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Henrique Donato, Francisco Pereira da Silva, Célia Antunes, Pedro Belo Oliveira, Filipe Caseiro Alves
Serviço de Imagem Médica, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Introdução: Sinais radiológicos são padrões característicos, reconhecíveis, por vezes com nome de objectos familiares Materiais e métodos: São apresentados casos de radiografia e tomografia computorizada de tórax do arquivo de exames
com os quais são vagamente parecidos. São utilizados em estudos imagiológicos por auxiliarem no diagnóstico e radiológicos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
subsequente orientação terapêutica de doenças. Tal se deve ao facto de muitas vezes serem característicos ou altamente
sugestivos de um determinado grupo de patologias. O conhecimento destes sinais pode encurtar a lista de diagnósticos Resultados: São descritos casos demonstrativos de sinais na radiografia e tomografia computorizada do tórax,
diferenciais. Particularmente no tórax, a interpretação bem sucedida de estudos radiológicos requer o reconhecimento de exemplificados nas Fig. 1 a 20.
tais sinais.
Este trabalho tem como objectivo salientar a importância do reconhecimento de sinais em radiologia de tórax, convencional Discussão: Um sinal radiológico é um padrão característico, sugestivo de um determinado grupo de patologias semelhantes.
e TC, através de casos exemplificativos, como auxílio no diagnóstico diferencial. O conhecimento e o reconhecimento de tais sinais podem ser importantes no diagnóstico diferencial das alterações observadas
e, inclusivamente, no seu diagnóstico final.
Neste sinal Capacete Apical é Quando o pulmão não chega até em cima.
Na parte de cima vai ver uma opacidade como se fosse um capacete de
motociclista.
Borda esquerda não consegue delimitar. O pulmão esquerdo está todo Neste caso há o broncograma aéreo e além disso também tem Ideal comparar com o pulmão contralateral.
opacificado. sinal da silhueta (o coração sumiu). Esse paciente tem algumas fibroses, que pode dizer que esse paciente
Sinal da Silhueta- sumiu a silhueta cardíaca e diafragmatica. Infiltrado na região central. Periferia fica poupado. teve uma tuberculose.
Lobo superior e lingula devido à presença do sinal da silhueta.
Aspecto asa de borboleta.
A B
Todo o pulmão esquerdo está acometido por uma pneumonia Se fosse lobo inferior iria borrar a borda diafragmática. Esse sinal do capacete é um sinal que houve um espessamento da
pleura apical que surgiu após a cicatrização da tuberculose.
Sinal da Silhueta – Uma lesão intra-torácica que contacta com os contornos da silhueta mediastínica Sinal do Broncograma Aéreo – Aparece Sinal da Asa de Borboleta – Traduz edema Capacete Apical – Opacidade no vértice
ou dos hemi-diafragmas e que apresenta densidade radiológica idêntica irá apagar esses contornos no quando os brônquios mantêm-se arejados no seio alveolar extenso, no contexto de edema agudo do pulmonar em forma de crescente (seta),
radiograma. Este sinal permite assim determinar a localização dessas lesões. de uma consolidação. A sua presença indica que a pulmão. geralmente traduzindo espessamento da pleura
Fig. 1- Pneumonia total do pulmão esquerdo. A – Radiografia do tórax com incidência PA mostrando lesão é intrapulmonar (consolidação) mas a sua Fig.3 – Edema agudo do pulmão. Diminuição da apical, de natureza cicatricial (Fig.4 – Sequela de
opacidade em toalha homogénea ocupando todo o campo pulmonar esquerdo e condicionando sinal de ausência tem pouco significado. Fig. 2- Pneumonia radiotransparência pulmonar na região peri-hilar, tuberculose). Este sinal pode contudo surgir
silhueta com o contorno esquerdo da silhueta mediastínica e da hemicúpula diafragmática homolateral. lobar esquerda. Opacidade em toalha ocupando o de forma simétrica, poupando a periferia e noutras patologias nomeadamente pulmonares,
B – Na incidência de perfil esquerdo, apenas é visível a hemicúpula diafragmática direita devido ao lobo superior esquerdo e língula, individualizando- configurando o aspecto em “asa de borboleta”. como o carcinoma do sulco superior ou colapso
se opacidades tubulares radiotransparentes (seta) periférico do lobo superior.
referido sinal da silhueta que condiciona apagamento do hemi-diafragma esquerdo.
na região central – broncograma aéreo.
Esôfago é uma Estrutura que sai do pescoço, passa pelo tórax e vai até o abdome.
*
Esse sinal é uma estrutura que está vindo desde a cervical. Não some a silhueta do coração (não tem sinal da
silhueta) e não some os vasos anteriores, pois neste caso a lesão está mais posterior. Pode ser por megaesôfago.
Consegue ver melhor no Perfil.
Também é possível ver no perfil pelas vértebras que deveriam estar em degrade, mas neste caso há uma parte
mais branca embaixo, demonstrando um anomalia (megaesôfago)
das dimensões da aurícula esquerda, que se torna Sinal Cervico-Torácico – Permite determinar se uma lesão do mediastino superior é anterior ou localiza no mediastino posterior, com extensão num nível abaixo ao do diafragma.
perceptível na radiografia do tórax com incidência posterior, consoante a definição dos seus limites acima das clavículas. Se for bem definida a esse nível, a Fig.7 - Acalásia. A – Radiografia do tórax de frente mostrando alargamento do mediastino à
de frente, formando conjuntamente com o lesão será posterior (ver Fig.7) enquanto que se for mal definida, significa que contacta com os tecidos direita, não fazendo contudo sinal de silhueta com o seu contorno (*) e estendendo-se para
contorno da aurícula direita, este sinal radiológico. moles cervicais, pelo que será anterior. Fig.6 - Bócio mergulhante. A – Radiografia de tórax com incidência além da hemicúpula diafragmática direita (seta). Estes 2 sinais radiológicos sugerem a sua
Fig.5 - Dilatação da aurícula esquerda por PA, mostra uma massa no mediastino superior, paratraqueal direita, com limites mal definidos acima do localização posterior. B – Na incidência de perfil, comprova-se a sua localização posterior e
insuficiência mitral. Densidade curvilínea nível das clavículas. B – TC comprova a localização, a origem e natureza da massa mediastínica superior. pela sua morfologia, a sua origem esofágica.
projectada medialmente ao contorno da aurícula
Quando tem uma atelectasia do lobo superior direito ou alguma
direita (seta), representando a margem infero- retração por algum outro motivo, vai aparecer um pico no meio do
lateral da aurícula esquerda aumentada. Sinal da cauda de cometa aparece na
diafragma. Ocorre devido a alguma retração que ocorreu, por
tomografia computadorizada.
exemplo em uma cicatrização, atelectasia. Pode ocorrer do lado
Tem a cabeça do cometa e a cauda do
direito ou esquerdo.
cometa.
Nos sinais de S de Golden e no Luftsichel podem ocorrer o sinal do
A cauda seriam as estruturas bronco
Pico justa-frênico.
* vasculares que convergem para uma
estrutura que pode ser uma parte do pulmão
com atelectasia.
B
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