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UNIVERSIDADE

FEDERAL DE UBERLANDIA
Faculdade de Medicina
Curso de Enfermagem

Disciplina: GEN045 – Enfermagem em Saúde Mental
Docente: Karine Zago

Semiológica Psiquiátrica

Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo.
Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos”.
(Sigmund Freud)
1. Semiologia e signos
É o campo da ciência que estuda os signos. Essa palavra deriva-se de
Semiótica que no grego diz-se: semeiotiké (a arte dos sinais). O signo é um tipo
de sinal provido de significado, ou seja, significado dado a quaisquer estímulos
emitidos pelos objetos de estudo. A semiologia, portanto, ocupa-se do estudo do
processo de significação ou representação, na natureza e na cultura, do conceito,
da idéia ou do objeto. Os signos estão para semiologia, assim como a célula está
para a biologia e o átomo para física (DALGALARRONDO, 2008).
De acordo com Peirce (1974), há três tipos de signos: o ícone, o indicador
(índice) e o símbolo. Nascimento (2010) explica que os símbolos não
apresentam similaridade com o objeto representado, é apenas uma convenção.
Os símbolos remetem a uma “... idéia ou a uma significação que não tem,
necessariamente, qualquer semelhança objetiva com o aquilo que simbolizam...”
como, por exemplo, o triângulo de ponta cabeça que simboliza, para leis de
transito, “dê a preferência”, mas o desenho do triângulo para baixo não tem
nenhuma relação direta com o que simboliza. Dessa mesma forma, os dedos em
V para dizer "paz e amor" ou o polegar erguido para dizer que está tudo bem, ou
ainda, a bandeira branca indicando Paz ou as vestes negras indicando luto.
Estamos acostumados com esses significados, mas não podemos negar que são
meras convenções consagradas pelo uso em determinadas culturas.
O ícone é a relação direta entre o que representa e o objeto representado.
“As imagens em geral, são ícones. A imagem da lixeira, na área de trabalho do seu
computador, representa a lixeira porque é de fato, a figura de uma lixeira tal
como nos é possível reconhecê-la” (NASCIMENTO, 2010).
Já os índices são indícios, ou indicativos de algo que não está presente,
mas o representa por uma relação de causalidade: fumaça é sinal de fogo,
pegadas, sinal de que alguém passou por ali. Como outro exemplo, o poema
Ismália, escrito por Alphonsus de Guimarães, traz indícios de que a mulher
morreu afogada no mar:

ISMÁLIA

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...


2. Psicopatologia
É o conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser
humano que se esforça para ser sistemático, elucidativo e desmistificante. A
psicopatologia é baseada por um lado, na observação dos sinais e sintomas das
doenças mentais e, por outro lado, nas ciências humanísticas. Jaspers (1979)
coloca que é uma ciência básica que serve de auxílio para a psiquiatria,
entretanto, esse mesmo autor reconhece os limites da psicopatologia e coloca
que o homem não deve ser reduzido apenas aos conceitos psicopatológicos para
o entendimento das doenças mentais, pois, “em todo indivíduo se oculta algo que
não se pode conhecer”.
Do ponto de vista clínico e específico das psicopatologias, há certamente
alguns aspectos particulares que devem ser aqui apresentados:
• Os diagnósticos em psiquiatria são baseados em dados clínicos, ou
seja, história bem colhida e um exame psíquico minucioso. Os exames
de dosagem laboratorial, exames de neuroimagem auxiliam no
diagnóstico diferencial entre doença mental e neurológica ou
intoxicação de qualquer gênese.
• O diagnóstico psicopatológico, exceto em quadro como Delirium, não é
baseado em possíveis bases etiológicas supostas pelo profissional.
Deve-se, portanto, manter duas linhas paralelas de raciocínio: a
primeira que busca descrever a evolução dos sinais e sintomas e a
segunda que segue uma linha etiológica que, na totalidade dos dados
biológicos, sociológicos e psicológicos, uma formulação hipotética
plausível (multifatorial).
• Não existem sinais e sintomas específicos de determinado transtorno
mental. O diagnóstico repousa sobre a totalidade de dados clínicos
momentâneos (no momento da crise) e evolutivos (história do
transtorno).
• O diagnóstico, em alguns casos, só pode ser detectado com o curso da
doença (inversão da concepção do diagnóstico - > prognóstico).

3. A semiologia psicopatológica
Estuda os sinais e sintomas dos transtornos mentais. Os signos de maior
interesse para a psicopatologia são os sinais comportamentais que são
observados de forma direta pelos profissionais e os sintomas, que são as
vivencias subjetivas relatadas pelos pacientes. Entretanto, os signos não é uno e
nem fixo. O mesmo objeto pode ter caráter simbólico, icônico ou indicial,
dependendo do significado atribuído. Um sintoma pode ser um indicador de uma
patologia, mas também, ao ser nomeado pelo paciente, por seu meio cultural,
ganha status de símbolo lingüístico que só pode ser compreendido dentro de um
sistema simbólico dado em um determinado meio cultural.
Por exemplo, as manifestações relacionadas a ansiedade pode manifestar-
se como mãos geladas, tremores, aperto na garganta que, biologicamente,
indicam uma disfunção do sistema nervoso autônomo. Ao ser denominado como
“gastura” ou “nervoso” passa a receber certo significado simbólico e cultural que
só pode ser compreendido e interpretado a partir de um universo cultural
específico, um sistema de símbolos determinado (DALGALARRONDO, 2008).
Um exemplo mais geral de um objeto que assumi vários signos é posto
por Nascimento (2010), quando coloca que a balança pode assumir diferentes
significados. É símbolo da justiça, é ícone balança representando a si mesma,
indício de local de pesagem de alimentos num supermercado, ou quando
encontrada por policiais na casa de suspeito de tráfico, pode significar uma
prova de tráfico de droga, ou em outra situação pode indicar que o residente da
casa é um químico.

4. Avaliação psiquiátrica
Na avaliação de saúde de qualquer paciente é necessário
contextualizarmos a queixa que nos trazem.
Se o paciente chega no serviço e diz que está com dor no estômago,
iremos questioná-los sobre diversos aspectos para conseguir entender e explicar
o sintoma. Dessa forma, preciso saber o tipo da dor, quando começou, se ele
havia comido algo diferente ou fora de casa, dentre outras perguntas que me
ajudam a entender o processo apresentado pelo cliente.
Em seguida fazemos um exame clínico. Verificamos sinais vitais, fazemos
palpação, ausculta e percussão. Assim poderemos saber como estão os sons
ausência ou presença de peristaltismo, se há gases ou não.
Quando o paciente chega com uma queixa psiquiatria, ou como
comumente acontece, quando chega algum familiar trazendo o paciente com
relato de agitação psicomotora, de que está falando “nada com nada”, agressivo e
etc., fazemos as mesmas perguntas em torno da queixa: como é a agitação (ele
fica agressivo?, fica sem dormir?, fica perambulando pela casa?); quando
começou? Para entendermos melhor vamos considerar este caso:
O enfermeiro percebe que uma usuária chega ao serviço muito hostil e agressiva.
Ao questionar sobre os motivos, a paciente informa ao enfermeiro que há
pessoas o seguindo e a vigiando por toda parte. Que acha que vão matá-la e que
por isso não pode dormir e muito menos sair de casa, pois tem medo de sofrer
um atentado. O profissional questiona sobre o porquê de estar sendo perseguida,
e ela conta uma história mirabolante:
[...] diz que recentemente saiu de uma igreja
evangélica e que o pastor era muito poderoso e
dono de uma rede de comunicação. Diz ter dado,
há mais ou menos um ano atrás, todo o dinheiro
que tinha para a igreja, todas as economias que
tinha no banco (dados confirmados pela filha que
disse ter perdido aproximadamente, 25 mil reais);
depois de um ano, quis dar uma quantia igual e foi
impedida pelos filhos (que percebiam
comportamentos fanáticos em relação a religião).
Muito contrariada a paciente retornou a sua casa e
pegou algumas jóias e dinheiro (mais ou menos
500 reias) e deu a um andarilho que passava na
rua (dados outra vez confirmados pela filha).
Passados uma semana desse ultimo acontecido, a
paciente começou ficar agressiva com familiares,
ficava deitada em sua cama toda coberta e com a
luz apagada. Queixou a seus familiares que estava
sendo perseguida pelos agentes da igreja que
tinham poder de captar toda a fé que tinha em
Deus para vender para pessoas da TV. Paravam
com helicópteros que mais pareciam naves
espaciais e lançavam um raio infravermelho que
roubava a fé de sua alma. Ela sentia a sua fé saído
do seu corpo, da sua mente e de seu coração.
Quando perguntado se ela via as naves
helicópteros e os raios, disse que não disse apenas
“sei que estão lá”. Disse que na vizinhança tem
pessoas disfarçadas para vigiá-la que ela chama de
“lobo em pele de cordeiro”. Quando conta a
história fala de forma agitada rápida, quase
incompreensível e as vezes tenta agredir a filha
dizendo que era uma espiã. A paciente conta que
ficou muito chateada quando sua filha perdeu seu
filho, estava grávida de seis meses e perdeu
porcausa desse pessoal que me segue (a filha
comentou que a mais ou menos um mes teve
aborto espontâneo).

Antes de continuar esse exercício, vamos voltar no raciocínio sobre
avaliação, a partir de uma questão clínica, voltemos, então, no caso do paciente
com dor no estômago. Depois que ele contou toda história de dor, eu verifico sua
temperatura e vejo que ele tem febre. Não consigo medir a dor dele, mas sei que,
se ele tem febre, provavelmente, tem instalado algum processo infeccioso. Assim,
a dor expressa pelo paciente é o meu dado SUBJETIVO e a hipertermia que
verifiquei com o termômetro é o meu dado OBJETIVO. Posso também
interpretar a dor e a febre com base em dados laboratoriais (hemograma por
exemplo para saber se há infecção); ultra-som, dentre outros. Os resultados do
exame serão também dados OBJETVOS.

Seguindo essa mesma lógica, podemos dizer que a história contada pelo
paciente de que está sendo perseguido são os dados SUBJETIVOS. Os meus
dados objetivos serão OS DADOS SUBJETIVOS INTERPRETADO, porque eu
nunca conseguiria ver, palpar o seu pensamento da paciente que é a história de
perseguição. É justamente aí que está a diferença entre os dados OBJETIVOS da
psiquiatria e os dados OBJETIVOS da outras clínicas.
Muitas vezes há a dificuldade de distinguir os dados SUBJETIVOS E
OBJETIVOS na Saúde Mental porque partem do mesmo referencial que é a fala
do doente, enquando nas outras clínicas, uma coisa é o que o paciente fala e
outra o que eu examino. No caso dos sintomas psiquiátricos não há um exame
que possa fazer para saber se há ou não delírio ou alucinações. Isso deve ser feito
por meio da interpretação do profissional acerca do que OUVE E OBSERVA.
Os dados SUBJETIVOS é exatamente o que foi falado e os dados
OBJETIVOS serão os DADOS SUBJETIVOS INTERPRETADOS. Por isso, é de
suma importância a observação do conteúdo da conversa do paciente e também
da sua postura e aspectos gerais para interpretarmos corretamente os dados
OBJETIVOS, uma vez que não temos exames auxiliares para confirmar nossa
análise. Principalmente.
Assim, no que compreende esse trecho da história e com base na
semiologia psiquiátrica, podemos dizer que a paciente está com alteração de
CONTEÚDO DE PENSAMENTO DO TIPO DELIRANTE DE PERSEGUIÇÃO.
O que temos que considerar na hora de imprimir os dados objetivos são
os ASPECTOS GERAIS E O CASMO (consciência; atenção e concentração;
sensopercepção; memória; orientação) e PLIAC (Pensamento; Linguagem;
Inteligência; Afetividade; Conduta) e outras NECESSIDADES
PSICOSOCIOAFETIVAS E FAMILIARES.
Voltemos a utilizar o exemplo da paciente psiquiátrica cuja a história foi
exposta acima:
Em relação aos ASPECTOS GERAIS: a paciente estava agitada, apreensiva,
inquieta, com estado de higiene prejudicado (roupas sujas e rasgadas;
despenteada; com higiene oral prejudicada. Estava consciente1 - vide (FICHA 1)


1 É a capacidade neurológica de captar o ambiente e de se orientar de forma adequada, é estar
lúcido. A consciência pode ser considerada do ponto de vista psiquiátrico, como um processo de
para a classificação dos níveis de consciência - porque estava alerta (temos
que lembrar sempre que a consciência não tem a ver, aqui nesta avaliação se a
pessoa tem consciência do que faz, em termos psicológicos, mas sim com estava
de vigília neurológica).
Sua atenção e concentração2 - para saber os níveis de alteração da
atenção e concentração vide FICHA 2 - se mantêm adequada, então podemos
dizer que estava tenaz e alerta ou com atenção e concentração preservada
uma vez que se volta para os estímulos que percebe na sala de atendimento e
porque consegue se concentrar na conversa – isso foi observado durante o


coordenação e de síntese da atividade psíquica. "É uma atividade integradora... (prox. Pagina)
dos fenômenos psíquicos, é o todo momentâneo que possibilita que se tome conhecimento da
realidade naquele instante" (Rosenfeld, 1929).

As anormalidades da consciência podem ser classificadas como quantitativas ou qualitativas. Nas
alterações quantitativas, há variação do nível de consciência. Se desenhássemos uma escala para
as alterações quantitativas, ou seja, para a diminuição do nível de consciência, esta seria da
seguinte forma: inicialmente teríamos o paciente em lucidez, daí passando para sonolência, da

As anormalidades da consciência podem ser classificadas como quantitativas ou qualitativas. Nas


alterações quantitativas, há variação do nível de consciência. Se desenhássemos uma escala para
as alterações quantitativas, ou seja, para a diminuição do nível de consciência, esta seria da
seguinte forma: inicialmente teríamos o paciente em lucidez, daí passando para sonolência, da
sonolência este poderia ficar em topor ou obnubilação, a diferença é que na obnubilação teríamos
um conteúdo anormal na consciência, de qualquer um destes dois estágios o paciente passaria
para o coma.
No Exame Psíquico é importante: Observar modificações no nível de consciência, registrar
possíveis flutuações no nível de consciência. Isso pode ser observado pela capacidade de
responder ao ambiente, em especial a participação no exame. Duas outras funções auxiliam na
avaliação da consciência, pois já estão alteradas em diminuições bem discretas do nível de
consciência, quando o indivíduo nem aparenta estar sonolento ainda, que são: a atenção e a
orientação.

2 De forma resumida podemos dizer que atenção é a capacidade de se voltar ao foco. Por exemplo
alguém me chama e eu imediatamente me volto ao foco. Concentração é a capacidade de
permanecer no foco de atenção. Atividade com a qual concentramos a nossa atividade psíquica
sobre o estímulo que a solicita, seja este uma sensação, percepção, representação, afeto ou
desejo, a fim de fixar, definir e selecionar as percepções, as representações, os conceitos e
elaborar o pensamento. Resumidamente pode-se considerá-la como a capacidade de se
concentrar, que pode ser espontânea ou ativa; é um processo intelectivo, afetivo e volitivo.
Distinguem-se duas formas de atenção: a espontânea (vigilância) e a ativa (tenacidade). No
primeiro caso ela resulta de uma tendência natural da atividade psíquica orientar-se para as
solicitações sensoriais e sensitivas, sem que nisso intervenha um propósito consciente. A atenção
voluntária é aquela que exige certo esforço, no sentido de orientar a atividade psíquica para
determinado fim. Entretanto, o grau de concentração da atenção sobre determinado objeto não
depende apenas do interesse, mas do estado de ânimo e das condições gerais do psiquismo.
Em geral estas alterações são secundárias, decorrem de perturbações de outras funções das
quais depende o funcionamento normal da atenção. A fadiga, os estados tóxicos e diversos
estados patológicos determinam uma incapacidade de concentrar a atenção.

dialogo com a paciente, respondia prontamente as perguntas que eram feitas,
mostrando-se atenta na conversa e concentrada.
A paciente supracitada apresentava ALTERAÇÃO DE SENSOPERCEPÇÃO
(VIDE FICHA 3). Isso porque contou ter a nítida sensação de que sua fé estava
saindo de dentro do seu corpo. Isso é classificada em ALUCINAÇÃO
CENESTÉSICA3 (vide FICHA 3). Prestem bem atenção no discurso, ela não
estava dizendo que achava (que apenas pensava) que roubavam sua fé, mas sim
que tinha a sensação que sentia sua fé sendo tirada. Os sintoma de alucinação
fica claro quando o paciente diz (DADOS SUBJETIVOS):

[...] disse que estava sendo perseguida pelos
agentes da igreja que tinham poder de captar toda
a fé que tinha em Deus para vender para pessoas
da TV. Paravam com helicópteros que mais
pareciam naves espaciais e lançavam um raio
infravermelho que roubava a fé de sua alma.

Quando tem a ver com os órgãos do sentido (ver, sentir (sensação), ouvir,
paladar, cheiros) é alucinação tem a ver com alteração da sensopercepção e não
delírio que ocorre quando é fruto da produção do pensamento. Outra coisa que
vou ressaltar aqui é o conceito de ilusão. Ilusão é a distorção de um objeto
existente que é corrigido rapidamente assim que prestamos mais atenção, ou
que retiramos o estímulo que nos faz ter a distorção. Por exemplo: de repente
acordo meio sonolenta olho para porta e vejo nitidamente uma pessoa de preto
em pé, levo um grande susto e olho novamente e percebo que é apenas um
casaco preto pendurado na porta. Isso é ILUSÃO. Ela é corrigida rapidamente,
não perdura por muito tempo.
Em relação a MEMÓRIA (FICHA 4) estava preservada, pois conseguia
lembrar-se de fatos antigos, como ter saído da igreja e de fatos recentes, como a
gravidez de sua filha e imediatos, sabia como tinha chegado no hospital, por
exemplo. Estava ORIENTADA AUTO E ALOPSIQUICAMENTE (FICHA 5). Seu
PENSAMENTO (VIDE FICHA 6) mantinha curso rápido (não mostra no discurso,

3 Não confundir com alucinação cinestésica que tem a ver com o movimento do corpo. Cine =
movimento. CINESTÉSICAS não dizem respeito à sensação tátil. Nas cinestesias os pacientes
percebem as paredes movendo-se ou eles próprios movendo-se no espaço. Seus braços subindo
ou descendo sozinhos.

mas vamos presumir que estivesse porque está inquieta, agitada e ansiosa),
forma mágica e conteúdo fóbico e delirante de perseguição. Observe o texto em
que podemos interpretar como delírio:

Queixou a seus familiares que estava sendo
perseguida pelos agentes da igreja [...] Paravam
com helicópteros que mais pareciam naves
espaciais e lançavam um raio infravermelho [...]
Quando perguntado se ela via as naves
helicópteros e os raios, disse que não disse apenas
“sei que estão lá”.

É necessário sempre classificar o pensamento em relação ao curso, forma
e conteúdo. A LINGUAGEM (FICHA 7) (vamos colocar hipoteticamente, pois o
discurso não me mostra isso) estava taquifasica (pode usar acelerada também),
logorreica (fala em muita quantidade) e espontânea. Com INTELIGÊNCIA4
preservada. Sua AFETIVIDADE5 estava hipertímica (eufórica) e com
irritabilidade patológica (FICHA 8) e sua CONDUTA6 (FICHA 9) estava
prejudicada, uma vez que não se dava conta que estava doente e precisava de
ajuda.
Depois terminada essa fase entraremos com a lista de problemas que seria o que
encontro de problema que pode demandar necessidades humanas e
consequentemente cuidados de enfermagem.
LISTA DE PROBLEMAS:
Medo
Ansiedade


4 Capacidade de abstração de conteúdo. Discernimento daquilo que está sendo falado
5 É a dimensão psíquica que dá cor, brilho e calor a todas as vivencias humanas. A afetividade é

um termo genérico que compreende várias modalidades de vivencias afetivas como o humor ou
estado de ânimo, as emoções, os sentimentos e as paixões. Experiência imediata e subjetiva das
emoções sentidas pelo paciente em relação ao que o cerca, abrangendo desde sentimentos em
relação a pessoas, fatos, situações, ou pessoas do passado, bem como expectativas sobre o futuro.

6 juízo crítico alterado/ Insight prejuducado/ conduta inadequada. Refere-se à possibilidade de

autoavaliar-se adequadamente e ter uma visão realista de si mesmo, suas dificuldades e suas
qualidades. A capacidade de julgamento é necessária para todas as decisões diárias, para
estabelecer prioridades e prever conseqüências.
Angústia espiritual
Agressividade contra pessoas da família
Convívio social prejudicado
Cada um desses problemas pode gerar um diagnóstico de enfermagem e suas
respectivas intervenções conforme estudamos por meio do CARPENITO.
Lembro também que temos que ser coerentes tantos em relação aos diagnósticos
e as prescrições, uma vez que temos que pensar se são possíveis e também como
prescreve-la (não fazer isso de maneira vaga) A Carpenito mostra bem um tipo
de intervenção que diz o que, como, quando e porque.
Exemplo de prescrição vaga:
• estimular convívio social (como posso fazer isso? O que preciso falar?
Quais instrumentos e técnicas posso utilizar?)
uma prescrição completa: auxiliar o paciente a reconhecer os fatores
predisponentes (“o que estava acontecendo antes de você começar a ter esses
pensamentos?”)

Queridos:
A tarefa da Saúde Mental é dura, tanto ao fazer quanto ao ensinar e
principalmente para aprender. Para aprender devemos mudar conceitos,
posturas e paradigmas, não é fácil, mas nada nessa vida é.
Quando quiserem saber se fizeram o melhor, perguntem a si mesmo se
fizeram tudo o que podiam .
Karine Zago
"Uma tarefa primordial no diagnóstico é resgatar o amor. Em geral, os
terapeutas tendem a carregar nas tintas sobre o desamor, sobre o que falta,
e poucas vezes se evidencia o que se tem e onde o amor é resgatável. Sem
dúvida, isto é o que nos importa no caminho da cura."
Sara Paín
Assim como o psicopedagogo, pode o professor ensinar com amor!!!





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FICHA 1
CONSCIENCIA (C)

É avaliado neste item a consciência neurológica. Então por exemplo: nada tem a ver se a paciente tem
“consciência” do que está fazendo no sentido ético filosófico ou no sentido psicológico. Estamos aqui falando
apenas da parte neurológica, ou seja, o ESTADO DE ALERTA - permite saber o quanto a pessoa está apta
neurologicamente para interagir com seu mundo externo.
consciente (ou alerta) – estado NORMAL em que o paciente se mantém acordado;
Sonolência: lentificação geral dos processos ideacionais, com predisposição para dormir, na ausência de
estimulação.
Obnubilação - diminuição ou perda da lucidez e da vigília, portanto a atenção dificilmente se forma ou se
mantém. Pode estar sonolento mas não é regra o que define é diminuição da clareza do sensório; lentidão da
compreensão e dificuldade de concentração.
Sopor/Estupor: permanece em mutismo e sem movimentos, com preservação relativa da consciência, pode
ser despertado por estímulos enérgicos, sobretudo, dolorosos.
Delirium - Delirium se refere a uma confusão mental aguda e importante fator diagnóstico de transtorno
orgânico. Diz respeito a vários quadros com rebaixamento leve a moderado do nível de consciência,
acompanhado de desorientação temporoespacial, dificuldade de concentrar-se, ansiedade, agitação ou
lentificação psicomotora, discurso ilógico e confuso e ilusões e/ou alucinações, quase sempre visuais.
Quadro que oscila ao longo do dia. ATENÇÃO: NÃO CONFUNDIR COM DELÍRIO
Coma - é o grau mais profundo do rebaixamento do nível de consciência. No estado de coma não é possível
qualquer atividade voluntária consciente.








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FICHA 2
ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO (A)
Hipotenacidade: diminuição da atenção "ativa".
Hipertenacidade: “distração”aumento da atenção "ativa"
Hipovigilância: diminuição da atenção "passiva"
Hipervigilância: "distratibilidade", ou aumento da atenção "passiva"
Hipervigilância e Hipotenacidade: ocorrem nos casos de mania.
Hipovigilância e Hipertenacidade: em temas depressivos: ocorrem nos casos de depressão.
hipoprosexia – “hipovigilancia e hipotenacidade” diminuição da capacidade de concentração, com
fatigabilidade aumentada, o que dificulta a percepção dos estímulos ambientais e a compreensão; as
lembranças tornam-se mais difíceis e imprecisas, há dificuldade em todas as atividades psíquicas complexas
– raciocínio). É observada em estados infecciosos, embriaguez alcoólica, psicoses tóxicas, esquizofrenia e
depressão. Pode ocorrer por: falta de interesse (deprimidos e esquizofrênicos); déficit intelectual
(oligofrenia e demência); alterações da consciência (delirium).
Hiperprosexia – atenção exarcebada e obstinada a deter-se indefinidamente sobre certos objetos com
surpreendente infatigabilidade
Aprosexia - ausência da capacidade de atenção, por mais fortes e variados que sejam os estímulos
PS: No Exame Psíquico é importante: Referir se o paciente está disperso ou não, como se comporta em
relação ao que acontece no ambiente. Descrever se responde às perguntas prontamente ou é necessário
repeti-las. Pode-se pedir para que o paciente realize operações aritméticas ou enumere dias da semana ou
meses, em ordem normal ou inversa o que exigiria mais atenção.
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FICHA 3
ALTERAÇÃO DE SENSOPERCEPÇÃO

a) Hiperestasia - percepção se encontra anormalmente aumentada (síndromes alucinógenas, enxaqueca,
hipertireoidismo, esquizofrenia);
b) Hipoestasia - mundo circundante é percebido como mais escuro; com cores mais pálidas, sem brilho; os
alimentos não tem mais sabor e os odores perdem sua intensidade (depressão)

c) Hiperpatias – Quando uma sensação desagradável é produzida por um leve estímulo da pele
d) Ilusão – percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente (rebaixamento do nível de
consciência; fadiga grave
e) Despersonalização: estranheza em relação a si mesmo.
f) Desrealização: estranheza em relação ao mundo.
g) Alucinações:Percepção de um objeto, sem que este esteja presente, sem
audioverbal:
• alucinações audioverbais de ameaça
• alucinações audioverbais depreciativas
• alucinações audioverbais de perseguição
• alucinações audioverbais de comando
• alucinações audioverbais que comentam a ação
Valor diagnóstico das alucinações das alucinações áudio-verbais: tais alucinações ocorrem com maior
freqüência na esquizofrenia, TAB, depressão grave e em quadros de mania, alcoolismo crônico, transtorno
de personalidade (histriônica; boderline; esquizotípica)
sonorização do pensamento
• sonorização do próprio pensamento: o paciente reconhece claramente que está ouvindo os
próprios pensamentos
• inserção do pensamento: ouve pensamentos que foram introduzidos em sua cabeça por alguém
estranho e agora ouvidos pelo paciente
• publicação do pensamento: o paciente tem a sensação de que as pessoas ouvem o que ele pensa
o momento em que está pensando.

musicais: audição de tons, melodias, ritmos, harmonias. São encontrados sobretudo em mulheres
idosas com perdas progressivas da audição, nas demências, lesões neurológicas, depressão (ode ser
desencadeada por antidepressivos em idosos).
táteis: o paciente sente espetadas, choques, ou insetos ou pequenos animais correndo sobre seu
corpo (pele); podem sentir que forças estranhas tocam, cutucam ou penetram seus genitais.
Podem ocorrer na esquizofrenia, quadros histéricos, delirium tremens e nas psicoses tóxicas (cocaína)
olfativas: sentir cheiro e coisa podre (cadáveres, fezes). Pode estar relacionadas a interpretações
delirantes (“sinto cheiro de veneno de rato, estão tentando me envenenar”).
Gustativas: sente gosto acido, de urina ou sangue, muitas vezes associadas as alucinações
olfativas.
cenestésicas: sensações anormais e incomuns em partes do corpo (relacionado a viceras ex.
“Fígado se quebrando”)
visuais: complexa ( imagens) cenográficas (cenas completas) simples (bolinhas; pontos de luz)
liliputianas: (personagens diminutos)
extracampina: (ver o que está acontecendo em outro local)
cinestésicas: alterações do movimento do corpo (corpo afundando, perna encolhendo, braço se
elevando)
funcionais: desencadeada por um estímulo real (fazer alguma coisa - com funções) por exemplo:
abrir a torneira e começar a ouvir vozes
sinestésicas: várias modalidades sensoriais ao mesmo tempo ( auditiva, visual, táteis)
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FICHA 4
ALTERAÇÃO DA MEMÓRIA
a) imediata: de poucos segundos até 3 minutos
b) recente: de poucos minutos até 3 e 6 horas
c) remota: de meses até muitos anos

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FICHA 5
ALTERAÇÃO ORIENTAÇÃO

Orientação é um estado psíquico funcional em virtude do qual temos consciência plena, em cada momento
de nossa vida, da situação real em que nos encontramos.
É indubitável que a orientação depende, antes de mais nada, da integridade psíquica e do estado de
consciência e, uma vez perturbada esta consciência, altera-se concomitantemente a orientação.
De regra, verifica-se a orientação autopsíquica e a orientação alopsíquica,

• Autopsíquica (pessoa) – orientação quanto a noção do eu, quando fornece ele próprio dados de sua
identificação pessoal, revelando saber quem é, como se chama, que idade tem, qual sua
nacionalidade, profissão, estado civil, etc.
• Alopsíquica (tempo e espaço) a orientação em relação ao tempo e ao espaço. A orientação no
tempo e no espaço depende estritamente da percepção, da memória e do contínuo processamento
psíquico dos acontecimentos.













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FICHA 6
PENSAMENTO
Curso (fluxo do pensamento)
• acelerado: flui de forma rápida, uma idéia se sucede a outra de forma muito rápida.
• lentificação: o pensamento progride lentamente de forma dificultosa. Há latência entre as perguntas e as
respostas formuladas
• bloqueio do pensamento: o pensamento é interrompido sem nenhum motivo aparente, o paciente não
consegue retornar no mesmo assunto.
• roubo de pensamento: bloqueio do pensamento relacionado a nítida sensação de que seus pensamentos foram
retirados de sua mente por uma força estranha, uma máquina, uma antena, um raio...

Forma (arquitetura do pensamento):
• fuga de idéias: uma idéia segue a outra de forma rápida prejudicando a associação lógica e passam a associar-
se por assonância (amor, flor, cor) ou por estímulos externos contingentes (pessoas, móveis , quadros)
• dissociação do pensamento: não segue sequencia lógica e bem organizada e os juízos não se articulam de forma
coerente uns com os outros
• mágico: o quanto seu delírio se distancia da realidade consensual.
• racional: dentro da realidade consensual.
• inibido: pensamento lentificado
• perseveração: É a repetição continuada e anormalmente persistente na exposição de uma idéia. Existe uma
aderência persistente de um determinado pensamento.
• Circunstancialidade e prolixidade: Aqui, o paciente revela uma incapacidade irritante para selecionar as
representações essenciais daquelas acessórias, ou seja, o pensamento foge da pauta principal e perde-se no
detalhamento trivial. Aparece um grande rodeio em torno do tema central, uma riqueza aborrecedora de
detalhes e circunstâncias sem propósitos práticos e pormenores desnecessários, tornando o discurso bem
pouco agradável. Circunstancialidade: morosidade na conclusão da idéia. Prolixidade: curso do pensamento
muito tortuoso e o tema central fica seriamente prejudicado pelas divagações inúteis e pelos comentários
paralelos.
Ex. Um paciente, perguntado se tinha ido fazer uma tomografia, cuja resposta deveria ser algo como sim ou não, dizia: "
bem, tive que ir terça feira passada porque o movimento do escritório às terças é menor; na segunda feira é que tem mais
serviço, porque o pessoal deixa tudo para ser resolvido às segundas. Até que foi bom eu ter deixado para a terça, porque,
lá no serviço do tomógrafo, eles também devem ter mais movimento de segunda, que por sinal é um dia terrível. Acho que
(brincando) a semana deveria começar pela terça".
• Concreto: imitação imposta ao pensamento, fazendo-o incapaz de afastar-se do concretismo para um
pensamento abstrato.
• neologismo -invenção de novas palavras no contexto de sua conversa

Conteúdo (temas predominantes)
irritado e/ou angustiado; depressivo; fóbico/medo; desejo de morte; suicida; obsessões; delirantes.

Tipos de DELÍRIOS :
• Delírio de perseguição ou persecutório – é o tema mais freqüente dos delírios; o paciente é sempre alvo de uma
perseguição.
• Delírio de referência – de alusão ou auto-referência – tudo se refere ao sujeito, as pessoas estão falando dele,
dizendo que ele é ladrão ou homossexual etc. Paciente ouve o próprio nome e o xingam (alucinação associada
ao delírio de referência). Deduz que uma conversa é sobre ele (interpretação associada ao delírio de
referência). Ocorre nas psicoses em geral, especialmente na esquizofrenia paranóide.
• Delírio de influência/controle – o paciente vivencia que está sendo controlado, comandado, influenciado por
uma força externa – antena, computador, ser extraterrestre, demônio. São freqüentes na esquizofrenia.
• Delírio de invenção ou descoberta – paciente acredita ter descoberto a cura de uma doença grave ou coisas que
vão mudar o destino do mundo.
• Delírio de ciúmes e de infidelidade – ocorre em todas as psicoses, especialmente no alcoolismo crônico e na
paranóia (transtorno delirante crônico atual).
• Delírio místico ou religioso – paciente é um novo messias, um deus, um santo poderoso. É freqüente no nosso
meio cultural.
• Delírio de ruína ou niilista – paciente se sente condenado à miséria, ao sofrimento, ao fracasso.
• Delírio de culpa e de auto-acusação – o paciente se sente culpado de tudo de ruim que acontece no mundo e
com as pessoas a sua volta – ocorre nas formas graves de depressão.
• Delírio hipocondríaco – o paciente crê que tem uma doença grave. Às vezes é difícil de diferenciar das idéias
hipocondríacas não-delirantes; para fazê-lo: intensidade da crença, total ausência de crítica, grande
envolvimento com as idéias hipocondríacas. Ocorre nas depressões graves, paranóia, esquizofrenia.
• Delírio de grandeza – o paciente acredita ter poderes de origem superior, geralmente místicos e outros. Ocorre
nos quadros maníacos.
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FICHA 7
LINGUAGEM
Curso
• taquifasia (acelerada)
• bradifasia (lentificada)
Quantidade
• logorréia (fala em grande quantidade)
• pouca
Forma
• espontânea
• com estímulo
• Mutismo
• Gagueira
• Disartria
• disfonia: mudança de sonoridade nas palavras
• ecolalia : repetição da ultima ou das ultimas palavras















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FICHA 8
AFETO
Afeto: é a tonalidade de sentimento predominante, e mais constante, que pode influenciar a percepção de si
mesmo, e do mundo ao seu redor.
Emoções: reação afetiva aguda, momentânea, desencadeada por estímulos significativos. É um estado
afetivo intenso de curta duração, originado geralmente como a reação do indivíduo a certas excitações
internas ou externas, conscientes ou inconscientes. Alterações do humor tanto para exaltado como inibido
pode ser dito como Distimias.
Sentimentos: são configurações mais estáveis que as emoções, são mais atenuadas em sua intensidade e
menos reativos a estímulos passageiros. Os sentimentos estão associados a conteúdos intelectuais, valores e
a cultura.
Paixões: é um estado afetivo muito intenso, domina a atividade psíquica
PS: Quando a pessoa está com a afetividade preservada, está EUTÍMICA

ALTERAÇÕES:
• disforia: distimia (sintoma que refere-se a alteração básica do humor, tanto no sentido da
exaltação quanto da inibição) acompanhada de mal-humor (irritação, amargura, desgosto ou
agressividade)
IMPORTANTE : NÃO CONFUNDIR COM TRANSTORNO DISTIMIA QUE SEGUNDO DSM – IV E CID 10 É UM
TRANSTORNO DEPRESSIVO E CRONICO
• hopotímico/ depressão
• hipertímico/eufórico
• puerilidade: aspecto infantil, simplório regredido. Ri ou chora por motivos banais; sua vida afetiva
é superficial, sem afetos profundos, consistentes e duradouros
• moria: forma de alegria muito pueril
• irritabilidade patológica: há hiper-reatividade desagradável e hostil e, eventualmente, agressiva a
estímulos, mesmo leves, do meio exterior, onde o indivíduo reage de forma disfórica . pode advir
de quadros orgânicos, síndromes depressivas e maníacas, transtornos ansiosos e na esquizofrenia.
• apatia (subjetivo): paciente se queixa de não conseguir sentir nem alegria e nem tristeza “tanto faz
como tanto fez”
• Inadequação do afeto/ paratimia: reações completamente incogruentes as situações
• Embotamento afetivo: perda profunda de todo tipo de vivencia afetiva. Percebe-se pela mímica,
postura.
• pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo: alternância variações sutis das vivencias
afetivas
• sentimento de falta de sentimento: incapacidade de sentir emoções, vivenciada de forma penosa
pelo paciente ATENÇÃO: NÃO CONFUNDIR COM APATIA
• labilidade afetiva: o indivíduo oscila de forma abrupta, rápida e inesperada de um estado afetivo
para outro.
• Ambivalência afetiva: sentimentos contrários dirigidos a mesma pessoa... objeto ou situação
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FICHA 9

CONDUTA

É a capacidade para perceber e avaliar adequadamente a realidade externa e separá-la dos aspectos do
mundo interno ou subjetivo. Implica separar sentimentos, impulsos e fantasias próprios, de sentimentos e
impulsos de outras pessoas. Refere-se, ainda, à possibilidade de autoavaliar-se adequadamente e ter uma
visão realista de si mesmo, suas dificuldades e suas qualidades. A capacidade de julgamento é necessária
para todas as decisões diárias, para estabelecer prioridades e prever conseqüências.
Os distúrbios do julgamento podem ser circunscritos a uma ou mais áreas, como dinheiro ou sexualidade,
mantendo as demais áreas adequadas.
Insight é uma forma mais complexa de juízo. Envolve um grau de compreensão do paciente sobre si mesmo,
seu estado emocional, sua doença e as conseqüências desta sobre si, pessoas que o cercam e sua vida em
geral. O insight é reconhecido como um importante mecanismo de mudança psíquica nas psicoterapias em
geral e em especial nas psicoterapias de orientação analítica. O insight emocional leva o paciente a uma
mudança em sua personalidade ou padrão de comportamento, de modo que este conhecimento altera suas
ações e experiências no futuro.
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