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Estratégias de Reabilitação no

Paciente Crítico

Prof. Dr. Luiz Alberto Forgiarini Junior


Aula 05
Princípios da
Mobilização Precoce
01. O que é?
02. Quais critérios
03. Protocolos
Mobilização Precoce
Definição

A mobilização precoce é indicada para adultos internados em UTI, de


preferência com respiração espontânea, cooperativos e sem hipertensão
intracraniana (A). A mobilização precoce em pacientes durante a
ventilação mecânica e não cooperativos pode ser considerada limitação,
mas não como contraindicações.

Aquim EE et al, 2019


Mobilização Precoce
Quem é candidato?

Pacientes internados em UTI clínica ou cirúrgica por pelo menos 72 horas,


em respiração espontânea ou que neces- sitem de 48 ou mais horas de
VM invasiva ou não invasiva.

Pacientes preferencialmente cooperativos e sem hipertensão


intracraniana. Ainda, aqueles com estabilidade hemodinâmica.

Estabilidade respiratória (preferencialmente com saturação de oxigênio -


SpO > 90%, sob fração inspirada de oxigênio ≤ 60% e frequência
2

respiratória < 25irpm).

Aquim EE et al, 2019


Mobilização Precoce
Quais as contra-indicações?

Doenças terminais, hipertensão arterial sistólica > 170mmHg; SpO < 90%
2

independentemente da fração inspirada de oxigênio, hipertensão intra-


craniana, fraturas instáveis, infarto agudo do miocárdio recente, feridas
abdominais abertas.

Défices cognitivo e neurológico profundo podem ser considerados como


limitações, mas não como contraindicações.

Aquim EE et al, 2019


Mobilização Precoce
Protocolos

Fonte: Modificada de Morris e colaboradores (2008).


Mobilização Precoce
Estágio 1 - Inconsciente

Devido o paciente estar inconsciente os movimentos são realizados de


forma passiva.
Pode realizado alongamento passivo para os músculos dos MMSS, em
movimentos de rotação externa com abdução do ombro, extensão de
cotovelos, punho e dedos, rotação interna com adução do ombro e flexão
de cotovelos, punho e dedos.

Para MMII, pode ser realizado o alongamento do grupo muscular dos


isquiostibiais, adutores e abdutores do quadril.

França EE et al, 2010


Mobilização Precoce
Estágio 2

Quando o paciente obedecer a comandos para abrir os olhos, direcionar o


olhar, abrir a boca e protrair a língua, ele poderá ser classificado como
passível de interação. O avanço para o nível II também exige do paciente
um grau de força 2 para os MMSS.

Neste nível, além das mobilizações realizadas anteriormente, pode-se


iniciar exercícios ativo- assistidos e ativos livres nas mesmas articulações
e nos mesmos movimentos mencionados.

França EE et al, 2010


Aquim EE et al, 2019
Mobilização Precoce
Estágio 3

Com a melhora do grau de força muscular para os MMSS acima de 3, os


pacientes podem realizar os mesmos exercícios do nível anterior, sendo
primeiro contragravidade e segundo com auxílio de peso.

Pode também ser realizada transferência para a beira do leito e


cicloergometria para MMII.

França EE et al, 2010


Aquim EE et al, 2019
Mobilização Precoce
Estágio 4

No penúltimo estágio do programa de mobilização, caso o paciente possa


realizar a flexão de quadril e a extensão de joelho contragravidade, ou seja,
apresentar grau de força muscular para o quadríceps maior ou igual a 3, ele
poderá ser transferido do leito para a cadeira e manter-se em ortostatismo.

França EE et al, 2010


Aquim EE et al, 2019
Mobilização Precoce
Estágio 5

No último estágio do programa de mobilização, o paciente pode ficar na


postura ortostática e realizar os mesmos exercícios do nível IV com adição
de exercícios de equilíbrio, transferência de peso para os lados, para frente,
para trás e a deambulação assistida.

França EE et al, 2010


Aquim EE et al, 2019
Mobilização Precoce
Segurança

A mobilização precoce é segura, com eventos adversos relacionados


principalmente com alterações hemodinâmicas e/ou respiratórias, de baixa
frequência e reversíveis com a interrupção da intervenção. Os eventos
adversos não são frequentes e graves, sendo a mobilização precoce
considerada segura.

Aquim EE et al, 2019


Referências bibliográficas

\Morris PE, Goad A, Thompson C, Taylor K, Harry B, Passmore L, et al. Early intensive care unit
mobility therapy in the treatment of acute respiratory failure. Crit Care Med. 2008 Aug;36(8):2238-43.

FRANÇA, E. E. T. FERRARI, F.; FERNANDES, P.; CAVALCANTI, R.; DUARTE, A.; MARTINEZ, B. P.; AQUIM, E.
E.; DAMASCENO, M. C. P.. Mobilização no paciente crítico: procedimentos e evidências. In:
ASSOBRAFIR; GUIMARÃES, F. S.. Associação Brasileira de Fisioterapia em Terapia Intensiva.
PROFISIO: Terapia Intensiva adulto. Porto Alegre, Porto Alegre. 2010.

International. Classification of functioning, disability and health: ICF. World Health Organization; 2001. 6.
[OMS] Organização Mundoal da Saúde

Stiller K. Physiotherapy in intensive care: an updated systematic review. Chest. 2013 Sep;144(3):825-
847. doi: 10.1378/chest.12-2930.

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