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16/03/2022

SONO e VIGÍLIA.

NEUROANATOMIA

introdução 2

 Todos sabemos o que é sono e passamos


aproximadamente um terço de nossas vidas dormindo.
 Contudo, a razão de dormirmos não é claramente
compreendida e, embora isso tenha sido extensamente
estudado, pouco se conhece acerca de como
dormimos.
 Nessa seção, examinamos o que é conhecido acerca
desse familiar, mas misterioso, fenômeno.
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SONO: UM ESTADO ATIVO E 3


DINÂMICO – BREVE HISTÓRIA DA
MEDICINA DO SONO
Até os anos 50 do século XX, a maioria
das pessoas imaginavam que o sono
fosse uma parte passiva ou inativa das
nossas vidas diárias. Hoje, sabemos que o
nosso cérebro mantém-se muito ativo
enquanto dormimos.

Funções do sono 4

 É um processo ativo, pois requer energia; ele é também


um processo necessário a todos os mamíferos.
 É definido como um estado de atividade motora e de
percepção diminuídas de ocorrência clínica.
 Note que a atividade é diminuída em comparação
com o estado de vigília, mas não é totalmente ausente.
 Disparos ocasionais de atividade motora ocorrem, por
exemplo, quando uma pessoa adormecida muda de
posição na cama.
 A percepção também ocorre, porque a pessoa pode
ser acordada por estímulos sensoriais, como som ou
toque.
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Funções do sono 5

 Os pesquisadores propuseram muitas teorias para explicar a


utilidade biológica do sono.
 Alguns creem que sua função é principalmente restauradora –
que ele proporciona um período de repouso que permite ao
corpo e ao encéfalo se recuperarem da sua atividade diária.
 Outros sugerem que o sono nos permite conservar energia;
 Ainda outros pensam que o sono pode ter se desenvolvido
porque sonhar é útil por proporcionar, por exemplo, uma
oportunidade de praticar e refinar mentalmente
comportamentos adaptativos (fuga de predadores por
exemplo) sem ter de fazê-lo na realidade, o que poderia
colocar o corpo em perigo.

Funções do sono 6

 Algumas evidências sugerem que o sono e os sonhos podem facilitar o


armazenamento de memórias duradouras.
 Outra possibilidade - que o sono pode ser necessário à manutenção da
função adequada do sistema imunológico – é corroborada pela observação
de que, frequentemente, animais privados de sono durante longos períodos
contraem infecções.
 Muito do que conhecemos a cerca do sono e de seus efeitos sobre a função
encefálica provém da eletroencefalografia, uma técnica que usa eletrodos
afixados à cabeça para registrar a atividade elétrica no encéfalo.
 Registros dessa atividade, comumente conhecida como ondas cerebrais, são
denominadas eletroencefalogramas (EEGs).
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Funções do sono 7

 Usando esse método, pesquisadores identificaram dois diferentes tipos


de sono: o sono de ondas lentas (SWS, do inglês slow wave sleep),
caracterizado por múltiplos estágios de de ondas de baixa frequência
no EEG, e o sono REM (rapid eye movement), caracterizado por
ondas de alta frequência no EEG e episódios periódicos de
movimentos rápidos no olhos (REM).
 No SWS, também conhecido como sono não REM (ou NREM), o tônus
muscular está presente, mas diminuído em comparação com o
estado de vigília.
 Os reflexos espinhais ainda estão presentes e disparos ocasionais de
atividade involuntária ocorrem a cada 10 a 20 min.

Funções do sono 8

 Sonambulismo (caminhar durante o sono) tem maior probabilidade de


ocorrer durante os estágios mais profundos do SWS do que durante os
estágios mais leves do SWS, e, em hipótese alguma, durante o sono
REM.
 O sonambulismo ocorre em aproximadamente 40% das crianças, mas
é raro em adultos.
 Falar durante o sono (sonilóquia) também ocorre durante o sono SWS.
 A atividade encefálica diminui na maioria das regiões durante o SWS,
mas a atividade do sistema nervoso parassimpático e em certas
estruturas do tronco encefálico aumenta.
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Funções do sono 9

 Durante o SWS, a pessoa pode ter pensamentos recorrentes e sonhar,


mas os sonhos são esparsos e os pensamentos e sonhos tendem a ser
mais lógicos e menos emocionais do que os que ocorrem durante o
somo REM.
 A pessoa pode roncar durante o sono SWS.
 No sono REM, os músculos posturais perdem o tônus e ficam
paralisados. Contudo, os músculos que controlam a face, os bulbos
dos olhos e as partes distais dos membros contraem frequentemente.
 Os músculos da mandíbula relaxam, permitindo frequentemente que
a boca abra.
 O ronco (caso tenha ocorrido durante o SWS), cessa.

Funções do sono 10

 Comparativamente ao SWS, ocorre um aumento geral da atividade


encefálica, exceto em certas áreas do tronco encefálico, nas quais a
atividade diminui.
 A respiração é, geralmente, mais rápida e mais variável
 A atividade do SNS encontra-se aumentada, causando aumento da
P.A. e da FC;
 A perda do controle da temperatura corporal faz com que ele flutue
mais de acordo com a temperatura ambiental;
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Funções do sono 11

 Os sonhos e pensamentos no sono REM são mais elaborados e


intensos do que no sono SWS, e também mais bizarros e
narrativos.
 Pesadelos podem também ocorrer no sono REM.
 As crianças tem maior probabilidade de ter pesadelos do que
os adultos, embora alguns adultos sofram de pesadelos
frequentes (estresse pós-traumático)

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FASES DA HISTÓRIA DA MEDICINA
 Antes de 1952: Pré-história;
 1952-1970: Exploração do sono; descoberta do sono
REM; descrição da arquitetura do sono; descoberta da
apnéia obstrutiva do sono (1965).
 1971-1980: Extensão da prática médica, compreensão
dos determinantes do estado de alerta diurno.
 1981-1990: Novos tratamentos; expansão de
organização da Medicina do sono, entre outros.
 1991-2000: Colocação dos distúrbios do sono, seu
diagnóstico e tratamento, particularmente da apnéia
obstrutiva do sono.
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FISIOLOGIA DO SONO

 Função;

 Propensão ao sono depende de dois fatores principais:


a quantidade acumulada de privação de sono e a fase
do relógio circadiano, que aumenta o sono à noite;

 Neurotransmissores controlam o ciclo sono - vigília.

Ciclos do sono e vigília 14

 O corpo humano altera períodos de vigília e sono, realizando,


normalmente um ciclo completo de sono e vigília em um período de
24h.
 Embora tipicamente descrevamos o tempo médio diário de sono coo
8h para adultos, a extensão dos estágios desse ciclo varia com a
idade.
 Os bebes tendem a passar um mínimo de 17h por dia dormindo,
enquanto adolescentes passam aproximadamente 9h dormindo.
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Ciclos do sono e vigília 15

 O ritmo biológico natural dos adolescentes também é


deslocado em relação ao dos adultos, pois os adolescentes são
mais alertas à tarde e à noite e menos alertas de manhã cedo.
 Os adultos passam menos tempo dormindo ao envelhecerem,
alguns necessitando de apenas 5h de sono por dia.

Ciclos do sono e vigília 16

 O que faz nosso corpo alternar entre


esses diferentes níveis de consciência?
 Embora a resposta não seja
completamente conhecida, certas áreas
do encéfalo parecem estar mais
envolvidas na regulação do ciclo de sono
e vigília.
 Uma dessas áreas é a formação reticular
do tronco encefálico, uma rede difusa de
núcleos que forma o sistema de ativação
reticular ascendente (SARA).
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Ciclos do sono e vigília 17

 Essa área é crítica na manutenção do alerta em vigília.


 Sinais provenientes do SARA se projetam no córtex por meio de
retransmissores no tálamo, hipotálamo e prosencéfalo, e
“despertam” o córtex, tornando-o mais receptivo a sinais
provenientes de outra vias.
 Os neurotransmissores associados ao SARA e, portanto, ao
estado de vigília incluem acetilcolina, noradrenalina e
dopamina.
 O papel da acetilcolina no estado de vigília alerta é mimetizado
pela nicotina, uma droga que se liga a receptores colinérgicos
nicotínicos (café, fumo);

Ciclos do sono e vigília 18

 Semelhantemente, o papel das catecolaminas é mimetizado por


drogas como anfetaminas e cocaína.
 Em outra área envolvida no despertar do encéfalo, o
hipotálamo, os neurotransmissores incluem a histamina e a
orexina.
 O papel da histamina na manutenção do estado de vigília é
evidente quando o indivíduo toma um anti-histamínico, que
deixa a pessoa sonolenta.
 A orexina é um peptídeo recentemente descoberto, cujas ações
de despertar estão sendo exploradas por empresas
farmacêuticas no desenvolvimento de fármacos para manter as
pessoas acordadas.
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Ciclos do sono e vigília 19

 Outras áreas do encéfalo estão envolvidas na indução do sono.


 O SWS é induzido pelo prosencéfalo.
 Pesquisas recentes sugerem que a adenosina é um
neurotransmissor crítico para a indução do SWS.
 Uma das teorias sobre os efeitos estimulantes da cafeína sugere
que ela bloqueia os receptores de adenosina, inibindo assim o sono.
 O sono REM, em contraste, é induzido por atividade originada na
ponte e está associado à liberação de acetilcolina.
 Os mecanismos precisos da indução do sono ou da manutenção do
estado de vigília ainda não são totalmente compreendidos.

Atividade elétrica durante o sono e 20

a vigília
 Quando você está acordado e alerta, um EEG mostra um
padrão de oscilações de alta frequência e baixa amplitude,
conhecido como ondas beta, o qual reflete os sinais elétricos
gerados por um grande número de neurônios em diferentes
momentos;
 Quando você está acordado mas em repouso, o EEG muda
para um novo padrão de ondas de menor frequência e maior
amplitude, conhecido como ondas alfa.
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Atividade elétrica durante o sono e 21

a vigília
 Comparadas às ondas beta, as alfa refletem um maior grau de
sincronização da atividade elétrica entre neurônios, isto é,
sinais elétricos estão sendo gerados em grandes grupos de
neurônios mais ou menos ao mesmo tempo.
 Essa alteração no padrão de EEG poderia ser comparada às
alterações do ruído de uma multidão em um estádio.
 Quando um grande número de pessoas fala em diferentes
momentos (atividade dessincronizada, semelhante à das ondas
beta), o som geral é um ruído quase constante e é difícil
distinguir padrões ou palavras.

Atividade elétrica durante o sono e 22

a vigília
 Quando a multidão começa a cantar em uníssono (atividade
sincronizada, semelhante as ondas alfa), o som ocorre em uma
série de ondas discerníveis, que poder ser reconhecidas como
palavras.
 O SWS ocorre em quatro estágios sucessivos distinguíveis por
alterações no EEG e no limiar de despertar (a força de um
estímulo necessária para acordar uma pessoa adormecida).
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Atividade elétrica durante o sono e 23

a vigília
 O estágio 1 do SWS tem o menor limiar de despertar, enquanto
o estágio 4 tem o maior.
 Em outras palavras, o sono é “mais leve” no estágio 1 e “mais
profundo” no estágio 4.
 O sono em estágio 1 é característico do período “sonolento”,
entre estar dormindo e estar acordado.
 O sono em estágio 2 é um sono leve, o sono em estágio 3 é
moderado e, em estágio 4, um sono profundo.

ESTÁGIOS DO SONO 24

Esses estágios progridem num ciclo, do estágio 1


ao sono REM;

Estágio 1: superficial e fugaz, podemos ser despertados com facilidade;

Estágio 2: Os movimentos oculares param e as ondas cerebrais tornam-se


mais lentas;

Estágio 3: Começam a aparecer ondas extremamente lentas, chamadas


de ondas delta intercaladas por ondas menores e mais rápidas.

Estágio 4: As ondas são quase que exclusivamente de frequência delta. É


muito difícil acordar alguém durante os estágios 3 e 4 - sono profundo.
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Atividade elétrica durante o sono e 25

a vigília
 Durante uma noite típica, uma pessoa passa pelos diversos
estágios de sono de uma maneira bastante ordenada e
previsível.
 Quando você adormece, entra no estágio 1 de SWS. Então
você prossegue pelos estágios 2 a 4, em ordem.
 Cerca de uma hora após o início do sono, você segue a ordem
inversa desses estágios e, então, entra em seu primeiro período
de sono REM.

Atividade elétrica durante o sono e 26

a vigília
 A intervalos de aproximadamente 90min., esse padrão se
repete algumas vezes, exceto que você tende a passar menos
tempo nos estágios mais profundos de SWS e mais tempo em
sono REM à medida que o sono continua.
 Perceba que os períodos de somo REM duram mais e ocorrem
mais próximos entre si à medida que o sono continua.
 Mantendo-se este padrão, quando despertares espontâneos
ocorrem, eles acontecem muito mais frequentemente nas
últimas poucas horas de sono do que no início.
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Atividade elétrica durante o sono e 27

a vigília
 Como regra, nós nos lembramos somente dos sonhos que
temos imediatamente antes de acordar.
 Devido a isso ter maior probabilidade de ocorrer durante o sono
REM, nós temos maior probabilidade de lembrar dos sonhos do
tipo REM.

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 Os estágios 1, 2, 3 e 4 são chamados em conjunto de


sono NÃO - REM (NREM).

 Sono REM: Sonhos.

 Sono REM: Período 70 a 90 minutos após o início do


sono.

 Um ciclo completo de sono dura entre 90 e 110 minutos.


(poxa! Já estava no 3º sono....)
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ARQUITETURA NORMAL DO SONO 29

 Insônia (bebidas cafeinadas, drogas, medicamentos)

 Antidepressivos suprimem o sono REM.

 Fumantes que fumam mais de 25 cigarros por dia


alteram a arquitetura do sono.

 Acordam de 3 a 4 horas depois de dormirem devido a


abstinência da nicotina.

 Ingestão de álcool para dormir (apenas estágios 1 e 2)

SONO RESTAURADOR E 30
PRIVAÇÃO DO SONO
 A quantia de sono que um indivíduo precisa, vária de
alguns fatores incluindo a idade.

 A quantidade de sono que o ser humano precisa,


cresce se ele estiver carecido de sono em dias
anteriores.

 Os indivíduos tendem a ter sono mais leve e por curto


prazo a medida que envelhecem.

 Estudos mostram que a perda de sono é perigosa.


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FUNÇÃO DO SONO 31

 Estudos com animais demonstraram que o sono é


necessário para a sobrevivência.

 O sono é imprescindível para que o sistema nervoso


funcione normalmente.

 Alguns pesquisadores acreditam que o sono dá aos


neurônios usados durante a vigília a chance de se
desligarem e de serem reparados.

 Estágio Delta.

SONO E DOENÇA 32

O sono e os Problemas com o


distúrbios a ele sono são comuns
relacionados em muitas outras
desempenham um doenças como:
importante papel Alzheimer, AVC,
em grande número câncer e
de enfermidades,
podendo afetar traumatismo
quase todas as craniano.
áreas da Medicina.
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DISTÚRBIOS DO SONO 33

 Distúrbios do Sono ocorrem em quase todos os


pacientes com doenças psiquiátricas.

 Foram descritos até o momento 80 distúrbios do sono.

 Entre os mais comuns estão: insônia, apneia do sono,


síndrome das pernas inquietas e narcolepsia.

SONHO, FATORES HISTÓRICOS 34

 Teorias Interpretativas: historicamente os sonhos eram


compreendidos como a sequência de fenômenos
psíquicos, imagens, representações, atos e ideias que
involuntariamente ocorriam durante o sono.

 Segundo contexto histórico na visão de Sigmund Freud ,os


sonhos eram uma válvula de segurança para o desejo do
inconsciente, ele acreditava que o sonho era via para
realização de fantasias proibidas e ainda afirmava que o
sonho fornecia um impulso do inconsciente reprimindo
durante o dia ou a vigília.
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SONHO, FATORES HISTÓRICOS 35

 Já na visão de Jung o sonho é uma representação


simbólica do estado da psique mostrando conteúdos
complexos de forma representacional, como por exemplo
pessoas, objetos e situações que refletem um padrão
mental não havendo um objetivo oculto no sonho.

VISÃO CIENTÍFICA DO SONO 36

Uma das explicações científicas que Allan


Hobson e Robert McCarley de Harvard, afirma
que os sonhos são associações e memórias do
córtex cerebral causadas por descargas
aleatórias da ponte durante o sono Rem. Dessa
forma os neurônios pontinhos através do tálamo
ativam várias áreas do córtex cerebral e
provocam imagens ou emoções já conhecidas ,
e o córtex tenta sintetizar as imagens
discrepantes em um todo com sentido gerando
assim o Sonho.
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Com base nas pesquisas neurobiológicas o
sonho é caracterizado pelo estado de
alteração do sono, que se divide em duas
etapas:

Ondas lentas (ou Sono paradoxal


sono não Rem) (ou sono Rem)

REFERÊNCIAS 38

 ALBUQUERQUE, Marly; CARDEAL, José Osmar; CAMPOS, C.J.R.


Distúrbios do Sono, Epilepsia e Indicações para o Registro
Polissonográfico- Revisão. Disponível em:
https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/103
32/7519. Acesso em: 02 de mai. de 2021.
 MAGALHÃES, Flávio; MATARUNA, José. Parte I – Bases gerais,
cronobiológicas e clínicas. SciELO, 2007. Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://books
.scielo.org/id/3qp89/pdf/jansen-9788575413364-
09.pdf&ved=2ahUKEwiWifWEnbbwAhURJrkGHc2JCFMQFjAAegQIBRAC
&usg=AOvVaw20uziMO5vjbH0Y2zi9ohQn. Acesso em: 03 de mai. de
2021.
 MENEGOTTE DE ALMDEIDA, Elimar Mayara. Sonho e Sonhos: bases
neurobiológicas, atividade cerebral e teorias interpretativas de seu
conteúdo. Neurociências em Debate, 2014. Disponível em:
http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/arquivos/1924. Acesso
em: 10 de mai. de 2021.

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