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ESTADOS DE CONSCIÊNCIA

A CONSCIÊNCIA DESPERTA: Consciência é um conceito tão fundamental para a


Psicologia, que é difícil estabelecer uma definição única.
Para a maior parte dos psicólogos na atualidade, a consciência é o estar ciente
(awereness) de nós mesmos e de nosso ambiente.
 Níveis de processamento de informação:
Pesquisas revelam que boa parte das informações que processamos estão fora de
nosso estar ciente. Nós registramos e reagimos a estímulos que não percebemos
conscientemente. Nós desempenhamos tarefas previamente aprendidas de forma
automática, como quando digitamos sem olhar onde as letras estão. Quando
encontramos alguém, nós reagimos instantaneamente ao seu gênero, idade e aparência, e
então nos tornamos cientes da resposta. Nós modificamos nossas atitudes e
reconstruímos nossas memórias sem estarmos cientes que o fazemos.
Sob a superfície, o processamento da informação subconsciente ocorre
simultaneamente em várias vias paralelas. Quando olhamos um pássaro voando,
estamos cientes do resultado de nosso processamento cognitivo, mas não do
subprocessamento de sua cor, forma, movimento, distância e identidade.
Quando você levanta um dedo, seu cérebro comanda o processo 0,3 segundo antes
da percepção consciente desta decisão.
Diferentemente do processamento em paralelo das informações subconscientes, a
informação consciente é feita de forma sequencial (serialmente). A consciência é
relativamente lenta e tem capacidade limitada, mas é especializada em resolver
novas situações.
NOVAS TAREFAS EXIGEM NOSSA ATENÇÃO CONSCIENTE.
Se o tempo é a maneira de a natureza fazer com que as ocorrências sucedam uma de
cada vez, a consciência é a forma da natureza fazer com que pensamentos e ações
também se sucedam um de cada vez.
 Devaneios (estado alterado de consciência) e Fantasias
Jerome L. Singer (1975) relatou que praticamente todas as pessoas têm devaneios ou
fantasias todos os dias – no trabalho, na sala de aula ou andando pela rua – de fato, em
qualquer lugar e a qualquer hora. Comparados com adultos mais velhos, adultos jovens
passam mais tempo sonhando acordados e tendo fantasias sexuais. 95% de homens e
mulheres disseram ter tido fantasias sexuais. Mas os homens (tanto os homo quanto os
heterossexuais) mostraram fantasiar sobre sexo com mais frequência, de forma mais
física e menos romântica – e essas tendências influenciaram suas preferências por livros
e vídeos. Fantasias sexuais NÃO indicam problemas ou insatisfação (na verdade,
pessoas ativas sexualmente e satisfeitas têm mais fantasias sexuais.
Nem todos os devaneios são escapistas ou dramáticos. Na maioria, envolvem
detalhes familiares da nossa vida – às vezes, imaginando uma abordagem alternativa
para algo que fizemos, ou imaginando a nós mesmos explicando a um professor por que
um trabalho está atrasado, ou repassando em nossas mentes encontros pessoais que
saboreamos, ou que gostaríamos que tivessem acontecido de forma diferente.
Sonhar acordado pode ser adaptativo. Alguns devaneios nos ajudam a estar
preparados para eventos futuros, mantendo-nos em alerta em caso de negócios não
finalizados e dando-nos a chance de pesquisar mentalmente. Fantasias agradáveis
aumentam a criatividade de cientistas, escritores e artistas.
PARA AS CRIANÇAS, OS DEVANEIOS EM TORNO DE BRINCADEIRAS
IMAGINÁRIAS NORTEIAM O DESENVOLVIMENTO SOCIAL E
COGNITIVO – FATO QUE TORNA O ATO DE ASSISTIR À TELEVISÃO UM
PROBLEMA PARA ALGUNS PSICÓLOGOS.
Os devaneios podem também substituir o comportamento impulsivo.

 SONO E SONHOS
O sono é um estado em que você não sabe que está, até sair dele.
 Ritmos biológicos
Nossos corpos estão grosseiramente sincronizados com o ciclo de 24 horas, por
meio de um relógio biológico denominado ritmo circadiano.
Evidências recentes sugerem que o pensamento é mais claro e a memória mais
precisa quando as pessoas estão no seu pico diário do ciclo circadiano. Alguns de nós
são cotovias matutinas, enquanto outros são corujas noturnas energizadas. Com a idade,
nós tendemos a nos transformar de corujas em cotovias.
Voos transcontinentais rompem nosso ciclo circadiano e nós experimentamos o
chamado jet lag, principalmente por termos de estar acordados enquanto nosso ciclo
grita “durma”!
A luz faz funcionar o relógio circadiano pela ativação de proteínas fotossensíveis
da retina, que enviam sinais para a região do cérebro que controla o ciclo circadiano.
Isso ocorre em parte pelo aumento (pela manhã) ou pela diminuição (à noite) da
produção pela glândula pineal de uma substância indutora do sono, a melatonina.
 O ritmo do sono
Os ciclos do sono se repetem a cada 90 minutos.
Também existe um ritmo biológico para o sono. A cada período de 90 a 100
minutos, nós passamos por um ciclo de cinco estágios distintos do sono.
1. Despertado, relaxado
2. Estágio 1 do sono – pode durar pouco mais de 5 minutos, quando
experimentamos imagens fantásticas, lembrando alucinações, experiências
sensoriais que ocorrem na ausência do estímulo sensorial (sensação de estar
caindo, pode seguir um espasmo corporal súbito).
3. Estágio 2 do sono – a pessoa relaxa mais profundamente, começa com
aproximadamente 20 minutos de sono. Caracteriza-se pelo aparecimento
periódico e fusos do sono – surtos de atividade cerebral rítmica.
4. Estágio 3 – transicional, duração de alguns minutos.
5. Estágio 4 – sono profundo. Começa a emitir as amplas e lentas ondas delta. O
estágio 3 e 4 são chamados em conjunto de sono de ondas lentas. Eles duram
em média 30 minutos, durante os quais é difícil ser acordado. Curiosamente, é
no final do estágio 4 que as crianças urinam na cama ou andam durante o sono.
CERCA DE 20% DAS CRIANÇAS ENTRE 3 E 12 ANOS TÊM PELO
MENOS UM EPISÓDIO DE SONAMBULISMO, USUALMENTE
DURANDO ENTRE 2 A 10 MINUTOS: POR VOLTA DE 5% TÊM
EPISÓDIOS REPETIDOS. Mesmo enquanto dormimos profundamente,
nosso cérebro de alguma forma processa certos estímulos. – NÓS
PROCESSAMOS A MAIORIA DAS INFORMAÇÕES FORA DA
ATENÇÃO CONSCIENTE.
6. Sono REM (SONO DE MOVIMENTOS OCULARES RÁPIDOS). Acontece
cerca de uma hora depois de termos dormido. Por cerca de 10 minutos, nossas
ondas cerebrais se tornam rápidas, com a forma de um dente de serrote,
semelhante ao estágio 1 do sono. Mas, diferentemente deste, durante o sono
REM, nossa frequência cardíaca se acelera, nossa respiração fica mais rápida e
irregular e, a cada meio minuto, os olhos se movimentam em espasmos rápidos
por trás das pálpebras fechadas. Durante o sono REM, nossos órgãos genitais se
ativam, e podemos ter ereção, lubrificação vaginal e ingurgitamento do clitóris.
Por exemplo, a frequente ereção matutina representa o último período de sono
REM, um pouco antes de acordar. Exceto durante sonhos assustadores, a
ativação genital ocorre, sendo ou não seu conteúdo do sonho sexual. O
fenômeno tem sido estudado mais em homens, pois seus registros são mais
fáceis. Em homens jovens, as ereções durante o sono duram mais que os
períodos de sono REM, entre 30 e 45 minutos em média. Um homem típico de
25 anos passa metade do sono noturno com ereções, enquanto um de 65 passa
um quarto. Muitos homens, vítimas de “transtornos de ereção” (impotência) têm
ereções matinais – o que sugere que seus problemas não estão “entre suas
pernas”. O sono REM é denominado SONO PARADOXAL – internamente o
corpo está excitado, enquanto externamente parece calmo.
Pensando criticamente sobre: TPM
 Por que nós dormimos?
o 1º lugar: O sono protege
o 2º lugar: o sono ajuda em nossa recuperação, ele ajuda a restabelecer os
tecidos corporais, especialmente os do cérebro. “O sono é comida para o
cérebro”
o 3º lugar: atua no processo de crescimento.
Autorizados a dormir livremente, a maioria dos humanos dormirá pelo menos 9
horas por noite. Com essa quantidade de sono, nós não nos sentimos cansados.
Acordamos revigorados, mantemos um humor melhor e trabalhamos de forma mais
eficiente e precisa, que se dormimos menos. Com uma sucessão de noites de 5 horas
de sono, porém, acumulamos um débito de sono que não será reposto com uma
noite de 10 horas de sono – o que explica por que podemos nos sentir sonolentos
mesmo após uma noite com muitas horas de sono. “O cérebro mantém uma conta
precisa do sono em débito por pelo menos duas semanas”. Privados do sono,
sentimo-nos mal, e nossos corpos clamam por dormir. Na batalha do cansaço, você
sempre perde.
O SONO REPRESENTA GROSSEIRAMENTE UM TERÇO DE UMA VIDA –
ALGO COMO 25 ANOS EM MÉDIA.
Por causa das lâmpadas elétricas, do ritmo de trabalho e das diversões sociais, as
pessoas em nações industrializadas estão preparadas para dormir menos do que seus
ancestrais faziam há um século.
O MAIOR EFEITO DA REDUÇÃO DO SONO NÃO É A SONOLÊNCIA, MAS
UM MAL-ESTAR GENERALIZADO. Privação do sono dificulta o estudo, diminui
a produtividade, facilita erros, irritabilidade e fadiga. Um grande débito de sono
torna você “estúpido”. A privação do sono tem efeitos devastadores sobre a direção
e a pilotagem. Outros efeitos da perda do sono são sutis. Um deles é a supressão do
sistema imune de defesa do organismo. A privação do sono deprime as células
imunes que combatem os vírus e as células cancerígenas, o que explica por que as
pessoas que dormem entre 7 e 8 horas de sono vivem mais que as que têm privação
do sono crônica. QUANDO AS INFECÇÕES COMEÇAM, NÓS
HABITUALMENTE DORMIMOS MAIS, RESGUARDANDO NOSSAS
CÉLULAS IMUNES. O ATRASO CRÔNICO DO SONO ALTERA NOSSO
METABOLISMO E FUNÇÃO HORMONAL, LEVANDO AO
ENVELHECIMENTO, À HIPERTENSÃO, À OBESIDADE E AO
TRANSTORNO DA MEMÓRIA. OUTROS EFEITOS INCLUEM A
IRRITABILIDADE, A LENTIDÃO NA PERFORMANCE E A DIMINUIÇÃO DA
CRIATIVIDADE, DA CONCENTRAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO.
 Transtornos do Sono
10 a 15% dos adultos reclamam de insônia – problemas persistentes em adormecer ou
permanecer dormindo. As formas mais comuns de lidar com a insônia verdadeira – o
uso de remédios para dormir e álcool – podem agravar o problema. Ambos reduzem o
sono REM e podem levar a pessoa a “lapsos” no dia seguinte. Por conta disso, alguns
começam a utilizar doses maiores para alcançar o efeito desejado. Então, quando a
droga é suspensa, a insônia pode piorar.
Indicações de especialistas do sono como alternativas ao remédio e ao álcool:
- Relaxar antes de ir para a cama, usando reguladores de luz;
- Evitar cafeína (o que inclui chocolate), a partir do final da tarde, e comidas pesadas
antes de ir para a cama. Um copo de leite pode ajudar (leite oferece matéria-prima para
a produção de serotonina, um neurotransmissor que facilita o sono);
- Ter um padrão regular de sono (levante-se no mesmo horário, mesmo após uma noite
cansativa) e evitar cochilos. Uma rotina regular de sono eleva a vigília durante o dia
também.
- Exercitar-se regularmente, no máximo até o meio da tarde e não à noite.
- Assegurar-se a si mesmo que uma perda temporária de sono não trará grandes
problemas: “certamente nada justificará perder muitas noites de sono.
- Se nada disso funcionar, esforce-se para dormir menos, vá para a cama mais tarde, ou
acorde mais cedo.
Mais raros, porém mais importunos que a insônia, são os distúrbios do sono como a
APNÉIA (param de respirar durante o sono) ou a NARCOLEPSIA (episódios de sono
incontrolável, isso demora habitualmente menos de 5 minutos, mas às vezes ocorre nos
momentos mais inoportunos).
Quem sofre de apneia (1 em cada 20 pessoas) pode ficar sem respirar por mais de 400
vezes durante a noite, privando a pessoa de sono de ondas lentas. A despeito de suas
queixas de sonolência e irritabilidade durante o dia – e as queixas de seus companheiros
do “ronco” sonoro -, os portadores de apneia não estão cientes de seu problema. A
apneia do sono deixa milhões de pessoas ao redor do mundo cansadas. Acontece
principalmente em homens obesos. QUALQUER UM QUE RONQUE À NOITE,
SINTA-SE CANSADO DURANTE O DIA, E POSSIVELMENTE TENHA PRESSÃO
ALTA, DEVE SER INVESTIGADO PARA APNEIA.
Outras pessoas experimentam durante o sono, sobretudo crianças, terrores noturnos. A
pessoa pode se sentar e andar pelo quarto falando de forma incoerente, com aumento
das frequências cardíaca e respiratória, parecendo aterrorizada. Não é pesadelo. É raro o
portador de terror noturno acordar totalmente durante o episódio.
O sonambulismo e o sonilóquio (FALAR DORMINDO) são de origem familiar.
Sonambulismo geralmente não provoca ferimentos ou lembranças na manhã seguinte.
Em casos raros de assalto ou homicídio, seus efetuadores ganharam imunidade nos
tribunais. Sonâmbulos tipicamente retornam para suas camas por conta própria ou com
a ajuda de familiares.

Sonhos
Os sonhos REM – “alucinações de uma mente adormecida” – são vívidos, emocionais e
bizarros. Várias vezes, durante a noite, você é o criador e produtor de um filme mental
surrealístico, no qual os eventos ocorrem em uma sequência truncada, as cenas se
modificam de forma abrupta, pessoas aparecem e desaparecem, e as leis físicas como a
gravidade podem ser violadas. E mais, os SONHOS são tão vívidos que podem ser
confundidos com a realidade. Acordada de um pesadelo, uma criança de 4 anos pode se
queixar de um urso na casa.
Nós passamos seis anos de nossa vida sonhando, alguns deles são nada além de “doces”.
Porém, tanto para homens quanto para mulheres, 8 em cada 10 sonhos são marcados por
emoções negativas. Pessoas comumente sonham repetidas vezes que estão falhando em
conseguir algo, que estão sendo atacadas, perseguidas, rejeitadas ou experimentando
tragédias. É mais comum sonharmos sobre eventos da nossa vida cotidiana – um
encontro de trabalho, uma prova – e com amigos e parentes.
O enredo de nossos sonhos, que Sigmund Freud chamou de conteúdo manifesto, às
vezes incorpora traços de experiências e preocupações do dia anterior.
Freud encontrou a “mais valiosa das descobertas”. Ele argumentou que ao realizar os
desejos, os sonhos proporcionam uma válvula de segurança psíquica, que descarrega
sentimentos que, de outra maneira, seriam inaceitáveis. De acordo com Freud, o
conteúdo manifesto dos sonhos é uma versão censurada e simbólica do conteúdo
latente, que consiste em atitudes e desejos inconscientes que poderiam ser perigosos se
expressados diretamente.
Freud considerava os sonhos como sendo a chave para o entendimento de nossos
conflitos internos. A teoria de Freud do preenchimento dos desejos pelos sonhos deu
origem a várias outras teorias. Pesquisadores que consideram os sonhos como uma
modalidade de processamento da informação acreditam que eles ajudam a
esquadrinhar, selecionar e fixar as experiências do dia na nossa memória.
Estudos mais recentes confirmam que, em parte, dormimos para nos lembrar.
Os benefícios ganhos pelo sono após o aprendizado representam importante notícia para
adolescentes e estudantes. Muitos estudantes sofrem de uma espécie de bulimia do sono,
com excesso de sono no fim de semana. “Mas se você não dorme bem e em quantidade
adequada após novas aprendizagens, você não as integrará efetivamente na sua
memória”.
Outra explicação para o porquê dos sonhos propõe que ele serve a alguma função
fisiológica – o sono REM e os sonhos fornecem estimulação periódica ao cérebro que
dorme.
A teoria da síntese-ativação define a origem dos sonhos ser pelo esforço da mente em
produzir sentido para as explosões visuais, cujo conteúdo emocional é dado pelo
sistema límbico. Os sonhos são a interpretação dada pelo cérebro à sua própria
atividade.
HIPNOSE (estado alterado de consciência)
Hipnose – uma interação social em que uma pessoa (o hipnotizador) sugere a outro (o
hipnotizado) que certas percepções, sentimentos, pensamentos ou comportamentos vão
acontecer espontaneamente.
E se orientado a esquecer todos esses acontecimentos ao terminar o estado hipnótico,
você relatará amnésia pós-hipnótica, uma perda temporária de memória, mais parecida
com a impossibilidade de reconhecer um nome familiar. Embora as pessoas digam que
não se lembram do material esquecido, ele está “lá dentro”, pois ele pode interferir em
comportamentos posteriores, e ser lembrado a partir de um sinal predeterminado.

 Fatos e falácias
Os investigadores da hipnose concordam que seu poder não reside no hipnotizador, e
sim na abertura do sujeito à sugestão.
Em algum grau, quase todas as pessoas são sugestionáveis. Aqueles que são altamente
hipnotizáveis – digamos, os 20% que são sugestionáveis a ponto de não sentirem o
cheiro de amônia, mesmo colocada abaixo do nariz – serão ainda hipnotizáveis 25 anos
depois. Habilidade hipnótica – uma designação com conotações mais positivas.
A maior parte das pessoas acredita – erradamente, – que nossas experiências estão todas
“lá”, que tudo que nos acontece fica guardado em nossos cérebros, e que pode ser
encontrado e utilizado, bastando que vençamos nossas defesas.
Em raras ocasiões, pessoas em estado de relaxamento, concentradas por meio da
hipnose, produziram testemunhos em investigações criminais. Pesquisadores relatam
que tais memórias “hipnoticamente reanimadas” misturam fatos e ficção.
Pensando criticamente sobre: Regressão hipnótica
Será a hipnose um estado alterado de consciência?
DROGAS E CONSCIÊNCIA (alucinações – estado alterado de consciência)
Drogas são consumidas desde os tempos da Antiguidade. O poder químico delas
permitia ao cérebro humano alterar seus níveis de consciência, com as mais diversas
finalidades.
Primeiramente nos ritos religiosos, passando para o consumo pessoal, as drogas
permitem ao experimentador alcançar sensações e experiências.
As drogas quando alteradores de consciência também podem ser chamadas pelo termo
“substância psicoativa”, pois elas são capazes de alterar o funcionamento químico do
cérebro, permitindo estados classificados como alucinógenos, estimulantes ou
depressivas.

Substâncias depressivas: ou “tranquilizantes”, que acalmam a atividade neural e tornam


mais lentas as funções corporais (álcool, barbitúricos [tranquilizantes] e os opiáceos.
Substâncias estimulantes: ou “excitantes”, que temporariamente aumentam a atividade
neural e aceleram as funções corporais (cafeína, metanfetamina [“speed”, “ice”],
cocaína, nicotina, ecstasy.
Substâncias alucinógenas: que distorcem as percepções e evocam imagens sensoriais na
ausência de estímulos. Exemplo: LSD, Maconha, Ecstasy

São conceitos básicos para o entendimento do consumo de substâncias psicoativas:


tolerância, neuroadaptação, abstinência e dependência, que pode ser física e/ou
psicológica.
O usuário iniciante se contenta com pequenas doses, porém, a partir do uso frequente,
ocorre a neuroadaptação do cérebro, ou seja, uma adaptação neurológica, uma
regulagem da produção de neurotransmissores para atingir a homeostase, uma vez que a
droga causa desequilíbrio na produção dos mesmos, o que gera o efeito característico da
droga.
Esta adaptação do cérebro frente a droga, gera uma necessidade cada vez maior de uso
para geração do mesmo efeito de quando foi iniciado o uso. Este é o processo da
tolerância, ou seja, o uso daquela pequena quantidade inicial já não é mais o suficiente
para o efeito desejado, pois o indivíduo gerou tolerância a ação da substância.
Se, por ventura, o usuário já dependente fica sem o uso por algum período de tempo, ele
estará em abstinência, processo manifestado por sintomas físicos ou psicológicos.
Álcool:
Quando provocadas, as pessoas sob o efeito do álcool respondem de forma mais
agressiva que o habitual. O álcool é uma droga que iguala oportunidades, ele aumenta
tendências tanto perigosas – quanto “bondosas”.
Assim, o álcool nos torna mais agressivos ou dispostos a ajudar, mais desinibidos e com
mais devaneios sexuais – quando essas tendências já estão presentes. Os desejos que
você tem enquanto está sóbrio são aqueles que você tentará realizar enquanto estiver
intoxicado.
Doses baixas de álcool relaxam o bebedor, diminuindo a atividade do seu sistema
nervoso simpático (O sistema nervoso simpático estimula ações que permitem ao
organismo responder a situações de estresse, como a reação de lutar, fugir ou uma
discussão. Essas ações são: a aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão
arterial, o aumento da adrenalina, a concentração de açúcar no sangue e pela ativação
do metabolismo geral do corpo e processam-se de forma automática,
independentemente da nossa vontade).
Com doses maiores, o álcool começa a colocar em cena os problemas: as reações ficam
vagarosas e a fala, embotada; a performance em tarefas se deteriora. Associado à
privação do sono, o álcool se torna um poderoso sedativo (tanto a privação do sono
quanto a bebida colocam o motorista em risco: a associação de ambos é fatal. Esses
efeitos físicos, combinados com a diminuição da inibição, contribuem para as piores
consequências do abuso do álcool – as várias centenas de milhares de vidas ceifadas ao
redor do mundo em acidentes todos os anos e crimes relacionados ao seu uso.
Quando o nível de álcool no sangue aumenta, seu julgamento moral diminui, e seus
escrúpulos quanto a beber e dirigir somem.
Fatos: estudantes de ensino médio e universitário bebem mais que as pessoas da mesma
idade que não estudam, e gastam mais em álcool que em livros.
O álcool não afeta apenas o julgamento, mas também a memória. Ele dificulta tanto as
lembranças recentes do que acabou de ocorrer quanto as memórias de longa duração,
alternando inclusive o processamento de experiências recentes em memória definitiva.
Dessa forma, no dia seguinte à intoxicação, bebedores contumazes podem não se
lembrar com quem estiveram, o que disseram ou fizeram na noite anterior. Esse
“branco” da memória é explicado parcialmente pela impossibilidade de transferir a
memória do estado intoxicado para o sóbrio. Apagões após beber também podem
resultar da supressão do sono REM pelo álcool. (Lembre-se de que pessoas privadas do
sono REM têm dificuldades em fixar suas experiências do dia em memória
permanente). O uso prolongado e excessivo de bebida pode afetar também a cognição
pela atrofia que ocasiona ao cérebro.
O álcool tem outro efeito intrigante na consciência: ele reduz a autopercepção.
O álcool também focaliza a atenção do indivíduo no momento atual, impedindo-o de
medir consequências futuras.
“Quando as pessoas estão bebendo, as forças da razão podem se enfraquecer e permitir
que os desejos vençam”.
Fato: O álcool mata mais pessoas que todas as drogas ilegais combinadas, assim como
o tabaco.
Barbitúricos:
As drogas barbitúricas, ou tranquilizantes, imitam os efeitos do álcool. Por conta de sua
ação depressora sobre o sistema nervoso simpático, barbitúricos como o Nembutal e o
Seconal são por vezes prescritos para induzir o sono ou reduzir a ansiedade. Em grandes
doses, eles podem levar a dificuldades na memória e no julgamento. Em combinação
com o álcool – como quando as pessoas tomam pílulas para dormir após terem bebido
muito – o efeito depressor sobre o corpo pode ser letal. Em dose elevada o suficiente, os
barbitúricos podem por si só próprios causar a morte, o que os torna uma das drogas
mais utilizadas nas tentativas de suicídio.
Opiáceos
Os opiáceos – ópio e seus derivados, morfina e heroína, também deprimem a função
neural. As pupilas se contraem, a respiração se torna mais lenta e o usuário fica
letárgico. Por algumas horas, um prazer agradável substitui a dor e a ansiedade.
O caminho para a adicção é traiçoeiro. Quando abastecido repetidamente com um
opiáceo artificial, o cérebro bloqueia a produção de seu opiáceo endógeno, a endorfina.
Se a droga é então retirada, o cérebro perde o nível normal de neurotransmissores
analgésicos. O resultado é a angústia da abstinência.
Estimulantes
Os estimulantes de uso mais difundido são a cafeína, a nicotina, as poderosas
anfetaminas e a ainda mais poderosa cocaína.
Estimulantes aceleram as funções cerebrais, justificando o apelido de “speed” para as
anfetaminas. Estimulantes potentes aumentam a frequência cardíaca e respiratória. As
pupilas se dilatam, o apetite diminui (por conta do aumento da glicose no sangue), e a
energia e a autoconfiança aumentam. Por essas razões, pessoas usam os estimulantes
para se manterem acordados, perder peso e melhorar o humor e a atividade atlética.
Assim como com outras drogas, o benefício tem um preço. Quando a estimulação pela
droga acaba, o usuário experimenta uma desaceleração compensatória e pode cair em
fadiga, sentir dores de cabeça, irritabilidade e depressão. Como os depressores, os
estimulantes – incluindo o café e os refrigerantes com cafeína, podem ser viciantes.
Cocaína
Quando a cocaína extraída e sintetizada em laboratório é aspirada (cheirada), e em
especial quando é fumada ou injetada, ela entra na corrente sanguínea rapidamente. O
resultado é um “surto” de euforia que dura de 15 a 30 minutos. Como esse “surto”
esgota o suprimento de neurotransmissores como a dopamina, a serotonina e a
norepinefrina, ocorre a depressão agitada, assim que o efeito da droga acaba.

Neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelos neurônios (as células


nervosas), com a função de biossinalização. Por meio delas, podem enviar informações
a outras células. Podem também estimular a continuidade de um impulso ou efetuar a
reação final no órgão ou músculo alvo. Os neurotransmissores agem nas sinapses, que
são o ponto de junção do neurônio com outra célula.
Dopamina: Está envolvida no controle de movimentos, aprendizado, humor, emoções,
cognição e memória
Serotonina: A serotonina parece ter funções diversas, como o controle da liberação de
alguns hormônios e a regulação do ritmo circadiano, do sono e do apetite. Diversos
fármacos que controlam a ação da serotonina como neurotransmissor são atualmente
utilizados, ou estão sendo testados, em patologias como a ansiedade, depressão,
obesidade, enxaqueca e esquizofrenia, entre outras.
Norepinefrina: (também chamada de noradrenalina) que mais influencia o humor,
ansiedade, sono e alimentação junto com a Serotonina, Dopamina e Adrenalina.

O crack atua ainda mais rápido e produz uma excitação maior e mais curta, uma
depressão maior e a necessidade desesperada por maior quantidade de crack, que
diminui após várias horas, mas depois retorna vários dias mais tarde.
Usuários regulares de cocaína se tornam viciados. Seres humanos e animais, usuários de
cocaína podem experimentar transtornos emocionais, convulsões, parada cardíaca ou
falência respiratória. Em situações de violência, a utilização de cocaína pode levar a
reações agressivas.
Assim como com outras drogas psicoativas, os efeitos psicológicos da cocaína
dependem não apenas da dosagem e da forma de utilização, mas também das
expectativas, da personalidade e da situação – uma mistura de fatores. Usuários de
cocaína que recebem placebo, mas acham que estão recebendo a droga, podem
experimentar as sensações por ela produzidas.
Ecstasy
O ecstasy, nome utilizado nas ruas para o MDMA (metilenodioximetanfetamina) é um
estimulante com propriedades alucinatórias. Como os derivados da anfetamina, ele
detona a liberação do neurotransmissor dopamina.
Durante o final dos anos 90, o ecstasy se tornou a droga cujo uso mais cresceu em
festas, sendo utilizado também em clubes noturnos e raves que duram a noite toda.
Começando aproximadamente 30 minutos após a ingestão da pílula de ecstasy, e com
duração de 3 a 4 horas, os usuários experimentam uma exacerbação emocional e, dada a
circunstância social, uma sensação de conexão com todos à sua volta (Eu amo a todos).
Existem, porém, razões para não se ficar extasiado frente ao ecstasy. Um de seus efeitos
imediatos é a desidratação, que, combinada com a dança prolongada, aumenta o risco de
intermação (afecção causada por exposição excessiva ao calor, natural ou artificial;
calentura, termoplegia), aumento da pressão arterial e morte. Um dos efeitos de longo
prazo da utilização excessiva da serotonina cerebral é a destruição dos neurônios
produtores, com a consequente redução de seus níveis, aumentando o risco de deprimir
o humor.
Ecstasy traz o deleite à noite e o desespero pela manhã.
Alucinógenos
Alucinógenos são drogas psicoativas que distorcem a percepção e evocam imagens
vívidas na ausência de um estímulo sensorial. Isso explica por que tais drogas são
chamadas de psicodélicas, significando “manifestação mental”.
LSD (ácido dietilamida lisérgico)
As emoções de uma viagem pelo LSD variam da euforia até um pânico desproporcional.
A experiência começa tipicamente com formas geométricas imples, como um biombo
japonês, uma teia de aranha ou um espiral. A fase seguinte consiste em imagens com
mais sentido; algumas podem estar superpostas em um túnel ou funil, outras podem
reproduzir experiências emocionais passadas. Quando a experiência alucinatória atinge
seu pico, as pessoas frequentemente se sentem separadas de seu corpo e experimentam
cenas de sonhos como se fossem reais – tão reais que os usuários podem entrar em
pânico e se ferir.
Maconha
Quando fumada, ela chega ao cérebro em 7 segundos, provocando um efeito maior do
que quando é ingerida; neste caso, leva a um pico tardio e imprevisível. Como o álcool,
a maconha relaxa, desinibe e pode provocar um estado de euforia. Mas a maconha
também age como um alucinógeno leve pela sua amplificação da sensibilidade a cores,
sons, gostos e cheiros.
Assim como com as outras drogas, o usuário de maconha experimenta vários efeitos,
dependendo da situação. Se a pessoa se sente ansiosa ou deprimida, o uso da droga pode
intensificar esses sentimentos. Em outras situações, o uso da maconha pode ser não
apenas prazeroso como também terapêutico. Para aqueles que sofrem de dores, náuseas
e grave perda de peso associada à AIDS, a maconha pode trazer alívio.
Como o álcool, a maconha piora a coordenação motora, as habilidades sensoriais e o
tempo de resposta necessário para dirigir de forma segura um automóvel ou qualquer
outro tipo de veículo. O THC altera o julgamento de animais.
A maconha também altera a formação de memória e interfere com a lembrança de
informações aprendidas alguns minutos antes. Esses efeitos cognitivos persistem após o
paciente ter fumado. Claramente, “ficar alto” não é um bom caminho para o
aprendizado.
Diferentemente do álcool, que é eliminado do organismo em poucas horas, o THC e
seus metabólitos ficam no organismo por um mês ou mais. Ou seja, ao contrário do
fenômeno usual da tolerância, usuários regulares podem atingir um estado alterado com
quantidades menores de droga do que os usuários ocasionais necessitam para atingir o
mesmo efeito.
Embora a maconha não gere tanta dependência quanto a cocaína e a nicotina, ela altera
a química cerebral mais do que a cocaína e a heroína, tornando o cérebro mais propenso
ao vício da heroína e da cocaína.
A despeito de suas diferenças, as drogas psicoativas apresentadas compartilham um
aspecto em comum: elas detonam efeitos negativos posteriores que sobrepujam seus
efeitos imediatos.

Influências biológicas
Algumas pessoas podem ser biologicamente vulneráveis ao álcool. Evidências se
acumulam relacionando influências hereditárias e problemas com o uso do álcool.
 Indivíduos adotados são mais susceptíveis ao alcoolismo se um dos pais
biológicos ou ambos tiverem história de alcoolismo.
 A pessoa que tem um irmão gêmeo alcoólatra apresenta risco maior de
desenvolver o problema.
 Meninos que até os 6 anos são agitados, impulsivos e sem medo de nada (fatores
geneticamente determinados) são mais propensos a se tornar adolescentes que
fumam, bebem e usam outras drogas.
 Em comparação com outras crianças, aquelas que têm pais que abusam do álcool
apresentam maior tolerância para tomar várias doses em um espaço entre 1 e 2
horas.
Influências Culturais e Psicológicas
Em seus estudos sobre adolescentes e adultos jovens, Michael Newcomb e L. L. Harlow
(1986) descobriram que um dos fatores psicológicos mais importantes é o sentimento de
não ter um propósito para a vida – um sentimento comum entre estudantes reprovados,
pessoas sem emprego, sem privilégios e sem esperança.
O que prediz o uso da maconha é a percepção do risco que ela pode trazer.
Outros estudos revelaram que usuários “contumazes” de álcool, maconha e cocaína
geralmente tinham experimentado estresse, derrota e depressão.
Pelo temporário embotamento da dor relacionada à baixa autoestima, o álcool pode
oferecer um caminho que evita o confronto com a depressão, a raiva, a ansiedade ou a
insônia. O alívio pode ser temporário, mas o comportamento é mais controlado pelo
imediatismo que pelas consequências posteriores.
Sinais de alerta para o alcoolismo:
 Excesso de uso
 Arrependimento pelo que disse ou fez enquanto bebia
 Sentimento de culpa ou mal-estar após beber
 Falha ao tentar honrar uma resolução de beber menos
 Uso de bebida para aliviar depressão ou ansiedade
 Prática de evitar a família ou os amigos enquanto bebe
A cultura das “tribos” é a maior influência cultural. Por suas palavras e exemplos,
as tribos influenciam as atitudes em relação às drogas. Elas também dão as festas e
distribuem as drogas. Se os amigos de um adolescente usam drogas, a chance de
que ele também use será grande. Se os amigos não usarem, as chances de contato
podem nem sequer aparecer. De fato, o fator amizade é tão poderoso que, outros
preditores para o uso de drogas na adolescência, como a coesão familiar, a
religiosidade e o ajustamento escolar, parecem operar, através de seus efeitos, nos
laços de amizade.
As evidências sugerem três possíveis canais que podem influenciar os programas de
tratamento e prevenção ás drogas:
1. Informação educativa sobre os custos de longo prazo para o prazer temporário
produzido pelas drogas
2. Esforços para assegurar a autoestima e o propósito de vida das pessoas
3. Tentativas para modificar os grupos de adolescentes ou “inocular” a juventude
contra as pressões do grupo de modo a “recusar ofertas”.
EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE (visões de quase morte – estado alterado de
consciência)
Nas experiências de quase morte (EQM), as pessoas encontram-se normalmente
mortas clinicamente, sem o decreto de morte cerebral, supostamente são transportadas
para uma outra dimensão da existência, passam por sensações e visões, retornam para a
vida e se revelam transformados, renovados em suas atitudes e crenças.
Estas experiências vem sendo relatadas há milhares de anos, desde os tempos de Platão,
que deixou registradas em sua obra descrições de experiências semelhantes. Apesar dos
contornos místicos que estas vivências adquirem, alguns cientistas ainda preferem
atribuir este fenômeno a uma hipóxia cerebral, estado em que o cérebronão recebe a
oxigenação adequada, apesar do sangue fluir normalmente, ou ao efeito de
determinados remédios consumidos pelo paciente.

A expressão EQM foi criada pelo Dr. Raymond Moody em seu livro Vida Depois da
Vida, lançado em 1975. Nele, o autor relata nove sensações compartilhadas por aqueles
que vivenciaram esta experiência: perceber algo semelhante ao zumbir de um inseto nos
ouvidos; impressão de paz e de inexistência da dor; vivência fora do corpo; sentimento
de estar no interior de um túnel, observando uma luz no final dele; sensação de ascender
ao longo dos céus; visualizar pessoas já mortas, especialmente alguém da família;
contato com criaturas do universo espiritual, às vezes identificadas como Deus,
dependendo da religião ou da cultura da pessoa; visão da vida em retrospecto, como um
filme, do momento do nascimento até a morte; hesitação em retornar à vida.
Algumas pessoas também têm consciência, neste momento, da presença de pessoas à
sua volta, no hospital, ouvem algumas vezes o veredicto da própria morte, relatam uma
visão de 360º e sentem seus sentidos convencionais se ampliarem. Há sempre um ponto
limítrofe, além do qual a pessoa não pode mais voltar para a existência material – uma
porta, sebe ou lago, que atuam como demarcações definitivas entre duas esferas -,
decisão que geralmente cabe a ela tomar. Quase sempre os que passam por este
momento crucial sofrem uma intensa metamorfose espiritual.

Este fenômeno tem sido cada vez mais estudado pelos médicos, que com o auxílio das
descrições realizadas por seus pacientes podem se aproximar de uma compreensão
crescente da consciência. Com a intensificação destes eventos, os cientistas não podem
mais rejeitar o debate e as investigações sobre este tema. Quando a tecnologia se
incrementa e massagens no coração, bem como o uso de estimuladores elétricos, trazem
de volta pessoas aparentemente mortas, torna-se impossível fugir das discussões e
análises.

O cardiologista holandês Pim van Lommel decidiu enfrentar este desafio, não com
especulações místicas, mas com uma visão científica do fenômeno da EQM. Ele reuniu
entrevistas com pessoas que vivenciaram este evento e publicou os resultados de seus
estudos na consagrada revista científica The Lancet, gerando intensa polêmica. Ele
interpelou 344 pacientes de dez hospitais holandeses, definidos cientificamente como
clinicamente mortos, fato comprovado através de umeletrocardiograma.

Se estas pessoas não fossem submetidas a um processo de ressuscitação em cinco ou


dez minutos, seria impossível retornarem á vida, pois o cérebro não receberia oxigênio,
nem sangue o suficiente para a sobrevivência humana. Destes pacientes, 62 indivíduos,
18% dos que estiveram à beira da morte, afirmaram ter vivido a Experiência de Quase
Morte. O restante nada se lembrava sobre estes momentos de inconsciência. Nos
episódios em que se registra o fenômeno, a descrição das sensações se encaixa
perfeitamente nos parâmetros apontados por Moody. Estas experiências também foram
narradas por pacientes terminais, em estado de coma por conta de acidentes, ou em
tentativas de suicídios, entre outros casos.

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