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SONO

- PARÊNQUIMA CEREBRAL

VERMELHO: LEITO ARTERIAL

AZUL: EXTREMIDADE VENOSA

- Nessas regiões, em todo nosso corpo, temos líquidos sendo extravasados, do leito
arterial para o tecido, banhando esse tecido e esse líquido que vai para o tecido, vai sair.
Se isso ocorre em nosso braço, nossa perna, nós temos essa saída e, no meio do caminho
temos como intermediário os vasos linfáticos (SISTEMA LINFÁTICO).

- Esse movimento da extremidade arterial dos capilares na direção do tecido e remoção


desse líquido para o leito venoso, no cérebro, era desconhecido até meados de 2013.
Isso porque até então o conhecimento da época dizia que não havia sistema linfático no
cérebro.

- O que se descobriu, antes de sabermos que há sistema linfático no cérebro, é que havia
um fluxo de substâncias, de líquido cefalorraquidiano (banha o SNC) e, esse fluxo
acontecia primariamente durante o sono. Assim, o conceito de lavagem cerebral ganhou
um novo sentido, pois o sono era o momento em que o movimento desse fluxo
acontecia primariamente e, tinha como papel remover os metabólitos que foram
produzidos ao longo do dia. Esses metabólitos são resíduos proteicos, resíduos de
metabolismos neurotransmissores, resto de neurotransmissores, etc. Essas remoções
ocorrem sim durante o dia, durante o estado de vigília, porém é durante o sono que elas
ocorrem em sua maioria e em escala maior.

VERDE: Saída do líquido cefalorraquidiano para o


interstício

AMARELO: Retorno do líquido cefalorraquidiano para os


vasos e, indo em direção aos vasos venosos.

DRENAGEM LINFÁTICA: Massagem que ajuda na drenagem do tecido através da


retirada desse líquido que entra pela extremidade arterial nos capilares desse tecido, de
forma que ele volte para a extremidade venosa, só que não diretamente. Primeiro esse
tecido entra nesses vasos linfáticos, esses vasos direcionam esse fluxo linfático para o
leito vascular, para as veias do nosso corpo, em vários pontos.
SISTEMA LINFÁTICO: linfonodos (íngua – linfonodos estão aumentados);

- Está relacionado de maneira direta e indireta a vários outros sistemas;

- Em certas terapias contra o câncer, se faz acompanhamento dos linfonodos


próximos a região de diagnóstico para saber se ali existem ou não células metastáticas.

BOLINHA VERDE: Vasos linfáticos.

- Até meados de 2013 se achava que o cérebro não tinha, no entanto, agora se sabe que
o cérebro possui sim vasos linfáticos. São pequenos e extremamente ligados às
meninges.

- O fato de sabermos sobre o vaso linfático no cérebro e a descoberta do movimento de


líquido cefalorraquidiano no cérebro fazem uma completude do cenário, onde
entendemos que aquilo que pensávamos ter em apenas algumas partes do corpo,
ocorrem também no cérebro. Isso traz uma função efetiva do sono.

- FUNÇÃO EFETIVA DO SONO: uma delas é a limpeza, sob o ponto de vista


estrutural, efetivo e macroscópico, do parênquima nervoso, com o objetivo de remover
substâncias, metabólitos secundários, de coisas que foram produzidas durante a vigília e
que devem ser removidas durante o sono. Essas substâncias devem ser removidas, pois
o acúmulo dessas substâncias está correlacionado ao surgimento de várias patologias.
Esse é um dos principais motivos pelos quais nós dormimos.

- O sono é uma mudança de estados de funcionamento cerebral onde há redução e há


aumento de diversas regiões cerebrais. Temos várias áreas trabalhando para um ciclo de
funcionamento onde temos áreas aumentando e diminuindo seu funcionamento em
estágios distintos do sono.

- DIVISÃO DO SONO:

- Eletroencefalograma (EEG) e o cérebro: a eletroencefalografia é basicamente o


registro elétrico, não invasivo, da atividade elétrica do cérebro (inteiro).

- Conceito de sincronia e dissincronia associados à eletroencefalografia:

a) Sincronia:

b) Dessincronia:

- Em vigília, nossos neurônios estão menos sincronizados ou mais


dessincronizados, ou seja, cada um opera em uma velocidade ou forma específica. À
medida que há mais sincronia, temos no eletroencefalograma, menos frequência (mais
espaçadas) e maior amplitude.

- Temos nomes específicos para esses tipos de onda, mais frequentes, menos
frequentes, mais sincronizadas ou mais dessincronizadas. Quando temos ondas mais
dessincronizadas (caraterísticas da vigília), as chamamos de beta e, quando temos
ondas mais sincronizadas (características do sono), as denominados de alfa (entrar em
alfa).

1. Acordado: predominantemente beta;


2. Início do sono: mudança de beta para alfa;
3. Entrada no sono: predominantemente alfa.

E assim se vai mudança para ondas delta e diversos outros fusos.

- Estágios do Sono:

1 e 2: estágios superficiais do sono;

3 e 4: 3 como estágio medianamente profundo e 4 como estágio profundo;

Sono REM ou Sono Paradoxal (Sono do Movimento Rápido dos Olhos): os


olhos exibem uma atividade como se estivéssemos acordados. Nossa atividade
cortical migra das ondas profundas que foram se aprofundando desde o estado
acordado até o estado mais profundo de sono para uma atividade próxima ao que o
encefalograma detecta quando estamos acordados. Sendo assim, estamos dormindo,
mas a nossa atividade cortical é relativamente semelhante a que temos quando
acordados. Ademais, no sono REM temos uma diminuição da atividade motora e,
nesse momento que temos os sonhos mais vívidos.

Paralisia do Sono: no sono REM temos uma diminuição da atividade motora. Na


sequência depois do sono REM, o ciclo de estágios do sono se repete (não
necessariamente o indivíduo acorda). Esse momento de grande diminuição da
atividade motora é cíclico (ciclos não idênticos) , ou seja, ocorre várias vezes
durante a noite, durante o sono. Além disso, o momento que mais facilmente
acordamos no ciclo do sono é durante o sono REM. Sendo assim, tudo que ocorre
no sono REM tem que ser desfeito no momento em que acordamos, principalmente
a diminuição da atividade motora, que deve voltar ao normal. No entanto, em certas
pessoas isso não ocorre, ou seja, essa atividade motora não volta ao normal e, assim
acordam, abrem os olhos, despertam, mas não se movem. Vale ressaltar também
que, geralmente as pessoas não veem coisas boas durante esse fenômeno e, isso se
explica por diversos meios, mas podemos dizer que há uma ativação diferencial em
diversas regiões do cérebro onde temos um arcabouço emocional (ativado pela
atividade emocional durante o sonho) e, normalmente o ambiente da noite e do
escuro (que atrapalha a visão) corrobora para que tenhamos experiências ruins, de
vultos e etc.

REGISTRO POLISSONOGRÁFICO

- Eletro-oculografia: movimentação dos olhos. Sempre que está associado ao sono


REM, vemos aumento dos traços, o que corrobora com o nome “Sono REM”.

- Redução da frequência cardíaca com relação ao sono em onda profunda.

- Há uma relação entre sono e as variáveis fisiológicas: frequência cardíaca,


frequência respiratória, etc.

- Ademais, há a ocorrência de ereções e maior lubrificação durante o sono REM.

- Há diferença no fluxo do líquido cefalorraquidiano nos distintos tipos de sono, ou


seja, há diferença de limpeza entre os sonos REM e NREM (não REM)?

Boa parte da limpeza acontece durante o sono de ondas lentas, ou seja, sono
NREM.

FUNÇÃO DO SONO REM:


No sono REM é quando identificamos maiores modificações correlatas à
experiência de aprendizagem e/ou plasticidade.

Temos evidências de que a experiência de aprendizado sem sono subsequente


será perdida, não será consolidada com a mesma eficiência que se houver um período de
sono subsequente a esse aprendizado.

“Sabemos que está na hora de dormir quando acaba a luz” – A presença de luz
afeta nosso sono de maneira negativa. Fontes luminosas até mesmo pequenas podem
atrapalhar e trazer respostas deletérias ao nosso sono.

- HIGIENE DO SONO: Coisas que podemos fazer para melhorar nosso sono.

- Diminuir a quantidade de luzes em todo o ambiente (não só no quarto, mas


toda a casa). +/- 18h;

- Luzes brancas e azuis são deletérias à experiência do sono (impacta a produção


de melatonina de maneira mais contundente que outras luzes de comprimento
vermelho);

- A ativação comportamental cognitiva dos aparelhos eletrônicos deve ser


quebrada horas antes de dormirmos;

- Ter TV e aparelhos de som no quarto são prejudiciais, pois deveríamos ter o


menor número de estímulos antes de dormir;

- Evitar cafeína próximo ao horário de sono ou consumo alto e frequente de


cafeína;

- Álcool, drogas lícitas e ilícitas e demais fármacos sempre interferem no ciclo


do sono.

OBS: O distúrbio do sono está sim ligado a distintos problemas psiquiátricos, no


entanto, ainda é um assunto em aberto, em debate.

OBS: A privação do sono pode levar a um quadro de depressão.


OBS: O prejuízo de perda de sono é um problema de saúde pública.

OBS: Alzheimer – está ligada ao acúmulo de proteínas no parênquima cerebral.

OBS: Os piores momentos para acordar ou ser acordado é nas etapas de sono profundo
(estágio 3 e 4) – Letargia do sono (bêbado de sono).

MEMÓRIA E APRENDIZAGEM:
- Não falamos de memória, mas sim de memórias. Quando falamos de memória,
um prejuízo se torna global, já quando falamos de memórias nós entendemos que temos
diversos tipos de memória e, que um problema em questão não prejudica todos os
sistemas de memórias.

- O conceito de memória está relacionado com as modificações


anatomofuncionais/morfofuncionais/anatonomofisiológica do nosso SNC, decorrentes
do nosso contato com o ambiente. E a aprendizagem é a modificação comportamental
decorrente ou subsequente às modificações morfofisiológicas do nosso SNC.

- Como podemos as relacionar?

Quando queremos aprender algo ou decorar algo, repetimos insistentemente.

- Como isso muda a anatomofisiologia do nosso SNC?

Quando decoramos, fazemos com que dois neurônios ou mais entrem em


atividade simultaneamente e, com isso há a modificação da membrana desses neurônios,
aumentando a quantidade de receptores para neurotransmissores e, eventualmente
estimulando o crescimento desse neurônio.

- Nossa capacidade plástica está muito ligada ao período da infância, pois o


desenvolvimento do SNC ainda não se encontra completo. Mas, obviamente, o padrão
de funcionamento neuroanatômico pode sofrer alterações também na vida adulta.

- Quanto mais expostos aquilo que queremos aprender, mais modificações são
feitas e maior a probabilidade de aprendizagem.
- Definições:

1. Memória de curto prazo: há uma certa divergência entre o que é curto prazo, o que
define esse curto prazo.

2. Memória de trabalho: é distinta de memória de curto prazo. É semelhante à memória


RAM do computador, ou seja, é a memória relacionada com as coisas que se está em
processamento em dado momento. Por exemplo, quando falamos algo, devemos ter
informação da palavra falado a um segundo atrás por mim, para que minha frase seja
coerente. Memória de utilização momentânea.

3. Memória de longo prazo: relacionada a anos, permanência de anos.

4. Memória declarativa (explícita): diz respeito aquilo que consigo declarar, aquilo que
consigo codificar. Self, nome, pais, data de nascimento;

5. Memória não declarativa (implícita): diz respeito aquilo que não consigo codificar.

6. Memória Emocional: principal responsável por manter nossos vínculos afetivos.

- Quando o nível de processamento de informações e de atenção é mínimo, o que


ocorreu nesse processamento tende a não ficar muito tempo em nossa memória, não
recordamos detalhes.
- Há coisas que permanecem em nossa memória, pois mantemos o núcleo dela e, assim
consolidamos e a codificamos e ela vai para a nossa via de longo prazo. A estratégia de
consolidação dessa memória é o retorno.

- A prática também é muito importante para consolidação de memórias. EX:


Conseguimos aumentar a quantidade de estímulos de dígitos que eu memorizo, a partir
da prática. – Se quer melhorar a memória, memorize mais.

- Lembramos do evento ou das vezes que nos lembramos do evento?

ESQUECIMENTO E FISIOLOGIA:

- Nossa memória se desgasta com a idade?

CADA ESPAÇO DA IDADE É O UNIVERSO DE ESTÍMULOS PRESENTES AO


INDIVÍDUO

- Conforme avança a idade, os estímulos aumentam e se distinguem mais. O nível de


processamento aumenta, mas não no mesmo nível com o universo de estímulos,
informações, coisas a serem processadas. Ao envelhecermos, temos de lidar com mais
coisas e, assim não temos mais a mesma capacidade de processamento.

OBS: Memórias de habilidades motoras estão ligadas aos núcleos da base.

OBS: Uma memória pode estar envolvida na outra.

OBS: A motivação está intrinsicamente ligada a memória.

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