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Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE

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5ª Ed./JAN - JUL/2020
ISSN 2595-7872

A ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS CIRURGIAS ABDOMINAIS ALTAS: REVISÃO


DE LITERATURA

Solange Cristina Casasolla 1


Beatriz Harnisch Radaelli 2

Resumo: Introdução: A cirurgia abdominal alta resulta alterações na dinâmica


respiratória, na complacência torácica e pulmonar, na oxigenação, nos volumes e
capacidades pulmonares e nos mecanismos de defesa das vias aéreas. Ainda, é
comum os pacientes permanecerem grandes períodos restritos ao leito, gerando uma
resposta inflamatória sistêmica promovendo perca de massa muscular magra,
desequilíbrio homeostático e diminuição da capacidade aeróbica tornando propício o
surgimento de complicações pós-operatórias. Objetivo: Apresentar as evidências
encontradas na literatura em relação à atuação fisioterapêutica nas cirurgias
abdominais altas. Metodologia: Caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica do
tipo descritiva. O levantamento bibliográfico foi composto a partir do acesso às bases
de dados LILACS, MedLine, PEDro, Pubmed e SciELO em artigos publicados entre
2015 a 2020 na língua inglesa. Toda a pesquisa foi limitada a ensaios clínicos
envolvendo humanos. Resultados: Dos estudos encontrados, um abordava dispositivo
de PEP oscilatório, um tratava da VNI, um abordou VNI com oxigenoterapia, um
apresentou espirometria de incentivo e dois avaliaram a eficácia da educação pré-
operatória. Conclusão: Com este estudo não foi possível escolher uma terapia que
fosse essencial no tratamento. No entanto, todos os estudos evidenciaram a
importância do acompanhamento do fisioterapeuta para redução ou prevenção de
complicações pulmonares.

Palavras-chave: Cirurgia abdominal alta; Complicações pulmonares pós-operatórias;


Respiratória; Fisioterapia.

PHYSIOTHERAPEUTIC PERFORMANCE IN HIGH ABDOMINAL SURGERIES:


LITERATURE REVIEW

Abstract: Introduction: Upper abdominal surgery results in changes in respiratory


dynamics, chest and lung compliance, oxygenation, lung volumes and capacities and
airway defense mechanisms. Still, it is common for patients to remain for long periods
restricted to the bed, generating a systemic inflammatory response promoting loss of
lean muscle mass, homeostatic imbalance and decreased aerobic capacity, making
the appearance of postoperative complications favorable. Objective: To present the
evidence found in the literature in relation to physical therapy in upper abdominal

¹ Graduanda em Fisioterapia no Centro Universitário de Pato Branco – UNIDEP.


² Docente do curso de Fisioterapia no Centro Universitário de Pato Branco – UNIDEP.
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surgeries. Methodology: It is characterized as a bibliographic search of the descriptive


type. The bibliographic survey was composed from the access to the LILACS,
MedLine, PEDro, Pubmed and SciELO databases in articles published between 2015
and 2020 in English. All research was limited to clinical trials involving humans.
Results: Of the studies found, one addressed an oscillatory PEP device, one
addressed NIV, one addressed NIV with oxygen therapy, one presented incentive
spirometry and two evaluated the effectiveness of preoperative education. Conclusion:
With this study it was not possible to choose a therapy that was essential in the
treatment. However, all studies have shown the importance of monitoring the physical
therapist to reduce or prevent pulmonary complications.

Keywords: Upper abdominal surgery; Postoperative pulmonary complications;


Respiratory; Physiotherapy.

quando comparado aos pacientes de


baixo risco.8,9,10 A alta taxa de
complicações respiratórias e
1 INTRODUÇÃO
imobilidade prolongada está
A cirurgia é um agente estressor
relacionada com tempo de internação
para o organismo que resulta em
maior, índices de morbimortalidade,
inúmeras alterações fisiológicas,
uso de medicações e altos custos
variando entre trauma tecidual,
hospitalares.11
imobilidade, efeitos sistêmicos além de
Outros fatores que estão
exaustão psicológica.3,4
relacionados com as CPP são o tempo
A cada ano são realizadas em
da cirurgia, técnica utilizada, duração
torno de 230 milhões de procedimentos
da anestesia, idade avançada, sexo,
cirúrgicos.5 Dentro destes
tabagismo, obesidade, doença
procedimentos destacam-se as
cardiopulmonar, desnutrição.6
cirurgias torácicas e abdominais alta,
A manipulação visceral durante
que consistem em métodos de
a intervenção cirúrgica vai resultar em
tratamento para inúmeras doenças
uma ruptura das fibras dos músculos
além de uma forma de diagnóstico de
respiratórios e inibição reflexa do nervo
determinadas situações.6
frênico causando uma disfunção
As cirurgias abdominais altas
diafragmática, somado com o quadro
(CAA) compreendem a região do
doloroso devido ao procedimento,
abdômen superior e possuem alta
resultará em uma redução de 50% a
incidência de complicações
60% da capacidade vital (CV) e 30% da
pulmonares pós-operatórias (CPP)
capacidade residual funcional (CRF).
devido à proximidade do diafragma e
Observa-se alterações ainda no volume
do tórax com a região de intervenção.7
corrente (VC), na capacidade pulmonar
As CPPS apresentam
total (CPT), na pressão arterial de
incidências entre 13% a 42% e
oxigênio (PaO₂), na saturação de
pacientes de alto risco tem oito vezes
oxigênio (SaO₂), diminuição do trabalho
mais chances de desenvolver as CPPs
mucociliar e colapso alveolar.10,12
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Assim, a falta de insuflação tratamento no pós-operatório em geral.


pulmonar adequada decorrente de um Diante da importância dessa
padrão respiratório monótono e terapêutica no manejo e recuperação
superficial, clearance mucociliar de pacientes submetidos a cirurgias
comprometido e a restrição ao leito são abdominais altas, a presente revisão
mecanismos básicos para uma objetiva apresentar as evidências
alteração pulmonar, favorecendo a encontradas na literatura em relação à
proliferação bacteriana e tornando a atuação fisioterapêutica nas cirurgias
troca gasosa prejudicada, resultando abdominais altas.
no surgimento de complicações
pulmonares, sendo as mais frequentes: 2 METODOLOGIA
atelectasia, hipoxemia, pneumonia,
edema pulmonar, pneumotórax,
O estudo em questão
insuficiência respiratória aguda (IRA),
caracteriza-se como uma pesquisa
além de um desmame ventilatório mais
bibliográfica do tipo descritiva, que
prolongado.11,13,14
visou identificar, selecionar e avaliar as
Neste contexto a atuação
evidências científicas do tratamento
fisioterapêutica visa preservar a função
fisioterapêutico no pré e pós-operatório
pulmonar e reverter às modificações
de cirurgia abdominal alta.
fisiológicas e funcionais decorrentes do
O levantamento bibliográfico foi
ato cirúrgico. Para isso, a fisioterapia
composto a partir do acesso às bases
conta com inúmeras intervenções, e a
de dados LILACS, MedLine, PEDro,
escolha do método deve ser realizada
Pubmed e SciELO em artigos
individualmente conforme a
8 publicados entre 2015 a 2020. Os
necessidade de cada paciente. Assim
descritores utilizados foram:
no pós-operatório é necessário à
fisioterapia, cirurgia abdominal alta,
otimização e o suporte ventilatório a fim
physiotherapy e upper abdominal
de evitar IRA e consequentemente
surgery.
reintubação, sendo potencialmente
Foram incluídos na pesquisa
evitáveis com intervenção
10,11 estudos na inglesa, ensaios clínicos
fisioterapêutica.
randomizados, prospectivo,
Além disso, intervenções que
metanálises relacionando fisioterapia,
aumentam o volume pulmonar, como
monitorização respiratória, cirurgia
espirometria de incentivo e CPAP
abdominal e suas complicações. Toda
levariam a reinsuflação das regiões
a pesquisa foi limitada a ensaios
colapsadas do pulmão, devido ao
clínicos envolvendo humanos. Já os
aumento do gradiente de pressão
critérios de exclusão foram: artigos
transpulmonar, podendo assim evitar
publicados antes de 2015, artigos de
ou reverter atelectasias.8,12
revisão e publicados em outra língua.
No entanto, mesmo com o alto
Após a realização da busca nas
índice e custos causados pelas
bases de dados os estudos foram
complicações pulmonares há uma
avaliados inicialmente pelos títulos. Em
carência de diretrizes evidenciando
seguida a leitura dos resumos e
quais as melhores práticas no
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eliminadas as duplicações.
Posteriormente realizou-se a leitura dos
artigos selecionados na íntegra.
Os dados foram analisados por
meio da estatística descritiva,
apresentados através de tabela (Tabela
1), contendo as seguintes informações:
autores, título, ano de publicação,
objetivo do estudo, número da amostra,
intervenção realizada, resultados e
conclusões.

3 RESULTADOS

O total de artigos elencados


através das pesquisas foram 44, dos
quais, seguindo os critérios de inclusão,
06 foram aceitos e apresentados na
corrente revisão. Os 38 estudos
restantes foram excluídos, pois não
respeitaram os critérios pré-
estabelecidos.
O tamanho da amostra entre os
estudos variou entre 29 a 441 sujeitos
e, no total englobam 985 indivíduos, de
ambos os sexos, internados em UTI
clínica, cirúrgica ou geral.
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Tabela 1: Resumo de artigos encontrados.

Autor Título do Artigo Ano Objetivo Amostra Intervenção Resultados Conclusão


Zhang X. The use of a 2015 Identificar os efeitos do Um total de 203 adultos Intervenção: Os Febre afetou uma Em adultos submetidos a
et al. modified, oscillating uso regular de um após cirurgia torácica ou participantes do grupo porcentagem cirurgia torácica e
positive expiratory dispositivo de PEP abdominal superior experimental usaram um significativamente menor abdominal superior, o uso
pressure device oscilatório na febre, com anestesia geral: 99 PEP oscilante três vezes do grupo experimental no pós-operatório de um
reduced fever and contagem de glóbulos participantes do grupo ao dia por 5 dias no pós- (22%) do que o grupo dispositivo de PEP
length of hospital stay brancos, tempo de experimental operatório. Ambos os controle (42%). Da oscilante resultou em
in patients after internação, mortalidade, e 104 no grupo controle. grupos, experimental e mesma forma, o tempo de menos casos de febre e
thoracic and upper custos de tratamento e controle receberam internação foi menor tempo de
abdominal surgery: a necessidade de atendimento médico no significativamente menor hospitalização. No
randomised trial antibióticos em pacientes pós-operatório padrão e no grupo experimental, entanto, a terapia com
pós cirurgia torácica e mobilização precoce. aos 10,7 dias do que no antibióticos e as
abdominal alta. grupo controle, aos 13,3 despesas hospitalares
dias. A diferença média totais não foram
foi de 2,6 dias. significativamente
reduzidas por esta
intervenção.

Yağlıoğl Comparison and 2015 Investigar o efeito de dois Um total de 80 pacientes Durante a primeira hora Em todos os grupos, as A administração de
u H. et al. Evaluation of the métodos diferentes de divididos em 4 grupos. pós-operatória, o primeiro medidas de PaO₂ e VC suporte respiratório
Effects of pressão positiva contínua (1) BIPAP (2) CPAP de grupo recebeu BIPAP por foram maiores na profilático pode prevenir a
Administration of nas vias aéreas (CPAP) e alto fluxo (3) CPAP de 60min, segundo grupo primeira hora de pós- deterioração das funções
Postoperative Non- pressão positiva de duas baixo fluxo (4) exercícios recebeu CPAP de alto operatório do que na zero pulmonares e hipóxia em
Invasive Mechanical vias nas vias aéreas de respiração profunda fluxo por 60min, terceiro hora pós-operatória. O pacientes com DPOC
Ventilation Methods (BIPAP) e suporte de fisioterapia respiratória e grupo recebeu CPAP de CPAP de baixo fluxo submetidos a cirurgia
(CPAP and BIPAP) oxigênio sob ventilação terapia com O₂ baixo fluxo por 60min e aumentou mais os abdominal superior. Além
on Respiratory espontânea na mecânica quarto grupo recebeu valores de PaO₂ e SpO₂ e disso, o CPAP de baixo
Mechanics and Gas da respiração, trocas exercícios de respiração os níveis de VC foram fluxo teve melhores
Exchange in Patients gasosas e na lesão da profunda por 15 minutos, maiores no pós- efeitos na PaO₂, SpO₂,
Undergoing máscara bucal e facial fisioterapia respiratória e operatório do que no pré- VC em comparação com
Abdominal Surgery durante um período pós- operatório. Os níveis de outras técnicas. Estudos
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operatório precoce em terapia com O₂ de 6L/min PaCO₂ foram elevados prospectivos são
pacientes submetidos à com máscara facial. na hora zero no pós- necessários para obter
cirurgia abdominal operatório e no final da resultados melhores.
superior. primeira hora; eles
diminuíram
aproximadamente aos
valores pré-operatórios,
exceto no quarto grupo.
Kumar Comparison of Flow 2016 Avaliar os efeitos da Um total de 50 pacientes O atendimento pré e pós- Foi encontrada na função A espirometria de
AS. et al. and Volume Incentive espirometria de incentivo foram incluídos no operatório foi realizado pulmonar (CVF, VEF1 e incentivo a fluxo e volume
Spirometry on a fluxo e volume na estudo; 25 pacientes em ambos os grupos até PFE) uma diminuição pode ser recomendada
Pulmonary Function avaliação da função foram alocado ao grupo o 5º PO, além da significativamente no 1º, com segurança para
and Exercise pulmonar e a tolerância Espirometria de Incentivo espirometria de incentivo 2º e 3º PO quando pacientes submetidos à
Tolerance in Open ao exercício em ao Fluxo e 25 pacientes a fluxo e a volume em comparado ao dia pré- cirurgia abdominal aberta
Abdominal Surgery: pacientes submetidos à para o grupo Espirometria seus respectivos grupos. operatório. No 4º, 5º PO a como não houve eventos
A Randomized cirurgia abdominal de Incentivo a Volume. função pulmonar (CVF, adversos registrados.
Clinical Trial aberta. VEF1 e PFE) Além disso, conduziu a
apresentaram uma uma melhora significativa
melhora em ambos os na função pulmonar e à
grupos. O teste de tolerância ao exercício.
caminhada dos 6 minutos
mostrou melhorar
estatisticamente a
distância percorrida e a
função pulmonar no dia
da alta hospitalar quando
comparada com o pré-
operatório.
Boden I. Physiotherapy 2018 Avaliar a qualidade e a 29 pacientes, sendo 16 O grupo controle recebeu Os participantes do grupo A educação e a
Zalucki education and fidelidade do tratamento pacientes para o grupo de um folheto informativo de intervenção tiveram fisioterapia pré-operatória
N. et al. training prior to upper da educação em intervenção e 13 sobre prevenção de seis vezes mais chances presencial antes da
abdominal surgery is fisioterapia pré-operatória pacientes para o grupo complicações de se lembrar dos cirurgia do abdômen
memorable and has antes da cirurgia eletiva controle. pulmonares com exercícios respiratórios e superior são relatadas
high treatment do abdômen superior e deambulação precoce e uma probabilidade 11 como memoráveis e
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fidelity: a nested analisar a opinião dos exercícios de respiração. vezes maior de relatar a apresentam alto índice de
mixed-methods pacientes sobre a O grupo experimental fisioterapia como a parte fidelidade em relação à
randomised- educação pré-operatória. recebeu uma sessão de mais memorável da adesão ao tratamento,
controlled study treinamento e educação clínica de pré-admissão. podendo assim reduzir as
em fisioterapia presencial CPPs. Assim um folheto
adicional de 30 minutos não é considerado o
em suficiente para fornecer
complicações as informações
pulmonares, necessárias sobre
deambulação precoce e deambulação e
exercícios respiratórios. exercícios respiratórios a
serem realizados após a
cirurgia.
Boden I. Preoperative 2018 Avaliar a eficácia de uma 441 participantes com 18 30 minutos de A incidência das CPP, Uma sessão de
et al. physiotherapy for the única sessão de anos ou mais: 219 deambulação precoce, incluindo a pneumonia fisioterapia pré-operatória
prevention of fisioterapia pré-operatória pacientes participaram do treinamento físico e adquirida no hospital de 30 minutos fornecida
respiratory para reduzir as grupo controle recebendo educação sobre a diminui pela metade no dentro das clínicas
complications after complicações pós- uma cartilha de respiração, complicações grupo de intervenção em multidisciplinares de pré-
upper abdominal operatórias após cirurgia informações; e 222 pulmonares. comparação ao grupo admissão hospitalar
surgery: pragmatic, abdominal pacientes do grupo de controle, com redução reduz pela metade a
double blinded, intervenção. absoluta de risco de 15% incidência de CPPs e,
multicentre especificamente,
randomised pneumonia adquirida.
controlled trial. Mais pesquisas são
necessárias para
investigar benefícios em
relação à mortalidade e
tempo de permanência
Lockston Physiotherapist 2020 (1) Determinar se Um total de 182 pacientes Ambos os grupos A incidência de CPP foi A redução da CPP pode
e J. et al. administered, non- sessões curtas de 30min consecutivos de cirurgia receberam fisioterapia menor no grupo que ser possível com a
invasive ventilation to de ventilação não abdominal superior pré-operatória recebeu VNI. utilização de VNI no pós-
reduce postoperative invasiva (VNI) está eletiva de alto risco, padronizada e operatório de cirurgia
pulmonary associado a menos constituídos por 101 mobilização pós- eletiva em pacientes com
complications in high- complicações participantes da pré- operatória precoce. O alto risco de desenvolver
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risk patients following pulmonares pós- coorte, comparados para grupo pós-coorte recebeu CPP. A VNI pode ser
elective upper operatórias após cirurgia 81 participantes pós- cinco sessões adicionais conduzida pelo
abdominal surgery; a eletiva de abdômen coorte. de 30 minutos da VNI nos fisioterapeuta com
before-and-after superior de alto risco. (2) dois primeiros dias de segurança aos pacientes
cohort Medir a viabilidade e pós-operatório. da UTI e da enfermaria.
implementation study segurança da intervenção No entanto, o protocolo
quando realizada por planejado de 05 sessões
fisioterapeutas. de VNI sendo a dose
inicial realizada em até
04horas após extubação,
não era viável, sendo
necessário uma equipe
de fisioterapia adequada
e/ou uma abordagem
multidisciplinar para
fornecer esse serviço
com sucesso.
Fonte: Elaboração dos autores, 2020.
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4 DISCUSSÃO necessário uma equipe de fisioterapia


adequada e/ou uma abordagem
multidisciplinar para fornecer esse
Zhang et al. (2015)
serviço com sucesso, além de ensaios
desenvolveram um estudo
clínicos randomizados para garantir a
randomizado com dois grupos de
eficácia e custo-benefício da VNI
indivíduos, um com 99 sujeitos
quando conduzida por um
submetidos ao uso de PEP oscilante e
fisioterapeuta, além da dose ideal afim
outro com 104 sujeitos no grupo
de reduzir as CPPs.16
controle, e ambos os grupos receberam
Ainda, o protocolo piloto
acompanhamento médico e
realizado em 2018 por Lockstone et al,
mobilização precoce. A partir das
no qual observaram que a VNI é capaz
variáveis observadas, a incidência da
reverter a atelectasia causada pela
febre, tempo de permanência no
anestesia e cirurgia abdominal, abrindo
hospital e o risco de hospitalização
os alvéolos devido a pressão positiva,
prolongada foram menores no primeiro
aumentando o volume pulmonar e
grupo, porém outras variáveis como
otimizando a troca gasosa. Além disso,
número de leucócitos,
observaram que mesmo a VNI sendo
antibioticoterapia, custos de tratamento
eficaz na diminuição da incidência de
não apresentaram resultados
CPP quando utilizada no pós-
significativos de melhora pelo o uso do
operatório precoce, o seu uso é limitado
PEP oscilante. Os autores ainda
devido a recursos e custos
reforçaram que os efeitos do método
necessários, podendo a oxigenoterapia
são duvidosos e há necessidade de
de alto fluxo ser uma alternativa. Os
novas pesquisas.15
autores identificaram também, que
Em um estudo observacional
após a cirurgia cardiotorácica a
prospectivo, pré-pós-coorte Lockstone
oxigenoterapia apresentou
et al. (2020) dividiram os pacientes em
equivalência com a VNI na redução de
dois grupos: pré-coorte não receberam
reintubação de pacientes que eram
VNI no pós-operatório e o grupo pós-
considerados de alto risco para
coorte recebeu VNI nos dois primeiros
insuficiência respiratória. Assim,
dia de pós-operatório e constataram
concluíram que a oxigenoterapia de
que a VNI pode ser conduzida com
alto fluxo pode ser viável quando
segurança por fisioterapeutas aos
levada em consideração os custos
pacientes da UTI e da enfermaria. No
envolvidos, porém recomendam que
entanto, o protocolo planejado não foi
seu uso seja feito por períodos mais
viável devido às falhas metodológicas
longos. Além do mais, sugerem mais
envolvendo as limitações do serviço de
pesquisas no assunto, devido à falta de
fisioterapia. Concluem ainda
relato sobre efeitos adversos, possíveis
salientando que o estudo foi o primeiro
complicações e mortalidade.10
a avaliar a segurança da VNI dentro da
Yağlıoğlu et al. (2015)
UTI e enfermaria e sugerem ser
analisaram os efeitos do CPAP e
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BIPAP na mecânica respiratória em UTI e a incidência de intubação


pacientes com DPOC submetidos CAA, traqueal, além de melhorar os gases
e dividiram 80 indivíduos em 04 grupos, sanguíneos, equilibrar o pH uma hora
sendo BIPAP, CPAP de alto fluxo, após a intervenção, diminuir o risco de
CPAP de baixo fluxo e oxigenoterapia pneumonia, sepse e infecção na ferida
com exercícios respiratórios. cirúrgica, sendo segura e não levando
Concluíram que a administração de um a vazamentos anastomóticos quando
suporte ventilatório precoce pode comparado a oxigenoterapia, não
prevenir a hipóxia e deterioração das identificando no entanto a
funções pulmonares quando superioridade do tratamento BIPAP ou
comparado à ventilação espontânea CPAP para IRA após CAA.18
com ou sem suporte de oxigênio. Kumar et al. (2016) realizaram
Observaram ainda que a administração um ensaio clínico aleatório com dois
do CPAP de baixo fluxo apresentou grupos: um fazendo uso de
melhores efeitos na PaO₂, SpO₂ em espirometria de incentivo a fluxo e o
comparação com o BIPAP e outro a volume para avaliar a função
oxigenoterapia.17 pulmonar e a tolerância ao exercício,
Já, Faria et al. (2015) em sua sendo avaliados no pré-operatório e
revisão sobre a IRA na cirurgia nos cinco dias de pós-operatório.
abdominal alta identificou que o BIPAP Constataram que no 1º pós-operatório
está associado a menores taxas de houve diminuição da função pulmonar e
intubação traqueal em adultos com melhora significativa nos dias
IRA, reduz a incidência de posteriores em ambos os grupos.
complicações e mortalidade, diminui o Identificaram também uma tolerância
tempo de internação na UTI, reduz o significativa ao teste de caminhada de
índice de pneumonia, melhora as 6 minutos cursados no pós-operatório
trocas gasosas, minimiza a formação quando comparado ao pré-operatório.
de atelectasias, aumenta a CRF e VC, No entanto, a limitação do estudo
ameniza a sensação de dispnéia. E em aponta a necessidade de uma amostra
comparação com a oxigenoterapia, o maior com um grupo controle.19
BIPAP reduz o tempo de permanência Dias et al. (2008) em um ensaio
na UTI em até dois dias. Observaram clínico cruzado, utilizaram as técnicas
ainda, que o CPAP é seguro e eficaz de inspirometria de incentivo a volume
para casos como DPOC e dificuldade e breath sctaking para avaliar a
respiratória. A revisão observou ainda capacidade inspiratória, e concluíram
que o CPAP quando usado que esta última técnica mostrou-se
precocemente, pode ser uma terapia eficaz e superior à inspirometria de
segura e viável, levando a uma incentivo, porém, as duas técnicas
recuperação mais rápida e menores apresentaram diminuição do volume
taxas de intubação. Ao final chegaram inspirado no pós-operatório quando
a conclusão, que o CPAP ou BIPAP comparado ao pré-operatório, sendo
reduziram o tempo de permanência de acentuada essa diminuição nos
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incentivadores a volume. Ainda, internação no pós-operatório foi


sugerem a utilização da escala de menor.8
Torrington como índice preditor de risco Boden et al (2018)
de CPPs, sendo que o estudo desenvolveram um estudo
apresenta limitações quanto ao número randomizado sendo divididos em dois
de pacientes envolvidos.14 grupos, o grupo controle recebeu uma
No entanto, Trevisan, Soares, cartilha informativa sobre prevenção de
Rondinel em um estudo realizado em complicações pulmonares como
2010 compararam as técnicas de deambulação precoce e exercícios de
padrão ventilatório em três tempos e a respiração, e o grupo experimental
inspirometria de incentivo a volume em recebeu uma fisioterapia como
dois grupos, observaram melhora na treinamento e educação por 30 minutos
dinâmica toracoabdominal em ambos sobre as complicações, deambulação
os grupos, no entanto o grupo que fez precoce e exercícios respiratórios. E
uso do incentivador a volume concluíram que a educação e a
apresentou resultados fisioterapia pré-operatória são
significativamente melhores do que o consideradas como memoráveis por
grupo que treinou padrão ventilatório parte dos indivíduos, além de resultar
em três tempos.12 em melhor adesão ao tratamento,
Ainda, os brasileiros Souza et al. sendo assim consideram insuficiente o
(2014) desenvolveram uma diretriz de folheto para fornecer as informações
tratamento no pós-operatório de CAA necessárias sobre a deambulação e
através de um estudo de antes e depois exercícios respiratórios a serem
com controle histórico, o objetivo era realizados após a cirurgia.20
avaliar a redução da incidência de Ainda, em outra pesquisa de
atelectasia e tempo de internamento Boden et al (2018) em um estudo
hospitalar no pós-operatório. O período randomizado multicêntrico e
antes se caracterizou por pacientes prospectivo, incluindo agora 441
submetidos CAA antes da sujeitos, onde se manteve o grupo
implementação da diretriz, sendo controle com um folheto informativo, e
submetidos à fisioterapia baseada na o grupo de intervenção com fisioterapia
experiência do profissional. Os que pré-operatória. Os autores concluíram
foram incluídos no período pós- que a educação pré-operatória é eficaz
intervenção foram submetidos a um para reverter casos de atelectasia,
programa padronizado de fisioterapia tendo uma redução das CPP em 52%,
com um foco no uso de estratégias isto se deve ao fato dos sujeitos ao
adicionais (EPAP, espirometria de recuperarem a consciência já iniciavam
incentivo e mobilização precoce). os exercícios de respiração, o que
Concluíram que os indivíduos que comumente ocorreria no 1º ou 2º de
aderiram completamente à diretriz não pós-operatório e assim as CPPs já
apresentaram atelectasia e o tempo de teriam acontecido, evitando que uma
atelectasia leve se torne grave. No
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entanto, a validade do estudo ainda é superior ou dispensa o


reduzida devido a falta de padronização acompanhamento do fisioterapeuta.
do estudo.21
Estudos evidenciam que a .
educação pré-operatória é um fator 6 REFERÊNCIAS
para menores índices de CPP e
redução nos dias de internação, no CARVALHO CR. Critically appraised
entanto ainda há divergências sobre a paper: Preoperative physiotherapy
duração da intervenção e a education halved postoperative
modalidade, devendo sempre incluir no pulmonary complications in patients
tratamento o fortalecimento dos after upper abdominal surgery
músculos inspiratórios.22,23 [commentary]. J Physiother.
Junto a isso, Jones (2018) 2018;64(3):195.
observou que é necessário capacitar o doi:10.1016/j.jphys.2018.04.004
paciente para técnicas de respiração
autodirecionada o mais rápido possível GONÇALVES CG, GROTH AK; Pré-
após a cirurgia, sendo a alteração habilitação: como preparar nossos
pulmonar inevitável no pós-operatório pacientes para cirurgias abdominais
precoce devido aos efeitos eletivas de maior porte? Rev Col Bras
fisiopatológicos da ventilação Cir. 2019, vol. 46, n. 5, p. 1-14.
mecânica, anestesia e modificação na https://doi.org/ 10.1590/0100-6991e-
mecânica respiratória.24 20192267
A partir deste estudo observou-
se que há pouco consenso sobre o SERPA NETO A, et al. Incidence of
método ideal, apesar da abordagem mortality and morbidity related to
fisioterapêutica ser aceita no pós- postoperative lung injury in patients
operatório de sujeitos que realizaram a who have undergone abdominal or
CCA. No entanto, são necessários mais thoracic surgery: a systematic review
ensaios clínicos randomizados, com and meta-analysis [published correction
metodologias bem definidas devido os appears in Lancet Respir Med. 2014
estudos mostrarem-se inconclusivos ou Dec;2(12):e23]. Lancet Respir Med.
levantarem questionamentos sobre a 2014;2(12):1007-1015.
veracidade dos resultados obtidos. doi:10.1016/S2213-2600(14)70228-0

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SILVA DC, SILVA FILHO LC.


Apesar da variedade de recursos Fisioterapia respiratória no pós-
fisioterapêuticos descritos na literatura operatório de cirurgia abdominal alta:
apresentarem eficácia na recuperação uma revisão de literatura. Rev. Aten.
da funcionalidade pulmonar e Saúde, São Caetano do Sul, v. 16, n.
musculoesquelética e na diminuição 55, p. 115-123, jan./mar., 2018. doi:
das complicações pós-operatórias 10.13037/ras.vol16n55.4854
nenhum método isolado é considerado
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