Por exemplo, em cirurgias torácicas,
algumas técnicas manuais podem ser contraindicadas. As técnicas utilizadas
podem ser direcionadas a remover secreções que possam estar acumuladas
no tecido pulmonar, reduzindo risco de infecções, ou, ainda, a reestabelecer
a expansão pulmonar, que pode estar afetada pela dor, postura, etc.
Além disso, o fisioterapeuta deve estabelecer medidas educativas, aplica-
das às fases pré e pós-cirúrgica. Vale ressaltar que a escolha dos recursos vai
depender de cada paciente e vai ser pautada na avaliação fisioterapêutica.
É possível notar que o fisioterapeuta tem à sua disposição uma gama de
recursos fisioterapêuticos, a fim de melhorar a funcionalidade dos tecidos
e proporcionar efeitos terapêuticos sobre os mais diversos sistemas do
organismo. Vale ressaltar que esses recursos podem ser úteis em diferentes
12 Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico

momentos do procedimento cirúrgico, de acordo com o mecanismo de ação


e com os efeitos proporcionados por cada um deles. Desse modo, alguns
recursos são mais indicados para a fase pré-operatória, enquanto outros são
mais indicados para a fase de pós-operatório imediato ou de pós-operatório
tardio. Além disso, alguns recursos podem ser utilizados em mais de uma fase.

Tratamento fisioterapêutico nas diferentes


fases cirúrgicas
As abordagens e os recursos utilizados junto a pacientes submetidos a cirur-
gias devem estar pautadas nas condições de saúde do paciente, nas indicações
e contraindicações e na fase de reparo dos tecidos após a cirurgia. Por isso, os
tratamentos devem ser estabelecidos individualmente, a partir da avaliação
fisioterapêutica. Nesta seção, vamos ver algumas recomendações importantes
acerca da atuação da fisioterapia junto aos pacientes na fase que antecede a
cirurgia, na fase pós-operatória imediata e na fase ambulatorial.

Fase pré-operatória
O fisioterapeuta tem um papel importante antes da realização da cirurgia.
A partir da história clínica dos pacientes e da avaliação fisioterapêutica,
o profissional pode identificar condições de risco e estabelecer medidas
preventivas mais efetivas (DELIBERATO, 2017).
Nessa fase, as ações devem estar voltadas para a educação e orientação
do paciente. Também deve-se voltar à preparação dos tecidos para o proce-
dimento cirúrgico e à maximização das funções motoras, cardiovasculares
e respiratórias, minimizando os impactos do procedimento cirúrgico e da
imobilização sobre os tecidos.
Sobre as ações educativas, é primordial que o fisioterapeuta explique
detalhadamente os impactos da cirurgia para os sistemas, as possíveis com-
plicações que podem se instalar e, principalmente, as formas de amenizar
essas situações. Informações sobre cuidados com posicionamento e cuidados
com a cicatriz no pós-operatório são importantes. Além disso, na presença de
fatores de risco para complicações cirúrgicas, como uso de cigarro e bebida,
o paciente deve ser instruído a mudar de hábitos, a fim de contribuir com a
sua recuperação pós-operatória.
Ações voltadas para a melhoria da capacidade cardiorrespiratória são
essenciais. Para isso, é possível adotar o uso de incentivadores respiratórios e
de exercícios terapêuticos. Também deve-se educar o paciente sobre maneiras
Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico 13

efetivas de tossir no pós-operatório. Deliberato (2017) cita que, para pacientes


com risco aumentado de complicações respiratórias, quando possível, o
fisioterapeuta deve instituir um programa de reabilitação prévio à cirurgia,
de modo a garantir que o pulmão esteja livre de secreções e com o máximo
de sua funcionalidade antes da intervenção. Isso reduz as complicações e a
gravidade delas após a cirurgia.
Orientações e medidas de hidratação tecidual são elencadas por Deliberato
(2017) como uma estratégia importante para evitar a instalação de lesões
cutâneas, como as úlceras, especialmente em procedimentos cirúrgicos que
demandam repouso prolongado.

Fase pós-operatória imediata (aguda)


Na fase pós-operatória imediata (aguda), o paciente se encontra hospitalizado,
e as ações devem se direcionar para a redução dos sinais inflamatórios no local
da cirurgia, amenizando a dor, o edema e o desconforto. Na fase inflamatória,
pode ser indicado o uso da crioterapia e do TENS. A fisioterapia motora nessa
fase serve para prevenir os efeitos da imobilidade e deve respeitar a fase de
cicatrização dos tecidos, evitando a realização de manobras e técnicas que
possam comprometer o reparo tecidual.

A aplicação da drenagem linfática manual pode ser indicada para


minimizar o edema e melhorar o bem-estar do paciente no ambiente
hospitalar. Além disso, as mobilizações de membros inferiores aumentam o
retorno venoso e evitam os malefícios da estase venosa.

Deliberato (2017) sugere que, no pós-cirúrgico, o paciente deve ficar ativo


o mais rápido possível, de modo a reduzir os riscos de TVP e de TEP (principal
causa de óbito hospitalar no período peri e pós-operatório), além de minimizar
os efeitos da redução de mobilidade, situações que podem ser evitadas com
mobilizações precoce.
Para isso, o fisioterapeuta deve instruir o paciente a movimentar-se da
forma mais independente possível, dentro de suas limitações. Para a pre-
venção de TVP e TEP, os exercícios ativos dos membros inferiores devem ser
administrados até que o paciente se levante e possa se locomover. Esses
exercícios, segundo Deliberato (2017), melhoram o retorno venoso pelo me-
canismo de bomba muscular.
14 Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico

A fisioterapia respiratória pode ser empregada para a remoção de secreção


pulmonar, caso esteja presente, ou para a reexpansão pulmonar e melhoria
do condicionamento cardiorrespiratório. Isso é feito por meio de técnicas
manuais, instrumentais ou exercícios respiratórios, que podem ser ensinados
aos pacientes para que eles os realizem algumas vezes ao longo do dia, com
finalidade profilática.
A prevenção de úlceras também é necessária nessa fase, principalmente
em pacientes com perspectiva de permanecer no leito por alguns dias ou em
pacientes idosos (maior vulnerabilidade). Como estratégias, recomenda-se o
posicionamento adequado no leito, a mudança de decúbito a cada duas horas
e o monitoramento frequente da pele do paciente, identificando possíveis
lesões precocemente.
As recomendações nessa fase são primordiais e devem se referir a cuidados
com o posicionamento, o respeito ao repouso (conforme solicitação e orien-
tação médica), os cuidados com a cicatriz cirúrgica, entre outras informações,
dependendo das particularidades de cada procedimento). Além disso, no
momento da alta hospitalar, os pacientes devem ser orientados sobre os
cuidados a serem tomados em casa e sobre a necessidade de continuidade de
acompanhamento ambulatorial, dando sequência à reabilitação pós-cirúrgica.

Tratamento fisioterapêutico na fase ambulatorial


O tratamento fisioterapêutico ambulatorial (fase subaguda e crônica) pode ser
realizado na clínica, no consultório ou até mesmo na casa do paciente, depen-
dendo das demandas individuais. O tratamento ambulatorial dos pacientes
submetidos a cirurgias se pauta na continuidade dos cuidados iniciados no
hospital com o paciente e pode se estender por dias ou meses.
Sobre as abordagens empregadas na fase ambulatorial, em geral, os
pacientes já passaram pela fase inflamatória da cirurgia, já se encontram
com menos dor e com poucos ou nenhum sinal inflamatório.
As ações devem se pautar no estímulo à cicatrização dos tecidos e no
restabelecimento das funções, de modo a permitir que o paciente possa
retornar às suas funções. Dentre as abordagens, o uso de eletroterapia é bem-
-vindo, assim como da fototerapia, da termoterapia e das terapias manuais.
Os exercícios terapêuticos podem ser empregados de modo a reestabelecer
a flexibilidade, força, propriocepção, equilíbrio, dentre outras funções preju-
dicadas pela cirurgia. Devem ser estruturados em programas que permitam
a progressão e a evolução do paciente ao longo do tratamento. O uso de
Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico 15

mecanoterapia complementa a terapêutica, uma vez que o uso de halteres,


caneleiras, bolas suíças e faixas elásticas permite a execução de exercícios
resistidos (DELIBERATO, 2017).
A utilização de recursos manuais e físicos também se aplica a essa fase,
como as massagens de tecido conjuntivo, que previnem e reduzem as fibroses
cicatriciais e aderências, o uso de recursos que estimulem a proliferação
e o reparo tecidual ou que tratem complicações da cicatrização, como as
cicatrizes hipertróficas.
Pinheiro (2009) destaca que, com cada paciente e em cada procedimento
cirúrgico, a atuação do fisioterapeuta vai estar pautada nas especificidades
e nos cuidados que devem ser respeitados. Assim, cada abordagem pré e
pós-operatória será única.
Silveira et al. (2020) relembram a importância do fisioterapeuta em garan-
tir a acessibilidade domiciliar nessa fase ambulatorial. Isso porque muitos
pacientes podem apresentar mobilidade reduzida na fase pós-operatória,
necessitando de adaptações domiciliares. O fisioterapeuta, nesse sentido,
pode discutir com o paciente e/ou familiares, ainda durante a fase hospitalar,
a necessidade dessas adaptações, de modo que, ao receber a alta, o paciente
não precise se deparar com barreiras que comprometam a sua locomoção.
Após essa fase ambulatorial, em que o fisioterapeuta está diretamente
presente na assistência do paciente, ao apresentar sinais indicativos de
alta, o fisioterapeuta pode proceder com a alta do paciente. Também deve-
-se orientar medidas que possam contribuir com a saúde do paciente. Tais
medidas podem ser realizadas sem a supervisão do fisioterapeuta, como
a adoção de hábitos de vida mais ativos e saudáveis, com a realização de
exercícios físicos de forma regular, por exemplo.
Além do atendimento ambulatorial dos pacientes nas fases dos pós-
-operatório tardio, o fisioterapeuta pode realizar atendimentos ambulatoriais
na fase pré-cirúrgica em casos de cirurgias eletivas, que são aquelas cirurgias
com data e horário previamente agendados, sem ser de emergência. Nessas
situações, o profissional pode estabelecer um plano de tratamento pré-
-operatório que pode contemplar várias sessões, de acordo com a condição
prévia do paciente.
Dentre os objetivos da intervenção ambulatorial nessa fase, destacam-se
o ganho de condicionamento físico, a correção de alterações da biomecânica
respiratória, a melhoria da função respiratória, o ganho de força muscular
(minimizando as perdas que acontecerão na fase pós-operatória), entre outros.
16 Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico

Um exemplo de intervenção ambulatorial pode ser direcionado a pa-


cientes que vão se submeter a cirurgias ortopédicas de artroplastias.
São cirurgias agendadas com muita antecedência, permitindo que os pacientes
possam realizar um adequado acompanhamento pré-operatório. Dentre as
abordagens fisioterapêuticas nessa fase, citam-se as técnicas de fisioterapia
respiratória, o uso de eletroestimulação para melhorar a contração muscular,
o uso de cinesioterapia para aumentar a força dos músculos envolvidos na
articulação a ser operada e exercícios para melhorar a flexibilidade e incrementar
as funções circulatórias. Além disso, é necessário orientar o paciente sobre a
sua recuperação imediatamente após a cirurgia.

A participação dos profissionais fisioterapeutas na atenção ao paciente


operado é relevante, pois pode contribuir na assistência de pacientes que
precisam se submeter a diferentes tipos de cirurgias, como ortopédicas,
plásticas, neurológicas, oncológicas, etc. A atuação da fisioterapia nessas
situações pode impactar na redução de complicações intra e pós-cirúrgicas,
na aceleração do processo de reparo e no restabelecimento das funções dos
tecidos, melhorando também o conforto e o bem-estar do paciente.
Para apoiar a atenção fisioterapêutica nessa área, várias abordagens tera-
pêuticas podem ser aplicadas tanto nas fases que antecedem o procedimento
quanto nas fases de pós-operatório imediato e tardio. Na prática, para que as
abordagens fisioterapêuticas realmente cumpram suas funções, é primordial
que o fisioterapeuta planeje primeiramente o tratamento do paciente, com
base na avaliação fisioterapêutica, respeitando as características individuais
de cada paciente, o tipo de cirurgia e a fase de reparo tecidual. Assim, será
garantida uma atenção ao paciente efetiva e segura.

Referências
BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas: dermato-funcional.
2. ed. rev. e amp. São Paulo: Phorte, 2010.
DELIBERATO, P. C. P. Fisioterapia preventiva: fundamentos e aplicações. 2. ed. Barueri:
Manole, 2017.
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CAVALHEIRO, L. V.; GOBBI, F. C. M. (coord.). Fisioterapia hospitalar. Barueri: Manole, 2012.
p. 97-108. (Coleção Manuais de Especialização Albert Einstein).
GIOVANETTI, E. A. Técnicas e recursos em fisioterapia respiratória. In: CAVALHEIRO,
L. V.; GOBBI, F. C. M. (coord.). Fisioterapia hospitalar. Barueri: Manole, 2012. p. 83-96.
(Coleção Manuais de Especialização Albert Einstein).
MAUAD, R. et al. Cirurgia do contorno corporal. In: MAUAD, R. (org.). Estética e cirurgia
plástica: tratamento no pré e pós-operatório. 3. ed. São Paulo: Senac, 2009. p. 15-44.
Atuação da fisioterapia no pré e pós-cirúrgico 17

MÉNDEZ, V. M. F. et al. Fisioterapia na reabilitação de pacientes em pós-operatório


de cirurgia cardíaca. In: UMEDA, I. I. K. (org.). Manual de fisioterapia na reabilitação
cardiovascular. 2. ed. Barueri: Manole, 2014. p. 93-132.
MEYER, P. F. et al. Avaliação dos efeitos do LED na cicatrização de feridas cutâneas em
ratos Wistar. Fisioterapia Brasil, v. 11, n. 6, 428-432, 2010.
PINHEIRO, G. B. Introdução à fisioterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
(Série Physio; Fisioterapia Prática).
SILVEIRA, S. M. X. et al. Intervenções de reabilitação para analgesia. In: BRITO, C. M.
M. et al. (ed.). Reabilitação hospitalar: manual do Hospital Sírio-Libanês. Barueri:
Manole, 2020. E-book.

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