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Pós- Graduação

Prática Clínica em
Fisioterapia
Cardiorrespiratória
Pós- Graduação

Fisioterapia respiratória
no paciente crítico
Bloco 1
Renata Pletsch Assunção
Fisioterapia no doente crítico

A Fisioterapia é parte integrante da equipe multidisciplinar dentro de


uma UTI.
Atuação do fisioterapeuta:
• Atendimento a pacientes críticos sem suporte ventilatório.
• Assistência durante a recuperação pós-cirúrgica.
• Assistência a pacientes críticos ventilados mecanicamente.

(BRASIL, 2019)
Avaliação fisioterapêutica em UTI

1. Anamnese.
• Verificação de sinais e sintomas: dispneia, tosse, tipo de
escarro, presença de sibilância, dor torácica.
2. Exame físico.
a. Inspeção estática.
• Tipo de suporte ventilatório
• Avaliação do nível de consciência
• Avaliação de sinais vitais. (SARMENTO, 2016)
Avaliação fisioterapêutica em UTI

b. Inspeção dinâmica.
• Frequência respiratória.
• Tipo de respiração.
• Ritmo respiratório.
• Tiragem.
• Cornagem.

(SARMENTO, 2016)
Avaliação fisioterapêutica em UTI

c. Palpação.
• Verificar lesões superficiais e profundas.
• Expansibilidade.
• Enfisema subcutâneo.
d. Ausculta pulmonar.
• Murmúrio vesicular.
• Ruídos adventícios.
(SARMENTO, 2016)
Avaliação fisioterapêutica em UTI

e. Avaliação motora e funcional.


• Tônus.
• Trofismo.
• Forca muscular.
• Capacidade de movimentação.
• Capacidade de realizar condutas propostas.
• Posicionamento no leito.
(SARMENTO, 2016)
Escala de MRC (Medical Research Council)
Tabela 1 – Escala de MRC
Movimentos avaliados
Abdução do ombro.
Flexão do cotovelo.
Extensão do punho.
Flexão do quadril.
Extensão do joelho.
Dorsiflexão do tornozelo.
Grau de força muscular
0 – Nenhuma contração visível.
1 – Contração visível sem movimento do segmento.
2 – Movimento ativo com eliminação da gravidade.
3 – Movimento ativo contra gravidade.
4 – Movimento ativo contra a gravidade e resistência.
5 – Força normal.

Fonte: Hermans (2012).


Tipos de ventilação

a. Oxigenoterapia.
• Indicações: insuficiência respiratória aguda, pressão arterial de
oxigênio < 60mmHg, Saturação periférica de oxigênio < 90%.
• Dispositivos: cânula nasal, máscara simples, máscara com
reservatório, máscara de Venturi.

(KOCK et al., 2015; LINDAHL, 2008)


Tipos de ventilação

b. Ventilação não-invasiva.
Diminui a necessidade de intubação, tempo de internação, mortalidade
e custos de tratamento.
Indicações: DPOC, EAP, Asma, IRpA, IR pós-extubação, desmame, apnéia
do sono, pacientes terminais.
Interfaces: nasal, facial, facial total.

(NAVALESI et al., 2000; BARBAS et al., 2014)


Tipos de ventilação

c. Ventilação mecânica invasiva.


Utiliza-se como interface paciente-ventilador um tubo endotraqueal.
Objetivos: manter trocas gasosas, aliviar o trabalho da musculatura
respiratória, diminuir desconforto respiratório, reverter ou evitar a
fadiga muscular, permitir a aplicação de técnicas específicas.
Indicações: parada cardiorrespiratória, esforço respiratório progressivo e
sinais de fadiga, alteração do estado de consciência grave, retenção
progressiva do gás carbônico, hipoxemia não revertida com uso de
oxigenoterapia. (CARVALHO; TOUFEN JUNIOR; FRANCA, 2007; BARBAS et al., 2014.
Tipos de ventilação

Desmame:
Transição da ventilação artificial para ventilação espontânea.

Para saber mais:


A atuação do fisioterapeuta está associada ao aumento de sucesso no
desmame, na duração da VM e na internação na UTI.

(GOLDWASSER et al., 2007; JOSE et al., 2013)


Pós- Graduação

Fisioterapia respiratória
no paciente crítico
Bloco 2
Renata Pletsch Assunção
Atendimento fisioterapêutico na UTI

a. Terapia de expansão pulmonar


A diminuição do volume pulmonar causa:
Redução na CRF.
Hipoxemia.
Risco de infecções.
Lesões pulmonares.

(FRANÇA et al., 2012)


Atendimento fisioterapêutico na UTI

b. Terapia de higiene brônquica.


Visa minimizar os impactos das secreções pulmonares.
Trabalhar a dificuldade de expectoração do paciente.
Saber escolher a melhor intervenção naquele momento.

(FRANÇA et al., 2012)


Atendimento fisioterapêutico na UTI

Treinamento muscular e mobilização precoce.


Diminuir os impactos da fraqueza neuromuscular que
impactam a qualidade de vida pós-alta hospitalar.
Consequências do tempo de UTI:
• Tempo de ventilação mecânica prolongada.
• Imobilismo no leito.
• Déficit nutricional.
• Medicamentos. (FRANÇA et al., 2012)
Atendimento fisioterapêutico na UTI

a. Treinamento muscular respiratório.


Preparar o paciente contra falhas no desmame e fraqueza
muscular respiratória.
Estratégias de treinamento:
• Sistema de molas e orifícios.
• Utilizando a sensibilidade do ventilador.
• Períodos intermitentes de VM e ventilação espontânea.
(FRANÇA, 2012)
Atendimento fisioterapêutico na UTI

b. Mobilização precoce.
Nova tendência no atendimento do paciente crítico.

As sociedades europeias recomendam que o fisioterapeuta


deve ser o responsável pela implantação e gerenciamento do
plano de mobilização precoce do paciente.

(SARTI; VECINA; FERREIRA, 2016)


Atendimento fisioterapêutico na UTI

Atividades recomendadas.
• Mudanças de decúbito e posicionamento.
• Mobilização passiva.
• Exercícios ativos e passivos.
• Cicloergômetro no leito.
• Sentar a beira leito.
• Ortostatismo.
(SARTI; VECINA; FERREIRA, 2016)
Atendimento fisioterapêutico na UTI

• Marcha estacionária.
• Transferência do leito para poltrona.
• Exercícios sentados na poltrona.
• Deambulação.

(TOISSANT et al., 2009)


Pós- Graduação

Teoria em prática
Bloco 3
Renata Pletsch Assunção
Reflita

Paciente A.L, sexo feminino, internado devido DPOC, internado na


Unidade de Terapia Intensiva (UTI) há 16 dias, ficou em uso de sedação
por 11 dias. Teve um desmame de ventilação mecânica difícil, precisou
realizar treinamento muscular respiratório. Hoje, quatro dias após a
extubação, encontra-se lúcida, tranquila, orientada, no entanto
encontra-se com dificuldade de mobilizar membros inferiores e
membros superiores ativamente contra a gravidade (MRC = 2) e não
consegue sentar sem apoio. Na avaliação, equipe assistente
diagnosticou síndrome do imobilismo.
Qual a abordagem fisioterapêutica para esse paciente?
Pós- Graduação

Dica da professora
Bloco 4
Renata Pletsch Assunção
Leitura Fundamental

Dica de Leitura:
Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do
Departamento de Fisioterapia da Associação de Medicina Intensiva
Brasileira.
Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 24(1), 2012.
Referências

BARBAS, C. S. V. et al. Recomendações brasileiras de ventilação mecânica 2013. Parte


I. III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. Rev Bras Ter Intensiva, v. 26, n. 2, p.
89-121, 2014.
BRASIL. EBSERH. Procedimento Operacional Padrão Unidade de
Reabilitação/15/2016. Avaliação Fisioterapêutica do Paciente Crítico Adulto.
Disponível em:
<http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/0/Pop+15+paciente+cr%2B¡tico+ve
rs%2Búo+2.0..pdf/f7b04367-5032-458e-b950-c1cde8c62003>. Acesso em: 9 abr.
2019.
CARVALHO, C. R. R.; TOUFEN JUNIOR, C.; FRANCA, A.S. Ventilação Mecânica:
princípios, análise gráfica e modalidades ventilatórias. J Bras Pneumol, v. 33, n. 2,
2007.
Referências

FRANÇA, E. E. T. et al. Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do


Departamento de Fisioterapia da Associação Medicina Intensiva Brasileira. Rev Bras
Ter Intensiva, v. 24, n. 1, p. 6-20, 2012.
GOLDWASSER, R. et al. Mechanical ventilation of weaning interruption. J Bras
Pneumol, v. 33, n. 2, p. S128-S36, 2007.
HERMANS, G. et al. Interobserver agreement of Medical Research Council sum-score
and handgrip strength in the intensive care unit. Muscle Nerve, v. 45, n. 1, p. 18-25,
2012.
JOSÉ, A. et al. Efeitos da fisioterapia no desmame da ventilação mecânica. Fisioter
Mov, v. 26, n. 271-279, 2013.
Referências

KOCK, K. S. et al. Adequações dos dispositivos de oxigenoterapia em enfermaria


hospitalar avaliadas por oximetria de pulso e gasometria arterial. ASSOBRAFIR
Ciência, v. 5, n. 1, p. 53-64, 2014.
LINDAHL, S. G. Oxygen and life on Earth: an anesthesiologist’s views on oxygen
Evolution, Discovery, sensing and utilization. Anesthesiology, v. 109, n. 1, p. 7-13,
2008.
NAVALESI, P. et al. Physiologic evalution of noninvasive mechanical ventilation
delivered with three types of masks in patients with chronic hypercapnic
respiratory failure. Crit Care Med, v. 28, n. 6, p. 1785-90, 2000.
SARMENTO, G. J. V. Fisioterapia respiratória no paciente crítico: rotinas
clínicas. 4. ed. São Paulo: Manole, 2016.
Referências

SARTI, T. C.; VECINA, M. V. A. V.; FERREIRA, P. S. N. Mobilização precoce em


pacientes críticos. J Health Sci Inst., v. 34(3), p. 177-82, 2016.
SCHETTINO, G. P. P. et al. Ventilação mecânica não-invasiva com pressão
positiva. J Bras Pneumol, v. 33, n. 2, 2007.
TOUSSAINT, M. et al. Limits of effective cough-augmentation techniques in
patients with neuromuscular disease. Respir Care, v. 54, n. 3, p. 359-66, 2009.
Pós- Graduação

Bons estudos!

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