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ALESON MOURA

FUNÇÃO VENTILATÓRIA MECÂNICA, FATORES DE RISCO


E PAPEL DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES COM ASMA
DE DIFÍCIL CONTROLE

SANTO ANDRÉ
2020
ALESON MOURA

FUNÇÃO VENTILATÓRIA MECÂNICA, FATORES DE RISCO


E PAPEL DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES COM ASMA
DE DIFÍCIL CONTROLE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


(Anhanguera Educacional), como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em (Fisioterapia).

Orientador: GIOVANNA INTERDONATO

SANTO ANDRÉ
2020
ALESON MOURA

FUNÇÃO VENTILATÓRIA MECÂNICA, FATORES DE RISCO E


PAPEL DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES COM ASMA DE DIFÍCIL
CONTROLE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


(Anhanguera Educacional), como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em (Fisioterapia).

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Santo André, 05 de Junho de 2020


Dedicatória

Quero agradecer, em primeiro lugar, а Deus, pela força е coragem


durante toda esta longa caminhada.
À professora Ana Tereza Coelho pela paciência na orientação е
incentivo qυе tornaram possível а conclusão desta monografia, e
também аоs demais meus professores qυе durante muito tempo
mе ensinaram е qυе mе mostraram о quanto estudar é bom.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, pela minha saúde e por todas as graças a mim
concedidas.
Agradeço a minha família, em especial ao meu Pai, porque sempre priorizaram
a minha educação.
Aos Professores que se deslocaram até nós, muitos vindo de longe para trazer
conhecimento, experiência e disponibilidades aos nossos anseios.
Aos Amigos de classe, pela companhia, pelo apoio mutuo tão necessário para
chegarmos até o final e, sobretudo, pela alegria e troca de saberes.
“Tenha cuidado com os custos
pequenos! Uma pequena fenda afunda
grandes barcos.”

Benjamin Franklin
MOURAS, ALESON. Fatores de Risco e Papel da Fisioterapia em Pacientes Com
Asma de Difícil Controle. 2020. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Fisioterapia) – Anhanguera Educacional, Santo André, 2020.

RESUMO

Apesar dos importantes avanços nas terapias de controle, a asma ainda é uma
doença que afeta uma enormidade de pessoas ao redor do mundo.
Elementos importantes de promoção e conscientização são essenciais para controlar
essa doença que pode ser via educação e aprimoramento dos padrões terapêuticos
a pacientes. O acompanhamento de doença crítica em pacientes, de forma
geral, inclui intubação e ventilação mecânica com vista a auxiliar pacientes em
períodos de exaustão e trocas gasosas que resultam de insuficiência respiratória. A
fisioterapia e o treinamento muscular inspiratório em relação aos antecedentes em
pacientes críticos, consideram-se elementos importantes da reabilitação pulmonar, ao
melhorem o processo de desmame e ajuda dos pacientes em retornar às suas
capacidades funcionais ideais. A fisioterapia respiratória, após a chegada à
UTI, contribui muito para a ventilação adequada e para o sucesso da extubação. A
fumaça do tabaco, a poluição do ar, as ocupações e a dieta também foram associadas
a um risco aumentado para o aparecimento da asma. A promoção de toda fisioterapia
respiratória em geral, e de exercícios respiratórios em particular, é importante, pois
não implica altos custos, nem muito tempo no cotidiano do paciente e pode se tornar
um bom complemento à terapia farmacológica.

Palavras-chave: asma, fisioterapia; Ventilação Mecânica.


MOURAS, ALESON. Risk Factors and Role of Physiotherapy in Patients With
Difficult Control Asthma. 2020. Course Conclusion Papel(Graduation in
Physiotherapy) – Anhanguera Educacional, Santo André, 2020. Cidade, ano.

ABSTRACT

Despite important advances in control therapies, asthma is still a disease that affects
a huge number of people around the world. Important elements of promotion and
awareness are essential to control this disease, which can be via education and
improvement of therapeutic standards for patients. The monitoring of critical illnesses
in patients, in general, includes intubation and mechanical ventilation in order to assist
patients in exhaustion temperatures and gas exchanges that result in respiratory
failure. Physiotherapy and inspiratory muscle training in relation to the history of
critically ill patients are considered important elements of pulmonary rehabilitation, to
the best weaning process and to help patients return to their ideal functional activities.
Respiratory physiotherapy, after arrival at the CTI an increased risk of developing
asthma. The promotion of all respiratory physiotherapy in general, and breathing
exercises in particular, is important, as it does not involve high costs, nor much time in
the patient's daily life and can become a good complement to pharmacological therapy.

Key-words: asthma, physical therapy; Mechanical ventilation.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Hiperventilação........................................................................................... 21

Figura 2. Respiração em repouso ............................................................................. 21

Figura 3. Respiração com controle de pausa ............................................................ 21


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CO2 Dióxido de carbono


OMS Organização Mundial da Saúde
UTI Unidade de Tratamento Intensivo
VM Ventilação Mecânica
VMI Ventilação Mecânica Invasiva
VNI Ventilação Não Invasiva
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
CAPITULO II. SINTOMAS E CRISE ASMÁTICA EM POPULAÇÕES, SEGUNDO A
ORIGEM .................................................................................................................... 14
CAPITULO III. FATORES DE RISCO, CONSEQUÊNCIAS DA FALHA DA
EXTUBAÇÃO E DE DURAÇÃO DA VMI.................................................................. 17
CAPITULO IV. EXERCÍCIOS FISIOTERAPÊUTICOS PARA PACIENTES COM
ASMA DE DIFÍCIL CONTROLE. .............................................................................. 19
4.1 CURVAS RESPIRATÓRIAS DE ACORDO COM O TIPO DE PADRÃO RESPIRATÓRIO ......... 20
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 23
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24
12

1. INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde estima que existem atualmente 235 milhões de


asmáticos em todo o mundo. A prevalência de asma varia, de 1 a 18%, dependendo
dos países, seu alto custo, também sua evolução imprevisível e a possibilidade de
impedir sua exacerbação, fazem da asma uma doença caprichosa e prioritária à saúde
pública (Ghanname et al, 2018). Segundo a OMS, as doenças respiratórias estão
entre as 10 primeiras causas de mortalidade global, e entre as mais frequentes
destacam-se as infecções das vias aéreas inferiores, doença pulmonar obstrutiva
crônica, fibrose pulmonar e câncer de pulmão.
A diversidade de condições clínicas e sua fisiopatologia, bem como a variabilidade
e individualidade da resposta de cada paciente à ventilação mecânica, requerem o
uso de conhecimentos e habilidades avançadas para fornecer uma imagem precisa
da condição atual do paciente e detectar alterações continuamente da resposta do
paciente. Quando o ser humano não é capaz de realizar o trabalho de respirar, o
suporte ventilatório mecânico é usado como tratamento em ambientes de cuidados
intensivos e substitui a função respiratória, gerando um fluxo controlado de gás nas
vias aéreas do paciente.
Muitas complicações pulmonares, por exemplo colapso pulmonar, secreções
retidas e pneumonia associada ao ventilador podem se desenvolver. Neste sentido, é
destacada a importância da aplicação de diferentes modalidades de fisioterapia em
pacientes em unidade de terapia intensiva ventilada mecanicamente (UTI) (NAFAE et
al., 2018). Devido ao alto índice de crises asmáticas e à importante morbimortalidade
que essa causa em todo o mundo, o trabalho que se pretende desenvolver tentará
responder a seguinte pergunta de pesquisa: “Que funcionalidade a ventilação
mecânica possui e qual é o papel que a fisioterapia pode exercer no desenvolvimento
ou melhora do estado de pacientes com asma de difícil controle?”
O objetivo dessa pesquisa consiste em caracterizar a função ventilatória mecânica,
os fatores de risco e analisar o papel da fisioterapia no desenvolvimento ou melhora
do estado de pacientes com asma de difícil controle. Os objetivos específicos
consistem em conhecer a frequência da crise asmática de acordo com a origem;
descrever os fatores de risco e as consequências da falha da extubação em termos
13

de duração da VMI; e analisar e discutir exercícios fisioterapêuticos para pacientes


com asma de difícil controle.
A realização deste trabalho justifica-se, portanto, pela necessidade de conhecer a
influência de novos tratamentos em pacientes com doenças respiratórias crônicas,
como ventilação mecânica e a funcionalidade da fisioterapia na qualidade de vida
relacionada à saúde para avaliar Independência funcional, e as atividades da vida
diária, impacto e sintomas afetados. Portanto, desde a introdução da terapia médica
para asma, o interesse em tratamentos não médicos se deteriorou. A fisioterapia pode
ter efeitos benéficos nos asmáticos.
Esta pesquisa utiliza uma abordagem qualitativa em saúde, porque prioriza os
processos nos microambientes, focalizando a situação no contexto social. A pesquisa
tenta compreender o significado e a intencionalidade das relações sociais porque
capta os aspectos bem específicos sobre dados e situações (Minayo, 2000) e dá mais
ênfase na compreensão da dinâmica de relações sociais no meio de uma vivência ou
de experiência cotidiana, estabelecida dentro de estruturas e instituições (Minayo,
2000). Para a pesquisa do presente tema recorreu-se à pesquisa bibliográfica
desenvolvida com base em material elaborado, artigos científicos encontrados por
meio de busca nas bases de dados scielo, redalyc, pubmed, nee, e science direct
conforme preconizado por Gil (2000). No capítulo 1 são apresentados os conceitos
referentes a asma e sintomas e, crise asmática em populações segundo a origem.
14

CAPITULO II. SINTOMAS E CRISE ASMÁTICA EM POPULAÇÕES, SEGUNDO A


ORIGEM

A asma é uma doença que afeta pessoas de todas as idades e ambos os sexos
a nível. Estima-se que cerca de 300 milhões de pessoas sofrem de asma em todo o
mundo e, sua prevalência tem variado de um lugar para lugar. Nos últimos anos, tem
surgido avanços importantes nas terapias do controlo dos sintomas e das
exacerbações da asma. Portanto, elementos importantes de promoção e
conscientização são essenciais para controlar essa doença que pode ser via
educação e aprimoramento dos padrões terapêuticos a pacientes (NATIONAL
INSTITUTES OF HEALTH, 2002).
O acompanhamento de doença crítica em pacientes, de forma geral, inclui
intubação e ventilação mecânica (VM) com vista a auxiliar pacientes em períodos de
exaustão e trocas gasosas que resultam de insuficiência respiratória (Morar e Van
Aswegen, 2016). Os exercícios respiratórios têm como objetivo principal reeducar a
respiração para alcançar, acima de tudo, a melhoria na percepção e controle da
hiperventilação que ocorrem durante as exacerbações do paciente com asma (Vilaró
e Gimeno-Santos, 2016).
A fisioterapia e o treinamento muscular inspiratório em relação aos
antecedentes em pacientes críticos, consideram-se elementos importantes da
reabilitação pulmonar, ao melhorem o processo de desmame e ajuda dos pacientes
em retornar às suas capacidades funcionais ideais (NAFAE et al., 2018).
Muitos autores tentaram estudar o impacto da fisioterapia no acompanhamento e
tratamento de doenças respiratórios relacionados a asma, descritos a seguir.
Morar e Van Aswegen (2016), determinou a extensão do envolvimento dos
fisioterapeutas sul-africanos no desmame e extubação de pacientes com VM. Para o
alcance desse objetivo, foi usado um questionário de pesquisa com a participação de
fisioterapeutas das unidades de terapia intensiva para adultos em hospitais do setor
público e privado na África do Sul. Os resultados encontrados foi de que a taxa de
resposta foi de 43% do total. A maioria dos entrevistados “nunca” ou “raramente” se
envolveu na tomada de decisões para desmamar pacientes da VM. Alguns
entrevistados realizaram extubação “frequentemente”. A maioria usou exercícios
15

“mobilização precoce fora da cama” e exercícios de respiração profunda para auxiliar


no treinamento muscular respiratório.
Moran et al. (2005), avaliou o envolvimento de fisioterapeutas na prestação de
serviços de ventilação não invasiva nas Ilhas Britânicas. O estudo empregou um
questionário aplicado aos fisioterapeutas seniores nos hospitais que prestam medicina
respiratória especializada. A maioria dos fisioterapeutas, 97%, estava envolvida no
tratamento de pacientes com ventilação não invasiva. Fisioterapeutas avaliaram
pacientes para ventilação não invasiva em 68% dos hospitais e estavam envolvidos
na instalação de pacientes em ventilação não invasiva em 46% dos hospitais. Não
houve grandes diferenças entre os países, dentro das Ilhas Britânicas, no nível de
envolvimento dos fisioterapeutas no tratamento de pacientes com ventilação não
invasiva.
Nafae et al. (2018), comparou os possíveis benefícios e riscos da administração
de fisioterapia multimodal a pacientes sob ventilação mecânica para melhorar o
resultado dos pacientes. No método foi usado o índice de Barthel e quarenta pacientes
com ventilação mecânica aguda, além de insuficiência respiratória crônica, foram
incluídos em um ensaio clínico controlado randomizado. Os resultados encontrados
foi de que os dois grupos de pacientes foram pareados em relação à idade, sexo,
ABG, diagnóstico e comorbidades. O grupo teste apresentou uma frequência
significativamente baixa e alta de sessões convencionais de TP em relação ao grupo
controle 8 e 12 sessões. O índice de Barthel foi melhorado após o tratamento
fisioterapêutico no grupo teste do que no grupo controle, mas sem diferença
estatisticamente significante. A fisioterapia torácica convencional é uma intervenção
segura na UTI, com poucas complicações. A adição de treinamento muscular
inspiratório (usando um dispositivo de pressão limiar) à fisioterapia convencional pode
melhorar a pressão inspiratória máxima, com possíveis reduções no tempo de
permanência na UTI e na duração da ventilação mecânica invasiva.
As intervenções fisioterapêuticas destacam-se como tratamento não
farmacológico e são coadjuvantes no tratamento da asma. Portanto, os tratamentos
fisioterapêuticos só devem ser iniciados quando o indivíduo estiver com a medicação
ajustada para sua condição e em acompanhamento médico regular (DE CORDOBA
LANZA E DAL CORSO, 2017).
16

O tempo médio habitual necessário para o aprendizado correto dos exercícios


respiratórios é de 14 a 18 horas, e varia entre estudos entre 2 e 90 horas. Essas
intervenções são estruturadas em sessões de 1,5 a 2 horas, geralmente realizadas
durante um período de quatro semanas (Vilaró e Gimeno-Santos, 2016). Após esse
período de aprendizado, pacientes continuam a realizar técnicas em suas residências
e são supervisionados apenas pelo fisioterapeuta, de forma regular, entre uma vez
por mês e a cada três meses. Importante frisar que existe muita série de metodologia
de aprendizado (VILARÓ E GIMENO-SANTOS, 2016).
Para se obter resultados bastante positivos em situações agudas, como
aumento repentino da sensação de dispnéia ou crise de broncoespasmo, importa que
essas técnicas sejam aprendidas nas fases estáveis da doença, estágio em que os
sintomas são menos relevantes e críticos para o paciente (Vilaró e Gimeno-Santos,
2016). Isso é feito tem que ser feito sempre com estrita conformidade com o
tratamento farmacológico prescrito pelo especialista. Portanto, esses exercícios
respiratórios são relativamente fáceis de aprender com a ajuda de um fisioterapeuta
respiratório treinado (VILARÓ E GIMENO-SANTOS, 2016).
Neste caso, os objetivos da fisioterapia são de reduzir o desconforto respiratório
e a dispneia, melhorar a mecânica respiratória, melhorar a força muscular respiratória
nos casos de fraqueza desta musculatura, melhoria do condicionamento
cardiorrespiratório, promoção de higiene brônquica, quando necessária, e melhoraria
da qualidade de vida (DE CORDOBA LANZA E DAL CORSO, 2017).
17

CAPITULO III. FATORES DE RISCO, CONSEQUÊNCIAS DA FALHA DA


EXTUBAÇÃO E DE DURAÇÃO DA VMI

A fisioterapia respiratória, após a chegada à UTI, contribui muito para a


ventilação adequada e para o sucesso da extubação (Borges et al., 2016). A fumaça
do tabaco, a poluição do ar, as ocupações e a dieta também foram associadas a um
risco aumentado para o aparecimento da asma, embora a associação não tenha sido
tão claramente estabelecida quanto aos alérgenos e infecções respiratórias (MALO et
al., 2004).
O processo de extubação consiste na remoção do tubo traqueal quando o estado
fisiológico do paciente se recupera e permite ao paciente manter a ventilação
espontânea. Quando se avalia os possíveis fatores ligados à falha na extubação, é
possível verificar-se a proporção de pacientes com desmame prolongado superior em
relação a pacientes que apresentam falha na extubação comparando com grupo
controle (ALOMÍA et al., 2017).
Muitas das causas de falha na extubação estão diretamente relacionadas à
integridade das vias aéreas superiores dos pacientes como (Rothaar e Epstein, 2003):
 Estenose das vias aéreas superiores relacionada à pressão excessiva de
pneumotoculação;
 Ventilação mecânica prolongada;
 Intubação traumática ou o sexo feminino pode ser um fator de risco para falha
na extubação, além de disfagia;
 Incapacidade de efetivamente eliminar secreções das vias aéreas (tosse
ineficaz) ou encefalopatia de vários tipos.
No entanto, a falha na extubação pode ser causada por alguns fatores adicionais,
como delirium, paresia adquirida na UTI ou disfunção cardíaca que não foram
avaliados em conjunto com os anteriores em estudos anteriores (Rothaar e Epstein,
2003). Portanto, segundo Rothaar e Epstein (2003), as principais causas de falha na
extubação são:
 Fadiga dos músculos respiratórios
 Obstrução das vias aéreas superiores (tecido de granulação, inflamação,
ulceração, edema)
 Secreções respiratórias excessivas
18

 Incapacidade de proteger as vias aéreas


 Insuficiência cardíaca
 Encefalopatia.
Por outro lado, os principais fatores de risco para falha na extubação (Rothaar e
Epstein, 2003) são:
 Idade avançada (> 70 anos)
 VMI prolongado
 Anemia (Hb <8 g / dL)
 Posição supina após extubação
 Uso de sedação contínua
 Necessidade de transferência para fora da UTI
 Extubação acidental.

Os pacientes que falham na extubação apresentam maior duração da


ventilação mecânica antes da extubação e tem mais frequentemente paresia adquirida
na UTI, tosse ineficaz, secreções abundantes, disfunção sistólica do ventrículo
esquerdo e hipercapnia no final do teste de desmame (Thille et al., 2015). A taxa de
falha na extubação tem excedido em pacientes com paresia grave adquirida na UTI,
tosse ineficaz ou disfunção sistólica grave do ventrículo esquerdo (Thille et al., 2015)
Insuficiência respiratória aguda por pneumonia ou atelectasia, VMI prolongado,
pontuação na ECG <9 pontos, incapacidade de obedecer a comandos simples, como
fechar os olhos sob comando, ausência de reflexo da tosse e presença de secreções
traqueobrônquicos espessos são considerados os fatores prognósticos para falha na
extubação em pacientes neurológicos (BENVENISTE PÉREZ, 2016).
O fracasso da extubação e a necessidade de reintroduzir a VMI produzem um
internamento hospitalar prolongado, morbimortalidade e, é considerado um dos mais
importantes indicadores de qualidade de atendimento nas UTIs (Benveniste Pérez,
2016). Portanto, pacientes pediátricos apresentam maior risco de falha na extubação
se passarem mais tempo na unidade de terapia intensiva, se forem submetidos a um
período prolongado de VM e se receberem sedativos por mais dias além dos
recomendados.
19

CAPITULO IV. EXERCÍCIOS FISIOTERAPÊUTICOS PARA PACIENTES COM


ASMA DE DIFÍCIL CONTROLE.

Entre os muitos tratamentos aplicados às disfunções respiratórias e, principalmente,


à asma, destacam-se as medidas físicas e, principalmente, os exercícios respiratórios.
Os cuidados fisioterapêuticos englobam uma variedade de técnicas, incluindo
exercícios respiratórios, deambulação precoce, cinesioterapia, posicionamento e
estímulo à tosse (Borges et al., 2016). No entanto, usar técnicas de fisioterapia em
pacientes críticos pode diminuir as complicações a longo prazo que envolvem os
sobreviventes de UTI após a alta hospitalar (Borges et al., 2016). A fisioterapia
respiratória, após a chegada à UTI, contribui muito para a ventilação adequada e para
o sucesso da extubação.
A intervenção dos fisioterapeutas em pacientes com VM inclui ainda o
fornecimento de exercícios de fortalecimento muscular, mobilização precoce,
administração de listas de verificação para avaliar a prontidão do paciente,
identificação e tratamento de pacientes que recebem ventilação não invasiva (VNI)
(Morar e Van Aswegen, 2016).
Os exercícios respiratórios têm como objetivo principal a reeducação respiratória
com vista a melhoraria da percepção, do controle da hiperventilação e hiperinsuflação
que ocorrem durante as exacerbações do paciente com asma (Vilaró e Gimeno-
Santos, 2016). Essas técnicas visam reduzir a hiperventilação, uso de músculos
acessórios e bloqueios respiratórios. Para a obtenção de resultados positivos em
situações agudas, como por exemplo, em caso de aumento repentino da sensação de
dispneia e/ou crise de broncoespasmo, importa que tais técnicas sejam aprendidas
nas fases estáveis da doença, que é o momento em que os sintomas são menos
relevantes e críticos e sempre com estrita conformidade com o tratamento
farmacológico prescrito (Vilaró e Gimeno-Santos, 2016).
A fisioterapia pulmonar, em pacientes com asma persistente, baseia-se na
reabilitação respiratória funcional, por meio da execução de exercícios que atuam na
mobilidade dos músculos respiratórios, exercícios de respiração rítmica, bem como na
adoção de posturas que exercem ação corretiva e facilitador da ventilação pulmonar
(Taketomi et al., 2005).
20

As manobras de fisioterapia são consideradas ativas e podem ser divididas em:


exercícios de respiração pura, respiração rítmica com certo movimento, movimentos
musculares não rítmicos com a respiração; e postural, simples e drenante (TAKETOMI
et al., 2005).
Esses exercícios respiratórios são relativamente fáceis de aprender com a ajuda
de um fisioterapeuta respiratório treinado. Para sua prática, o paciente simplesmente
precisa de 10 a 20 minutos por dia para realizá-los e, acima de tudo, que consiga
incorporá-los em sua rotina diária de tratamento da doença (BRUURS et al., 2013).
A reabilitação de pacientes com asma é realizada seguindo uma ordem de
prioridades como: adoção de posturas corretas, relaxamento muscular
(principalmente da cintura e pescoço), prática de exercícios respiratórios
fundamentais realizados a partir das posições corretas, reabilitação da mobilidade
diafragmática costal e inferior , diminuição da mobilidade das costelas superior e
clavicular e reabilitação dos músculos abdominais (TAKETOMI et al., 2005).
Das diferentes modalidades de técnicas respiratórias, a mais implementada e
estudada é a técnica de Buteyko, seguida pela RRD (reciclagem da respiração), o
método de Papworth e a respiração de Pranayama (respiração habitual no yoga)
(Vilaró e Gimeno-Santos, 2016). Todas essas técnicas combinam a respiração nasal
com o uso de um padrão diafragmático, seguido de apneias no final da expiração e
hipoventilação. Na maioria dessas modalidades, recomenda-se combiná-los com
técnicas específicas de relaxamento, para que o paciente melhore sua percepção
respiratória globalmente.

4.1 Curvas Respiratórias de Acordo Com o Tipo de Padrão Respiratório


As Figuras 1, 2 e 3 mostram diferentes curvas respiratórias de acordo com o tipo
de padrão respiratório: respiração irregular, que pode ocorrer com taquipnéia e
hiperventilação; respiração natural e respiração através de exercícios respiratórios
(Vilaró e Gimeno-Santos, 2016).
21

Figura 1. Hiperventilação

Figura 2. Respiração em repouso

Figura 3. Respiração com controle de pausa

Fonte das figuras: Vilaró e Gimeno-Santos (2016) e McKeown (2015).

Segundo Vilaró e Gimeno-Santos (2016), cada um dos exercícios respiratórios mais


usados em pacientes com asma é caracterizado a seguir:
 Técnica Buteyko - consiste em respirar pelo nariz para controlar a ventilação.
Por meio de pausas ventilatórias, aumenta-se a tensão alveolar e arterial de
CO2, com o objetivo de reduzir o broncoespasmo, normalizar o padrão
respiratório e reduzir a sensação de dispneia;
 Reeducação respiratória diafragmática (DRR) - visa recuperar o padrão
ventilatório diafragmático como elemento essencial da respiração, combinado
com respiração nasal lenta e prolongamento da expiração;
 Método de Papworth - consiste no uso de um padrão respiratório diafragmático
combinado com relaxamento e educação adequados para reduzir a
22

hiperventilação e hiperinflação, aumentar os níveis de CO2 e reduzir os efeitos


da hipocapnia, além de sintomas relacionados ao broncoespasmo;
 Respiração Pranayama - é a respiração normalmente usada nas diferentes
modalidades de ioga. Consiste em respirar profundamente através do
diafragma, com uma frequência respiratória lenta usando o nariz.

Em suma, a promoção de toda fisioterapia respiratória em geral, e de exercícios


respiratórios em particular, é importante, pois não implica altos custos, nem muito
tempo no cotidiano do paciente e pode se tornar um bom complemento à terapia
farmacológica.
23

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
24

REFERÊNCIAS

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