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Aula 2 -Fisiologia Respiratória

Profª Drª Viviane Augusto


A respiração se divide em quatro eventos
mecânicos:
 Ventilação pulmonar

 Difusão do oxigênio e do dióxido de carbono


entre alvéolos e sangue

 Transporte do oxigênio e do dióxido de carbono


no sangue e líquidos corporais para dentro e
para fora das células

 Regulação da Ventilação
Volumes Pulmonares

 Mensurados através da espirometria

VC= volume de ar inspirado ou expirado em uma respiração nl =


500 ml

VRI= volume extra de ar que pode ser inspirado acima do VC


normal quando uma pessoa inspira com força total = 3000 ml
Volumes Pulmonares

VRE= máximo volume extra de ar que pode ser expirado em uma


expiração forçada após o final de uma expiração corrente nl =
1100 ml

VR= volume de ar que fica nos pulmões após uma expiração


forçada = 1200 ml
Capacidade Pulmonares

 CI= VC + VRI = 3500 ml – quantidade máxima de ar que uma


pessoa pode inspirar, começando num nível expiratório nl

 CRF= VR + VRE = 2300 ml – quantidade de ar que permanece


nos pulmões no final de uma expiração nl
Capacidade Pulmonares

 CV= VC + VRI + VRE = 4600 ml – quantidade máxima de ar que


uma pessoa pode expelir dos pulmões após primeiramente
realizar uma inspiração máxima

 CPT= CV + VR = 5800 ml – volume máximo que os pulmões


podem ser expandidos com o maior esforço
Determinação da CRF, VR e CPT

 Espirômetro utilizado de modo indireto por meio do método de


diluição de hélio

 Espirômetro de volume conhecido preenchido com ar


misturado com He

 Antes de respirar no espirômetro, a pessoa expira


normalmente. Final da expiração = CRF , nesse ponto a pessoa
começa a respirar no espirômetro e os gases se misturam

 VR=CRF-VRE
 CPT=CRF+CI
Ventilação minuto
 Quantidade de ar que entra na via aérea durante 1
min
 Avaliada em L/min

 VE= FRxVC

 VE normalmente guiada pela produção de CO2 e


depende do tamanho do indivíduo e de sua taxa
metabólica

 5 a 10L/min
Ventilação Alveolar

 Volume de ar que participa efetivamente das trocas


gasosas

 Depende do volume de gás novo alcançado nos


alvéolos, VC, espaço morto anatômico e FR

 PaCO2 é inversamente proporcional a ventilação


alveolar

 VA=FRx(VC-VEM)
Espaço Morto

 EM subdividido em:

 Espaço morto anatômico e Espaço morto alveolar

 EManat + EMalv= Espaço Morto Fisiológico (método


de Bohr)

PE CO2= Pressão parcial


média de CO2
Espaço morto anatômico

 Volume das vias aéreas de condução (incluindo


naso e orofaringe)

 Varia aproximadamente 1 mL por unidade do peso


corporal ideal (2,2mL/Kg)
Espaço morto alveolar

 Alguns alvéolos podem não participar na troca


gasosa

 Alvéolos são ventilados, mas não perfundidos = EM

 Em indivíduo normal ereto em repouso, os alvéolos


dos ápices dos pulmões têm mínima perfusão, e,
então, contribuem para o volume total do EM
Um pcte respirando com FR= 12 irpm tem um VC= 600 ml e um
espaço morto fisiológico=200 ml. Esse padrão respiratório produz
uma PaCO2= 40 mmHg, com pH= 7,39. Algumas horas depois, o
pcte tem uma FR= 24 irpm, mas a VE é a mesma de antes. A
análise da gasometria arterial revela uma PaCO2= 72 mmHg com
pH= 7,20. Por que a PaCO2 aumentou embora o VE continuasse
constante??
Diferenças regionais na
ventilação
 Na posição supina a
ventilação no ápice
é=base, a ventilação
do pulmão inferior
excede do superior

 Na posição lateral o
A ventilação pulmonar se faz pulmão inferior é
principalmente na base pulmonar, com melhor ventilado
pulmão na posição vertical.
Composição do ar alveolar e atmosférico

 Ar alveolar é substituído parcialmente pelo atmosférico

 O ar atmosférico seco que entra nas vias respiratórias é


umidificado antes de atingir os alvéolos
Circulação Pulmonar

 Inicio na a. Pulmonar recebe sg venoso impulsionado pelo VD

 a. Pulmonar se divide em capilares que revestem toda a parede


alveolar formando o leito capilar

 Sg oxigenado é captado pelas vênulas e conduzido às veias


pulmonares (4), ao AE

 Baixa resistência e alta complacência

 Baixas pressões impõem pequeno trabalho ao VD

 PCP~8 mmHg
Pressões da circulação pulmonar
Devido ao regime de baixa pressão e alta complacência, a
circulação pulmonar recebe influência da gravidade
 Na posição ereta as bases são melhor perfundidas que as
regiões apicais
 Na posição supina a região dorsal recebe > fluxo de sg quando
comparado com a ventral
 Na posição lateral, o pulmão inferior é mais perfundido do que
o superior
Influência do volume pulmonar na resistência vascular

 Baixos volumes pulmonares = vasos extra-alveolares


imprimem uma resistência vascular mais elevada

 À medida que o volume aumenta, os vasos extra-alveolares


retificam-se e resistência diminui

 Com volumes pulmonares ainda >s a pressão intra-alveolar


eleva-se, induzindo ao colapso dos capilares justa-alveolares
Relação da resistência vascular e o volume pulmonar utilizado
Resistência vascular pulmonar pode se tornar ainda
menor

 RVP= 1,7mmHg/L/min
 ↑Fluxo sg para os pulmões, os capilares fechados se abrem,
enquanto outros se dilatam = Mecanismo de recrutamento e
distensão
 V/Q: Conceito quantitativo para entender a troca respiratória
quando não existe balanceamento entre a ventilação alveolar e
perfusão = proporção ventilação-perfusão (V/Q)

 2 fatores determinam a PO2 e a PCO2 nos alvéolos: ventilação


alveolar e a intensidade de transferência de O2 e CO2, através
da membrana respiratória

 4 causas de hipoxemia: hipoventilação, difusão, shunt e


desigualdade V/Q

 Algumas áreas dos pulmões são bem ventiladas, pouco


perfundidas = Espaço Morto

 Outras são bem perfundidas mas pouco ou sem nenhuma


ventilação = Shunt
 V/Q normal = ventilação e perfusão normais

 V/Q = 0 - ventilação = 0 e perfusão normal Não ocorre


 V/Q = infinito – ventilação normal e perfusão = 0 troca gasosa

V/Q=0 V/Q=infinito
 A relação V/Q
diminui pelo pulmão
abaixo e todas as
diferenças de troca
gasosa decorrem
disso

 Ventilação e
perfusão > nas
bases pulmonares
Transporte de O2 do pulmões para os tecidos
corporais

 Dissolvido no plasma (3%) ou ligado à Hb (97%)

O2 se combina frouxamente e de maneira reversível com a porção


heme da Hb
O2 + Hb HbO2

Hemoglobina = heme: Fe +porfirina


globina: 4 cadeias polipeptídicas (as ≠ças na
sequência de aa. dão origem a vários tipos de Hb humana)

Hb A adulta
Hb F fetal
Fatores que desviam a curva de dissociação da Oxi-Hb

Curva desvia p/
D- Afinidade da
Hb pelo O2 está
Diminuída

2,3 DPG
Transporte de CO2

Transportado de 3 maneiras:

 CO2 dissolvido no sg (10%)

 Compostos de Carbaminas (30%)


HbNH2 + CO2 Hb. NH. COOH

 Íons Bicarbonato dissolvido no plasma (60%)


AC
H2O + CO2 H2CO3 H+ + HCO3-
Como H+ não se difunde p/ fora da cél, íons Cl- entram p/ manter a
neutralidade elétrica
Mecânica da Respiração

INSPIRAÇÃO
da Pressão Alveolar Pressão
Atmosférica
0 cmH2O

Pressão Alveolar Pressão Respiratória


Negativa
EXPANSÃO PASSIVA ALVÉOLOS

P Transpulmonar = P Alveolar – P Intrapleural

P TRANSPULMONAR = pressão que mantém a


insuflação alveolar
PRESSÃO INTRAPLEURAL
Pré-inspiração –
Ppleural = - 5 cmH2O
Palv=Patm = 0

Durante a inspiração –
Ppleural = - 7 cmH2O
Pleura Parietal
Palv= -1 a - 2 cmH2O
Patm = 0

Pleura Visceral Final da inspiração –


Ppleural = - 8 a -10 cmH2O
Palv=Patm = 0

Expiração forçada –
Ppleural = 30 cmH2O
Palv= 38 Patm = 0
COMPLACÊNCIA

 Pressão x Volume
0,2 L / cmH2O

C= ΔV
-------
ΔP
COMPLACÊNCIA PULMONAR
DIMINUEM A COMPLACÊNCIA PULMONAR

 FIBROSE PULMONAR
 EDEMA ALVEOLAR
 ATELECTASIA
 TAMANHO DO PULMÃO

AUMENTAM A COMPLACÊNCIA PULMONAR

 ENFISEMA PULMONAR
 PULMÃO DO IDOSO NORMAL
 TAMANHO DO PULMÃO

DIMINUEM A COMPLACÊNCIA PAREDE TORÁCICA


 OBESIDADE
 CIFOESCOLIOSE
 ESPONDILITE ANQUILOSANTE
INTERAÇÃO PULMÃO x TÓRAX
 Pulmão
Volume de Gás EQUILÍBRIO
 Parede Torácica

 Capacidade Residual Funcional – CRF

 Volume:

Retração Externa Parede Torácica = Retração Interna dos Pulmões


RESISTÊNCIA DAS VIAS AÉREAS
 Resistência ao Fluxo Aéreo nas Vias Aéreas

 Tamanho das VAs


Rva = ΔP (cmH2O)
__________
 Número das VAs Fluxo (l/s)

 Retração Elástica

 Volumes 0,5 a 2,5 cmH2O/L/s


Mecânica da Expiração – Ponto de Igual Pressão (PIP)
Ppl = 20
Pr elástica = 10 + adiante em direção
Palv = 30 à boca, Pva cai abaixo
Ppl, resultando em uma
Via aérea estreita
Pva cai ao longo da VA e em limitação do fluxo
desde os alv até boca
de + 30 p/ 0

Num dado momento


a Pva = Ppl: PIP
A partir desse ponto
A Ppl excede a Pva, o
que causa compressão
da VA
PIP se move a partir da VAs maiores em direção às menores,
conforme o pulmão se esvazia
Mecânica da Expiração – Ponto de Igual Pressão (PIP)
Ppl = 20
Pr elástica = 5
Palv = 25 No Enfisema, o colapso
da VA é posteriormente
complicado pela perda
de suporte das VAs <s
Isso faz o PIP ocorrer
em VAs menores
As VAs se estreitam ou
colapsam em alto volu-
me pulmonar
TRABALHO RESPIRATÓRIO

 Músculos Respiratórios

 Vencer Forças Elásticas


Opõem à
Insuflação
 Resistivas - Atrito
TRABALHO RESPIRATÓRIO

 TRABALHO ELÁSTICO
OBESOS
 Retração Elástica Pulmonar FIBROSE
2/3 do trabalho respiratório

 TRABALHO RESISTIVO

 Resistência das VAs


DPOC

ASMA
CONTROLE VENTILATÓRIO

 Ventilação é controlada por 2 sistemas:


voluntário e involuntário

 Involuntário: Tronco cerebral

 Receptores Mecânicos

 Receptores Químicos
CENTRO RESPIRATÓRIO BULBAR
• Neurônios Inspiratórios

• Impulsos aos Nervos Motores

Diafragma e Intercostais Externos

• Principal Estímulo Inspiratório

• Neurônios Inspiratórios e Expiratórios

• Impulsos aos Nervos Motores


RESPIRAÇÃO
RITMICA Laríngeos e Faríngeos

Intercostais Internos e Abdominais


CENTRO RESPIRATÓRIO PONTINO
RESPIRAÇÃO
IRREGULAR

DOIS GRUPOS DE NEURÔNIOS

Neurônios do GRD falharem


1. Centro Apnêustico
Estimulação dos Neurônios do GRD
Parte inf da ponte
Controlam
a profundi-
Interrupção da Inspiração
dade da
inspiração
2. Pneumotáxico Tempo Inspiratório

Parte sup ponte Regula volume da inspiração e


Secundariamente a FR
RECEPTORES MECÂNICOS
Pulmonares

• Estiramento: inibe a inspiração - reflexo de distensão de


Hering-Breuer

• Substâncias Irritantes: irritam a mucosa brônquica e


provocam: broncoconstrição, taquipnéia, tosse, espirros

• Fibras Tipo C (receptores justacapilares ou J):


estimulado por distensão das fibras musculares,
substâncias químicas que circulam nos capilares
pulmonares provocando vasodilatação (edema) –
respiração superficial e rápida, dispneia
RECEPTORES MECÂNICOS
Parede Muscular

• Fusos Musculares abundantes nos mm. intercostais,


parede abdominal, mas raros no diafragma – ajudam a
coordenar a respiração durante a postura e a fala

• Os órgãos tedinosos de Golgi dos mm. intercostais e do


diafragma controlam a força de contração muscular e
tendem a inibir a inspiração
RECEPTORES QUÍMICOS
CENTRAIS
 Bulbo responde ao H+

 H+ surge a partir do CO2 dissolvido líquido cerebroespinhal


CO2 + H2O H+ + HCO3-

 Estimula Neurônios Respiratórios

PERIFÉRICOS
 Corpos Carotídeos e corpos Aórticos

 Respondem a ↓PaO2 e pH e ↑ PaCO2


REFERÊNCIAS

 Fisiologia Respiratória Moderna

John B. West

 Fundamentos de terapia respiratória de Egan

Robert L. Wilkins, James K. Stoller e Robert M. Kacmarek

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