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VENTILAÇÃO

Como o gás inspirado atinge os alvéolos pulmonares → através da ventilação.


Como os gases atravessam a membrana alvéolo-capilar → através da difusão.
Como os gases são removidos dos pulmões pelo sangue → através do fluxo sanguíneo.

Em cada inspiração, cerca de 500 mL de ar entram nos pulmões → volume de ar corrente.

VOLUMES PULMONARES
Alguns podem ser medidos com um espirômetro.
Espirometria → durante a expiração, uma campânula suspensa em um reservatório de água sobe,
e a caneta desce, gerando um traço no gráfico.
➔ Em 1° lugar veremos a respiração normal (volume de ar corrente);
➔ Depois o indivíduo exerce uma inspiração máxima seguida de uma expiração quase
máxima também. O volume expirado = capacidade vital;
➔ Contudo, algum ar permanece no pulmão = volume residual.
➔ O volume de gás no pulmão após uma expiração normal = capacidade residual funcional
(CRF).

Nem a CRF nem o volume residual podem ser medidos com um espirômetro simples. Deve ser
usados outros teste como:
● Técnica por Diluição de Gases → o indivíduo respira por meio de um equipamento contendo uma
concentração conhecida de hélio (praticamente insolúvel no sangue). Após algumas
inspirações, as concentrações de hélio no espirômetro e no pulmão se equilibram.

Na prática, o oxigênio é adicionado ao equipamento durante o processo de equilíbrio,


compensando o que é consumido pelo indivíduo, enquanto o CO2 é absorvido.

● Pletismografia de corpo inteiro → grande cabine hermeticamente selada; No final de uma


expiração normal, um interruptor oclui a peça bucal, e é solicitado ao indivíduo que faça
esforços inspiratórios. Quando inspira, o ar expande os pulmões, o volume pulmonar
aumenta, e a pressão na cabine se eleva, porque o volume de ar se reduz.

A lei de Boyle afirma que o produto pressão x volume é constante (a uma temperatura constante).
após a Lei de Boyle
P1 e P2 = pressões na cabine antes e depois do esforço inspiratório;
V1 = volume pré-inspiratório da cabine;
ΔV = modificação no volume da cabine (ou no pulmão);
P3 e P4 = pressões bucais antes e depois do esforço inspiratório;
V2 = CRF;

Portanto, a pletismografia de corpo inteiro mede o volume pulmonar total de gás, inclusive o ar
alçaponado além das vias aéreas fechadas e que, portanto, não está em comunicação com a
boca. Já o método de diluição de hélio, mede somente o gás em comunicação ou o volume
pulmonar ventilado.

Em indivíduos jovens e saudáveis, esses volumes são praticamente idênticos, mas, em pacientes
com pneumopatias, o volume ventilado pode ser consideravelmente inferior ao volume total,
devido ao ar alçaponado além das vias aéreas fechadas.

RESUMINDO VOLUMES PULMONARES


1) O volume de ar corrente e a capacidade vital podem ser medidos com um espirômetro
simples;
2) A capacidade pulmonar total (CRF) e o volume residual necessitam de uma medição
adicional por diluição de hélio ou pela pletismografia de corpo inteiro;
3) O hélio é utilizado porque tem uma solubilidade muito baixa no sangue;
4) O uso da pletismografia de corpo inteiro depende da lei de Boyle (PV= K), a uma
temperatura constante.

VENTILAÇÃO
Volume expirado em cada respiração é igual a 500 mL e há 15 movimentos respiratórios por
minuto. Assim, o volume total que sai do pulmão a cada minuto é 7.500 mL/min = ventilação
total.

O volume de ar que entra no pulmão é ligeiramente maior, porque mais oxigênio é absorvido do
que o CO2 é eliminado. No entanto, nem todo o ar que passa pelos lábios atinge o compartimento
dos gases alveolares. De cada 500mL inalados, 150mL permanecem no espaço morto anatômico.
Então, o volume de ar fresco que entra na zona respiratória a cada minuto é 5.250mL =
ventilação alveolar (quantidade de ar puro inspirado disponível para a troca gasosa).

A ventilação total é medida com o indivíduo respirando por meio de uma válvula que separa o gás
inspirado do expirado e coleta todo o ar expirado em um recipiente.

A ventilação alveolar é mais difícil de ser calculada. Uma alternativa é medir o volume do espaço
morto anatômico e calcular a ventilação do espaço morto (volume x FR) e este é subtraído da
ventilação total.

→ → →

V= volume
AC = ar corrente
EM = espaço morto
A = alveolar
n = FR
V* = volume por unidade de tempo
VE* = ventilação total expirada
VD* = espaço morto
VA* = ventilação alveolar

Uma dificuldade desse método é que o espaço morto anatômico não é fácil de medir. A ventilação
alveolar pode ser aumentada elevando-se o volume de ar corrente ou a FR (ou ambos). Aumentar
o volume de ar corrente é frequentemente mais efetivo, porque reduz a proporção de cada
inspiração ocupada pelo espaço morto anatômico.

Outra forma de medir a ventilação alveolar em indivíduos saudáveis é a partir da concentração


de CO2 expirado. Como nenhuma troca gasosa ocorre no espaço morto anatômico, não há CO2
no final da inspiração.

%CO2/100 = concentração fracionada

PCO2 é proporcional à concentração fracionada desse gás no alvéolo → PCO2 = Fco2 x K (cte).

Equação de Ventilação Alveolar

Como nos indivíduos saudáveis a PCO2 alveolar e arterial são praticamente idênticas, a PCO2
arterial pode ser utilizada para determinar a ventilação alveolar.

A relação entre ventilação alveolar e PCO2 é de importância crucial pois, se por exemplo, a
ventilação alveolar é reduzida pela metade (e a produção de FCO2 permanecer inalterada), a
PCO2 alveolar e arterial duplicarão.

ESPAÇO MORTO ANATÔMICO


É o volume das vias aéreas condutoras. O valor normal é de cerca de 150mL e ele aumenta com
inspirações profundas devido à tração exercida sobre os brônquios pelo parênquima
circunjacente. O espaço morto também depende do tamanho e da postura do indivíduo.

O volume do espaço morto pode ser medido pelo método de Fowler → indivíduo respira através de
uma válvula, e um analisador rápido de nitrogênio mede continuamente amostras de gás na boca.
Após uma única inspiração de O2 a 100% a concentração de N2 se eleva à medida que o espaço
morto é progressivamente ocupado pelo gás alveolar. Por fim, uma concentração de gás quase
uniforme é vista representando o gás alveolar puro. Essa fase é chamada de “platô alveolar”. O
volume expirado também é registrado.

O espaço morto é obtido examinando-se a concentração de N2 conjuntamente com o volume


expirado e desenhando-se uma linha vertical, de tal forma que a área A é igual à B.
O espaço morto é o volume expirado até a linha vertical.
Esse método mede o volume das vias aéreas condutoras até o ponto médio da transição entre o
espaço morto e o gás alveolar.

ESPAÇO MORTO FISIOLÓGICO


Outro modo de medir o espaço morto é o método de Bohr. Todo o CO2 expirado vem do gás
alveolar e nenhum do espaço morto, portanto:

Equação de Bohr

A e E = alveolar e expirado misto;

Relação normal entre espaço morto e volume de ar corrente = 0,2-0,35 durante a respiração em
repouso.

Em indivíduos saudáveis, a PCO2 no gás alveolar e no sangue arterial são praticamente idênticas
e com isso, a equação pode ser escrita dessa forma:

Os métodos de Fowler e Bohr medem coisas um pouco diferentes. O primeiro mede o volume das
vias aéreas condutoras até o nível onde ocorre a rápida diluição do gás inspirado com o já
presente nos pulmões.

Esse volume é determinado pela geometria das vias aéreas em rápida expansão e é chamado de
espaço morto anatômico.

O método de Bohr mede o volume pulmonar que não elimina CO2. Como essa medida funcional,
esse volume é chamado de espaço morto fisiológico.
Em indivíduos saudáveis, esses dois volumes são praticamente iguais. Todavia em pacientes com
pneumopatias, o espaço morto fisiológico pode ser consideravelmente maior, devido à
desigualdade entre fluxo sanguíneo e ventilação dentro dos pulmões.

RESUMINDO VENTILAÇÃO
1) A ventilação total é o volume de ar corrente x FR;
2) A ventilação alveolar é a quantidade de gás fresco que alcança o alvéolo → (Vac - Vem) x n;
3) O espaço morto anatômico é o volume das vias aéreas condutoras ( 150 mL);
4) O espaço morto fisiológico é o volume de gás que não elimina CO2;
5) Os dois espaços mortos são quase iguais em pessoas normais, mas o espaço morto fisiológico
encontra-se aumentado em muitas doenças pulmonares.

DIFERENÇAS REGIONAIS NA VENTILAÇÃO


Regiões mais inferiores ventilam melhor do que as mais superiores.

Isso pode ser comprovado com um indivíduo inalando gás xenônio radioativo. Quando o xenônio
133 entra no campo de contagem, sua radiação penetra na parede torácica e pode ser registrada
por um grupo de contadores ou por uma câmara radioativa. Dessa forma, é possível quantificar-se
o volume de xenônio inalado atingindo as mais diversas regiões pulmonares.

Em indivíduos saudáveis, como na figura, pode-se ver que a ventilação por unidade de volume é
maior próximo à base pulmonar, reduzindo-se progressivamente em direção ao ápice.

Outros estudos mostram que quando o indivíduo está em posição supina, a diferença desaparece,
com as ventilações apical e basal tornando-se similares. Contudo, nessa posição, a ventilação da
região posterior supera a da região anterior.

O pulmão dependente também é mais bem ventilado no decúbito lateral.


REVISANDO
1) Os volumes pulmonares que não podem ser medidos com um espirômetro simples são a
capacidade pulmonar total (CRF) e o volume residual. Esses volumes podem ser
determinados com a diluição do hélio e a pletismografia de corpo inteiro;
2) A ventilação alveolar é o volume de ar puro (sem contar o espaço morto) que entra na zona
respiratória a cada minuto. Pode ser determinada pela equação da ventilação alveolar, ou
seja, o CO2 produzido dividido pela concentração fracionada de CO2 no gás expirado;
3) A concentração de CO2 (e, portanto, sua pressão parcial) no gás alveolar e no sangue
arterial é inversamente proporcional à ventilação alveolar;
4) O espaço morto anatômico é o volume das vias aéreas condutoras e pode ser medido pela
concentração de nitrogênio após uma única inspiração de oxigênio;
5) O espaço morto fisiológico é o volume pulmonar que não elimina CO2. É medido pelo
método de Bohr, utilizando CO2 arterial e expirado;
6) As bases pulmonares são mais bem ventiladas do que os ápices, devido aos efeitos
gravitacionais sobre o pulmão.

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