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CÂMARA TÉCNICA
BELO HORIZONTE – MG
2020
ACOLHIMENTO, TRIAGEM E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: MANUAL DE COMPETÊNCIA TÉCNICO-
CIENTÍFICA, ÉTICA E LEGAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
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Qualquer parte desta publicação poderá ser reproduzida, desde que citada a
fonte.
ISBN
Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Meissane Andressa da Costa Leão CRB6/2353
ELABORADORES:
Andréia Oliveira de Paula Murta
Stefânia Mereciana Gomes Ferreira
Thais Cristina Botter
REVISORES:
Ed Wilson Vieira
Paula Tássia Barbosa Rocha
Thaís Zielke Dias Cardoso
COLABORAÇÃO
Octávia Maria Silva Gomes Lycarião
Rayssa Ayres Carvalho
REVISÃO DE TEXTOS
Eduardo Eustáquio Chaves Durães Júnior
Mestre em Estudos de Linguagem/Licenciado em Letras
MG 05149 JP – Jornalista Profissional
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DIRETORIA DO COREN-MG:
Presidente: Carla Prado Silva
Vice-Presidente: Lisandra Caixeta de Aquino
Primeiro-Secretário: Érico Pereira Barbosa
Segundo-Secretário: Gustavo Adolfo Arantes
Primeira-Tesoureira: Vânia da Conceição Castro Gonçalves Ferreira
Segunda-Tesoureira: Vanda Lúcia Martins
SUPLENTES:
Alan Almeida Rocha
Cláudio Luís de Souza Santos
Enoch Dias Pereira
Elônio Stefaneli Gomes
Gilberto Gonçalves de Lima
Gilson Donizetti dos Santos
Jaime Bernardes Bueno Júnior
Kássia Juvêncio
Linda de Souza Leite Miranda Lima
Lívia Cozer Montenegro
Maria Magaly Aguiar Cândido
Mateus Oliveira Marcelino
Simone Cruz de Melo
Valdecir Aparecido Luiz
Valéria Aparecida dos Santos Rodrigues
DELEGADAS REGIONAIS
Efetiva: Carla Prado Silva
Suplente: Lisandra Caixeta de Aquino
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SEDE:
Rua da Bahia, 916 – 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 9º, 10º, 11º, 12º e 13º andares
Centro - Belo Horizonte/MG
CEP: 30160-011
Telefone: (31) 3238-7500
www.corenmg.gov.br
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ........................................................................................ 2
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3
2 ACOLHIMENTO ........................................................................................... 5
2.1 Aspectos técnico-científicos.......................................................................... 5
2.2 Aspectos Ético-Legais .................................................................................. 9
3 TRIAGEM/CLASSIFICAÇÃO DE RISCO................................................... 14
3.1 Referência e contrarreferência ................................................................... 23
3.2 Aspectos Éticos-Legais............................................................................... 23
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 63
APÊNDICES ............................................................................................... 70
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CIENTÍFICA, ÉTICA E LEGAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
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APRESENTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
2 ACOLHIMENTO
Ed Wilson Vieira
Os serviços de saúde lidam com situações e problemas de grande
variabilidade, desde as mais simples até as mais complexas. E, para responder
adequadamente a essas situações, são exigidos diferentes tipos de esforços de
suas equipes, incluindo a necessidade dos profissionais considerarem, a todo
tempo, e de acordo com cada situação, as dimensões orgânica, subjetiva e social.
Nesse sentido, a capacidade de acolhida e de escuta por parte dos profissionais e
equipes aos pedidos, demandas, necessidades e manifestações das pessoas e
famílias nos domicílios, nos espaços comunitários e nos distintos tipos serviços e
níveis de atenção é um elemento-chave (BRASIL, 2013a; CORRÊA et al., 2020;
DUARTE et al., 2017; LOPES et al., 2020).
Mesmo assumindo a importância do “acolher” nos diversos espaços de
atenção à saúde, uma definição única para acolhimento pode não ser ideal. O
acolhimento é uma proposta em constante aprimoramento que esbarra na
subjetividade daqueles envolvidos no processo (LOPES et al., 2014). A existência
de várias definições se justifica pelos múltiplos sentidos e significados atribuídos
ao termo, de maneira legítima e adaptadas a cada contexto (SILVA; ROMANO,
2015). Em consonância com o próprio Ministério da Saúde brasileiro, entende-se
que o mais importante não é encontrar uma definição correta e abrangente, mas a
clareza e a explicitação da noção de acolhimento que é adotada ou assumida
situacionalmente por atores concretos, revelando perspectivas e intencionalidades
(BRASIL, 2013a).
Pode-se dizer, genericamente, que acolhimento é uma prática presente em
todas as relações de cuidado, nos encontros reais entre quaisquer trabalhadores
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exige que a equipe reflita sobre o conjunto de ofertas que ela tem apresentado
para lidar com as necessidades de saúde da população, pois são todas as ofertas
que devem estar à disposição para serem agenciadas, quando necessário, na
realização da escuta qualificada da demanda (BRASIL, 2013a). É importante que
se defina o modo como os diferentes profissionais participarão do acolhimento.
Quem vai receber o usuário que chega? Como avaliar o risco deste usuário?
Como avaliar a vulnerabilidade do usuário ou da sua família? O que fazer de
imediato? Quando encaminhar? Quando agendar uma consulta médica? Quando
agendar uma consulta de enfermagem? Como organizar a agenda dos
profissionais? Que outras ofertas de cuidado (além da consulta) podem ser
necessárias? Torna-se fundamental ampliar o raciocínio clínico dos profissionais,
para escutar de forma ampliada, reconhecer riscos e vulnerabilidades e
realizar/acionar intervenções (BRASIL, 2013a).
O acolhimento não pode se reduzir a um profissional, a uma etapa ou a um
lugar. Será um equívoco restringir a responsabilidade pelo ato de acolher a um
trabalhador isoladamente (qualquer que seja ele). Igualmente equivocado será
restringir a responsabilidade do acolhimento aos trabalhadores da recepção,
independentemente de qual seja a sua formação. Apesar de ser útil, e até
necessária em alguns tipos de unidades, não basta ter uma “sala de acolhimento”
(MARQUES et al., 2018). Ressalta-se que respeitar o pudor, a privacidade e a
intimidade da pessoa, em todo seu ciclo vital, são importantes nas ações de
acolhimento. Havendo ou não uma “sala de acolhimento”, esse aspecto é um
dever do profissional de enfermagem, realizando o acolhimento de forma a
garantir ao usuário a preservação do direito ao respeito e ao sigilo.
A intenção é implantar práticas e processos de acolhimento visando
melhorar a acessibilidade do usuário e a capacidade de escuta dos profissionais,
não sendo suficientes ações normativas, burocráticas e pouco discursivas. A
implantação da escuta da demanda espontânea no início do turno de atendimento,
por exemplo, será insuficiente para atingir o objetivo. Um conjunto de barreiras
acabará sendo construído para um usuário que, eventualmente, chegue “fora do
horário estipulado para o funcionamento do acolhimento.”
Assumir efetivamente o acolhimento como diretriz é um processo que
demanda transformações intensas na maneira de funcionar do serviço. Requer um
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E ao auxiliar de enfermagem:
V - Integrar a equipe de saúde. [...]
b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execução dos
programas de educação para a saúde. BRASIL, 1987).
Sendo proibido:
Art. 67 Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família e
coletividade, além do que lhe é devido, como forma de garantir
assistência de Enfermagem diferenciada ou benefícios de qualquer
natureza para si ou para outrem. [...]
Art. 87 Registrar informações incompletas, imprecisas ou inverídicas
sobre a assistência de Enfermagem prestada à pessoa, família ou
coletividade.
Art. 88 Registrar e assinar as ações de Enfermagem que não executou,
bem como permitir que suas ações sejam assinadas por outro
profissional. (COFEN, 2017).
3 TRIAGEM/CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Stefânia Mereciana
Thais Zielke Dias Cardoso
Paula Rocha
A triagem e ou Classificação de risco são definidas como um processo
dinâmico com propósito de identificar e classificar os usuários, de modo a
direcioná-los para o serviço de forma mais adequada e de acordo com as
prioridades definidas pelo sistema de classificação utilizada no local (SACOMAN
et al., 2019).
O processo de triagem/ classificação de risco é recomendado para ser
realizado em todos os pontos de atenção à saúde em que a demanda é maior que
a oferta (SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS, 2010).
A demanda crescente por procura de serviços de urgência e emergência
causa pressões sobre as instituições de saúde e profissionais. Trata-se de um
difícil equilíbrio, pois há uma crescente demanda para uma quantidade inferior de
recursos, sendo que o aumento dos recursos não necessariamente é a solução
deste problema: o aumento da oferta de recursos muitas vezes propicia
sistematicamente um aumento da demanda (SECRETARIA DE ESTADO DE
SAÚDE DE MINAS GERAIS, 2010).
A classificação de risco, com validação científica, é uma ferramenta
extremamente importante para identificação do risco clínico do paciente que
procura o serviço de urgência e emergência. Para além de determinar a gravidade
clínica do paciente, a classificação de risco é útil para organização da rede de
atenção às urgências e emergências, pois define, em função do risco clínico, o
tempo seguro para o atendimento de um profissional de saúde além do local ideal
para o atendimento (VILHENA et al., 2006).
Há diversos protocolos de classificação de risco em urgências e
emergências no Brasil e no mundo. Eles apresentam certa variação, mas podem
ser identificados alguns pontos em comum. Os protocolos utilizam de dois a cinco
níveis de gravidade, sendo os últimos os mais aceitos no meio científico. Serão
citados neste documento os modelos de classificação de risco mais conhecidos
internacionalmente e validados cientificamente, que passaram a ter uma
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concepção sistêmica, ou seja, são utilizados por uma rede de serviços (JIMENEZ,
2003). São eles:
• o modelo australiano (Australasian Triage Scale – ATS): elaborado
nos anos 70 e modificado e adotado como Política de triagem nos
anos 90. É o modelo pioneiro e que usa tempos de espera de acordo
com a gravidade;
• o modelo canadense (Canadian Triage Acuity Scale – CTAS): muito
semelhante ao modelo australiano, foi editado em 1998 e baseado
em um grupo de eventos sentinela. É muito mais complexo e o
mecanismo de entrada é uma situação pré-definida;
• o modelo americano (Emergency Severity Index – ESI): foi utilizado
pela primeira vez em 1999. Dispõe de um único fluxograma e é mais
direcionado à necessidade de recursos para o atendimento;
• o modelo de Andorra (Model Andorrà de Triage – MAT): baseia-se
em sintomas, discriminantes e fluxograma. O tempo médio para
aplicá-lo é longo;
• o modelo Sistema Manchester de Classificação de Risco
(Manchester Triage System – MTS): opera com fluxograma e
determinantes, associados a tempos de espera simbolizados por
cores. É utilizado em vários países da Europa e amplamente utilizado
no estado de Minas Gerais e no Brasil como um todo (STORM-
VERSLOOT, 2011).
Um protocolo de classificação de risco deve ter confiabilidade, principal
estratégia de validação da qualidade do processo. Estabelecer de forma segura a
prioridade clínica do paciente requer um sistema de apoio confiável e baseado em
evidências científicas (SOUZA, 2015).
O Sistema Manchester de Classificação de Risco vem tornando-se o mais
utilizado no Brasil. Ele se destaca por ter uma metodologia objetiva, sistematizada,
passível de auditoria, reprodutível, seguro e validado cientificamente (GUEDES,
2015).
O Sistema Manchester de Classificação de Risco foi adotado pela primeira
vez no Brasil, no Estado de Minas Gerais, como linguagem única em todos os
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SAIBA MAIS:
B. Informações relevantes:
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Enfermeiro
- Aferir dados vitais;
- Identificar o risco clínico usando um protocolo com validação científica;
- Registrar no sistema;
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3. O que é acolhimento?
Existem várias definições de acolhimento, seja nos dicionários ou na
literatura da área da saúde, e que revelam múltiplos sentidos e significados. No
entanto, o mais importante não é a busca pela definição correta ou verdadeira de
acolhimento, mas a clareza e explicitação da noção de acolhimento que é adotada
ou assumida situacionalmente, revelando perspectivas e intencionalidades.
Poderíamos dizer que trata-se de uma prática presente em todas as relações de
cuidado, podendo acontecer de formas variadas. Não é algo bom ou ruim, mas
sim uma prática constitutiva das relações de cuidado. Sendo assim, em vez (ou
além) de perguntar se, em determinado serviço, há ou não acolhimento, talvez
seja mais apropriado analisar como ele se dá. O acolhimento se revela menos no
discurso sobre ele que nas práticas concretas.
Partindo dessa perspectiva, podemos pensar em modos de acolher a
demanda espontânea que chega às unidades de atenção básica. Acolhimento é
uma prática presente em todas as relações de cuidado, da recepção à consulta,
dos procedimentos à visita domiciliar e ocorre em diversas situações, bem como
no atendimento à demanda espontânea dos usuários que procuram os serviços de
saúde. Em se tratando de acolhimento à demandas espontâneas, é recomendável
considerar alguns diferentes e interdependentes sentidos relacionados ao
acolhimento. Primeiro, o acolhimento como postura, atitude e tecnologia de
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ATIVIDADE COMPETÊNCIA
Enfermeiro
Classificação de Risco /
Auxiliar e Técnico de Enfermagem podem auxiliar o enfermeiro na
Triagem
aferição de dados e condução do paciente
11. UBS pode acolher paciente que não reside no município ou na área de
abrangência?
Sim, acolher é o ato de escutar a demanda do paciente. Dependendo da
necessidade, se não aguda, após o acolhimento pode ser realizado contato com a
unidade de referência do paciente para encaminhá-lo de forma segura. Caso
necessário, algumas intervenções devem ser realizadas, independente do vínculo
com a equipe responsável pelo acolhimento (BRASIL, 2013a).
12. Pode dispensar paciente verde/azul na UPA? Como deve ser o
encaminhamento?
Não, o paciente não pode ser dispensado sem atendimento pelo médico.
Uma possibilidade é a definição pelo médico de que o paciente possa ser atendido
na atenção primária, desde que devidamente registrado, sendo realizado contato
na unidade para agendamento de consulta (contrarreferência).
14. O paciente encaminhado da UBS para UPA pode ir por meios próprios
ou deve ser levado pela instituição de saúde?
O paciente agudo não poderá ser encaminhado para UPA por meios próprios.
Poderá ser encaminhado por meio do acionamento do SAMU, por exemplo. É
fundamental que a UBS construa diálogos, pactos e fluxos com os serviços de
retaguarda, sobretudo o SAMU e as unidades de pronto-atendimento e pronto-
socorro. A cooperação e suporte entre gestores e trabalhadores dessas unidades
facilitam a execução do papel que a atenção básica tem na atenção às urgências,
seja assumindo integralmente as “pequenas urgências” seja prestando
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profissional não tiver realizado o curso oficial, o profissional estará à mercê de sua
própria defesa. Desta forma, é altamente recomendado que os profissionais
realizem o curso, mas não há sanções para aqueles que estiverem utilizando a
metodologia sem realizar o curso do GBCR.
Documentar os nomes das pessoas que estiveram em contato com a vítima desde o
transporte até ao Serviço de Saúde e o tipo de tratamento realizado;
Observar tudo como se fosse um potencial vestígio, nunca desperdiçar nenhum objeto ou
elemento que se encontre presente na vítima ou no perpetrador, mesmo que pareça
insignificante;
Cortar a roupa que contenha algum indício de lesão pela zona circundante, nunca pelos
locais de penetração ou rasgos;
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Se possível, antes de realizar a limpeza de uma ferida, registrar por meio de fotografia
Registar sempre que entregar um vestígio, a data e o nome e a quem foi entregue
Se a vítima chegar morta, as mãos e pés devem ser envolvidos em sacos de papel para
evitar a perda de vestígios.
prioridade são: amarelo, o verde e o preto (ARAÚJO, et al., 2019; LIMA et al.,
2019). O Ministério da Saúde utilizou estes algoritmos para compor o Protocolo de
Intervenções do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (ARAÚJO, et al.,
2019).
O START é aplicado na área quente, ou seja, na cena do acidente pela
equipe que presta o atendimento pré-hospitalar e conta com perguntas claras e
objetivas, para definição de uma escala de prioridade de atendimento. Este
método se baseia na capacidade de andar do paciente, avaliação da respiração,
circulação e nível de consciência (OLIVEIRA, 2013).
Os critérios de classificação do START são:
● vermelha: vítimas do incidente que necessitam de algum tratamento
médico antes de um transporte rápido ao hospital, ou que necessitam ir
prontamente ao hospital para cirurgia;
● amarela: vítimas que necessitam de algum tipo de tratamento no
local enquanto aguardam transporte ao hospital, porém não apresentam
risco imediato de vida;
● verde: vítimas que não precisam de tratamento médico ou transporte
imediato, e possuem lesões que não trazem risco de vida;
● preta: vítimas em óbito ou que não tenham probabilidade de
sobrevivência (Melo, Machado, Alexandre, 2014).
Fluxograma 1 - Triagem de Múltiplas Vítimas, de acordo com o método START (Simple Triage And
Rapid Treatment)
1) Orientar verbalmente todas as vítimas que estejam andando pela cena do IMV
(ou que consigam andar) para que saiam da cena e:
2) Mover-se pela área onde estão as vítimas que restaram, avaliando rapidamente
cada uma delas para classificar e identificar segundo cores. Durante a avaliação,
são permitidos procedimentos breves, como abertura de vias aéreas ou controle
de sangramento intenso. A cada vítima encontrada:
• Avaliar a respiração:
- Se não respira mesmo após abertura das vias aéreas, classificar e identificar
como “CINZA”;
- Se respira após abertura das vias aéreas, classificar e identificar como
“VERMELHO”;
E como DEVERES:
- a prestação da assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de
imperícia, negligência ou imprudência;
- a disponibilização da assistência de Enfermagem à coletividade em casos
de emergência, epidemia, catástrofe e desastre, sem pleitear vantagens pessoais,
quando convocado;
- o estímulo e apoio à qualificação e o aperfeiçoamento técnico-científico,
ético-político, socioeducativo e cultural dos profissionais de Enfermagem sob sua
supervisão e coordenação;
- a aceitação de encargos ou atribuições quando se julgar técnica, científica
e legalmente apto para o desempenho seguro para si e para outrem.
REFERÊNCIAS
LIMA, Daniel Souza et al. Simulação de incidente com múltiplas vítimas: treinando
profissionais e ensinando universitários. Revista do Colégio Brasileiro de
Cirurgiões, v. 46, n. 3, 2019. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-
69912019000300153&script=sci_arttext. Acesso em: 10 nov. 2020.
LYNCH, Virginia; DUVAL JB. Forensic Nursing Science. 2. ed. Elsevier Mosby,
2011.
APÊNDICES